História O Silêncio do Seu Amor - Primeira derrota, Festa e Pedido

Três dias haviam se passado depois da luta, esta que no qual Jeongguk perdera de forma humilhante, pois jamais esperava que iria perder uma luta. Sánchez vinha dizendo desde o dia da luta que era normal perder alguma, nem sempre a sorte estaria ao lado, mas Jeongguk tinha gênio difícil não conseguindo aceitar de forma alguma a derrota. Jimin não conseguia mudar a forma de pensar do namorado, mas esperava que no dia de seu aniversário, onde iria fazer o pedido que o mais novo esquecesse aquilo. Um longo suspiro foi se ouvido, Jeongguk estava na sala bebendo um pouco de uísque, havia sido liberado para dois dias de folgas, já que o aniversário do namorado seria no outro dia. Seus pensamentos estavam longe, Jimin percebia aquilo, pois estava ao lado com as pernas esticadas sobre a coxa torneada do Jeon. Desde a perda, ele havia ficado mais aéreo e um pouco distante do que ocorria à sua frente. Cansado de ler e ter apenas a visão do namorado bebendo em sua frente, se afastou deixando o livro com a página marcada na mesa da sala. Jeongguk só foi se dar conta que o mais velho levantara quando este parou a sua frente com um olhar um tanto chateado.

— Jimin, eu não vou ficar prestando atenção nessas conversas para me motivar, ok? — soltou de imediato ao levar o último gole de uísque para a boca, deixando o copo vazio na mesinha ao lado sem deixar de encarar o mais velho.

— "Eu quero te ajudar, Jeonggukie, para com essa lamúria toda. Poxa, foi só uma derrota e você pode se levantar!" — gesticulou chateado. — "Nesses três dias, não tive um minuto sequer de sua atenção ou algum tipo de carinho. Sei que as lutas são importantes para você da mesmo forma que ver a sua felicidade ao estar no tatame é para mim, mas não vai ser por isso que vai se afastar do nada. Aquele Jeongguk se perdeu um pouco pelo jeito, tente encontrá-lo e trazer ele de volta, sei que consegue e sei também que esse Jeongguk vai voltar bem mais forte." 

Jimin bagunçando os cabelos do namorado, saiu indo em direção a sala de estudos deixando o namorado refletindo um pouco. 

[...]

Noah estava em frente ao hospital onde TaeHyung fora internado, já que o mesmo entrara em coma e a notícia foi anunciada numa nota oficial às cinco da manhã tendo seu telefone tocando o dia todo pelos repórteres. Ajeitando os óculos em seu rosto deu o primeiro passo em direção a entrada do lugar, sendo recebido por uma enfermeira que logo indicou o quarto do paciente. Durante o curto percurso do hall até o elevador que levava ao andar indicado, Noah aproveitou para entrar em contato com DongSun que logo o atendeu.

— Estou no Hospital agora, mas preciso que vá em casa depois das duas da tarde, tenho que entregar uns documentos para você e para de ficar toda hora arrumando confusão, DongSun! Outra vez que meu celular tocar com alguma ligação sua, não vou hesitar em desligar sua ligação — Bradou irritado podendo ouvir do outro lado da linha vários xingamentos e um "ok" ao que a ligação foi encerrada. — Que raiva desse garoto! — murmurou guardando o celular no bolso da calça ao que as portas do elevador se abriu, estava no andar em frente a porta do quarto de TaeHyung. Quando enfim tomou o fôlego necessário, adentrou o quarto podendo assim ver ex-lutador entubado e com alguns curativos em seu corpo, principalmente, na cabeça. — Eu não queria te ver assim, Tae.

[...]

Era ainda quase o horário do almoço, quando Hoseok se levantou da cama com os cabelos todo bagunçado e a pele marcada pela noite calorosa com Yoongi, este que ainda dormia de bruços todo embolado nos lençóis. Não negava de forma alguma o tanto que o amava, nenhum dos dois negava, na verdade, pois o relacionamento deles desde o início era regado com muitos "eu te amo" e "sou feliz com você". Eram dois babões apaixonados um pelo outro.

Esticando o corpo e deixando toda a preguiça de lado, seguiu para o banheiro e após ter feito suas higiene estando devidamente vestido, pegou o celular ligando para um restaurante perto dali para pedir o almoço.

