1. Spirit Fanfics >
  2. O Senhor da Chuva >
  3. Capítulo quinze: Dúvidas.

História O Senhor da Chuva - Capítulo quinze: Dúvidas.


Escrita por: AliceDracno

Notas do Autor


Se quiserem me matar, podem fazer fila e, ordenadamente, atirarem maldições da morte ou escreverem meu nome do Death Note de vocês. Ando merecendo mesmo. Como diz vovó, fiz uma presepada grande dessa vez...
Quero agradecer a:
LucyBlackbird;
Azairon,
Pabla. Obrigada pelo comentário no capítulo 13/capítulo anterior. Beijos! <3

Capítulo 15 - Capítulo quinze: Dúvidas.


O silêncio reinou. Light nada disse, Ryuk permaneceu apenas observando Light. A sensação do fracasso... era terrível na boca dos outros. Jamais haviam sentido aquele sabor ruim tão forte como sentiam naquele momento. Ignorando os olhares atordoados dos que já se encontravam ali, se sentou. Os dados que pediu para Mogi conferir apareceram no computador dele. Abriu o arquivo quando os outros foram buscar seu pai e sua irmã.

Passando os olhos por cima, apareceu imagens de várias pessoas, inclusive do homem que levou Souichiro para o avião. Metade dos passageiros tinham ligações com a máfia russa, somente um tinha ligações intimas e já havia trabalhado como assassino da máfia. Alexei Strauss. Não tinha dúvidas sobre assinar o nome dele no Death Note.

Seu corpo estava mais do que cansado, precisava se jogar na cama e dormir. Os segundos seguintes se arrastaram como numa eternidade. Nada de Mogi aparecer com Sayu e seu pai. Enquanto isso, ficava na presença incomoda e silenciosa de Ryuk, escrevendo nomes no Deaht Note disfarçadamente.

—Light? —Souichiro chamou pelo filho. Light ergueu o olhar, guardando o caderno de volta no compartimento interno de sua mala. Light ficou de pé e saiu do quarto, indo para a sala. Seu pai havia se jogado no sofá, tirando a gravata, Mogi estava ao lado de Sayu, acuada. Assim que viu o irmão, ela correu em sua direção, abraçando-o com força.

Light sentiu as lágrimas de Sayu banharem sua camisa, o choro dela foi muito alto. Ele apertou a irmã entre os braços e pensou se conseguiria matá-la se assim fosse necessário. Não, Sayu era sua bonequinha, sua irmãzinha, jamais conseguiria matá-la.

—Estou tão aliviado que você está bem —sussurrou no ouvido dela, afagando sua cabeça. Sayu enfiou o nariz no pescoço do irmão e, fungando, perguntou:

—Onde está a Misa-chan? —Light engoliu em seco e respondeu:

—Misa não foi sequestrada pelas mesmas pessoas que te sequestraram. —Os braços de Sayu lentamente foram se soltando de Light. Os enormes olhos castanhos dela ainda estavam marejados e vermelhos quando ela olhou-o seriamente. A pergunta dela era inevitável:

—O quê?

—Você foi sequestrada por um homem que se intitula Mello, já Misa foi pega por outro homem, conhecido como Beyond —Sayu baixou a cabeça.

—Você vai atrás dela, não vai?

—Sim, você foi prioridade, mas vamos atrás de Misa. Aliás, Aizawa já deve estar chegando com o que eu pedi para ele trazer —Souichiro e Mogi olharam para Light. —É sobre o primeiro orfanato aberto por Watari, pedi que ele me trouxesse informações sobre ele e os órfãos que moram e moraram lá.

—Para quê? —Souichiro perguntou.

—Tendo um rosto podemos ter por onde começar, além disso, não confio plenamente em N para ter certeza sobre o que ele me disse. E se não for um sucessor de L, mas sim alguém ligado ao Kira? Temos que confirmar o que ele nos disse. —Mogi e Souichiro assentiram. —Aliás, Mogi, a pesquisa que te pedi deu resultados, sei o nome do homem que sequestrou o avião e você, pai —Sayu se sentou na poltrona mais afastada, ficou observando a rotina deles. —Ele é da máfia russa, Alexei Strauss. Se o nome dele não tiver sido escrito no caderno pelo tal Mello ou um subordinado dele, podemos conseguir maiores informações com ele.

—E o localizador que colocou no caderno, Light, já pode ativa-lo? —Mogi perguntou.

—Não posso ainda —coçou a cabeça. —Só o ligarei quando tiver absoluta certeza de que eles não desconfiam de nada, assim quando for passado por máquinas que possam detectar localizadores, ele não vai ser identificado.

—Inteligente —Sayu sussurrou, mesmo não entendendo que tipo de ligação havia entre seu sequestro, um caderno e a máfia. Talvez pudesse ser um caderno com números e notas da máfia russa que estava em posse da polícia japonesa sabe-se lá porquê.

