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História O Símbolo do Desespero - Interativa - Chega o dia do teste de admissão! - Parte 1


Escrita por: Topaz10 e Leonidas182

Notas do Autor


E DEPOIS DE UM MÊS DE MUITA PROCRASTI... escrita exaustiva (?), voltamos com outro capítulo.
Aqui está um conteúdo gostoso pra vocês enfrentarem a quarentena. E nada de sair de casa, pessoal! Precisamos zelar pela saúde de todos.
O link para a lista dos personagens aprovados, com nossos comentários sobre cada um, está nas notas finais.

Aproveitem o capítulo! ^-^

Capítulo 4 - Chega o dia do teste de admissão! - Parte 1


Fanfic / Fanfiction O Símbolo do Desespero - Interativa - Chega o dia do teste de admissão! - Parte 1

Enfim havia chegado o dia do teste de admissão e, com isso, vários adolescentes aspirantes a heróis amontoavam-se em grupos na entrada da U.A. Como havia sido divulgado anteriormente, o teste daquele ano seria realizado em grupos, e apesar dos números de integrantes não terem sido estipulados, era normal que a maioria ali presente já estivesse com grupos formados, ou iniciando um diálogo com alguns estranhos para tentar montar uma equipe.

Mario estava dando uma carona para Lívia e Yuudi em seu carro. Após uma troca de selinhos rápida entre o casal, Mario os deixou em frente ao local do teste.

Yuudi ajustou seu moletom cinza e olhou ao redor. Mal acabara de chegar e já dera de cara com aquela multidão, isso causava-lhe apreensão, o mesmo podia ser dito de Lívia, a qual balançava suas orelhas lupinas em várias direções, captando diversos sons irritantes. O garoto levou a mão ao bolso de seu jeans preto folgado, retirando seu celular para conferir o horário:

06:56

– Faltam quatro minutos para abrirem os portões, chegamos bem na hora. – Disse o Kirishima, lançando um leve sorriso para sua amiga, e guardando o celular em seguida.

Lívia estava com suas roupas leves habituais, mais do que nunca aquele era o momento ideal para sentir-se livre.

Ela suspirou e colocou as mãos nos bolsos do moletom, tentando lidar com aquela barulheira infernal.

– OI, PESSOAL! – Gritou uma voz masculina nas costas de Lívia.

A garota rapidamente tampou sua boca antes que gritasse. Yuudi também se assustara, mas não na mesma intensidade. – VOCÊS JÁ TEM GRUPO?

– Você poderia, por favor, parar de gritar? – Yuudi tapou seus tímpanos com os dedos indicadores, enquanto sorria penosamente para o desconhecido. – E não, por enquanto somos só nós dois de grupo.

O garoto novo possuía olhos azuis e cabelos rosados; usava um casaco preto aberto, combinado com calças e sapatos da mesma cor, além de uma camisa branca de colarinho alto por baixo do casaco.

Como se tivesse lembrado de algo imprescindível, ele arregalou os olhos e sorriu largamente.

– Ah, onde estão meus modos? – Ele estendeu ambas as mãos para cada um dos conhecidos. – Meu nome é Ashido Kamaye!

Yuudi foi o único a devolver o aperto de mão, enquanto Lívia permaneceu de braços cruzados e expressão fechada, sem dizer uma palavra.

– Espero que possamos ser amigos! – Exclamou Yuudi.

– Também espero! – Respondeu Kamaye, com um grande sorriso. – E qual é o seu nome?

Ele também sorriu, embora fosse mais singelo.

– Bakugou-Kirishima Yuudi.

– Vocês dois vão continuar de conversinha ou entrar antes de ocupem todos os lugares? – Disse Lívia rispidamente, balançando sua cabeça na direção dos portões que haviam sido abertos a pouco tempo e já estavam sendo invadidos por várias pessoas.

– Certo, vamos. – Disse Kirishima, inspirando profundamente e dando um passo à frente.

– É isso aí! – Exclamou Ashido, correndo na frente para reservar assentos para o trio.

 

[…]

 

– ATENÇÃO, PIVETES! – Exclamou o professor de frente para o auditório. – VOU DAR UMA RÁPIDA EXPLICAÇÃO SOBRE O EXAME PRÁTICO, ENTÃO TODOS CALEM A BOCA!

Todos ficaram estáticos, incapazes de tirar a atenção do professor.

 

Herói profissional: General

Individualidade: Pacify

Consegue imobilizar um ou vários alvos ao mesmo tempo, só com um comando de ordem; o alvo também torna-se incapaz de se comunicar além de sussurros. A eficiência da paralisia depende de sua irritabilidade, mas também pode ser anulada por um comando do mesmo.

 

Ele usava roupas longas, apenas suas mãos e rosto estavam descobertos com o tecido vinho que percorria pelo seu corpo. A roupa mantinha uma gola trabalhada que parecia servir para ventilar em um uniforme que parecia ser tão quente quanto o temperamento de quem usava, em uma palavra, a imagem inteira parecia transparecer uma única emoção, raiva

Com o auditório totalmente em silêncio, ele limpou a garganta e continuou, dessa vez mais calmo.

– A maioria das explicações já estão no material do candidato, mas é pragmático explicar com mais detalhamento!

Não consigo me mexer… – Sussurrou Kamaye, o qual estava sentado entre Lívia e Yuudi em uma das fileiras superiores do auditório. – E não dá pra falar mais alto…

Lívia deu um risinho debochado, logo voltando sua atenção para o professor.

Pelo menos assim você cala a boca.

O professor abriu o slide show no telão do auditório, e foi passando à medida que explicava.

– Vocês formarão equipes de quatro integrantes cada, e se dirigirão para o labirinto projetado especialmente para esse teste. Vocês lidarão com robôs vilões e armadilhas em quantidades não especificadas.

Lívia sorriu de forma determinada, com um brilho nos olhos.