— Seokie, volta dormir — Yoongi sussurrava de forma rouca com a cara enfiada no travesseiro. Havia sentido falta do namorado quando passou a mão do lado da cama a encontrando vazia, como sempre.

— Dormimos demais, Yoonie. Vai tomar um banho, pois acabei de pedir o nosso almoço e depois temos de ir no shopping para comprar presente para o Jimin — ditou ao deixar o celular na cômoda próximo a porta.

— Até que eu poderia dar luvas de boxe para ele, imagina ele batendo no Jeon! — riu sendo atingido por uma camisa do Jung em sua cara. — Ei!

— Tá mesmo querendo que o Kook te bata, né? Ele vai matar nós dois se dermos algo assim, tudo bem que os dois podem treinar juntos, mas agora Jiminnie está grávido e de gêmeos! Seria perigoso! — exaltou preocupado ao se aproximar da cama sendo puxado pelo Min caindo, perfeitamente, em seu colo.

— Estava brincando — sorriu ao deixar um selar nos fios agora vermelhos do Jung. — Conheço o amigo que tenho, não sou bobo de mexer com a preciosidade do Jeon — rindo fraco acomodou o namorado melhor em seu colo, podendo assim apoiar seu queixo sobre o ombro do agora ruivo.

— Sei, sei — se aninhou e ficaram os dois se balançando fracamente de um lado para o outro, apenas aproveitando a companhia e momento, mas acabou não durando muito quando a campainha tocou. — Deve ser nosso almoço, já volto! — Yoongi nem mesmo teve tempo de protestar quando foi ver, Hoseok estava correndo com a carteira e chaves da porta em direção ao elevador. 

Se jogando na cama sorriu pela sorte que tinha em ter Hoseok como namorado.

[...]

Jeongguk estava no jardim próximo a piscina, quando viu Jimin descendo as escadas devagar para ir em sua direção e quando se aproximou gesticulou.

— "Rosalina, me chamou para sair amanhã cedo, tudo bem?" — Jeongguk assentiu e deu dois tapinhas no banco para que Jimin se juntasse a si. Quando sentou-se ficaram por longos segundos no silêncio até Jeongguk quebrar aquilo.

— Desculpa — disse baixo, tendo sua mão acolhida pela mão gordinha do namorado. — Eu não queria ter me afastado de você, sério, mas está sendo muito difícil para mim ter que lidar com essa derrota — suspirou sentindo suas costas ser afagada pela mão livre do Park. — Vou tentar fazer o que disse hoje de manhã, ok? — o agora acastanhado, assentiu o abraçando e beijando a bochecha do mais novo. — Eu te amo, Ji.

Na sacada da lateral onde pouco se via o jardim, Sánchez e Rosalina estavam abraçados observando o casal mais novo no jardim.

— Eles ficam muy bonitos juntos — comentou Rosalina tendo seu pescoço beijado por Sánchez que concordou. O casal gostava de demonstrar carinho um pelo outro e ficariam por mais tempo daquela forma se a pequena Guadalupe os chamassem para assistir um filme animado. — Vamos voltar a nossa realidade de papas? — Sánchez riu pegando a mulher no colo a levando em direção ao quarto junto da filha, esta que estava sentada na grande cama de casal com seu gato, Júpiter um filhote siamês de quase oito meses que Jimin havia lhe dado de presente, já que Saturno não deixava de forma alguma a menina tocá-lo. Por sorte Saturno, Cloud e Júpiter se davam bem sendo poucas vezes que se estranhava, sendo que para isso acontecer Júpiter teria de estar comendo na mesma vasilha de Saturno e o bichano era ciumento demais com suas coisas, Jimin, achava uma graça aquele jeito de seu gatinho, mas sabia que devia tomar cuidado e mudar os locais para que os bichinhos não brigassem por conta da ração. Guadalupe foi quem sugeriu deixar a vasilha de ração do Júpiter em seu quarto, já de Saturno e Cloud foi deixado no canto da cozinha, podendo evitar de uma vez as pequenas brigas entre os bichinhos.

[...]