—Light, acha mesmo que N pode estar mentindo para nós? —Perguntou Mogi.

—É sempre bom temos total conhecimento sobre com quem estamos lidando —Light sussurrou. Bateram na porta, tensos, todos olharam para ela. Mogi pegou sua arma e segurou firmemente, abriu a porta e por ela entrou Matsuda e Aizawa. —Matsuda, Aizawa.

—Oi, gente —Matsuda coçou a cabeça. —Oh, Sayu, que bom ver você bem! —Matsuda caminhou em direção a moça, sorrindo para ela.

—Matsuda, eu  gostaria que levasse Sayu para casa e cuidasse dela e de minha mãe. Pegue o helicóptero e vá com ela para casa —Light pediu. Matsuda encarou a todos antes de responder:

—Tudo bem, Light, só isso?

—Tome cuidado —pediu. —Amanhã de manhã nós estaremos voando de volta para casa. —Matsuda e Sayu assentiram. Antes dela sair, calma demais para quem havia acabado de ser sequestrada, ela abraçou o irmão e o pai. Souichiro apertou bem sua garotinha entre os braços, aspirando o cheiro dela. Plantou um beijo na testa dela e deixou-a ir com Matsuda.

—Light, pedi para que me enviassem todas as informações sobre Wammy’s House para seu computador.

—Aizawa, como foi que chegou aqui tão rápido? Não tinha pegado o voo para Los Angeles?

—Não, Light me informou do sequestro do seu avião, chefe, antes deu pegar o voo de Los Angeles.

—Quando as informações sobre tal orfanato vão chegar? —Light perguntou, massageando a têmpora esquerda.

—Dentro de dois dias, segundo a Scotland Yard —Light se jogou no sofá, apoiando a cabeça no apoio de costas e fechando os olhos bem forte.

—Ótimo, enquanto as informações não chegarem, podemos ter uma folga. Vou pensar em como recuperar o caderno e em como ter Misa de volta.

—Presumindo que ela ainda esteja viva, não é? —Mogi foi pessimista, tocando no assunto que N havia dito. —Bem, o tal sequestrador dela não é exatamente a pessoa mais normal do mundo. N mesmo disse que ele é um assassino que estava preso em Los Angeles.

—Já notou a obsessão deles com Los Angeles? —Aizawa perguntou.

—Gostaria mais de saber como N soube que Mello iria propor a troca fora do país. Ou como ele pode apostar tão alto na morte de Misa —Souichiro desentalou da garganta as perguntas que engasgavam Light. Ouvindo elas de outra pessoa, uma resposta plausível surgiu em sua mente. Não, duas respostas plausíveis surgiram em sua mente:

—Duas coisas me vêm à mente quando você diz isso, pai —caminhou até o frigobar e pegou uma garrafinha d’água. —A primeira é que N conhece Mello e Beyond o suficiente para antecipar seus atos —abriu a garrafinha e tomou metade dela em três goles antes de prosseguir: —A segunda é que eles estão atuando juntos, só se dividiram para conseguir nos cercar ou cercar Kira, ainda não sei ao certo.

—É bem provável —Aizawa disse.

—Acho melhor nos aprontarmos para dormir —todos assentiram. Light olhou para todos e completou: —Vou tomar um banho, qualquer coisa me chamem.

Naquele hotel havia uma banheira de tamanho médio. A pôs para encher. O vapor da água subiu, fazendo o espelho embaçar, seus olhos consequentemente ficaram borrados no reflexo. Light se lembrou mais uma vez de L, se sentia emaranhado numa teia de jogos criada por ele. Era como lidar com L. Só que, dessa vez, estava encurralado de uma forma que ainda não havia entendido como proceder.

Os garotos que estavam atrás dele, os tais sucessores de L, eram bons. L treinou todos com maestria, mas o que mais esperar dele? L era brilhante, foi o intelecto dele que fez Light se apaixonar. Aquele amor louco e desproporcional que causou tantos imprevistos e dores. Matar a pessoa pela qual alimentou sua primeira paixão era terrível. Terrível e necessário, valia ressaltar.

A dor no peito ainda estava lá, como Sayu disse que estaria. Junto da neve que caia, as lágrimas de Light desciam pelo ralo da pia, seguindo para o negrume total do esgoto. Seus músculos tensos e a mente em pane estavam ainda mais doloridos graças a sensação de perda que se abatia sob Light sempre que se lembrava de L.

Antes de dormir e durante os banhos, o estudante se lembrava de L com precisão. Bastava fechar os olhos, se concentrar um pouco, e a primeira imagem formada era ele. O rosto fino, o nariz alto, os cabelos bagunçados, as olheiras que circundavam os olhos negros e caídos, a boca fina e pálida, o branco mórbido que tingia sua pele. As desleixadas roupas largas, cujo guarda-roupa de Ryuuzaki parecia consistir. O cheiro doce de seu hálito e o perfume masculino que ele usava. Um perfume amadeirado misturado com um toque de almíscar e café, que provinha do suor do viciado em cafeína e doces.