Se todos trabalharmos em equipe, com certeza! – Disse Yuudi, animadamente, pelo menos o mais animado que um sussurro proporcione. – Mas vamos precisar de mais um integrante…

– Cada robô derrotado e armadilha vencida implicam em pontuações diferentes, o mesmo vale para em quanto tempo vocês conseguirem atravessar o labirinto, quanto menos tempo levar, mais pontos! – General deu uma pequena pausa para recuperar o fôlego e continuou. – Usem suas individualidades para trabalharem bem em equipe. Claro que nada impede que os membros se separem durante o percurso, mas o simples fato de estarem juntos já garante pontos também!

De súbito, os adolescentes do auditório recuperaram seus movimentos e o controle sobre o tom de voz, trazendo um grande alívio coletivo.

– Enfim eu posso me mexer e falar do jeito que eu quiser! – Exclamou Kamaye enquanto balançava os braços de um lado para o outro, quase acertando seus companheiros. Ele não falou em um tom muito alto, afinal, não queria sofrer outra restrição.

A garota lupina puxou suas orelhas contra a cabeça, temendo que o garoto voltasse a falar alto. Enquanto Yuudi tampou os ouvidos com as mãos, tentando evitar a mesma coisa.

– PAREM JÁ COM ESSA CONVERSINHA! VOCÊS TEM DEZ MINUTOS PARA COMPLETAR ESSE LABIRINTO, CASO CONTRÁRIO, SEUS PONTOS SERÃO CONTABILIZADOS DO MESMO JEITO! MAS CLARO QUE NENHUM DE VOCÊS SERÁ INÚTIL A ESSE PONTO! ALÉM DISSO, ATACAR O COLEGUINHA, INDEPENDENTE DE SER OU NÃO DO SEU TIME, ACARRETARÁ EM ANULAÇÃO DO TESTE! – Gritou abruptamente o professor, causando outra paralisia massiva. – COMO DIZ O LEMA DA NOSSA ESCOLA, O QUAL VOCÊS DEVEM LEVAR PARA A VIDA COMO UM INCENTIVO… PLUS ULTRA!

Por que a vida é tão injusta?! – Exasperou Ashido, em um sussurro de pura frustração..

Porque ela com certeza é uma entidade lupina. – Disse a loba azul, em um tom de satisfação.

Passados mais alguns momentos de tensão paralisante, os jovens aspirantes a heróis foram guiados pelo professor até a instalação do labirinto. Era um local fechado, formado por paredes e chão de alumínio. Uma certa quantidade de grupos foi posicionada em cada uma das entradas do labirinto, permitindo que houvesse mais espalhamento de membros.

Enquanto o trio era alocado para sua entrada, junto de mais alguns grupos, Yuudi se pronunciou.

– Precisamos de mais um integrante, conseguem ver alguém sem grupo?

Seus colegas de grupo olharam para todas as direções, verificando se alguém ali estava sozinho. Mas eles não precisaram procurar por muito tempo, a própria busca foi até eles.

– TEM ESPAÇO PRA MAIS UMA?! – Exclamou uma garota de cabelos e olhos roxos. Usava uma camiseta branca, leggings pretas e tênis também brancos. – Katsu Dekiru a seu dispor!

Lívia ficou estática, com uma expressão de puro ódio. Yuudi afastou-se um pouco, tentando não irritá-la ainda mais.

– Estávamos mesmo procurando por mais alguém, seja bem-vinda! – Disse Ashido, levantando o polegar direito para a novata e sorrindo animadamente.

– Contanto que parem de gritar, por mim tanto faz. – Disse Lívia rispidamente, tomando a liderança do grupo.

Havia mais alguns grupos na entrada para a qual haviam sido designados. Ninguém ousava falar com os times adversários, focando toda a atenção em suas próprias equipes.

Dada a largada pelas saídas de som dispostas pelas entradas, cada grupo saiu em disparada. Exceto o esquadrão montado às pressas.

– Ok, não temos muito tempo e não sabemos nada uns dos outros… – Ponderou Lívia, enquanto ficava de frente para os outros em posição militar. – Eu avanço na vanguarda, e o Yuudi cuida da retaguarda. O resto de vocês fica no meio e ajuda quando enfrentarmos obstáculos. Alguma objeção?

Mesmo não sendo um plano concreto, os demais aceitaram de prontidão. Todos corriam atrás de Lívia, a qual reduzira sua velocidade para não deixá-los para trás. Em poucos segundos chegaram em uma encruzilhada.

– Como querem prosseguir? – Questionou Lívia, parando para analisar os dois caminhos que formavam um “V”.

Yuudi também fez o mesmo, ponderando com a mão direita fechada sob o queixo.

– Não há nenhuma evidência do melhor caminho… que tal irmos pelo lado do coração?

– Pela esquerda? – Perguntou a loba azul em tom de deboche. Aquele motivo só podia ser piada. – Meu instinto me diz para irmos pela direita.

– O lado do coração me parece mais amigável! – Kamaye colocou a mão direita no ombro esquerdo de Yuudi, tentando dar apoio ao garoto.

– Eu concordo! – Disse Dekiru, sem se importar muito com a resposta, na verdade.

Lívia suspirou, sentindo-se contrariada por darem ouvidos a uma ideia só pela forma a qual fora nomeada.

– Vocês que sabem, mas não venham depois me pedir ajuda choramingando. – Ela deu uma risada sarcástica e voltou a tomar a dianteira.

O caminho parecia calmo, sem nenhum sinal de robôs e armadilhas até o momento.

– Pelo visto atravessar esse labirinto vai ser facinho! – Exclamou Katsu, colocando as mãos atrás da cabeça. – A propósito, nem sei os nomes de vocês. Quais seriam?

As orelhas de Lívia se agitaram, e ela parou para captar melhor o som.

– Silêncio!

Os demais também pararam, mas Dekiru continuou sua fala.