DongSn acaba de sair de uma loja de roupas quando ouviu dois jovens comentando sobre a luta em que seu rival havia perdido, ah, seu sorriso não pode ser contido ao ouvir aquilo. Quem diria O Grande Jeongguk iria perder uma luta, tsc! Pensou DongSun ajeitando o óculos de sol em seu rosto, mas mesmo estando com os óculos poderia ser facilmente reconhecido pelas pessoas e também pela imprensa que não o deixava em paz um minuto sequer: não reclamava, pois amava ser o centro das atenções.

— Kim DongSun está ali! — gritou uma jovem estudante ao vê-lo caminhando pela calçada em direção ao seu carro, os dois seguranças que cuidava de si, aproximaram-se no mesmo instante em que uma multidão se ajuntou em volta do lutador.

— Tira uma selca comigo, Sr. Kim!

— Quero um autógrafo! 

— Quero me casar com você!

DongSun gostava de toda aquela agitação e aglomeração por sua presença, pena que a pessoa que ele queria ter sua atenção tivesse escolhido Jeongguk, seu rival, mas…

— Sr. Kim, venha, iremos tirá-lo daqui! — explicou o segurança desviando seus pensamentos por alguns minutos, pois fora levado de forma segura até o carro que o esperava logo a frente e quando conseguiu adentrar o veículo, podendo ver pela janela várias mulheres e até mesmo homens gritando seu nome, não conteve seu sorriso de satisfação. 

O carro passou e se movimentar, logo seus pensamentos voltaram para Jimin que o traíra com Jeongguk. Ah, ele odiava Jeongguk com todas as suas forças por ter roubado Jimin de si, pois se não fosse por ele aquele loirinho seria todo seu e de mais ninguém. 

— Ele tinha que ter escolhido aquele imbecil?! — sussurrou irritado fechando as mãos em punho.

— Disse alguma coisa, Sr. Kim? — indagou o segurança no banco do carona.

— Não, só acabei pensando alto demais, continue com seu trabalho. — Respondeu fazendo um gesto com as mãos.

— Ok.

DongSun apoiou o cotovelo na porta do carro e encostou o rosto na janela, não deixava de sorrir pelo pensamento que teve sobre Jimin. Não seria Jeongguk e nem mesmo uma gravidez que me seguraria, preciso ter Jimin para mim pelo menos uma vez, pensou não deixando de imaginar a primeira vez que viu o loiro. 

— Sr. Kim, chegamos — anunciou o motorista ao que o carro parou em frente ao prédio de Noah e contra sua vontade, desceu do carro indo até a portaria não sendo preciso se apresentar, ainda mais tendo um segurança o seguindo. 

Entrando no elevador junto com o segurança, DongSun, estava ansioso para poder voltar para o tatame e lutar contra Jeongguk, ah, como ele queria poder socar a cara daquele lutador filha da mãe até ele não poder sorrir mais. 

Seria seu sonho realizado.

[...]

Já era de noite quando Rosalina terminou de preparar as tortillas, burrito e o taco. Jimin iria fugir da dieta pela uma vez, já que a mais velha ali dizia que faltava muita sustância para o grávido e os bebês, estes que precisavam vir fortes e saudáveis para o mundo.

— Isso é uma delícia! — disse Jeon pegando mais um burrito, já Jimin ainda comia com muita apreciação as tortillas.

— Aprendi tudo com mi mama que já faleceu há uns anos — explicou com um sorriso fraco, Sánchez nem esperou para afagar as costas da esposa, pois sabia quando sua sogra fazia falta na vida da filha. — Bom, mas sabe que eu queria ter feito mesmo para esses pequeños toros?

— O quê? — perguntou Jeon sorrindo ao ver Guadalupe pegando escondido os tacos do prato.

— Chile — respondeu a mulher colocando um burrito no prato da filha. — Mas acho que não seria bom para um grávido, sendo que Sánchez não me deixou comer quando estava grávida — comentou pegando um burrito para comer.

— Mi amor, fue mi madre quien dijo que no podía dejarla comer — explicou deixando um selar na bochecha da esposa podendo ouvir da sala um "eca" vindo da pequena Guadalupe.

— Eu sei — sorriu. — Jeongguk, poderíamos assistir todos nós um filme, que tal?