As maneiras estranhas de falar, agir, comer e ficar. Até a irritante infantilidade e péssimos modos à mesa eram atrativos na visão de Light. A peculiaridade de L era charmosa.

A banheira encheu, Light fechou a torneira e deixou as roupas caírem no chão. Enfiando-se na água e sentindo ela lhe abraçar, não pode evitar pensar como seria sentir os braços de L lhe circundando, como seria os lábios vivos dele beijando os de Light. Será que o detetive perdoaria o estudante por ele ser Kira? Será que aquele amor poderia sobreviver ao fato de Light ser, aos olhos de L, um assassino que merecia a pena de morte?

Nunca saberia.

De qualquer forma, ele já tinha um plano B e estava pronto para colocá-lo em prática assim que o localizador fosse acionado. Era previsível e sabia que eles saberiam sobre o localizador, contudo isso não era tudo do plano. Só ele sabia o resto do plano, e por conta dos riscos de estar sendo vigiado por N, não falaria a ninguém o que era. Saia de cena Light Yagami e entrava em cena Kira.

—O jogo começou, meninos, e ele vai ser divertido.

(...)

 

 A manhã seguinte chegou e com uma atípica nevasca que cobria toda a cidade. Quando Misa acordou, dolorida e sem saber onde estava, notou que não estava mais no porão. Primeiro porque estava aconchegada numa cama fofa e quentinha, segundo porque sentia o vento frio e a luz do sol entrarem pela janela. Estaria num quarto?

Levou as mãos desamarradas ao rosto, ao constatar que não estava com nenhum tipo de venda, entrou em choque. O que aquilo significava? Ao ser redor, Misa não sabia onde, uma porta se abriu, saltos batendo contra o chão se aproximaram. A loira se encolheu na cama e perguntou amedrontada:

—Quem está aí?

—Sou eu, Misa —a moça chamada de A murmurou. —Desculpe-me o mal jeito, mas tivemos que cegá-la —uma lágrima caiu pelo rosto da modelo. Era verdade, então estava mesmo cega. Não servia para nada, nada na missão de Light.

—Por quê?

—Porque não posso deixar Light Yagami vencer, Kira não pode sair impune.

—Por que tem tanta certeza de que Light é o Kira? —Gritou ela, apertando a colcha entre os dedos. A suspirou.

—Porque eu tenho —se aproximou e deixou uma bandeja de comida na frente de Misa, Amane sentiu o cheiro da comida e a cama afundar ao seu lado. Revoltada, jogou ela longe, quebrando tudo. Começou a gritar:

—Light não é Kira! Eu não sou o segundo Kira! O que você está fazendo é ridículo! Quando o Light-kun vier salvar a Misa você vai pagar! Light-kun é filho de um policial, você vai ser presa! Você e seu amiguinho psicótico! Você vai morrer na cadeia! Misa não é Kira!

—Pare de gritar, srta. Amane, não há necessidade alguma disto —pontuou a moça. —Gostaria de lhe dizer que nada que você possa dizer vai mudar nossas certezas. Como eu disse, eu vi você usando o caderno. Em 8 dias vamos descobrir se a última regra é real e, assim, só vamos comprovar que você é o segundo Kira, pois temos fotos de você usando um dos cadernos. Assim que seu álibi cair por terra, você e Light Yagami é que vão para a prisão receber a pena de morte, não eu e BB —o barulho de um tapa ecoou por todo o quarto.

Amaya levou a mão para onde levou o tapa e suspirou. Olhou a face banhada em lágrimas e desespero da loira. Suspirou novamente, aquilo havia se tornado um hábito desde que chegou ao Japão. —Não deveria fazer isso.

—O que você pode me fazer? Misa já foi cegada! O que mais você e BB podem fazer com Misa? Ahn? —Gritou, esperneando firmemente. A cama começou a balançar para frente e para trás com a birra da loira. Amaya desceu da cama e negou com a cabeça.

—Eu não posso controlar tudo o que BB faz. Quando ele ver a marca de sua mão no meu rosto, não tardará para você descobrir do que ele é capaz —colocou a mão na maçaneta da porta. Antes de sair, ouviu Misa gritar mais obscenidades e completar:

—Light-Kun vai pegar vocês dois e prender! Light-kun já deve estar chegando atrás de Misa! Quando ele prender vocês, Misa vai rir muito! Porque o Light-kun ama a Misa! —Era claro demais quanto ela queria acreditar naquilo. Amaya suspirou e riu. Aquele misto de coisas também havia se tornado um hábito difícil de se livrar.