– Acho que é muito importante sabermos os nomes de cada um, assim nos entendemos melhor! – Disse a garota, com o tom de voz um pouco alto. – Aliás, qual a matéria favorita de vocês? A minha é qualquer coisa relacionada à área de humanas!

– EU DISSE PRA CALAR A BOCA! – Irrompeu a garota lupina, batendo as patas no chão com força. – NÃO PERCEBE QUE EU TÔ TENTANDO CAPTAR SONS?!

De súbito, o teto alongou-se na direção deles, dando poucos segundos para Lívia reagir e empurrar Yuudi, Dekiru e Kamaye para a direita. Antes que alguém pudesse reagir, um muro desceu, interpondo-se entre o trio e Lívia.

Após recuperar-se do susto, Yuudi levantou-se e começou a bater freneticamente no muro, gritando o nome da amiga a plenos pulmões. Depois de tentar contato por alguns segundos, sem sucesso, ele sentou-se abruptamente no chão, com um semblante de derrota.

– Nós devíamos ter ido pela direita…

Ashido aproximou-se do garoto, e deu um tapinha amistoso em seu ombro direito.

– Ela vai ficar bem, agora precisamos continuar.

Kirishima suspirou, tentando concentrar-se novamente no teste.

Katsu também aproximou-se e estendeu-lhe a mão direita.

– Vamos logo, a gente consegue!

Yuudi acenou com a cabeça e aceitou a ajuda da garota para se levantar.

– Tem razão, não é hora para lamentar! – Ele cerrou os punhos em determinação, e tomou a dianteira do grupo. – Vamos seguir em frente!

Então, os três continuaram a correr em linha reta, dessa vez, mais atentos a quaisquer armadilhas.

– A propósito, sou Bakugou-Kirishima Yuudi.

– E eu sou Ashido Kamaye! – Exclamou o rosado.

 

[…]

 

Era aproximadamente 6:30 quando Togata Akira chegou para o teste de admissão. A garota possuía cabelos pretos que iam até a altura de seus ombros, dos quais saía uma mecha vermelha da franja; seus olhos eram igualmente negros, e estava utilizando um look simples: uma camiseta preta, acompanhada de shorts jeans e tênis brancos.

Por nenhum de seus amigos serem aspirantes a heróis, ela não tinha um grupo pré-formado para fazer o teste. Teria de se virar para reunir pessoas naqueles trinta minutos restantes. Suas habilidades comunicativas não eram das melhores, mas era necessário o esforço.

Ela inspirou profundamente e expirou, preparando-se para uma série de diálogos com estranhos. Olhando ao redor, parecia que todos já estavam com seus grupos formados, conversando animadamente sobre estratégias.

Caminhando um pouco pela entrada da U.A., encontrou dois adolescentes conversando animadamente.

Um deles era um garoto albino parcial, com cabelos brancos e olhos vermelhos; ele usava um casaco azul, acompanhado de calças jeans e sapatos também azuis. Sua companheira de conversa era uma garota loira com olhos azuis; ela usava uma blusa branca, uma fita preta amarrada em forma de laço no pescoço, um short jeans alto e sandálias pretas; dos lóbulos de suas orelhas, saiam dois plugues de fones de ouvido.

– Essa piada foi ótima! – Exclamou o albino, segurando a barriga enquanto ria sem parar.

A outra também não conseguia conter a risada, chegando a lacrimejar.

– A gente devia era estar procurando mais alguém pro time.

Escutando esse trecho da conversa, Akira aproximou-se de prontidão.

– Desculpe a intromissão, mas vocês disseram que precisam de mais alguém pra equipe?

A dupla voltou-se para a recém-chegada, e a loira assentiu com a cabeça.

– Exatamente, quer entrar?! – Perguntou animadamente.

– Agradeço a oferta. – Akira entrou na rodinha de conversa, e esperou o albino falar alguma coisa.

Percebendo os olhares voltados para si, o garoto enfim falou.

– Sou Shinso Bell, e você?

– Togata Akira. – Respondeu sem rodeios.

– E eu sou Kaminari Emi! – Exclamou a loira, voltando a atenção de Akira para si. – Mas pode me chamar de Emi, eu não ligo para formalidades.

– O que acham de debatermos sobre nossas individualidades para montarmos uma estratégia? – Sugeriu Togata, colocando as mãos nos bolsos do short.

– Manipulo os estados da água. – Disse o albino, condensando o ar ao seu redor para formar um pequeno jato d’água de seu dedo indicador direito.

– Posso absorver energia e liberá-la com meus fones. Também posso converter minha força vital para dar descargas elétricas, mas costumo desmaiar ao fazer isso. – Disse a loira, balançando as extensões de suas orelhas. – Meus plugues também me permitem melhorar a audição e escutar música!

Akira retirou as mãos dos bolsos, cruzando os braços.

– Posso atrair e repelir materiais magnéticos. – Disse olhando para um ponto qualquer no horizonte. – Gero pequenas correntes elétricas que só posso liberar através do toque e posso dar formas a materiais magnéticos.

– Olá! – Disse uma voz masculina às costas de Akira, o que a fez levar um susto. – Estava ouvindo a conversa de vocês, e pensei em me juntar ao grupo e dar uma ajudinha com a estratégia.

Togata cruzou os braços e encarou o estranho.

– E quem você seria, senhor espião?

O garoto alarmou-se e tocou o peito com a mão direita.

– Mil perdões pela indelicadeza! Me chamo Hajime Dante. – Ele juntou as mãos e sorriu amigavelmente. – Mas podem me chamar pelo primeiro nome.

Dante era alto, possuía cabelo preto e olhos castanhos avermelhados. Seu rosto e porte físico exprimiam uma beleza esbelta. Ele usava um casaco preto com pelos cinzas na gola e nas mangas; uma calça jeans preta e sapatos vermelhos escuros.

– Qual é a sua individualidade? – Questionou Shinso.

