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História O Silêncio Dos Lobos - Explosão


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 14 - Explosão


Fanfic / Fanfiction O Silêncio Dos Lobos - Explosão

Foda-se.

Era o lema de Kai de agora em diante.

Ele tava pouco se fudendo pra tudo.

Todos estavam na mesa, esperando pelo bonitão.

-Cadê aquele merda?

-Deve tá batendo punheta.

-Vai demorar hein, se você visse o tamanho do documento.

-Cala a boca gente, o Do tá aqui.

Kai farejou o ar. Apenas um cheiro se distinguia dos outros, de seus irmãos lobos. Do. Ele tentou não enlouquecer, não ficar duro com aquele aroma. A luta que tinha contra a fera era interna.

Todos olharam para ele, se sentando no lugar vago.

Chanyeol o analisava profundamente.

Kyungsoo engolia a saliva.

Sehun sorria de ponta a ponta.

-Uau.

-Cortou as medeixas Sansão?

Kai não olhou para ninguém, apenas esperou para que permitissem que devorasse a comida para ir embora.

Chanyeol o encarava com devoção. Seu sorriso maligno e alegre estava estampado em seu rosto.

Kyung o fitava fixamente, com os lábios entreabertos, olhando para os cabelos recém cortados, úmidos, para a jaqueta de couro que vestia, para as clavículas salientes na camisa.

O cheiro de vinculação de Chanyeol se misturou ao de Kyungsoo.

Kai ergueu o olhar até Do, o encarando por alguns instantes. Ele não ligava para Chanyeol, estava nem aí para ele e seu tesão, foda-se, não seria sua putinha como ele disse que seria. Daria outra surra nele e preferia ser torturado como foi no primeiro dia do que se deitar com ele.

Kai se levantou, saindo da sala de jantar. Chanyeol foi atrás dele. Kyungsoo abaixou o olhar. Sehun xingou. Tao respirou fundo. Chen queria comer a comida.

-HEY! Onde você vai?

Kai apertou o passo até a entrada sem portas.

-ONDE VOCÊ VAI?

Atravessou a entrada e tirou o casaco pesado, o jogando de lado.

Chanyeol apertou o passo para conseguir seguí-lo.

-Onde você vai, merda?!

Kai se virou, de um olhar profundamente intenso, selvagem, mortífero.

Chanyeol deu dois passos para trás. O próprio alfa não queria encarar o ódio do lobo.

-Onde você vai? - disse ele, mais baixo.

Kai travou a mandíbula.

-Não interessa.

Sehun apareceu na porta, em seguida todos os irmãos, inclusive Kyungsoo.

Kai o encarou por um instante. Seu coração ardeu. Seu membro pulsou. Odiava não ter controle sobre o próprio corpo quando se tratava de DO.

Chanyeol olhou para trás, com um sorriso surpreendente feliz no rosto.

-Você gosta dele?

Kai deu dois passos para trás, se virando de costas, com cada músculo de seu corpo fervendo.

-Você pode ficar com ele se quiser. Eu já comi ele.

Kai fechou os olhos. Unhas rasgavam os dedos dos pés. Ele tirou os tênis.

-Ele não é tão bom quanto eu esperava.

Engoliu a seco, com a saliva queimando sua garganta dolorida.

-Por que está fazendo isso?

Chanyeol sorriu,  conseguindo êxito no que queria. Que Kai falasse com ele.

Ele se virou com o coração batendo rápido demais. Sehun quis se aproximar, mas Xiumin o barrou.

-Xiumin, ele vai...

Xiumin balançou a cabeça.

-Se tem que ser que assim seja.

Sehun não queria deixar que o pior acontecesse. Os dois se transformarem, rolarem para a floresta e lutarem até a morte.

Aliás, Do estava ali, observando tudo com apreensão. Ninguém se esqueceu dele. Pelo contrário, carregavam um semblante nervoso ainda mais poderoso. Porque sabiam que era suicídio se transformar em frente à um caçador.

Mesmo sendo inexperiente.

Chanyeol continuava encarando Kai.

