POV JUNGKOOK
Tae tinha dormido. Seu semblante era calmo novamente, sorria de leve com os lábios rosados entreabertos, ainda deitado sobre meu peito, provavelmente ouvindo as batidas do meu coração que ainda estavam aceleradas. Vê-lo me deixava assim, sua presença me fazia disparar o coração. Com toda a calma, eu saí de debaixo dele e o ajeitei nas cobertas, fui até a cozinha e me deparei com a geladeira cheia de coisas gostosas. Tanto que era difícil escolher o que fazer.
Resolvi fazer ramen, estava frio mesmo e era algo que eu sabia que ficaria bom. Lembrei de Tae dizendo que comia muito, então fiz porção extra; com uma hora já estava tudo pronto e eu coloquei tudo sobre uma bandeja de café da manhã, levando para o quarto. O mais velho ainda dormia. Quis acordá-lo com um beijo nos seus lábios, mas seria errado; cutuquei o rapaz, ele virou o rosto e o seu pescoço ficou totalmente à mostra.
- V... acorda. - eu disse baixinho no seu ouvido, mas ele nem ao menos se mexeu.
Deixei um beijinho no seu pescoço e a pele se arrepiou com o contato, o que me fez sorrir.
- Taetae, seu preguiçoso, acorda. - eu ri e beijei seu pescoço novamente, mordendo de leve. Ele fechou seu braço ao redor do meu pescoço e me puxou para ele, como quem abraça um urso de pelúcia.
Minhas mãos levantaram sua camiseta e encontraram sua barriga trincada, onde eu comecei a fazer cócegas e só então ele acordou, levantou e me derrubou na cama, prendendo meus braços e pernas com as dele, ficando sobre mim. Seu rosto estava um pouco longe do meu, mas eu estava em transe mesmo assim.
- Aigoooo você me acordou com cócegas.
- Você não queria acordar. - eu ri.
Acho que ele se deu conta que estava sentado sobre as minhas coxas e suas mãos prendiam-se às minhas, então tentou se afastar.
- Desculpa, eu não devia ter prendido você assim, me desculpa.
Eu segurei suas mãos, impedindo-o de levantar.
- Se for se levantar, que seja por própria vontade, e não por imaginar que eu achei ruim o que fez.
- Você é um daddy, é claro que achou ruim. É natural achar.
- Não achei, Tae. Você tem uma péssima visão de um daddy, mas eu vou mudar isso aos pouquinhos.
- Kookie...
- Fiz nosso jantar. - eu sorri e o soltei.
- Ramen!!!!!!!!!!!
Ele me soltou e foi até os pés da cama, onde tinha um sofá sem encosto e a bandeja com o jantar.
- Não precisava, Kookie.
- Tem razão. - eu sorri. - E mesmo assim, eu fiz com muito carinho e eu quero que você coma.
Tae voltou para a cama, pegou dois travesseiros e os jogou no chão, na frente do sofá, batendo uma das mãos no que estava do seu lado depois de se jogar nele. Eu me sentei do seu lado e nós jantamos juntos. Não havia mais nada daquele rapaz triste e choroso de mais cedo, ele sorria como se nem tivesse tantos machucados pelo corpo, como se aquela manhã nunca tivesse acontecido.
- O que foi, Kookie? - eu acho que estava encarando demais. Eu sorri de lado antes de responder.
- Seu sorriso. Não faz ideia de como senti falta dele hoje.
- Aish, tá me deixando sem graça.
- Você fica bonito assim também. - eu me virei para que ele não pudesse ver meu rosto sorrindo.
Nós terminamos a refeição e ele me ajudou a lavar a louça.
- Não tenho como agradecer você, Kookie.
- Não precisa, agradecer, Tae. Fique bem, se alimente bem, se mantenha saudável e sorrindo, isso é o melhor agradecimento que eu vou receber.
- Obrigado. - ele sorriu e me abraçou forte. - Por se preocupar.
- É claro que eu me preocupo, e eu nem sei direito porque, mas... – eu o soltei. – eu vou estar aqui quando você decidir como vai levar sua vida daqui pra frente, e vou te ajudar até lá.
- Obrigado por entender.
- Sempre, Taetae. – eu sorri. – Já que está melhor, eu vou voltar para casa. Se precisar de qualquer coisa, me chame.
- Eu vou chamar. – ele sorriu retangular e então eu fui até a porta.
Ele deixou a porta aberta e ficou me olhando por alguns segundos.
- Tae.
- O que?
- Desculpa.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu juntei meus lábios com os dele – o que eu queria fazer há muito tempo. Ele pareceu se assustar, mas não apresentou resistência e mesmo que o beijo tenha sido muito calmo, eu sentia o corpo inteiro absurdamente quente.