– Meu corpo possui uma barreira natural, sendo uma ótima defesa. – Dante colocou as mãos nos bolsos de seu moletom sem mangas, esperando uma resposta. – Então, posso me unir a vocês?

– Por mim tanto faz. – Respondeu Akira com rispidez.

– Maravilha! – Exclamou o garoto, lançando um sorriso caloroso. – O que acham do seguinte plano? Bell-chan lança um jato de água no chão em que os robôs estiverem, e a Emizinha libera uma carga elétrica para inutilizá-los!

– B-Bell-chan…?! – O albino virou-se para o outro lado, seu rosto pálido deixava muito evidente o quanto suas bochechas estavam coradas.

– Mas eu expliquei como é arriscado liberar energia sem uma fonte externa! – Explicou Emi. – Por que a Togata não faz isso?

Antes que sua colega pudesse responder, Dante tomou a palavra novamente, o que a deixou levemente contrariada.

– Ela poderia tomar um choque se fizesse isso. – Disse Hajime, juntando as mãos. – Você precisa fazer esse sacrifício por nós, Emizinha! Só conseguiremos com sua ajuda! – Os últimos trechos ele disse com um tom de voz fofo, o que deixou Kaminari sem alternativa.

– Bem, já que é assim… vou me esforçar para não desmaiar! – Ela recuou um pouco, não acreditando muito nas próprias palavras.

– Que ótimo, linda! – Dante abraçou-a com força, quase sufocando-a. Ao livrar-se do aperto, a loira lançou um sorriso sem graça para o colega.

Dada a largada, o quarteto avançou com cautela pelo labirinto, olhando para todas as direções, para caso alguma ameaça surgisse. Chegando ao fim do corredor, dobraram à direita e andaram mais alguns passos, até terem que virar novamente para a esquerda. Ninguém falava nada, tendo foco total para atravessar o local antes do tempo terminar. Ao andarem por mais alguns metros, chegaram a uma área aberta, a qual abria três caminhos diferentes; um à frente, outro à direita e um à esquerda.

Eles pararam, e Togata foi a primeira a falar.

– Então, por onde querem seguir? – Perguntou olhando para os caminhos.

Antes que alguém pudesse responder, portões metálicos surgiram do teto, fechando as passagens, em seguida, o chão abriu-se a alguns metros de distância do grupo, dando lugar para a elevação de uma plataforma, onde encontravam-se vários robôs humanoides.

– Já sabem o que fazer, companheiros. – Disse Dante, com um sorriso gentil.

 

[…]

 

Yuudi, Kamaye e Dekiru estavam em uma situação complicada. Uma bola metálica gigante estava perseguindo-os, seguindo-os independentemente de quais caminhos tomassem no labirinto. A velocidade do objeto não dava brechas para parar e bolar uma estratégia bem pensada, cabendo aos aspirantes a heróis pensarem em algo rapidamente enquanto corriam para não serem esmagados.

– Eu adoraria usar minha individualidade agora! – Exclamou Dekiru, a qual encontrava-se lado a lado com Yuudi na velocidade. – Mas temo que ela não ajudaria muito! Alguma ideia?!

Ter uma ideia era exatamente o que Yuudi estava tentando fazer desde que começaram a ser perseguidos a pouco tempo atrás, entretanto, o medo de ser esmagado estava nublando seus pensamentos, impossibilitando-o de pensar a fundo em uma solução.

– Tive uma ideia! – A palavra veio de Ashido, o qual estava atrás da dupla.

Antes que pudessem responder, o garoto começou a secretar uma gosma branca viscosa de sua mão, o qual ele lançou na base da bola gigante. Esse processo foi feito várias vezes enquanto corria e, à medida que mais dessa substância ia aderindo-se à base, a velocidade da bola ia diminuindo. Não demorou muito para ela parar por completo, enfim dando trégua ao trio.

Kirishima e Katsu pararam de correr e viraram-se, observando uma grande quantidade da gosma impedindo a bola gigante de avançar. Kamaye inspirou e expirou profundamente, em seguida lançando um sorriso vitorioso para a dupla, estendendo o polegar direito.

– Já podem descansar, colegas!

 

Ashido Kamaye

Individualidade: Cola

Seu corpo consegue secretar uma substância parecida com uma cola tóxica, podendo controlar a viscosidade e a aderência. Fica com retardo muscular ao secretar muito.

 

No mesmo instante, disparadores de laser foram desacoplados das partes superiores das paredes, mirando para o grupo. Estavam posicionados ao longo de todo o corredor, não dando brechas.

Antes de atirarem, Yuudi pensou rápido e tomou uma atitude para proteger a si e a seus companheiros. Puxou as mangas de seu moletom e cruzou os braços, transformando sua pele em obsidiana. O material negro bloqueou os tiros consecutivos, o que requeria uma grande concentração por parte de Yuudi para não ceder.

 

Bakugou-Kirishima Yuudi

Individualidade: Mineralização

Consegue transformar sua pele em qualquer minério. O tempo de duração depende da dureza do material na escala mohs; quanto mais duro, por menos tempo consegue manter. A dureza também é reduzida pelo nível de cansaço e ferimentos.

 

– Eu vou na frente para bloquear os disparos, fiquem atrás de mim e deem cobertura! – Exclamou Kirishima, com uma expressão de grande esforço em seu rosto.

Ashido e Katsu acenaram com a cabeça e seguiram-no. Yuudi corria o mais rápido que podia, defendendo o grupo com seus braços de obsidiana. Atrás, Kamaye neutralizava com seus disparos de cola os lasers que escapavam da proteção de Yuudi; os lasers perfuravam a cola solidificada com facilidade, era apenas uma forma de ganharem segundos para desviarem.

Dekiru olhou para o final do longo corredor com determinação.

– Continuem bloqueando, tenho algo a fazer!

