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História O Silêncio Dos Lobos - Arena, sangue e destino


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 159 - Arena, sangue e destino


Cavill de braços abertos, ovacionado, ao som de gritos apaixonados e uma salva de aplausos. O coração de Jaden quase saltou pela boca quando viu a arena circular virar. A imagem do homem mais poderoso da sociedade redutora sendo transmitida por telões enormes enquanto a área da arena se amplia, formando um imenso círculo. Os níveis inferiores avançam, os superiores recuam, abrindo-se como se fosse um estádio de futebol, de modo que as fileiras ficaram bem distribuídas , abrindo a possibilidade de comportar mais 20 mil pessoas; e elas estavam vindo, enchendo todo o espaço, as cadeiras ao entrarem como multidões nos corredores. 

Á medida em que se movem, os níveis inferiores abrem enormes portões de ferro até quase sete metros do chão. 


E lá estava ele.

Henry Cavill.

Subindo em uma plataforma do subsolo até a superfície.

Os aplausos explodiram, flashs disparados em todos os lugares, gritos, pessoas dançando sobre os pés contra a estrutura.


Ele curvou os lados da boca ao levar a mão até o peito e se curvar em agradecimento. Quando falou, sua voz foi ampliada para todos os auto falantes da arena. Os caçadores alvoroçados se calaram em um silêncio absoluto, absorvendo cada palavra:

-Há muito tempo, uma maldição transformou humanos em lobisomens, há muito tempo, Deus nos deu os poderes certos para combatê-los de igual para igual. Mas fomos engolidos pela prepotência, o sentimento de soberania de sermos mais fortes do que aqueles que deveríamos proteger -ele procurou as cabines de luxo, devolvendo o olhar furioso de um dos conservadores- enquanto nossos inimigos matavam, se reproduziam e ficavam cada vez mais fortes, muito fortes. 

"Os lobos ancestrais, que conhecemos como verdadeiros, criaram o seu exército e nenhuma de nossas armas naquela época conseguia destruí-los. Cada um de vocês é descendente daqueles que deram a vida por acreditar que um dia a raça daqueles demônios seria extinta. E o tempo passou e ao invés de nós aprimoramos, continuamos com as mesmas ideias medievais enquanto o exército deles ultrapassava os milhares. Não tínhamos escolha, fomos sufocados por um mundo de tecnologia, que tem olhos por todo o lugar, nos limita e fomos obrigados a nos revelar para a sociedade humana por erros grotescos que chamariam atenção do mundo para a guerra que travamos na sombras há séculos! Fomos sufocados, rebaixados à bibelôs dos governos que não entendiam o nosso propósito e nos prendiam com suas correntes, enquanto deveríamos fazer o mesmo com os lobisomens. Em decadência, quase fomos extintos. Em decadência, esquecemos que nossos propósitos eram muito maiores que as diferenças de classes. "

Silêncio. 

Ninguém piscava. 

Toda a sociedade caçadora estava atônita com o discurso. As palavras que há muito tempo deveriam ter sido ditas. 

Henry estava extasiado, choques ultrapassavam as correntes sanguíneas, penetravam em seus músculos, o atiçando a continuar:

-Em decadência, esquecemos que podíamos usar a tecnologia a nosso favor. 

Imagens de laboratórios começaram a ser exibidas nos telões. 

-Mais tarde demais. Tentamos arrumar o que já não servia mais. 

E então, surgiram nas telas. Pessoas se assustaram, perdendo o fôlego, fotos de mulheres em preto e branco sendo exibidas em tomadas. 

-Cada mulher... Foi morta por acreditar nos ideais. Foi morta por eles. 

Henry apontou para a cabine de luxo. Os conservadores pálidos de espanto, de olhos arregalados, estupefatos. 

-Então, ao mesmo tempo que dizimavam mulheres grávidas na década de 90, nós, a familia Cavill, montava uma iniciativa com nossos próprios fundos. Nosso próprio exército. Eles tentaram usar vocês, nós, o sangue precioso para potencializar nossos dons. Foi um fracasso. E nós... 