Jeongguk levou o olhar para o namorado que terminava de comer seu último burrito, suas bochechas estavam um pouco coradas e toda vez que mastigava um bico se formava nos lábios grossos do grávido.

— Jeongguk? — Rosalina o chamou fazendo com que o mais novo saísse de seu pequeno transe por observar seu namorado.

— Ji, aguenta assistir um filme ou prefere ir para a cama? — fez a pergunta, mas teve de esperar um pouco para que o namorado pudesse limpar as mãos.

— "Eu aguento assistir, Kook-ssi."

[...]

— Eu aguento assistir, disse ele. Jeongguk, seu namorado é um dorminhoco! — Rosalina brincou ao voltar para sala com travesseiros e uma manta de casal com listras de tigres. — Sánchez nem me esperou e já dormiu Guadalupe também não esperou pelo beijinho de buenas noches.

Jeongguk não podia pegar Jimin no colo e levá-lo para o quarto, não quando ele havia completado os cincos meses de gestação e seria perigoso para os bebês ou até mesmo para o mais velho.

— Obrigado — agradeceu colocando o travesseiro com cuidado debaixo da cabeça do grávido para logo em seguida o cobrir com a manta. — Eles estavam com sono e Guadalupe brincou muito hoje, não?

— Vai dormir no outro sofá ou…

— Com ele! — foi direto. — Tenho medo dele cair e se machucar, ultimamente ele vem se mexendo muito na cama — explicou olhando para o micro espaço que tinha para deitar junto do mais velho.

— Entendo. Acho que deve ser por conta dos bebês, talvez estejam dificultando uma posição boa para Jimin dormir. Guadalupe fazia isso comigo nessa época, quase não dormia direito era muito danada a menina e ainda é — riu baixo e Jeongguk apenas assentia pensando em como seria a correria quando os filhos nascessem, pelo jeito deixariam Jimin e ele de cabelos brancos rápido. — Mas é uma fase boa, vocês vão gostar dessa experiência dupla que vem aí. Bom, buenas noches, Jeongguk.

— Buenas noches.

[...]

Jimin havia acordado cedo quando percebeu que não estava no quarto, mas sim, no sofá da sala com Jeongguk o abraçando pela cintura tendo uma das mãos sobre sua barriga. Bocejando um pouco, levou seu olhar para o mais novo que dormia de forma errada sobre o sofá e já sabia que quando acordasse teria dores no corpo e não querendo que ficasse ainda pior se virou com cuidado e passou a cutucar o namorado dorminhoco que nem sinal que iria acordar dava. Jin havia lhe dito que se precisasse acordar o mais novo, só era preciso beliscar seu mamilo e isso era um pouco vergonhoso para o Park. Optando pela forma mais carinhosa, beijou os lábios finos do namorado deixando um carinho singelo em seu pescoço e aos poucos pudera apreciar os olhinhos de jabuticaba se direcionarem para si.

— Bom dia, Ji — saudou rouco ao selar os fios castanhos do grávido, Jimin não se conteve ao aninhar seu rosto no vão do pescoço do namorado. 

Jimin vivia se perguntando se todo aquele carinho continuaria depois que os bebês nascessem, já que Rosalina havia lhe dito que por um tempo seu relacionamento entre Sánchez e ela esfriara por ter que dar mais atenção a filha. Agora em seu caso era diferente — não muito — por ter dois bebês para cuidarem.

— Príncipes lindos dessa casa. Vamos tratar de levantar e parar com esse dengo todo, pois estou ficando com inveja boa — Anunciou Rosalina aparecendo atrás do sofá assustando os dois dorminhocos da sala.

— Deixa eu dormir mais um pouco com o Jimin — Rosalina negou de forma mansa e Jeongguk nem precisou pedir outra vez, pois Sánchez havia lhe avisado que se ela mantivesse a calma devia tomar cuidado para não apanhar. 

Jeongguk se levantou primeiro e choramingou pela dor nas costas, Jimin e Rosalina riam por conta das caretas de indignação do mais novo dali. Quando Jimin ficou em pé, Jeongguk o ajudou subir os degraus em direção ao quarto.

— Já que descemos para o café, Rosalina! — Jeongguk avisou ao subir o último degrau com Jimin, mas tivera de parar ao ouvir a mais velha falar.