-Se afaste dele.

Chan cruzou os braços. Iria usar toda a fúria que o forasteiro sentia para conseguir o que queria.

-Nop.

-Por que está fazendo isso com ele? Você nem gosta dele! - Kai fechou os olhos, lembrando-se do parque, do quanto teve que se controlar para não possuí-lo em público. Olhou por cima do ombro de Chanyeol, encarando Do que fazia o mesmo. Voltou às atenções para o alfa. - Diabo! Eu tô muito puto.

-Eu sei.

-Então, por que tá fazendo isso?

-Porque está na hora de ele saber quem somos, Kai. Saber quem você é. Saber o perigo que você tem.

Kai engoliu a seco.

-Não...

Deu passos para trás, se afastando do grande alfa. Ele não poderia esconder os olhar penetrante, amarelo, brilhante. Nem os pés enormes, caninos e as unhas curvadas.

Mas tinha disposição suficiente para lutar contra o ser que vivia dentro dele. Ele lutaria até a morte se fosse preciso. 

-Você não consegue controlar por muito tempo.

Kai travou a mandíbula.

-Consigo.

-Isso dói muito.

-Eu não ligo.

Chanyeol sorriu.

-Por que quer protegê-lo? Ele vai matar a gente quando tiver oportunidade.

-Por que está com ele, então?!

-É melhor ter seu inimigo perto do que longe, Kai. A família Do está em decadência. Mas eu tenho o último herdeiro de uma das famílias mais poderosas de caçadores bem aqui.

Chanyeol se virou de lado, apontando para ele com a unha que também atravessava seu dedo.

Kai olhou para o movimento, a ameaça que Chanyeol era para a integridade de DO.

-Eu posso fazer o que quiser com ele.

-Não, você não pode.

-Por que? Por que você fica duro quando vê ele? Isso é só um estímulo da fera, seu idiota! Você não gosta dele! Você fica duro com qualquer garoto que senta atração por aí!

Kai acreditou. Maldição, Kai acreditou em cada palavra que aquele desgraçado disse. Porque queria um motivo para tudo o que estava sentindo, procurava friamente em seu cérebro uma explicação plausível pelo rebuliço que Do o fazia sentir.

Kai assentiu, crendo firmemente no alfa.

-Eu preciso ir.

O sorriso de Chanyeol murchou. Ele queria brincar mais com a sanidade de Kai. Ele procurava desesperadamente que o forasteiro se rendesse à ele de uma vez, entretanto, Kai era dificilmente atingido com suas ironias.

E isso o irritava.

Kai não era como os outros.

Também isso o instigava a continuar tentando.

-Para onde vai?

Kai despiu a camisa, suando muito, com gotas deslizando pelo seu peito e costas. Ele não aguentava mais segurar a fera dentro dele.

-Para algum lugar longe de você. E dele. - apontou com a cabeça para os garotos que o observavam. Para Do.

-Pode ir. Se eu quiser te procurar, te farejo.

Kai travou a mandíbula, querendo xingá-lo, mandar ele pra puta que pariu. Mas apenas se virou, sumindo dentro da mata, com todos os olhares de seus irmãos sobre ele. Chanyeol.

E DO.

Kai segurava a vontade imensa de voltar e beijar Kyungsoo. Dizer que sentia muito, que apenas estava confuso sobre os sentimentos e o que Xiumin tinha revelado sobre a origem da família Do. Mas, ele continuou a adentrar na floresta, com os braços tremendo de tensão.

Ele fechou os olhos e explodiu. As copas das árvores se moveram violentamente, pássaros começaram a se agitar saindo de seus ninhos, as moitas balançaram. Seu grito foi escutado há quilômetros.

E chamou a atenção de três homens que passavam pela estrada.

Sehun entrou dentro da mata, passando pelo alfa.

Do olhou para os irmãos agitados, não entendendo a confusão, preocupado com Kai sozinho naquela floresta.

Chanyeol continuava intacto olhando para os troncos, farejando o cheiro que saia intensamente dos poros de Kai.

O cheiro de dor. 



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