Outra plataforma subia do subsolo até a superfície, a poucos passos de Henry. 

-... Usamos  os demônios. 

Espanto. Todos sentiam espanto. Cochichos muito altos começaram a surgir. 

-Demônios. Monstros. Bestas. Eles são selvagens, mas sim, como qualquer outro animal, podem ser controlados. 

Jungkook tinha a coleira de prata no pescoço; sujo, com as roupas fedendo a vômito depois das injeções, ele virou o rosto para a arena.

A porta foi aberta e Kook se encolheu para dentro da gaiola do seu tamanho, mas ao encostar as costas nas grades, tomou um choque dolorido. Seu corpo foi projetado para frente e em um urro de dor, constatou que estava sob os holofotes. Rostos amedrontados olhavam para ele, crianças se escondiam nos braços dos pais, mulheres choravam, escondiam o rosto, gritavam aterrorizadas.

-Usamos os monstros contra os monstros. 

Com a bengala sempre a frente, Henry desceu da plataforma e seguiu para a primeira porta, por onde Jaden o chamava com um aceno. 

-Senhores, apreciem o espetáculo. 

As luzes fortes se apagaram, luzes dos celulares se acenderam, as pessoas começavam a ficar ainda mais desesperadas, os cochichos cada vez mais altos. 


Henry subiu as escadas até a varanda feita só para ele, com a visão privilegiada da arena. Ele clicou no botão no painel na parede. Jungkook estava livre. 

-Acendam as luzes. 

Jaden, ao seu lado, obedeceu. Os holofotes foram novamente acesos. O lobo transformado rodeava toda a arena, babando de raiva. 

-Senhoras e senhores, bem vindos à arena! 


Jaden tomou lugar ao lado de Henry e não viu o movimento suficientemente rápido que o jogou lá embaixo. Na arena. 

O corpo quicou na areia, as costelas arderam envolta de seus pulmões, ele arfou, sentindo o gosto do sangue em sua língua. As pessoas gritavam ao fundo. 

E o lobo avançou tão rápido contra Jaden, que algumas pessoas só conseguiram perceber o que acontecia pelos gritos ardidos de agonia de Jaden. 

Henry sorria abertamente ao ver o corpo destroçado, sangue sobre a areia, massa encefálica espalhada, os lábios caninos manchados de vermelho. 

-Soltem o Kai. -murmurou para um guarda atrás dele. Ele ergueu a mão com a bengala para o público, aterrorizado demais para prestar atenção nele. - Veremos agora a demonstração do nosso verdadeiro protótipo.

Kook, claramente alterado com as injeções que deram em suas veias, estava descontrolado, aquele não era o seu comportamento, mesmo que Henry tentasse passar a ideia de que lobos eram completamente selvagens e indomaveis.

-O Rei de todos os monstros. -ele dizia, a voz aumentando, os olhos brilhando. - O monstro dos monstro, - Henry apertou a bengala de tanta euforia--KAI!

Os holofotes se dirigiram para a porta. E o urro balançou todas as cadeiras, o chão de areia, as cabines, a varanda onde Henry estava. Kai era um animal, uma mistura de um humano e lobisomem. Afiadas garras, dentes de tubarão, olhos sobrenaturais, quase trezentos quilos de pura massa muscular, dois metros e meio, suor brilhando em todos os poros do corpo e linhas pretas cobrindo cada membro. 

Jungkook correu para o lado, mas era impossível escapar de Kai. 

Os olhos vermelhos e pretos apenas seguiram o instinto.

O instinto de matar.



Kyungsoo sentiu a cabeça pesada o puxar para baixo quando levantou. Escutava gritos, um alvoroço barulhento que doía suas têmporas. Gemendo de dor, ele procurou saber onde estava. 

Ao redor, pistolas, arcos e flechas, lanças, tridentes, facas de muitos tamanhos de prata cintilavam. 

Olhou para as próprias roupas. 

