História O Silêncio Dos Lobos - The Devil in I

Kyungsoo avançou no silêncio da escuridão do beco. A música heavy metal explodia nos fones em seus ouvidos.Curioso, ele tentava entender de onde vinha o extinto de ir até aquele local, quase de madrugada.

O rosnado despertou a adrenalina em Kyungsoo. Ele ficou parado, analisando o som que acordou seu lado caçador. Um par de olhos amarelos brilhou no meio da negridão. Em outros tempos, Kyungsoo correria, entretanto, ele ficou ali.

Guerrilhando com seu passado e o presente, Kyungsoo não sabia o que fazer. Avançar contra aquele animal em uma área residência, segundo Minho, era suicídio. Era um alarde desnecessário para ambos os lados. Civis não poderiam, sequer, desconfiar que existiam duas raças tão distintas batalhando nas sombras pela extinção do outro.

Kyungsoo deu passos para trás, afastando-se lentamente. O par de olhos da fera tambem distanciaram-se.

-Mais tarde. –avisou Kyung.

Era estranho pensar que menos de um ano atrás ele era amigo de um deles. Respirou fundo enquanto a playlist trocava para sua música favorita no momento.

The Devil in I, do Slipknot.

Sem mais delongas, ele continuou a sua corrida, voltando ao ritmo que estava antes de parar naquele beco.

Ainda não conseguia compreender como tantos lobos estavam escondidos nas sombras das cidades, revelando-se apenas á noite, quando os caçadores agiam. Eles eram exterminadores daquelas feras e agora, Kyungsoo com o extinto caçador impregnado em sua mente, ele não sabia com quem lutar, quem defender.

Sua angustia também dava-se á isso. A indecisão e a incerteza do que fazer com a sua capacidade caçadora. Avançando cada vez mais rápido, passando velozmente sobre os postes de luz amareladas, Kyungsoo foi pego de surpresa. Jogado contra a grama, ambos rolaram para escuridão. Escondendo-se em um caminho entre duas casas, Minho acalmou Kyungsoo. Com as mãos no rosto, o irmão mais velho tentava prevenir os golpes que o caçula daria nele pelo susto.

-Que merda é essa? –murmurou Kyungsoo.

Minho, arfante, sentou-se, colando as costas na parede de tijolos da casa. Kyung, do outro lado, esperava que o mais velho começasse a explicar.

-Eles estão em casa. Me perseguiram. Eu... Eu vim atrás de você. Eles nos descobriram.

-Foi culpa da Anne.

-Quem quer que ela seja, deve trabalhar para os RC.

Os irmãos encararam-se. Nenhum sabia que Anne, na verdade, era um codinome de Irene, a própria irmão deles.

-Temos que fugir.

-Pra onde?

Minho olhou para a rua, procurando pelos caçadores ômega que estavam atrás deles há poucos instantes.

-Consegui despistar eles, mas não por muito tempo. Acho melhor irmos para a California. Droga... Eu não sei. 

-Vamos para lá.

Minho voltou a encarar o irmão, então disse mais baixo, como se eles pudessem escutá-lo mesmo sussurrando:

-Anne disse que os Rebeldes nos ofereceram abrigo.

-Não, não. Ainda não confio nela.

-É nossa única saída. Posso tentar contatá-la a caminho de Boston.

-Por que iríamos para Boston?

Minho tentou controlar a respiração.

-É onde ela disse que a base dela ficava.

-Por que acredita nela?

-Eu não sei.

-Não vamos pra lá.

-Kyun...

Kyungsoo pôs o dedo sobre a boca, pedindo silencio. Os dois calaram-se. Três caçadores perambulavam pela rua, separados, eles olhavam entre as casas. Suas armas estavam guardadas nos casacos de couro. Kyungsoo aumentou a música no mp3 e ergueu-se lentamente, com as mãos na parede de tijolos.

-Kyun. –Minho tentou chamá-lo, murmurando em pânico. – Kyungsoo!

Kyungsoo estalou os dedos e saiu do esconderijo. Um dos caçadores assobiou, chamando a atenção dos outros.

-Não aqui. –Kyungsoo disse, balançando o dedo.  Um sorriso estranho brotou em seus lábios. – Vamos para um lugar mais sossegado, rapazes.