No final do corredor, formou-se um clone da garota. Em um instante, Dekiru trocou de lugar com o clone, o qual foi atingido no braço esquerdo por um laser assim que ficou na antiga posição da dona. Após isso, o clone desapareceu em fumaça e a dor fora transmitida para o braço de Dekiru.

 

Katsu Dekiru

Individualidade: Clonagem

Consegue criar clones de si mesma às custas de sua energia vital e trocar de lugar com eles. Os clones são permeáveis, podendo atravessar qualquer superfície. Todo dano recebido pelas cópias é transferido à usuária.

 

Yuudi e Kamaye ficaram surpresos com aqueles movimentos rápidos, mas mantiveram o plano em ação.

Dekiru segurou seu braço esquerdo com força, tentando conter a dor transferida de seu clone. Mesmo com a sensação de ardência, ela começou a criar vários outros clones. Estes começaram a socar os disparadores, liberando Ashido e Kirishima aos poucos. Com a grande quantidade de clones, os disparadores foram destruídos rapidamente.

Dekiru os desfez e esperou por seus colegas.

– Katsu, você está bem? – Perguntou Yuudi, com um semblante de preocupação. Ele desfez o efeito de sua individualidade e abraçou a garota com força.

Mesmo estando muito suado, Dekiru aceitou o abraço e retribuiu, afinal, ela também havia transpirado em demasia.

– Estou sim, e vocês dois?

Eles confirmaram ao mesmo tempo, e Yuudi liberou-a do abraço.

– Que bom que vocês estão bem, eu estava desesperado com aquela bola! – Exclamou Kamaye, abanando-se com as mãos.

Yuudi sorriu, contente pelo trabalho em equipe bem-sucedido.

– Também somos gratos a você, Ashido! – Exclamou Dekiru, dando um tapinha no ombro esquerdo do colega.

– Exatamente! – Ao concordar com a frase da garota, Kirishima notou a queimadura no braço esquerdo dela. – Como está o machucado?

Ela deu uma esfregada de leve e voltou a atenção para os olhares de preocupação de seus colegas.

– Foi só um laser bobo, ainda posso continuar! – Ela sorriu para os garotos e continuou sua fala. – Agradeço por tudo que fizeram.

Eles acenaram com a cabeça e sorriram. Então, o trio voltou-se para a parede metálica à sua frente. Não havia saída, e não tinham como voltar com a bola gigante bloqueando a passagem.

– O que fazemos agora? Questionou Kamaye, olhando na direção do grande objeto metálico.

– Deixa que eu confiro isso. – Disse Katsu, concentrando-se.

Ela podia criar clones em locais pelos quais havia passado recentemente. Então, os criou em cada caminho pelos quais haviam evitado devido a fuga. Ela trocou de lugar com cada um deles e verificou seus destinos, retornando para o grupo em pouco tempo.

– As outras passagens também são becos sem saída. Não tem pra onde ir. – Ela recostou-se à parede e pôs-se a pensar.

Yuudi estava fazendo o mesmo, com o punho direito sob o queixo.

– Já passaram alguns minutos desde que entramos no labirinto, não deve faltar muito para o tempo acabar. – Constatou Kamaye, tateando a parede em busca de algo que não estivesse óbvio.

Kirishima abaixou o punho e analisou os movimentos de Ashido.

– Katsu, você consegue criar um clone além dessa parede?

– Não, Ki…

Antes que ela pudesse completar a frase, Ashido encontrou um botão secreto invisível no canto inferior esquerdo da parede, a qual girou junto com o chão próximo, levando o grupo para o outro lado.

– Uhul! A vitória é minha! – Exclamou o rosado, erguendo os punhos.

– Parabéns, colega! – Disse Dekiru animadamente.

Yuudi olhou para o caminho que seguia à sua frente, com uma volta para a direita a poucos metros de distância.

– Precisamos continuar, pesso…

Um grito cortou a fala do garoto. Era uma voz feminina, e parecia estar próxima.

– Parece que alguém está em perigo, temos que ir! – Yuudi correu apressadamente na direção da voz, seus colegas fazendo o mesmo.

Ao dobrarem a esquina, percorreram por um corredor largo em linha reta. No final dele, uma grande área se abria; impedindo a passagem, havia um buraco grande e fundo, o qual possuía gumes afiados de diferentes tamanhos em seu interior.

De costas para o abismo, uma garota baixinha tremia de medo, pois dez robôs humanoides aproximavam-se dela, com ferramentas cortantes nos alongamentos de seus braços. Ela estava sem saída, e cairia se desse mais um passo para trás.

– O QUE ESTAMOS ESPERANDO? VAMOS DESTROÇAR ESSAS LATAS VELHAS! – Sem pensar duas vezes, Dekiru focou seus esforços para criar um clone atrás dos robôs, e trocou de lugar com ele, atraindo-lhes a atenção.

– VOCÊ É LOUCA?! – Exclamou Kamaye, antes de ser erguido pelo clone e lançado por cima do buraco.

Ele gritou desesperadamente enquanto quase caía em cima dos robôs. Seu pensamento imediato foi formar uma coluna sólida com sua cola, secretando uma grande quantidade para conseguir a aderência ao chão. Após chegar ao chão, um dos robôs atirou na coluna, destroçando-a; o que levou o garoto apavorado a juntar-se à Dekiru.

Antes que Yuudi pudesse reagir, o clone também lançou-lhe para o outro lado. E, para evitar de se ferir com a queda, ele transformou toda a sua pele em cobre. Não que isso tivesse evitado as três quicadas sucessivas até o garoto estacionar no chão.

Ainda de bruços, ele referiu-se à Dekiru.

– Você bem que poderia ter avisado, né? – Seu sorriso era tortuoso, enquanto levantava-se, tirava a poeira da roupa e desativava o efeito de sua individualidade.

Do outro lado da margem, o clone riu da situação e desfez-se, assim como uma porta metálica desceu do teto, bloqueando a saída.

Os dez robôs partiram para cima do trio, ignorando a garota, a qual permanecia paralisada olhando para eles.