—Seu Light-Kun não te ama, só te usa. E você sabe disso —houve uma pausa para o grunhido de Misa. —Com você cega, sem seus olhos de Shinigami, do que você serve para ele? Nada.

—Light-Kun ama a Misa! Light-kun ama a Misa! —Repetiu, como um mantra. Levou as mãos às orelhas e as apertou com força, tentando não ouvir o que viria depois:

—Ele te trata mal e te manipula, ele mataria você se isso significasse que isso aumentaria as chances dele de continuar sendo Kira. E mesmo ele te tratando como lixo, você acredita quando ele te ilude dizendo que é amor —Misa chorou mais. —Se fosse ele te amarrando e cegando, te sacrificando pelo jogo psicótico que ele criou, você ainda acreditaria que ele faz isso por amor a você? Se ele entrasse por essa porta e fizesse com você coisas terríveis, as coisas terríveis que BB vai fazer com você, e logo depois dissesse que te ama, você acreditaria que é amor? Ainda que ele te trate como lixo, você acreditaria que é amor?

—Sim, porque Light-Kun ama a Misa-Misa como Misa-Misa ama Light-Kun —Amaya riu da grande ilusão a qual a menina fora amarrada. E o pior era ver a loira se agarrar a essa ilusão como se dependesse dela para viver. Na verdade, Amaya desconfiava que a sanidade de Misa dependia exatamente disso.

—Você nunca amou ou foi amada de verdade na vida, Misa, por isso acha que isso é amor. Contudo, isso na verdade é uma doença.

Ela fechou a porta depois de sair. Misa gritou e enfiou a cabeça no travesseiro, chorando. Por mais que não acreditasse numa só palavra que ela dissesse, tudo o que A disse ecoava na cabeça de Misa, como uma acusação.

 

(...)

 

BB terminava de fazer o café. O espaço a cozinha era enorme e branco do chão ao teto. Os armários cromados e as panelas vermelhas eram as únicas coisas que se destacavam no preto e no branco da cozinha. BB fazia parte dos tons de preto e branco. Vê-lo com a rede de cabelo para cozinhar era engraçado e observar suas habilidades com facas e utensílios de cozinha era divertido.

Fritava ovos no ninho, com pão de forma feito em casa. Fisgou uma maçã na fruteira e começou a comer observando o amigo.

—Por que diz a ela que quem cozinha é você? —Mastigou e engoliu.

—Ela não aceitaria comida vinda de você, isso você pode ter certeza.

—Como foi a reação dela a cegueira? —Estava com aquela típica curiosidade sádica. Fitou a grande janela da cozinha, a neve tingia a paisagem de um branco abissal.

—Jogou a comida longe e perguntou porque, esperneou e fez birra, dizendo que Light Yagami vai entrar aqui montado num cavalo branco, enfiado numa armadura de ouro reluzente e salva-la de nós, nos levando a cadeia —BB riu, gargalhou de verdade. Pela irmã ele até faria isso, BB suspeitava que ele faria aquilo por L também, mas jamais entraria ali por conta de Misa, uma peça descartável do tabuleiro.

—Gostaria de ter visto o show —apalpando a bochecha, olhando-se no espelho do micro-ondas, soltou um som de desdém que desmentia isso. Beyond se virou, ela olhou para ele. O azul dos olhos dela fixara-se no vermelho dos dele. Ele torceu as sobrancelhas e foi virando lentamente a cabeça para esquerda. Ela notou o avental rosa escrito: Beije o cozinheiro. Quase riu da ironia.

Distraída, não reparou que ele ergueu seu queixo para si, virando o rosto para ver o tapa.

—Não é nada demais.

—É tudo demais —retrucou, de semblante fechado.

—Ela entrou em desespero, já esperava uma reação assim —advertiu. Ele tocou o lugar arranhado pelas longas unhas da modelo. Segurando o rosto de Amaya entre as mãos, ele a beijou no nariz. Era curioso como BB mudava quando se tratava de A. Principalmente pelo fato dela o obrigar a tomar os remédios. 

—Tudo bem —ela sabia que ele disse o tudo bem para que ela não ficasse preocupada com ele a matando. Se virou para os ovos e colocou-os num prato. —Pegue o suco de laranja na geladeira, sim?

—Sim —sussurrou, pegando a jarra de suco. —E BB, não a mate ou machuque muito. —Saiu da cozinha. Ele abriu um sorriso psicótico. Adorava como se entendiam apenas em gestos e olhares.

 

(...)

 

Dois dias, haviam se passado dois dias. Finalmente as informações pedidas por Aizawa chegaram em suas mãos. Não que a Scotland Yard tenha conseguido muita coisa sobre Wammy’s House, porém era mais do que a internet dizia. Aizawa e os outros estavam sentados ao redor da mesa de centro, Light era o único sentado na frente do computador.