— Já combinei tudo o que Jimin e eu iremos fazer, como nosso café será fora hoje e você, Jeongguk, irá cuidar do meu marido e de Guadalupe! — anunciou de forma mansa ao prender o cabelo ruivo em um rabo de cavalo deixando algumas mechas da franja soltas em seu rosto.

— Isso não é justo! — rebateu e Jimin sorriu com a forma fofa que Jeongguk resmungava. Puxando o mais novo pela pulso em direção ao quarto, não deixava de sorrir enquanto ouvia os resmungos do namorado que nem parecia ser aquele homem imponente em cima do tatame. — Hoje é seu dia e Rosalina inventa de tirá-lo de mim, não é justo.

Jimin se virou ficando de frente ao lutador ao passarem pela porta do quarto.

— "Não vou ficar o dia todo fora, amor, ainda vamos ter a tarde toda para comemorar meu aniversário." — sorriu de forma que deixasse seus olhos em apenas dois riscos, Jeongguk não deixaria nunca de achar o eye smile do seu hyung fofo, mas era ruim porque Jimin não podia ver a forma que era admirado pelo olhos brilhantes do namorado.

— Ok, mas não vai deixar mulher…

— Jeongguk, eu tenho nome, sabia? — disse Rosalina do andar debaixo fazendo com que o casal rissem com aquilo.

— Não vai deixar que a Rosalina — um "agora sim" pode ser ouvido e eles apenas sorriram —, te enche de besteiras, ok? Ou a gente vai acabar ouvindo outra vez o sermão da sua médica.

— "Ok."

Jimin nem imaginava que toda aquela cena de Rosalina o chamando para sair e Jeongguk choramingando por sua saída, era apenas uma encenação para que pudessem preparar a festa de aniversário do grávido.

[...]

Sánchez pendurava os balões azuis na parede da sala, enquanto Jeongguk ajudava Yoongi e Hoseok organizar as duas mesas com doces, salgados e o espaço onde ficaria o bolo. Jin e NamJoon haviam ficado responsáveis pela compra do bolo e trazê-lo para casa junto de sua mãe, que mesmo não sendo tão íntima do casal e amigos queria poder participar mais na vida deles, principalmente, na do seu filho não querendo perder o final da gestação de seu genro e nem mesmo o nascimento de seus netos.

— Sánchez, de onde tu tirou esse g? É Jimin e não Gimin! — exclamou Jeongguk segurando uma cadeira. Yoongi e Hoseok riam alto ao ver a expressão indignada do mais novo.

— ¿No es Gimin? 

— Claro que não! Onde já se viu escrever Jimin com G! — esbravejou deixando a cadeira de lado para ajudar o amigo a colocar o nome do namorado de forma correta na parede. — Desce daí, por favor! — pediu e nem mesmo foi preciso insistir duas vezes, pois logo Jeongguk estava na banquinho para tirar o G dali.

Hoseok comia um dos docinhos enquanto observava Jeongguk e Sánchez brigando por conta de uma letra errada, já Yoongi terminava de encher os dois últimos balões azuis. A televisão estava ligada no canal de músicas, mas por alguns segundos passou a prévia do jornal e nenhum dos que estavam fazendo seus afazeres não ligaria para o que passava se o nome do Jeon não fosse citado atraindo sua atenção rapidamente para a TV.

— Jeon Jeongguk, nosso atual campeão, se mostra ainda abalado pela sua primeira derrota. Após sua primeira derrota, nossa equipe tentou conversar com ele após sua chegada ao aeroporto, mas fomos impedidos pelos seguranças. — Explicava a jornalista sem parar e Jeongguk esperava não ouvir bobeira sobre seu nome. — Até o momento em que Jeon foi para o carro, nada fora declarado por si e nem mesmo por seu treinador e empresário Adam Wolf. Obtivemos com exclusividade depois de sua saída uma ligação de Kim DongSun que se comoveu com a situação de seu colega de trabalho e nos pediu para deixar uma mensagem para Jeon Jeongguk…

— ¡Oh, apaga esa mierda, amigo! — exclamou Sánchez pegando o controle de cima do sofá para desligar a TV.