– EU NÃO SOBREVIVI À KATSU PRA SER DERROTADO POR UM ROBÔ! – Gritou Kamaye, enquanto secretava uma grande quantidade de cola na direção dos robôs, cobrindo-os totalmente no chão. Porém, eles atiraram laser e se ergueram como se nada tivesse acontecido. – Tá de brincadeira com a minha cara…!

Katsu concentrou-se e formou cinco clones, os quais partiram para cima do máximo de androides que conseguiam atrasar.

Yuudi aproveitou essa brecha para transformar sua pele em aço, enquanto se aproximava e socava as cabeças de dois robôs ao mesmo tempo, as quais voaram para longe. Com isso, saíram faíscas de seu interior, e eles começaram a correr em círculos, sem rumo. Kamaye aproveitou-se da confusão para chutá-los na direção do buraco com gumes afiados, destruindo-os de vez.

Um androide passou de raspão pelo rosado, cortando-lhe o rosto com uma serra elétrica acoplada ao braço mecânico direito. As gotas de sangue espinaram na lâmina e no braço, deixando o garoto em alerta, o qual abaixou-se e deu uma rasteira na máquina. Ela encarou-o e lançou um laser pelos olhos, o qual acertou o adolescente no peito. Sua camisa branca fora rasgada no local do acerto, ferindo seu tórax. Ele recuou com um grito de dor, levando as mãos ao local do ferimento.

Kirishima aproximou-se e deferiu o golpe definitivo contra a máquina, socando-a no peito, onde ficava localizado o gerador.

– Como você está, Ashido? – Perguntou preocupado.

Com um semblante sofrido, o rosado sorriu com dificuldade para o colega.

– Não se preocupe comigo, continue com o bom trabalho!

Um robô abaixou a lâmina de sua espada para cortar as costas de Yuudi. Percebendo o ato, Kamaye empurrou o colega para o lado e lançou um jato de cola na espada, inutilizando-a momentaneamente.

Ao cair, Kirishima aproveitou-se da brecha e, transformando seu punho direito em cobre, quebrou as pernas do androide. Com a queda da máquina, Ashido desferiu um forte chute no local do gerador, produzindo faíscas e eliminando mais uma ameaça.

Enquanto isso, Dekiru estava parada, focando totalmente em controlar seus cinco clones para derrotar os androides. Entretanto, a grande quantidade de cópias estavam consumindo muito de sua energia vital, o que piorava o desempenho delas nas lutas. Não importava quantos golpes dessem em seus oponentes, pareciam não ser suficientes para causar-lhes dano.

Em meio a esquivas e chutes sem sucesso, as máquinas conseguiram dar cabo dos clones, e partiram para cima da garota. Ela tentou criar um clone distante dali, para poder trocar de lugar, mas não conseguiu. Já estava exausta e mal conseguia manter-se em pé. Suas pernas cederam, e seus joelhos foram de encontro ao chão; enquanto inspirava e expirava pesadamente, não encontrava forças para levantar-se e reagir.

Ashido tentou correr na direção dela para ajudá-la, mas seus movimentos ficaram extremamente lentos, reflexo do retardo muscular causado pelo uso excessivo de sua individualidade.

Yuudi transformou seu corpo em alumínio, mas o efeito sumiu rapidamente. Estava muito cansado e ferido para usar sua individualidade, impossibilitando-o de converter-se em minérios de qualquer dureza.

Dekiru ergueu o olhar para as máquinas que cercavam-na, prestes a cortá-la com suas espadas. Ela achava que seria o fim, até que um raio de luz perfurou os robôs um a um, lançando-os em diferentes direções, os quais chocaram-se contra as paredes metálicas, causando-lhes grandes danos e, por fim, desativando as máquinas.

O trio ficou em choque, olhando para as faíscas e a fumaça que emanavam dos androides. Mas logo a atenção voltou-se para a origem do raio luminoso.

Com as palmas das mãos bem abertas e apontando para onde outrora estavam as máquinas, estava a garota pela qual estavam se arriscando. Sua expressão de medo permanecia e lágrimas acumulavam-se em seus olhos.

– Me desculpem por tudo isso… – Lamentou com uma voz grogue, enquanto abaixava os braços e passava a encarar o chão.

 

Akiko Yuna

Individualidade: Feixe Solar

Consegue liberar raios de luz solar das mãos, podendo controlar a temperatura e a forma de propagação.

 

Ela possuía cabelos que iam até um pouco acima de seus ombros, com degradê de rosa, sendo as pontas mais escuras que as raízes; seus olhos eram rosas claro. Ela tinha um corpo magro e sua altura era 1,47 metros. Tinha dentes pontiagudos.

Usava um longo vestido rosa com mangas longas, as quais eram folgadas; meias brancas e sapatos roxos.

Yuudi correu para ajudar Dekiru a se levantar, enquanto lançava um sorriso reconfortante para a menina rosada.

– Não precisa se desculpar, o importante é que conseguimos chegar a tempo.

A passos lentos, Kamaye também conseguiu alcançar a dupla.

– Como você está, Katsu?

– Exausta. – A garota suspirou e voltou o olhar para o colega. – E seu machucado, como está?

– Não arde mais, então não se preocupe com isso. – Ashido sorriu para levantar o moral do grupo e olhou para a novata. – E o que faremos sobre nossa nova companheira?

– Vamos cruzar a linha de chegada juntos! – Kirishima cerrou os punhos com determinação, e foi na direção da garota. – O que acha de vir com a gente, senhorita...? – Perguntou estendendo a mão direita para ela.

A rosada recuou um pouco, mas, aos poucos, segurou na mão do garoto.

– Akiko Yuna. Obrigada… Eu aceito a proposta.

 

[…]

 

O grupo ficou em alerta, preparados para as investidas dos robôs.

Dante cruzou os braços e olhou para seus colegas.

– É só fazer como o combinado.