—Wammy’s House não é um orfanato comum —ele começou. —É uma escola para gênios, no intuito de encontrar um sucessor de L. Parece, também, que o mais propenso, atualmente, a suceder o L é um garoto chamado Near —ao terminar, Aizawa olhou em direção a Light.

—Será que N é Near? —Matsuda perguntou.

—Como assim atualmente? —Light e os outros ignoraram a pergunta de Matsuda, graças a informação obvia da resposta.

—A mulher que a Scotland Yard interrogou disse que Near não era o primeiro na linha de sucessão. Havia, a um tempo atrás, uma garota conhecida somente como A, de acordo com ela, A era a sucessora de L se não tivesse cometido suicídio. E antes de Near ainda estava o tal assassino BB, só então vinha Near —Ide respondeu. Ele era o mais novo membro da força-tarefa.

—Encontraram algo sobre Mello? —Light se virou completamente para eles.

—Sim —Matsuda respondeu. —Ele é muito inteligente também, mas sempre ficou atrás de Near e os outros. Havia mais um, que vinha atrás de Mello, que atende pelo nome de Matt —todos olharam com expectativa para o atual L.

—Não tem erro, Near é o N, o atual líder da SPK —ninguém ficou surpreso. —Agora nos resta saber se Mello e Matt estão juntos contra Near e Kira, ou se os três estão juntos contra Kira.

—Tudo bem —Ide coçou a nuca.

—Vocês conseguiram fotos? —Light perguntou.

—Não, só desenhos que A fez de quando eles eram crianças —Ide estendeu os desenhos a Light. Eram todos eles juntos. Na esquerda, uma menina com um livro enorme no colo e um urso por cima. Ela tinha cabelos curtos e negros e grandes olhos que não haviam sido pintados, indicando serem claros. Ao lado dela, um garoto baixinho, de cabelos brancos e olhos negros, vestindo roupas idênticas a de L. Ao lado dele, um garoto com cabelos tingidos de cinza escuro, usando uma roupa listrada e jogando o que parecia ser um gameboy, ao lado deste, um de cabelos tingidos de cinza claro, devia ser loiro, comendo uma barra de chocolate. Por último, mais atrás, encarando A, dois desenhos muito parecidos. Olhando assim, Light não sabia qual dos dois, o mais alto ou o mais baixo, era L.

—Da esquerda para direita são: A, Near, Matt, Mello, BB e L —Mogi quem respondeu. Deixando o desenho sobre a mesa do computador, pegou os outros arquivos conseguidos pela Scotland Yard.

—O que são essas pastas? —A pergunta de Light foi respondida por um constrangido Matsuda.

—São os casos resolvidos por eles. Eram conhecidos por toda Inglaterra como Os Garotos de Wammy’s House. A taxa de resolução de casos deles, com as idades entre 6 e 12 anos, eram de 100%. Todos os casos que eles pegaram, mesmo sendo crianças muito pequenas, foram resolvidos com maestria e recorde de tempo. A taxa de resolução deles com 6 anos é muito maior que a do nosso distrito inteiro! —Matsuda estava atônito e muito constrangido.

—E diz mais, a menina, A, junto com Matt, descobriram uma fraude dentro da Scotland Yard quando, ela com 8 e ele com 7, invadiram o servidor deles por não terem o que fazer e estarem entediados —Ide declarou, também coçando a nuca constrangido. Light, mesmo não querendo, ficou bastante surpreso.

—Certo, só temos isso sobre? —Eles assentiram de leve.

—Pedi para a polícia de Los Angeles mandar para nós as fotos dos crimes do tal BB, ela respondeu que amanhã pela manhã receberemos tudo o que eles têm sobre.

—Bom trabalho, Ide —Light elogiou a ideia dele. Matsuda ficou constrangido, foi o único que mal moveu uma palha para ajudar.

—Light, onde está o chefe?

—Com Sayu e minha mãe nas montanhas.

 

(...)

 

A noite caiu rápido, depois do café, nenhum dos dois visitou Misa Amane. Na sala de jantar da cobertura, tendo uma lida vista de Tóquio, uma mesa posta para três. Amaya se sentava numa das cadeiras estofadas, educadamente esperando BB chegar com o jantar. Ela olhava os flocos de neve caindo gentilmente lá fora.

—Você sempre gostou do inverno —BB declarou, servindo os doces na mesa. Mousse de maracujá, bolo de chocolate, torta de morango e outros variados doces que eram do gosto do convidado. Ela concordou. —Por quê?

—Sempre combinou com minha personalidade —roubou um morango com chantilly. —A melancolia dele combina com a minha. Inverno nevado tem aparência de infância. Desde que sai de Wammy’s House eu visitei apenas países quentes ou partes de países onde não neva.

—Por onde esteve? —BB estava curioso.

