POV JIMIN
Fazia mais ou menos uns três anos desde que eu não vi Rose. Ele tinha sido minha primeira namorada e a única pessoa que eu tinha amado de verdade. Quando ela terminou comigo, foi o inferno. Eu estava na carreira de modelo já há algum tempo e ela quase desmoronou por isso; fiquei tão mal que eu pensei em desistir de tudo.
O tempo passou e eu nunca mais ouvi falar dela. Seu sorriso tinha se apagado da minha mente, seu cheiro não me lembrava mais nada, seus olhos me eram estranhos, mas ainda sim, eu sentia alguma coisa. Carinho, talvez. Eu não sei, mas eu queria novamente ficar perto dela e a sua risada continuava sendo fofa.
Yoongi? Puto da vida. Eu não sei direito o que aconteceu comigo, mas eu fiquei realmente feliz de tê-la encontrado e acho que o mais velho percebeu. Sempre soube que ele é ciumento e possessivo, mas... comigo? Ele tinha dito que eu era dele, mas foi num momento de raiva, certo? Fiquei dividido entre ir com ela e continuar com meu hyung, mas eu estava curioso para saber mais sobre ela e como tinha seguido a vida, então aceitei o convite com um pesar, sabendo o que me esperava quando eu chegasse.
Nós conversamos muito, muito mesmo. Tanto que já passava das cinco quando eu notei a hora no relógio e então ela me chamou para jantar com ela.
- Nós podemos fazer alguma coisa, você gosta tanto de filmes.
- Eu não sei, Rose, eu não devo sair sem o Yoongi.
- Você está seguro comigo, Jiminie. Não tem nada de errado.
Como uma cobra, ela fez a minha cabeça e quando eu me dei por mim, tinha enviado uma mensagem para Suga dizendo que eu ia jantar com ela, provavelmente chegaria bem tarde.
*
POV SUGA
Vinte para as cinco. Ele não tinha voltado. Tampouco pensei que fosse. Pensei em quebrar o quarto inteiro, mas eu daria muito prejuízo para o Park Pai. Eu coloquei o sapato e fui buscar o velho no mesmo lugar que havia deixado. Quando ele entrou, seu rosto não foi dos melhores.
- Aonde está Jimin?
- Com Rose. – eu respondi. – Ele não apareceu.
- O JIMIN TÁ COM AQUELA PUTA DE NOVO? – ele gritou do banco de trás.
- O que tem?
- TME QUE AQUELA VADIA ME FEZ GASTAR MEIO MILHÃO COM TERAPIA PRO JIMIN MELHORAR DEPOIS DE TER TRAÍDO E PISADO NO MEU FILHOTE.
- Não posso fazer nada se ele quis ir, senhor.
Um bipe no meu celular. Eu li no semáforo e joguei-o para Park.
“Suga, vou jantar com a Rose. Devo chegar tarde, então não precisa me esperar. Seu, J.”
- Nem fodendo...
- Tentei, senhor.
- Eu não ajudei a fazer isso, não é possível que eu tenha um filho TÃO ESTÚPIDO.
- Me desculpe por concordar, senhor.
Ele disse qualquer coisa, talvez uma maldição. Ele sacou o celular e ligou, quando ele falou eu me assustei.
- PARK JIMIN SEU FILHO DE UMA PUTA O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?
“Pai...”
- EU NÃO SEI COMO VOCÊ CHEGOU AÍ, MAS VAI VOLTAR AGORA MESMO PRO HOTEL. VOCÊ NÃO TEM PERMISSÃO PRA SAIR, PORRA.
“Eu estou com a Rose.”
- QUE SE FODA COM QUEM VOCÊ ESTÁ, DEVIA ESTAR COMIGO AGORA.
“Eu estou no meio de um jantar, pode parar de gritar comigo?”
- VOCÊ TEM MEIA HORA PRA CHEGAR NO HOTEL SE QUISER CONTINUAR RESPIRANDO.
E ele desligou.
- Como eu fui? – ele perguntou para Raphael que segurava o riso.
- Brilhante, senhor.
- Digno de mim, Kwan. – eu concordei.
*
Quarenta e cinco minutos depois, eu estava na recepção tentando convencer a moça que eu tinha que mudar de quarto, mas ela parecia bem decidida no “não”. Eu não iria suportar Jimin com o cheiro daquela mulher, porque ele era meu e eu era o único que podia tocar nele, que podia deseja-lo, que podia... eu tinha perdido a cabeça completamente.