Shinso adiantou-se e, concentrando a umidade do ar em suas mãos, desferiu um grande jato que cobriu toda a porção do chão em que se encontravam os robôs.

 

Shinso Bell

Individualidade: Manipulação da água

Consegue manipular todos os estados e propriedades da água. Para isso, só precisa da umidade do ar.

 

Os androides, antes que pudessem contra-atacar, foram impedidos novamente. Kaminari utilizou sua energia vital para gerar uma descarga elétrica, a qual foi conduzida pelas extensões de suas orelhas até a grande poça criada por Shinso. Com isso, os robôs entraram em curto circuito e pifaram.

 

Kaminari Emi

Individualidade: Tazer

Consegue absorver e liberar energia elétrica através das extensões de suas orelhas; também pode utilizar sua energia vital como fonte, embora isso possa causar desmaios. Também consegue aumentar a audição e escutar música com seus plugues.

– Parabéns pelo trabalho em conjunto, caros colegas. – Disse Dante, sorrindo.

A voz de General foi ouvida pelas saídas de som.

– PELO VISTO OS PIVETES DERROTARAM OS OPONENTES EM QUESTÃO DE SEGUNDOS! COMO PRÊMIO, MERECEM AVANÇAR PARA O PENÚLTIMO ESTÁGIO!

Todos ficaram perplexos com aquele pronunciamento. Era possível a sorte sorrir de forma tão certeira?

– BOA SORTE, POIS VÃO PRECISAR!

Dito isso, um tubo alongou-se do teto na direção do grupo, sugando-os um a um. Ele os levou para outro espaço do labirinto, jogando-os ao chão sem nenhum cuidado. Cada um foi esmagado sucessivamente, ao contrário de Dante, o qual foi protegido por sua barreira natural.

Com alguns resmungos, Akira e Bell levantaram-se, entretanto, Emi continuava no chão, com os olhos fechados.

– Emi, levanta. – Chamou Bell, oferecendo sua mão direita para ajudá-la a se levantar, mas sem resposta.

– Acho que ela desmaiou por causa do uso da individualidade… – Lembrou Togata, analisando a situação em que a desativação dos robôs ocorreu.

– Ela vai ficar bem. – Disse Dante, lançando um simpático sorriso para o albino. – Tome conta dela, Bell-chan!

Bell corou com a menção àquele apelido novamente, virando o rosto para o outro lado.

– P-pode deixar comigo…

Hajime olhou para o portão que se erguia a alguns metros de distância. A entrada para o último desafio. Ao lado dele, havia um botão vermelho.

– O DESAFIO É O SEGUINTE! – General limpou a garganta e continuou. – Esta sala possui várias minas enterradas. Seu objetivo é atravessá-la, assim o portão se abrirá. Quem for atingido por alguma explosão, FICARÁ PRESO EM UMA ARMADILHA, DEPENDENDO DE ALGUÉM PARA APERTAR O BOTÃO NO FINAL DA SALA E LIBERTÁ-LOS, ENTÃO NÃO FAÇAM BESTEIRA!

Aquela notícia não abalara Dante, ao contrário de seus colegas, que estavam apreensivos.

Akira inspirou profundamente e deu o primeiro passo.

– Vamos manter uma distância segura e seguir com cautela.

Bell assentiu com a cabeça, caminhando alguns centímetros atrás dela, enquanto carregava Emi pelo colo. Hajime permaneceu parado atrás dos dois, analisando cada movimento bem-sucedido deles. Togata e Shinso já estavam na metade do caminho, até o albino dar um passo em falso e explodir três minas de uma vez. O susto fizera Togata perder o equilíbrio e cair, ativando outras.

Dante deu uma risadinha baixa, enquanto observava seus colegas caírem em um alçapão. Ele seguiu calmamente pela rota tomada por eles, e conseguiu atravessar a sala sem problemas. O portão abriu-se e ele olhou para a região do chão onde ficava o alçapão; sem pensar duas vezes, atravessou o portão sozinho e abandonou seus companheiros lá.

 

[…]

 

Mesmo ferido e cansado, Yuudi carregava Kamaye em suas costas, devido à lentidão dos movimentos do garoto. Embora tenha recusado a ajuda no início, o Ashido não resistiu à insistência do colega e aceitou ser carregado pelo bem do desempenho da equipe.

Atrás, Yuna auxiliava Dekiru a caminhar, dando apoio ao braço esquerdo dela.

– Mais uma vez peço perdão pelo transtorno… – Disse Akiko, com a voz baixa. – Se não fosse por mim, vocês não estariam nesse estado.

– Hey, estamos felizes por termos conseguido salvar você! – Disse Yuudi, com um tom de voz caloroso. – Imagino como você deve ter ficado em choque ao ter que se defender de tantos robôs sozinha.

De repente, o grupo escutou pedidos abafados de socorro. Pareciam vir do chão de uma sala da qual se aproximavam.

– AO RESGATE, CAVALINHO KIRISHIMA! – Gritou Kamaye, causando desconforto ao pobre garoto de audição sensível.

– O que eu não faço pelo meu cavaleiro de armadura reluzente? – Yuudi riu ao dizer isso, e começou a caminhar a passos apressados. Dekiru e Yuna seguindo-o.

 

[…]

 

Após atravessar o portão metálico, o mesmo fechou-se novamente, deixando Dante face a face com outro espaço aberto. Do lado oposto, estava um portão com a palavra “Chegada!” em cima, confeccionada com luzes amarelas. Do lado direito também havia outro portão, o qual foi aberto e, de lá, veio correndo um garoto alto e musculoso.

Ele possuía cabelos vermelhos claros curtos e bagunçados. Dois grandes chifres negros saíam de sua testa. Seus olhos eram laranja claro e possuía olheiras avermelhadas. Dois riscos semelhantes a sangue desciam de seus olhos até suas bochechas; todas essas características davam-lhe um ar assustador.