Um traje que o cobria do pescoço até embaixo, de ombreiras pesadas, feita de um material prateado, um macacão bem justo que deixava proeminente os músculos dos bíceps, os rolinhos do abdômen, o peitoral, as coxas grossas, as panturrilhas. 

Tenso, ele passou as mãos com as luvas de prata pelos cabelos, porque nenhuma de suas tentativas para tirar aquela droga funcionava, parecia colocada ao corpo.

O aspecto do tecido era áspero, como se tivesse sido desenhado milhões de retângulos pequenos, lembrando escamas, cobertas por placas muito duras, de modo que ficasse parecido com serrilhado.

Soo desistiu, em um suspiro cansado, escutando o alvoroço enlouquecido. Bateu os punhos nas paredes, tentando encontrar as portas. 

A multidão parou. E Kyungsoo se sentiu perigosamente solitário no cômodo. Ao olhar por cima do ombro, ele escutou rosnados. O olhar ficou negro, tão negro quanto a noite em dia crepuscular. Ele correu para a frente, grudando a orelha na parede. Respirou fundo, a mão espalmada no concreto frio, os grunhidos animalescos de um lobo feroz. 

Procurou por câmeras nos cantos das paredes, buracos de ventilação... 

Deus... 

Quem estava brincando com ele daquele jeito? Torturando-o naquela cela fria e fechada? 

E então, fora que irrompeu os gritos de agonia de alguém sendo morto. 


Minutos antes... 

Sehun andava de um lado para o outro e então, parou, olhando para eles:

-Será que eles vão dar refeição?

Youngjae revirou os olhos. 

Luhan pigarreou. 

Chen respirou profundamente. 

-Para onde levaram o Jin? 

Sehun lançou um olhar de censura para Bambam. 

-Jin, o nome dele, não é? -Bambam, que normalmente tinha uma postura calma, olhava para eles com a cara espantada. 

-É... 

-Vão nos deixar aqui para sempre? 

Taehyung olhou para Kook, abraçado à ele, aconchegado em seus braços quentes. Jungkook, de ombros tensionados e maxilar apertado, olhou para a porta por onde Jin fora levado. 

Então, como se fosse uma resposta para aquela pergunta, a porta saiu. 

Todos correram como desesperados, procurando por uma saída. 

Mas a fumaça os cegou, os enfraqueceu, ninguém conseguia se transformar em lobo e Kook desapareceu. 


O rugido energético, alto, selvagem tremeu as armas da sala, as pratas tintilando na parede, facas caíram, os olhos de Soo observaram as finas rachaduras no teto se abrirem. Depois, vieram as unhas rasgando a carne, choramingos, gritos de espanto, e depois... 

O Silêncio. 

Uma parte da parede se dividiu, revelando uma porta secreta e Kyungsoo correu pela sala para se armar contra o bicho que estava lá. 

Os rosnados guturais, choramingos de um filhote de cachorrinho e a luz da arena invadiu a sala, holofotes agora na porta aberta.

Kyung carregou mais flechas na aljava, facas no cinto, balas no coldre, a magnum de prata, as correntes de prata enroladas nos braços e então, veio o segundo urro.

Soo respirou profundamente, armado até os dentes, segurando as duas pistolas nas mãos, ele avançou em direção à luz cegante.

Alvoroço.

Todos se levantaram de suas cadeiras, gritando por ele, para ele. Reconhecia-o. Sabiam quem era Kyungsoo. Ele era um caçador, mesmo tendo renegado suas origens, mas os caçadores acreditavam que Kyungsoo mataria aquele demônio incontrolável na arena, que matou não só um caçador, mas a própria espécie. 

Os olhos vermelhos rubi se encontraram com os negro carvão.

Kyungsoo engoliu em seco.

Era Kai.

Kai era o monstro incontrolável.

Os restos mortais de Jaden e Kook estavam espalhados por toda a areia, sangue em todos os lados, restos de roupas...

Lágrimas brotaram dos olhos de Kyungsoo, que sabia que a única coisa que pararia Kai








Era a morte. 



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