—Egito, Grécia no verão, Caribe e Brasil, como já te disse. Os últimos dois anos de minha vida foram no Brasil. Ótimo país, culinária excêntrica, contudo tem uma política incorrigivelmente corrupta. Incrível como um país tão bonito como aquele pode ser guiado por políticos tão sujos —roubou outro morango.

—Ele está demorando —BB mudou de assunto. Era impaciente, batucando o pé no chão com força.

—Já disse, ele é uma criança sem Watari por perto —BB riu.

—Mas para um homem morto, até que você anda bem rápido, Lawliet —ali estava ele, parado na entrada da cobertura —Como é a vida após a morte?

—Sem doces —murmurou, sentando-se na única cadeira vaga.

—Ainda não acredito que você e A estão enganando todos nesse joguinho —BB serviu-se de chá e torradas com muita geleia de morango.

—É necessário —L tirou do bolso um pedaço de papel amassado com doces o sujando. —Aqui, tomem —entregou o papel primeiro para A, depois para BB. O papel dizia: não se assustem. Quando olharam para trás de L, A gritou de susto, quase caindo. BB abriu um enorme sorriso e riu, gargalhou.

—Isso não pode ser verdade —sussurrou baixinho para si. Ali estava um enorme ser cinzento com olhos caídos. Um Shinigami.

—Por que não? Você o vê —L respondeu, comendo o mousse. —B, pode me passar a calda de chocolate? —BB parou de rir um pouco e entregou o chocolate a ele.

—Eu sou BB, muito prazer, senhor Shinigami —continuou rindo, olhando para o ser. —Aceita um doce?

—Meu Deus —sussurrou ela, atônita. —Como?

 —Eu não escrevi o nome dele no Death Note —Rem pegou um pedaço de chocolate oferecido por BB.

—E eu tomei a mesma droga que você usou para forjar seu suicídio. Quando o fiz, torci para que Rem cumprisse com sua parte no acordo e não me matasse, havia apenas 20% de chances de eu não sair morto.

—Não estou perguntando isso, babaca, que você estava vivo eu já sabia, esqueceu? —Gritou com L. —Estou perguntando como é possível um Shinigami estar aqui!

—Quando um Death Note cai no mundo humano, é função do Shinigami dono dele vir para o mundo e seguir quem o possui. Misa Amane, atualmente, possuí meu Death Note. Contudo, ultimamente, andei seguindo L —Rem explicou.

—Inacreditável —murmurou.

—Pois é, surtei no início também, agora pode me passar o açúcar —ainda desconfiada e encarando o dito Shinigami, entregou o açúcar para L.

 

(...)

 

Mello finalmente teve tempo sozinho para continua sua narração sobre os casos BB. Tanto tempo depois e as tudo relativo ao o caso ainda pareciam, para muitos, coberto por névoas. Ainda mais a ligação entre Kira e BB. Ou a ligação imaginária feita por Mello, isso não estava tão bem nítido na mente dele.

“ [...] A questão mais intrigante para mim, foi como a polícia não notou que a terceira cena do crime havia sido levemente mexida, dias depois quando retornaram ali. Naomi Misora esteve lá por L. Eles conversaram sobre os crimes, ele pediu a ela uma opinião sobre o assassino. Pediu que ela tirasse conclusões diferentes dos outros policiais. Ela, muito provavelmente, instigada por L tocou os buracos onde nas paredes onde as bonecas vodu estiveram, para sentir. Ela sacou as fotos dos crimes a as comparou, ali dentro, na sala onde a mulher de 26 anos foi morta. Ali, ela viu tudo com olhos mais clínicos do que policiais e chegou a conclusões psicológicas que eu, particularmente, acho um tanto mais expressivo do que todos os membros dos departamentos envolvidos legalmente.

Cada uma das fotografias mostrava aspectos das cenas dos crimes. Ela se focou nas marcas de corda que apareceram no corpo da primeira sob a luz da sala de autopsia. Um azul morto e nojento, como eu mesmo conferi tempos depois. Foleou as fotos até chegar nas fotos da mulher encontrada naquela sala: uma poça de sangue, bonecas de porcelana, como anjos cruéis, circundando o corpo, três ao todo. Os braços estendidos... se ela encarasse por muito tempo, sabia que veria no reflexo do sangue o terror da cena para a vítima. É sempre assim.

A próxima folha foi a da necropsia dela. Os cortes pareciam não ter ordem, começavam num lugar e o traçado grosso terminava sem indicar, aparentemente, nada. Segundo o relatório da necropsia, esses cortes foram feitos nos minutos finais. Deve ter sido nessa hora, quando ela baixou as fotos, que L disse:

—Vire de lado —e ela obedeceu. E quando ela virou, aquele quadro desconexo fez sentido. Um B estava ali. O queixo dela pode ou não ter caído, mas tenho certeza de que ela ouviu o som da língua de L batendo no céu da boca dele. Ele perguntou o que ela achava do assassino. Ela reanalisou todas as fotos, agora com o olhar mais crítico, antes de responder. Porque a hipótese sussurrada por L de que ele poderia ter colocado deliberadamente coisas ali que indicassem quem ele era, começou a ser validada.