- Me desculpa. – eu disse novamente depois de me separar e morder meu lábio que ainda tinha o gosto dele.
- Tudo bem eu... também queria. – ele sorriu um pouco. – Eu vou fazer pizza amanhã no apartamento do Jimin e eu quero te ver lá.
- Eu estarei. – eu sorri e me despedi, caminhando para casa e fazendo um enorme esforço para não pular enquanto isso.
**
POV JIMIN
Rindo? Eu estava passando mal enquanto ouvia novamente o áudio que Suga havia gravado da conversa sem a minha mãe perceber e enviado diretamente aos computadores do meu pai. Eu tinha escorregado no banco do carro e o cinto quase me enforcava, mas eu não ligava com isso.
- Porra, Suga. “Que pena”.
- Tu tá rindo agora, mas se fosse com você ia tá numa situação parecida com a dela.
- Nem ia.
- Ah?
- Tinha te pegado antes. – eu comecei a rir e tive mais um ataque. Eu parecia um bêbado, na verdade e foi isso que Kookie perguntou quando nós chegamos no apartamento.
- Ele cheirou orégano, foi? Que merda você deu pra ele, Yoongi? Eu quero revender isso aí na faculdade.
Suga explicou a situação e deixou o áudio correr novamente. Eu já tinha chorado de rir, mesmo assim ainda tive uns ataques, principalemtne porque a risada de Kookie era contagiante. Ele me trouxe água me fez beber, mas eu quase cuspi tudo quando ele disse “me processe por eu ser gostoso”. Ele devia ser processado mesmo, mas a pena eu fazia questão de aplicar.
Depois de um Kookie rolando no chão de rir, Sakura ligou.
- Yoongi.
“Escuta aqui, se o Park Pai morrer naquela sala com o Namjoon a culpa vai ser de vocês dois, OK? Eles estão rindo há quase uma hora do áudio que vocês enviaram.”
- Você ouviu, Sakura?
“Eu já morri de rir, QUE PENA. – ela riu. – Mas vem cá... usa essa coleira mais vezes, viu.”
- Alguém aqui também gostou.
“Só vai. Aaaaaaaaaah, o biscoitinho mais lindo do mundo tá aí?”
- Oooooi, Sakura.
- Você conhece ela? – perguntei.
- Foi ela que me deu seu endereço, Chim-Chim.
“Biscoitinho lindo, sua irmã. Ela conseguiu a bolsa de engenharia e vai se hospedar com você. Açúcar mais azedinho da minha vida, você está oficialmente despejado para o apartamento do Park Filho.”
- Quem disse que eu quero?
“MEU AMOR, SE VOCÊ NÃO QUER EU QUERO! Não sou essas loucas que dispensa Park Jimin não, querido.”
- Tá se complicando, Sakura. – eu disse e ela gargalhou.
“Bolinho, eu fico feliz que tenha dado certo, mas não acha que ela vai desistir, não. Aquilo é uma naja, me desculpa de dizer isso da sua mãe.”
- Relaxa, Sakura, o Yoongi chamou a sogra de puta mais cedo.
- Quem disse que aquilo é minha sogra?
- Minha mãe, ué.
- Nem fodendo. Acha mesmo que eu quero aquilo como sogra? Pega pra você, ela é sua mãe e pronto.
“YOONGI NÃO RENEGA A FAMÍLIA. ELA TÁ FAZENDO O PAPEL DE RUIM”
- Podia fazer na puta que pariu ela, não é não?
- Yoongi! – eu tentei repreender ele, mas estava rindo também.
- Que foi? Achou ruim pega aqui comigo.
- AH SEU FILHO DA PUTA.
“AAAAAAAAAAEEEEE espera eu desligar! E o menino biscoito não pode ficar ouvindo essas coisas não.”
Silêncio. Kookie pediu o celular com as mãos e eu entreguei para ele. Sua voz ficou baixa e rouca, gostosa.
- Sakura, posso te contar um segredo?
“O que?”
- Eu faço coisas bem piores, você tem que ver.
Era a voz mais gostosa que eu já tinha ouvido, diferente da de Suga. Silêncio.
“VAI PRA PUTA QUE PARIU VOCÊ TAMBÉM, BISCOITO. EU FUI AQUI. BEIJO.”
Tudo aquilo que eu tinha parado de rir, eu voltei. Alguém me socorre, pelo amor de Deus.
- Vai todo mundo pro inferno, viu. Até o novinho ali. – Suga apontou para Kookie.
- Só não puxo a fila porque você tem mais experiência nisso.
E Suga acertou uma almofada na cada dele.
- VAI SE FODER JOÃO BISCOITO. – ele riu.
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