História O Silêncio Dos Lobos - Voltar

-Kim Jong In? Não acha que o nome verdadeiro se fala no primeiro encontro?
-Primeiro encontro? Você acha que o que tivemos foi um primeiro encontro? Eu surrava o Chanyeol, Kyungsoo!
-Você poderia ter falado depois!
-O quê? Que eu meu nome era Kim Jong In? Ou que eu estava fugindo da policia por ter acidentalmente matado meu melhor amigo na faculdade?
Kyungsoo abaixou o olhar.
-Não foi culpa minha. –Kai reforçou. Kyungsoo sabia disso. A fera tinha saído pela primeira vez em um momento oportuno, kai já tinha explicado, entretanto, a voz de Henry soava repetidamente em sua cabeça. Kai tinha assassinado alguém muito importante dentro da Resistência Caçadora, só podia. Eram por isso os esforços intensos para capturar Kai. Talvez, a teoria de Kyungsoo estivesse certa.
-Qual era o nome do... seu amigo?
-Tommas? Tommas Ross. Por quê?
-Henry citou que o pai dele era um importante empresário que tinha pagado milhões pela sua cabeça. Você conheceu o pai dele?
-Não. Ele não falava com a família. Ele disse certa vez que tinha vindo do Texas. Mas não entrou muito no assunto. Eu achava que ele tinha fugido de casa, bom, mesmo ele tendo dinheiro, porque trabalhava nas horas vagas, ele era bolsita. Mesmo com a pinta de burguês que tinha.
Kyungsoo assentiu e então, lembrou-se que a única pessoa que poderia responder sobre Tommas era Irene. E ela não tinha voltado ainda. Nem ela, nem Hoseok, Suga e os outros renegados. De repente, ele encarou Kai. Estavam tão preocupados  em resolver-se entre si, cuidar das crianças, lamentando-se pelo estado de Xiumin e pelos outros irmãos que ainda estavam presos, que se esqueceram completamente que Irene estava em uma missão de resgate.

-Kai...
-O quê?
-A minha irmã. Ela... Ela não voltou ainda.
Kai bateu a palma contra a testa.
-Hoseok e Yoongi estão em algum lugar. Ah merda!
Helene se revirou, ainda dormindo ao lado de seu irmão mais velho, cobertos por uma manta vermelha.
-Fique aqui.
-O quê?
-Eu vou atrás deles.
-Você tá brincando com a minha cara.
-Não, Kai, não estou. Você precisa ficar aqui pelas crianças e por Xiumin. Eu sei que ele está descansando agora, mas ele precisa de você quando acordar. E a minha irmã precisa de mim. Droga, eu me esqueci completamente dela.
A culpa carregou Kyungsoo para fora do quarto. Kai o seguiu como um predador, jogando-o contra a parede. Seu lado selvagem não permitira que ele saísse tão fácil. Não queria largá-lo.
-Jong-In!
-Kyungsoo... –Kai rosnou de volta.
-Eu preciso ir. Eles estão há muitas horas fora.
-Como vai achá-los?
Kyungsoo bateu o indicador na ponta do nariz.
-Eu sou um caçador, no fundo, não é?
Kai engoliu a saliva, largando o braço dele.
-Salve meus irmãos.
-Eu vou.
-E volte vivo, Kyungsoo. Não quero te perder de novo. Não me faça pirar de novo...
Soo ficou nas pontas dos pés, rodeando os braços de Kai e apertando seus lábios contra a boca dele.
-Eu tenho que voltar. Você me pediu em casamento, lembra?
Kai sorriu com a lembrança.
-Sim.
-Cuide das crianças.
Kai apertou-o contra si, não querendo deixá-lo ir.
-Kai...
-Soo... Eu te amo.
Kyungsoo abraçou-o.
-Meu pinguinzinho.
Soo afastou-se, socou o braço de Kai.
-Ai, Kyung... Porra, guarda essa força pra...
Soo beijou-o mais uma vez, deslizando a mão pelo abdômen até encontrar a calça. O membro que sempre pulsava por ele.
-Me deixe ir.
-Agora, eu não deixo mesmo. A gente pode falar com os renegados...
-Eu tenho que encontrá-la, Kai.
O último encontro dos irmãos D.O não tinha sido tão amigável. E esquecê-la por tanto tempo era como receber um choque em todo o seu corpo. Kyungsoo ainda tinha uma integrante na família viva. Depois de tantas mortes, tantas torturas, tanto sofrimento, ele precisava seguir em frente. Queria que Irene participasse do restante da sua vida que construiria com Kai. Queria que ela vivesse para ver que ele havia superado seus medos. Queria crescer junto com sua única irmã.

                Queria perdoá-la por abandoná-lo e pedir desculpas por fazer o mesmo.
Kyungsoo suspirou, encostando as costas na parede.
-Querido, eu preciso ir.
-Eu sei. –Kai apertou as palmas na cintura dele. – Infelizmente eu sei.
-Eu abandonei-a. Como ela também fez comigo. Foi uma... vingança dura. E agora percebi isso. Chega de vinganças, ta bom?
Kai travou a mandíbula. O único nome que se associava com vingança era Henry Cavill.
-Querido? Por favor. –Kyungsoo sabia que o semblante franzido, tenso significava o que tanto temia. – Kai.
-Vá. Eu cuido das crianças.
Kyungsoo rodeou a cintura dele com os braços. O queixo de Kai pousou sobre a cabeça dele.
-Volte. Entendeu?
-Entendi.

Kyung não iria fugir dessa vez. Não mais.