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História O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 O Matador de Lobos


Escrita por: GegeXianle

Notas do Autor


Saudações, andarilhos.
Nessa parte da jornada conheceremos um ser tão importante quanto o mago ou o anjo.
Espero que apreciem, mesmo que agora estejamos na mata e tudo que há em volta, é uma cabana puída...

Capítulo 24 - Parte 2 O Matador de Lobos


Fanfic / Fanfiction O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 O Matador de Lobos

Parte 2

 

Prólogo

 

Estava sozinho, mas era destemido.

Ainda que soubesse que tinha poucas chances, ou nenhuma.

Seu nome era Jang Hae, um habitante da Aldeia dos Contrários, um jovem viril e esguio, de cabelos ruivos batendo no ombro, olhos verdes penetrantes e detentor de uma espada forjada com lâmina dupla, um metro de poder retalhador.

Não tinha se afastado muito da aldeia, pairava na mata vizinha e tinha encontrado uma cabana vazia, deveras puída e abandonada há muito.

Pretendia prosseguir rente ao rio, lugar onde perseguia o rastro de sua suposta presa.

As águas abundantes andavam turvas em virtude das fortes chuvas que assolavam Antuerpéria, o som da correnteza aguçava ainda mais seus sentidos e logo Jang deparou-se a alguns metros à frente com uma grande tora atravessada entre uma beira e outra.

Provavelmente uma árvore gigantesca que havia sido arrancada com a força brutal do temporal.

Mais do que a árvore, Jang tornou-se imóvel ao perceber que havia um corpo, alguém preso entre a imensa tora e a correnteza.

 

                                                                        ***********

 

O matador de lobos

 

Dois dias depois

 

A luz do dia atravessava os pequenos orifícios do velho telhado.

Foi esse resquício de luz, a claridade da tarde que invadiu e confundiu os olhos de Shou que se abriam devagar.

Depois os odores.

A umidade, o leve cheiro do musgo.

E depois o som quase distante de água corrente.

Custou um pouco a perceber que estava deitado numa espécie de esteira feita de bambu, tentou se sentar e seu corpo se revelava dolorido, a dor maior estava em seu ombro e corria por seu braço ao tentar se apoiar.

Como tinha conseguido aquele ferimento?

Que lugar era aquele?

Olhou confusamente por cima de seus ombros e num assombro percebeu a ausência de suas asas, seu corpo físico anormalmente pesado.

Levantou-se a olhar para si mesmo, seus longos cabelos azuis soltos ao longo de suas costas. Não trajando mais as vestes de Etzel e sim uma blusa bege com uma tira trançada de couro, deixando parte de seu peito nu parecendo propositalmente aberta, a calça num tom marrom. Suas sandálias haviam sido deixadas ao lado da esteira.

Quando enfim deixou aquele casebre puído, viu-se próximo a mata e sentiu o cheiro de eucalipto trazido pelo vento... Misturado ao aroma do sangue.

O ar injetando-se fresco em seus pulmões junto a o início de náusea em seu estômago.

No que viu alguém surgir de dentro da mata, não pensou que fosse uma visão real.

Nem Shou se sentia de fato real.

Ficou imóvel enquanto aquele rapaz alto e esguio veio em sua direção carregando consigo um lobo morto, recém abatido. Havia uma grande espada envolta em uma bainha em sua cintura.

O sol refletia no cabelo ruivo, o rapaz se chegou e Shou fitou aquele par de olhos intensamente verdes emoldurados no rosto jovem, revestido de rígida coragem.

E aquele rapaz ruivo que não lhe negava o fitar, deixou o lobo abatido perto do casebre antes de dirigir-lhe a menor palavra.

Ambos intrigados à sua maneira.

Havia uma trilha de respingos de sangue, aquele carmesim demarcando o caminho até Shou.

__Sente-se melhor?

__Aonde estou?...__ Shou replicou nitidamente perdido.__ Não consigo entender... Esse lugar...

Não conseguia ter lembrança alguma quando vislumbrava em volta, ou quando olhava para o jovem ruivo de físico forte e vigoroso.

__Por que não vem comigo? Direi o que eu sei e talvez você se lembre melhor.

Shou não relutou, acentiu com a cabeça e seguiu o rapaz. Também lhe perturbava olhar para o animal morto perto da cabana, o cheiro de sangue afligia-lhe os sentidos, turvava ainda mais as lembranças que queriam resurgir.

Numa pequena caminhada o som da água tornou-se mais intenso e logo se viram de fronte ao rio.

__Escute... Você está inconsciente há dois dias.__ O rapaz contou quando ambos fitavam o rio que corria em menor volume.

__Então... Você cuidou de mim por dois dias? Dentro daquela cabana...

__Eu não tive escolha, você ficou no meu caminho.__ O ruivo retrucou mais sério, destilando uma sutil irritação.__Eu estava atrás de uma presa... Quando te encontrei desacordado, metade de seu corpo imerso no rio.

__No rio?

Shou encarou profundamente o rio e sentiu um arrepio, veio-lhe em mente lembranças distorcidas, a sensação de afogamento até seu corpo se exaurir.

__Pensei que fosse uma garota, seu cabelo caía ensopado por seu rosto e seu corpo estava tão gelado que achei que se tratasse de um cadáver... Quando virei seu corpo de lado, tossiu muito... Havia muita água em seus pulmões.

__Desculpe por ter ficado no seu caminho... Sinto muito por ter perdido dois dias.

__Eu podia ter te abandonado... Foi escolha minha.

A voz do rapaz ainda soava duramente, olhou de lado para Shou e verificou que ele ainda transbordava confusão e tocava sem preceber o ferimento no ombro.

Devia abandoná-lo, era o que Jang pensava.

Já tinha feito demais por aquele estranho doce e fascinante... Aparentemente inofensivo.

Mas, por alguma razão irritante, não podia... Queria descobrir.

Desbravar toda verdade a cerca de Shou.

 

 


Notas Finais


Agradecida - infinitamente - por lerem.


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