— Não. Eu quero ouvir o que esse idiota tem a dizer — disse ao segurar o pulso do mais velho que nada disse, apenas deixou que Jeongguk ouvisse a tal mensagem.

— Estranho passarem essa notícia hoje, sendo que a luta foi há três dias atrás — Yoongi comentou de braços cruzados e Jeongguk também concordava com aquilo.

"Jeongguk hyung, sei que essa é uma situação chata, pois também passei por isso algumas vezes e uma delas foi quando lutamos juntos. Não leve a sério e se levante, Jeon hyung! Estamos todos ansiosos por seu retorno e quem sabe a gente lute outra vez? Boa sorte!"

Sánchez não esperou para que a apresentadora dissesse mais nada, apenas desligou a TV e ficou encarando o amigo que estava um tanto irritado por ter ouvido a tal mensagem.

— Ele é muito cínico, hijo de puta! — soltou seu espanhol básico e Sánchez comemorou ao ouvir Jeongguk falar um pouco sua língua. — Ainda teve a audácia de me chamar de "hyung"!

— Ele está testando você, Kook e pelo jeito não vai demorar para te tirar do sério — Hoseok comentou. — Não vai cair na dele, sabe que ele quer te complicar, certo?

— Eu sei! — exaltou de forma irritada batendo sem querer na parede onde estava colado o nome do namorado, fazendo com que caísse no chão. — Oh, mierda! — exclamou se abaixando para pegar os papéis, entretanto Sánchez o impediu segurando em seu braço. 

— Amigo, meu coreano pode não ser um dos melhores, mas numa hora dessas tenho que usar o que sei e sabendo bem do nosso jeito bruto de em certas situações — riu. — Seria melhor irmos para a academia da casa, você precisa descontar um pouco essa raiva num saco de pancadas.

Jeongguk, Yoongi e Hoseok por breves segundos ficaram surpresos ao ouvir Sánchez falando em coreano nem mesmo haviam prestado atenção no que ele dissera.

— Hablo tão mal assim?

— Você falou em coreano!!! — disseram os três em uníssono deixando Sánchez um tanto irritado com os três. Eles nem prestaram atenção no que falara.

[...]

— Ah, mas olho só esses dois sem vergonhas! — Rosalina exclamou ao virar a tela do celular em direção ao grávido que comia alguns docinhos junto de Guadalupe. 

Na tela do celular aparecia Sánchez e Jeongguk socando o saco de pancadas sem dó alguma, a camisa branca de seu namorado estava um tanto suada pelos movimentos brutos e por ser de um pano um tanto fina, era perceptível ver as tatuagens em seu corpo, principalmente, a tatuagem de dragão em seu braço. 

— ¡Papa! — disse a pequena Guadalupe ao ver seu papai no vídeo.

Jimin só sabia sorrir por ver seu namorado treinando, era sim que devia de ser todos os dias. Jeongguk não devia nunca se abalar por uma derrota, não quando fora ele que o ensinara que abaixar a cabeça era para os fracos e jamais poderia se desistir na primeira queda. Puxando seu celular do bolso, rapidamente abriu o Twitter e na sua conta trancada por óbvios motivos de segurança e privacidade comentou no vídeo com vários corações e um "eu te amo". Claramente, não demorou para que os fãs de seu namorado e deles dois juntos comentassem sobre o momento.

— Acho lindo a junção do nomes de vocês que elas deram — comentou a mais velha olhando pela janela rapidamente, pois estavam saindo do shopping já que os três haviam ido buscar as alianças de noivado que Jimin encomendara. — KookMin é muito fofo!

— É mesmo mama! — concordou a pequena abraçando Jimin e sua barriguinha carinhosamente.

Jimin apenas sorriu concordando com um menear de cabeça, pois realmente era lindo a junção do nome do namorado com o seu. Estava tão feliz que se fosse possível, gritaria para todos ouvirem o quão feliz estava e não seria por estar fazendo e vinte e seis anos, mas pelo amor imenso que tinha ao mais novo e os dois serzinhos protegidos em seu ventre. Lembrava que até uns meses atrás não aceitava bem a notícia que seria papai, não esperava que aquilo acontecesse tão cedo e nem que fosse dois de uma vez. Duas vidas frágeis que dependeria de Jeongguk e ele, ah, esperava que seus pequenos nascesse saudáveis e fortes. Pensar que não demoraria a chegar no sexto mês, nunca havia contado para o mais novo e nem mesmo ninguém, mas tinha um "pouco" de medo na hora do parto. E se…

— Jimin, chegamos! — Rosalina anunciou ao que o carro parou no gramado onde ficava a garagem da propriedade. Guadalupe fora a primeira descer do carro com as sacolas de doces, Rosalina desceu logo depois para poder ajudar o grávido. 

