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História O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Dois pares de asas na escuridão


Escrita por: GegeXianle

Notas do Autor


Olá, desfrutem do capítulo de hoje!

Desde já, ótima leitura!

Capítulo 44 - Parte 2 Dois pares de asas na escuridão


Fanfic / Fanfiction O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Dois pares de asas na escuridão

Parte 2  Dois pares de asas na escuridão

 

A noite em Hisenburg era profunda e silenciosamente sombria.

O mercado de pulgas a céu aberto agora deserto, quieto como um lugarejo fantasmagórico.

Com o acordo devidamente selado, Etzel e Dawn não encontraram exatamente aquele homem de cabelos negros escorridos, trajando peças escuras como bem devia ser sua alma.

Conhecido por eles como Oni de Pergamon.

Encontraram no local marcado um pássaro gigantesco de penas acobreadas, dono de uma longa cauda e pés demarcados por várias escamas e garras encurvadas no final dos filamentos.

A imensa ave pareceu inquieta por um momento, mas conforme Etzel se aproximou com Dawn a apenas dois passos de distância, ouviram o grasno da ave quebrar grotescamente o silêncio tal como uma ordem.

Aquele grasnar era sua voz de comando para que subissem sobre seu corpo que devagar e mesmo assim pesadamente se inclinou ao chão e Etzel preferiu escalar a segurar nas penas alaranjadas do que usar um banal feitiço de teleporte.

Seu coração pulsava cheio de anseios e vontades, desejoso de viver aquele instante por inteiro.

Dawn não estava tão a vontade, não quis subir no Oni transformado em pássaro. Agora estava em sua forma de fada e não era uma fada da noite, desgostava intensamente da escuridão e não havia como escapar de se submeter a ela.

Seu consolo, em verdade pouco eficaz, era que seu esforço seria por uma boa causa.

Se pudesse fazer o mago e o anjo se reencontrarem tudo valeria a pena.

Contudo, Dawn limitou-se a voar atrás do Oni-pássaro, considerava menos nocivo segui-lo a uma distância respeitável.

 

Etzel estava agarrado às penas no dorso da gigantesca ave quando as asas imensas bateram contra o ar ao levantar voo, todo seu corpo se prendia corajosamente tenso sob a inevitável sensação que fosse tombar no primeiro segundo. Seus sentidos enlouquecidamente despertos que somente amenizaram o descompasso estridente quando o pássaro seguiu adiante cortando o céu noturno.

Seu cabelo púrpura esvoaçando, o vento era de um frescor cortante.

A adrenalina que corria por todo seu corpo era tamanha e mesmo as nuvens de tempestade um tanto distantes eram como manchas densas e fascinantes gerando faíscas que cortavam momentâneas as escuridão.

Não conseguia se virar e ver Dawn, mas Etzel sabia que ela não o abandonaria depois de irem tão longe na mesma jornada.

Além do mais, ela não devia ter muito o que fazer estando sozinha na floresta de Tânatos e bem devia estar a procura de alguma emoção maior após a morte de Zessiel, não ignorava o vazio que culminava nela desde então.

 

Provavelmente, voariam a noite toda.

Etzel tinha feito as contas por alto ao verificar o mapa contínuo pela última vez pouco antes de partir para encontrar o pássaro, se dependesse de alguma montaria por terra levaria pelo menos três dias para chegar a Ceres.

E dentro desses três dias, Shou estaria ainda mais distante, cada vez mais fora de seu alcance.

Por algum tempo, enquanto cortavam o céu noturno, Etzel nunca se sentira tão determinado. Perguntava-se, distraindo-se da paisagem que se modificava a todo instante o que Shou andava fazendo, se ainda estava obstinado em encontrar o caminho ao Plano Etéreo. Não via a hora de poder observá-lo demoradamente, para depois tocá-lo como se nunca mais fosse soltar.

Seu interior sorria-se com essa possibilidade.

Todavia, teve que combater a sonolência que o dominou depois de algumas horas contínuas de voo. Havia dormido apenas cerca de duas horas e meia durante a tarde, a bem dizer não passava de um cochilo e a calmaria letárgica da madrugada drenara toda adrenalina de antes.

Sacudiu por várias vezes a própria cabeça ao sentir o sono querer dominá-lo e num desses instantes em que suas pálpebras começavam a pesar demasiado, algo fez com que Etzel despertasse por completo!

Segurasse com força desmedida nas penas eriçadas do grande pássaro, as palmas de sua mão ardiam umedecidas pelo suor.

Pensou que seus olhos de mago estivessem pregando uma peça daquelas.

Também voando a uma certa distância, viu dois seres alados também descortinando a madrugada.

Suas asas emanavam um brilho feérico, eram tão majestosas e belas quanto as asas de Shou.

Não conseguia vê-los com nitidez, apenas suas silhuetas.

Contudo, não tinha dúvidas.

Eram dois anjos.

Não o anjo decaído que tinha ferido mortalmente o mago Sacerdote Zessiel... As penas presas a envergadura de suas asas eram de branco quase cegante.

Nada tinham daquele cinzento cruel.

Afinal, quantos anjos andavam vagando em Antuerpéria?

Para Etzel isso não importava.

Mesmo que houvesse um condado inteiro povoado por anjos, somente um lhe interessava sinceramente.

Por isso, contava cada segundo até o alvorecer.

 


Notas Finais


E meu sincero agradecimento por lerem!


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