Ela usou a velha ideia de que quando um assassino desfigura a vítima até certo ponto, significa ligação emocional com ela. O problema era que isso poderia ser aplicado as três vítimas, já que foram ataques violentos. E a única outra coisa que sustentava essa hipótese era de que o assassino queria encobrir uma das mortes, por isso cometeu as outras para que pensassem estar lidando com psicopata serial killer.

O que foi descartado, é claro. E quando ele disse que haveria um quarto, e até um quinto homicídio, quem sabe, e ela ficou em choque. Quando perguntado porque, ele respondeu: —Baseado no número de bonecas nas cenas dos crimes. Elas estão diminuindo até findar-se em um. Uma a menos em cada crime.

Tudo bem, na verdade seriam duas, porque seria uma de porcelana e uma Wara Ningyo. Mas isso não é o principal. Consta nos autos, depois que a agente foi interrogada sobre e teve que fazer o relatório, que naquele instante ela insistiu em sua teoria de que as vítimas eram meio de ocultar a verdadeira vítima. Veio em sua mente, disse ela, que a cada novo crime, mas problemas surgiam, porque outro departamento se envolvia, e menos nítido ficava quem era a verdadeira vítima. O risco de ser pego por múltiplos assassinatos era grande, mas menor do que de ser pego por um só, pois teriam que dar motivos para que tal pessoa viesse a matar indiscriminadamente. Em resumo, numa mente perturbada e sem nada a perder, aquilo vali a pena.

Vendo por aquela perspectiva, haveria mais dois assassinatos. E segundo L, eram mais de 90% de chances, muito mais do que suficiente para que ele se agarrasse a essa hipótese, como verão mais para frente, na nossa história principal. Ele explicou a nossa agente rebelde que achava, na verdade, que haveria apenas mais uma cena do crime. Disse que algo impediria o assassino e que as chances do quinto crime realmente acontecer eram de 30%. Todavia, haveria sim, com quase 100% de certeza, uma quarta vítima.

O fato que fez Naomi corar com sua própria estupidez, foi quando ele disse que, dificilmente, ele mataria alguém quando as bonecas chegassem a um de cada, comprometendo o andamento. Porque, tecnicamente, a última vítima deveria marcar zero, mas ainda haveria uma de cada boneca que deveria ficar nas cenas. Elas eram parte do ritual, um ritual tão importante quanto as mortes e que as ligava, e que não poderia ser quebrado. Ou o assassino não percebeu seu erro, ou ele o fez deliberadamente. Descobrirão mais adiante. Agora, o que vocês têm que saber, é como ela sublinhou com força o que L disse depois disso: não haveria mais nenhuma morte, não com ele envolvido.

Orgulho, presunção, confiança ou seja lá o que for, ele tinha razão em colocar daquela forma. Vocês devem ter voltado a ter pensamentos conflitantes, não é? Porque, no prólogo, eu disse que o importante era que BB veio para matar cinco vítimas, e agora viu que L ressaltou que pararia ali. Acham que L errou, não é? Como eu também já disse, não coloque a carroça na frente dos bois.

Como ele disse para ela, e para todos nós de Wammy’s House uma vez, era para tratar aquele caso como se fosse uma partida de xadrez no gelo. E a analogia é verdadeiramente imposta nesse caso. O maior detetive revelou a agente que BB – até então intitulado apenas como Assassino – havia mandado uma carta para a polícia de Los Angeles dizendo onde seria o primeiro crime. Ele avisou que ia matar, usando uma charada tão difícil quanto as charadas de Zodíaco. Esta, em questão, foi resolvida por L, mas também poderia ter sido pela falecida A, por mim, Near ou Matt. Era o tipo de coisa que somente L e seus sucessores poderiam resolver em tempo de impedir os tais assassinatos. Vejam bem, BB, mesmo ensandecido e afundado numa mente esquizofrênica que passou por TEPT, ainda dava dicas de quem ele era, aparentemente, esperando a pessoa certa e com a pretensão de ser pego. Seria essa carta um convite a L para a brincadeira ou uma parte da mente ajuizada dele queria que ele fosse pego antes? Apenas se sentando com ele e conversando para saber, porém, todos os psicólogos, psiquiatras e médicos que ficaram com ele por mais de um dia deixaram o caso alegando que era demais.