— Onde deixo as sacolas, Sr. Park? — indagou e Jimin apontou para onde seu quarto estava. — Ok.

Jimin e Rosalina caminhavam lado a lado pela calçada de pedras do jardim, as portas estavam abertas, porém as cortinas estavam fechadas e Jimin não ligou muito para aquilo logo entrando na casa sendo seguido pela amiga, mas antes que pudesse dar mais algum um "feliz aniversário" dito em uníssono o surpreendeu. 

— Feliz aniversário, Jiminnie!!! — Seus olhinhos brilharam por conta das lágrimas que se formaram ao ver seus amigos, seu pai e seu namorado reunidos na sala.

Jeongguk que estava com um buquê de rosas brancas, se aproximou devagar e quando ficaram a centímetros um do outro Jimin não se aguentou ao puxar o mais novo para um abraço forte.

— Feliz aniversário, amor — Jeon sussurrou ao beijar a bochecha gordinha do mais velho, entretanto o contato pouco tempo durou já que Jimin tinha outras pessoas para agradecer por ter vindo ao seu aniversário. 

Seu pai estava logo atrás do genro segurando um unicórnio de pelúcia e nem foi preciso dizer para quem era, pois quando Jimin viu a pelúcia na mão de seu pai, seus olhos brilharam e logo já estava com a pelúcia em mãos como se sua vida dependesse daquilo.

— Feliz aniversário, meu amor — parabenizou, sendo abraçado de forma necessitada pelo grávido, pois já fazia tempos que não via seu pai. — Queria que sua mãe estivesse aqui para ver o quão bonito você está, aliás, estou ansioso para poder ver meus netinhos — riu e Jimin negou fracamente.

Indo abraçar os demais, passar o tempo conversando e aproveitando todo aquele carinho, principalmente, de sua sogra a Jeon, esta que não imaginava ser tão amorosa consigo e nem mesmo com o filho. A mulher se mostrava disposta mesmo a ser uma nova Jeon, até mesmo consigo ela tentava ao máximo agradar e ser uma boa sogra. Jimin estava feliz com aquilo, ainda mais pelo comentário dela sobre querer ser uma avó presente na vida dos netos. Enquanto comiam doces e alguns salgados, Sánchez anunciou que estava na hora de cantar os parabéns, Jimin e Rosalina se entreolharam com sorrisos cúmplices de que aquela era a hora perfeita para o pedido de casamento. Claramente, a irmã do Jeon não ficaria de fora, havia avisado ela com antecedência e Rosalina estava em chamada de vídeo com a Jeon ficando um pouco escondida perto da escada. Quando estavam para iniciar a cantoria, Jimin se aproximou do namorado e pediu em sinais para que fizessem silêncio. Seu coração batia acelerado em seu peito e suas mãos tremiam, Jeongguk não entendia o que acontecia sendo que Jimin do nada começou a chorar. Todos estavam prestando atenção quando Jimin iniciou o pedido.

— "Jeon Jeongguk, estamos juntos há meses e iniciamos de forma tão simples que quando percebemos, estávamos namorando e morando juntos." — sorriu e Jeongguk controlava para não chorar, pois já sabia o que viria naquela noite. As outras pessoas não sabiam o que acontecia, mas Rosalina logo explicou de forma meio enrolada, já que estava emocionada. — "Recebemos a notícia da gravidez, gêmeos para a primeira vez. Nossa família vai ser grandinha e… eu tinha pensado tudo direitinho antes, mas quando estou na sua frente perco o foco."

— Jimin…

— "Jeon Jeongguk, quer casar comigo?" — fez o pedido de forma chorosa abrindo a caixinha de veludo onde estava os dois anéis de noivado, como Jimin não podia agachar havia feito tudo de pé mesmo.