Eu estava apaixonado. V estava certo.
Alguém abriu a porta e ouvi a voz de duas pessoas rindo. Eu não precisava olhar para saber, eu conhecia cada timbre e cada respiração dele, eu podia fechar os olhos e saber exatamente como seu rosto estava só por ouvir a sua voz. Quando eu me virei, todavia, eu senti o chão inteiro sumir. Jimin estava abraçado com a garota, aos beijos. E não era um beijo qualquer, a impressão que dava era que eles se comiam – literalmente. Eu quis tudo no mesmo momento: sumir, explodir, matar ele, matar ela, me matar, eu não sabia mais.
- Eu vou matar esse filho da puta... – eu abaixei a cabeça no balcão e vi Layla se preocupar.
- Yoongi. – ele me chamou quando passou por mim, talvez me vendo só agora. – Viu meu pai?
- Puto com você? Vi, está no quarto.
- Avisa ele que... – eu entreabri os lábios e apertei os olhos. Ele ia dizer o que ia dizer?
- Ele vai ficar comigo. Sabe. À noite.
- Eu não sou seu garoto de recado, Park. Seu pai tá puto com você, se entenda com ele.
- Quebra essa pra mim, hyung.
Eu sorri de lado, meio psicótico. – A única coisa que eu vou quebrar é a sua cara amanhã, se sobrar alguma coisa dela pra isso.
Eu me virei para a moça que estava na minha frente, a recepcionista que se chamava Layla.
- Ok, Layla, eu passo no seu quarto às onze então. – eu puxei seu rosto com suavidade e deixei um beijo nos lábios da recepcionista e pisquei para ela.
Ouvi Jimin subir as escadas pisando alto, puto, furioso, irritado, frustrado. Como eu estava. O que era ótimo, porque a dor que eu sentia era parecida. Era melhor mesmo que ele fosse, se ficasse perto de mim eu teria que explicar porque o filhinho Park foi parar no hospital com fratura exposta. Escorregar no banho não ia colar.
Se eu quisesse realmente saber o que Jimin achava nisso tudo, era essa a hora. Puto ele já estava, só faltava saber o motivo.
- Senhor Min...
- Me desculpa. – eu sorri com o meu melhor sorriso.
*
POV JIMIN
Por que eu estava tão puto com tudo isso? Porque ele disse que passava no quarto da moça da recepção? Eu mesmo tinha dito que ia passar a noite com minha ex-namorada, MAS POR QUE ELE BEIJOU ELA? NA MINHA FRENTE? Eu não devia estar puto, certo?
ENTÃO QUE CARALHO ESTÁ ACONTECENDO COMIGO? Por que está doendo tanto? Por que parece que tem um pedaço do meu peito faltando? Até agora pouco estava tudo bem, dois minutos depois era como se tudo tivesse desabado, um castelo de cartas que eu pensei ser firme. E caiu.
- Jimin, o que foi? – eu entrei no apartamento dela sem ver que tinha entrado. Eu estava meio cego de raiva.
- Eu não quero ouvir a sua voz. Eu preciso pensar.
- Você disse que sentia algo por mim, que queria passar a noite comigo, o que aconteceu?
MIN YOONGI aconteceu. Eu estava sufocando. Tudo isso era muito errado, eu não podia; o ar nos meus pulmões parecia faltar, queria gritar para ver se a dor passava, mas era demais. Yongi. O MEU YOONGI. Ele era meu, certo? Aquele beijo hoje de manhã não era falso, não podia ser. Nada podia. E agora ele ia se encontrar com aquela mulher, no quarto dela. Beijá-la e transar com ela.
- Jimin...
- Quer saber porque eu estou aqui? Por que eu tentei esquecer... alguém que eu não sabia que era tão importante. Eu não posso, Rose.
- Do que você está falando?
- O meu coração é de outra pessoa, Rose. E se eu demorar, nunca mais vou alcançá-lo.
Eu fui até a porta do quarto e a abri, vi Suga dar a volta na chave e abrir a sua. Era perfeito.
-Jimin? JIMIN? – Rose gritava, mas a voz dela estava muito longe.
Meu coração batia nos ouvidos, minha respiração estava acelerada, eu suava sem motivo. Bati a mão na porta e a abri com um estrondo, peguei o braço do mais velho com brutalidade e o joguei para dentro do quarto, trancando a porta logo em seguida.
- Você não ia comer alguém agora? - ele cuspiu as palavras.
- Não. E você também não vai.
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