De qualquer forma, veja bem, qualquer que seja a sua hipótese no momento, ele se afirmou como assassino. Nenhuma carta foi mandada após essa, ou pelo menos nenhum policial teve registro das ditas cujas depois dos assassinatos se iniciarem. As mensagens estavam ocultas nos crimes. Entre as bonecas e o ar sombrio, escondiam-se as respostas que outros ignoraram porque eram mais difíceis de se entender do que as bonecas. E enquanto Naomi Misora procurava pelas respostas que ainda poderiam estar ocultas dentro do quarto, ela começou a conversar consigo mesma – consta no relatório – e chegou a brilhante conclusão de que ele queria era uma brincadeira. Começou com uma charada séria e terminou numa brincadeira sádica. BB não queria – realmente não queria – vencer os policiais e os investigadores com sua esperteza. Não. O que ele queria, naquele ponto, era brincar, zombar dos policiais. Dizer que eles estavam abaixo dele e que venceria não porque era demasiado esperto, mas porque eles que eram demasiado burros.

Ele não evitava ser pego. Acreditava que não seria, piamente acreditava que não seria pego. Nem por um segundo pensou que seria pego. E novamente, as nuances das mentes com problemas psicológicos graves, não permite que qualquer um saiba com exatidão se ele queria ser pego e por isso agia, ou se ele realmente acreditava, no auge de sua psicose, que estava acima do bem e do mal e por isso não poderia ser pego.

Havia sim uma mensagem oculta naquele quarto. Sabendo disso, o que faltava? O inquilino.

Segundo o mesmo relatório, outro estalo surgiu em sua mente e ela pegou novamente as fotos. Quando pegou a foto onde havia um B desenhado, ela entendeu porque tive – e os policiais continuaram tendo – dificuldade para ver que era um B. Emendado a letra B, havia um L. Um L que imitava a fonte que o detetive usava. Era um chamado.

O assassino claramente dizia que somente L o pegaria. Chamava L para uma brincadeira mano a mano.

Desse relatório, só vale ressaltar mais uma coisa: o homem que com ela topou logo após ela tirar todas essas conclusões. Cabelos negros e desgrenhados, pele extremamente pálida. Era alto, seus olhos escuros eram grandes, injetados de sono e com grossas olheiras roxas. Usava Jeans largos e blusa branca desbotada de mangas longas, seus sapatos não estavam amarrados e sua postura era desleixada. Ele era desleixado. E ele, completamente imperturbável enquanto ela sacava, supostamente, uma arma, disse: —Prazer, pode me chamar de Ryuuzaki.”

 

Encerrou o capítulo, um pedaço de chocolate ainda na boca. Seus dedos doíam após ele ter escrito aquelas 1508 palavras. Alongou o corpo, tirou os papeis da máquina de escrever e colocou dentro da gaveta trancada. Saiu.

               

(...)

 

 A missão dada a Ryuk por Light – cuja ele só cumpria porque o jovem disse que as pessoas ali iriam fazer o pacto dos olhos – era relativamente chata. Levar um caderno falso para uma determinada pessoa e levar o caderno verdadeiro para outra. Naquele momento, o maior desejo de Ryuk era conseguir prever o que Light pretendia com aquilo. Porque nada plausível passava pela mente do Shinigami. Nada.

Ao chegar na casa da menina, ele entrou pela janela bem quando ela estava no computador, digitando fervorosamente uma crítica a favor do que Kira fazia. Contudo, ela dizia não idolatrava Kira como tantos outros, não o seguia como se ele fosse Deus ou algo do tipo. Ela apenas o enxergava como um super-herói que recebeu poder para punir os criminosos.

Quando o Death Note caiu sobre seu colo, ela se levantou nervosa e mandou a cadeira giratória longe. Encarou o caderno negro no chão de seu quarto e, após cinco minutos, o recolheu. Assim que ela o fez, Ryuk disse:

—Leia o envelope —ela se virou para ele, as tranças ruivas voando ao redor do corpo. Ela largou o caderno e levou a mão a boca, reprimindo um grito apavorado.

—Aí meu Deus —sussurrou. —O que você é?

—Um Shinigami —a forma como ela truncou o nariz, fez o Deus da morte revirar os olhos. —Um deus da morte. Agora, se quer mais explicações, leia o envelope que está dentro do caderno.

Ainda desconfiada, ela abaixou, olhando o shinigami de soslaio, e pegou o caderno. O envelope pardo caiu. Depois de abrir e ler o que nele dizia, suas feições ficaram emblemáticas e sérias.

—Kira mandou você —ela afirmou, um leve brilho no olhar. —Ele me escolheu como uma pupila —Ryuk somente riu. —O que é esse caderno e o que é esse acordo dos olhos? —Ryuk se espantou em saber que Light não explicou a ela. Porém, talvez, ele achasse que ela levaria mais a sério a palavra do Shinigami do que as de um desconhecido num papel. E depois de uma breve explicação, ela sorriu. —Quero fazer o acordo, Ryuk. 


Notas Finais


Podem me matar, se quiserem, xingar muuuuito. Eu mereço. Até sábado, pessoas!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...