— Aceito! — respondeu de imediato puxando o noivo pelo ombros deixando um beijo carinhoso nos lábios do mais velho. Os convidados ali, gritaram parabenizando o casal. Com os anéis colocados, Jimin abraçou o noivo que sussurrava em seu ouvido o quanto amava. — Estou ansioso para poder te chamar de marido, Jeon Jimin.

[...]

Três dias havia se passado desde o aniversário do Park, este que muito em breve seria chamado de Jeon, não mentia para ninguém que ansiava para ter o sobrenome Jeon em seu nome. Aproveitando que tinha à tarde toda livre, Jimin se acomodou na poltrona que ficava na área coberta do jardim próximo a piscina. Estava terminando de ler o livro para um trabalho da faculdade, faltava pouco para concluir o curso e para si aquilo era um alívio, já que um por tempo não poderia exercer sua profissão por conta dos bebês, não os culpava e sabia que no final tudo valeria a pena.

— Sr. Park, a sua sogra está na sala de estar a sua espera — Jimin apenas assentiu em agradecimento para a mulher. — Irei avisar que já está indo para lá…

— Não precisa, Luna. Meu genrinho não pode ficar fazendo tanto esforço — sorriu em direção ao grávido que por vergonha escondeu-se detrás do livro. 

— Ok, irei voltar ao meu trabalho. Com licença. 

Luna era a governanta temporária contratada por Rosalina, pois a jovem de vinte e oito anos sabia três idiomas: inglês, coreano e espanhol. E tendo Sánchez ali, era bom para que facilitava para ele. Jeongguk até insistiu que deixasse que o pagamento fosse feito por si, mas Rosalina era difícil e ela se responsabilizou por tudo na contratação da moça.

— Como vai, meu amor? — perguntou a Jeon deixando um beijinho no topo da cabeça do grávido. — Jeongguk disse que estava meio enjoado hoje de manhã, também disse que iria demorar para chegar por conta da sessão de fotos e a entrevista — comentou ao sentar-se na poltrona ao lado, mas sem deixar de ficar olhando o grávido.

— "Estou bem, só cansado demais. Kook não me avisou sobre isso, acho que ele se esqueceu." — sorriu sem graça. A Jeon negou, seu filho era um pouco esquecido quando estava de cabeça quente, ainda mais com tanta coisa acontecendo. — "A única coisa que ele disse, foi que estava pensando em visitar TaeHyung."

— Hmm, esse era o ex dele, certo? — Jimin assentiu. — Eu fiquei sabendo sobre o acidente, mas se bem que… deixa prá lá. Jimin, se algumas coisas eu não entender, não vai ficar chateado de escrever pelo celular?

— "Não, senhora Jeon." — sorriu abaixando o livro com a página marcada no colo.

— Sem formalidades, Jimin. Pode me chamar de sogra, sogrinha ou até mesmo de mãe — brincou ajeitando os cabelos que estavam em seu rosto por conta do vento, entretanto mesmo que tenha sido bom ouvir o que a Jeon dissera, Jimin, ficou um pouco chateado ao se lembrar que sua mãe não estava falando consigo por um motivo tão fútil. — Jimin, está tudo bem?

— "Acho que não." 

A Jeon logo insistiu para que Jimin contasse o que estava lhe chateando e, foi lendo as explicações escritas no celular e vendo os olhos do genro brilhando pelas lágrimas, que ela decidiu ajudar o Park.

— Jimin, me passa o endereço de sua mãe preciso falar com ela — disse firme ao se levantar com a bolsa em mãos. — Cometi um erro no passado com meu filho e ainda sinto que não mereço o perdão do Jeongguk, mas eu voltei atrás e estou tentando consertar a minha falha. Agora não vai ser por esse motivo que sua mãe irá errar também, irei mostrar que isso que ela pensa é uma grande tolice, pois o filho dela é muito especial para ficar sem a presença da mãe. 

Jimin mesmo estando com dificuldade para se levantar por conta das dores, se aproximou para abraçar a Jeon e por estar sensível a tudo, chorava copiosamente no ombro da mais velha que acariciava com ternura os cabelos castanhos do grávido.

— Irei colocar juízo em sua mãe. Eu prometo, Jimin.