Trajava um kimono vermelho sangue amarrado por uma faixa branca em sua cintura; por baixo, usava uma camisa preta. Vestia calças folgadas, também pretas, e sapatos marrons presos por uma fita a qual cobria sua calça até um pouco acima das canelas.

Dante observou calmamente aquele estranho aproximar-se dele, esboçando seu melhor sorriso falso.

– Fala aí, companheiro! – Exclamou o garoto de cabelos vermelhos, acenando com a mão direita. – Pelo visto somos os primeiros a chegar, hein?

– Realmente é algo excitante! – Disse Dante, juntando as mãos.

Ele deu um passo na direção do portão, mas foi paralisado por uma voz vinda das saídas de som.

– ATENÇÃO, PIVETES! – Gritou a voz de General. – ENFIM TEMOS DOIS MOLEQUES CONCLUINDO ESSE LABIRINTO! EIS SEU DESAFIO FINAL!

Dito isso, o chão na frente deles abriu-se, por onde ergueu-se uma plataforma que trazia um robô gigante. Ele possuía dez metros de altura, e era robusto, tendo uma imponência maior que a de um tanque de guerra.

– DERROTEM O INIMIGO E O CAMINHO SE ABRIRÁ! PODEM COMEÇAR!

Assim, a paralisia cessou e os garotos analisaram o robô com atenção

– Minha individualidade não vai dar conta de algo assim… – Disse o novato, lançando um olhar de súplica para Hajime. – Posso ficar te devendo essa?

Dante não estava surpreso com aquela declaração. Era óbvio que um qualquer não teria a mesma capacidade que ele, e era até melhor admitir em vez de passar vergonha. Ele, que até o momento não havia nem suado para chegar até ali, começou a emanar uma fumaça vermelha ao redor de seu corpo.

– Será um prazer ajudar, caro colega! – Disse com uma risadinha. – Fique atrás de mim e observe enquanto garanto nossa vitória.

O garoto de cabelos vermelhos obedeceu, e esperou de uma distância segura para ver como a máquina gigante seria derrotada.

Em uma incrível velocidade, o robô começou a atirar vários mísseis na direção de Dante, gerando uma fumaça que o cobriu por completo. Logo ela se dissipou, e revelou um Dante completamente ileso, ainda com sua fumaça vermelha característica.

O novato abriu a boca, perplexo com tamanho poder.

– ARRASA, CARA! – Gritou erguendo os braços.

Como os mísseis não surtiram efeito, o robô começou uma investida de vários socos em alta velocidade, sendo impossível localizar seus braços em meio aos movimentos frenéticos.

Os punhos sequer entravam em contato com o garoto, sendo contidos pela fumaça vermelha. O robô parou com os socos e preparou-se para outra abordagem, mas antes que pudesse fazê-lo, Dante desferiu um forte chute na lataria, o qual causou um grande estrago; sem perder tempo, continuou fazendo o mesmo várias vezes enquanto corria em volta da máquina, a qual não conseguia revidar. Após um pedaço da lataria cair, o garoto o pegou e lançou com muita força na direção do peito do alvo, causando uma explosão. Com isso, o robô caiu e teve uma parada nos sistemas, formando uma grande cortina de fumaça com a queda.

Após se dissipar, o novato olhou com admiração para Dante, o qual havia derrotado o robô com maestria.

 

Hajime Dante

Individualidade: Total Shield

Possui uma barreira natural penetrada em seu corpo, a qual manifesta-se visivelmente na forma de uma fumaça vermelha. Nenhum golpe físico consegue rompê-la, apenas absorvendo a potência dos golpes. O usuário pode liberar esse poder acumulado. A absorção prolongada de danos causa sonolência.

 

O portão abriu-se e a voz de General voltou a ser ouvida, enquanto os garotos caminhavam para a saída.

– PARABÉNS, PIVETES! VOCÊS FORAM OS PRIMEIROS A COMPLETAR O LABIRINTO DA U.A.! QUANTO AOS DEMAIS, SÓ FALTAM DOIS MINUTOS, PAREM DE ENROLAR!

– Cara, você foi incrível! – Exclamou o adolescente de cabelos vermelhos, correndo entre pulos para alcançar Dante. – Sou Young Nikko, e você?

– Hajime Dante. – Respondeu sem rodeios, enquanto atravessava o portão e sorria para o companheiro. – Pode me chamar de Dante, meu caro Nikko-chan!

 

[…]

 

Ao ouvir o som do portão batendo, Akira foi tomada por um súbito desespero anterior. Seu colega havia conseguido cruzar o campo minado e não salvara seus companheiros.

Aquele alçapão era escuro e abafado, o que descompassava sua respiração.

Passou-se algum tempo, e nada de alguém ouvir suas súplicas por resgate. Desse jeito seria reprovada, e não conseguiria dar orgulho a seu pai. A frustração era grande, mas não podia desabar ao lado de Bell, então esforçou-se para manter a compostura.

Shinso estava sentado a seu lado, com Emi deitada no colo dele. Enquanto fazia cafuné na garota desmaiada, ele ponderou.

– Pelo visto o Dante passou a perna na gente… – Ele suspirou, ajustando melhor sua postura na parede do alçapão minúsculo. – Pelo menos a Emi não está acordada pra lidar com essa situação.

Togata não respondeu, apenas tomando fôlego para gritar outro pedido de socorro em vão. Depois disso, aquietou-se novamente.

Passados alguns segundos, a dupla começou a ouvir vozes e passos se aproximando, o que ascendeu uma leve chama de esperança em seus corações. A garota voltou a gritar por ajuda.

– CUIDADO COM O CAMPO MINADO! – Gritou a plenos pulmões. – ALGUÉM APERTE O BOTÃO VERMELHO, POR FAVOR!

Mal terminou de dizer isso, o alçapão se abriu, assim como o portão outrora fechado.

Yuudi estava próximo ao botão, ainda com Kamaye em suas costas. Enquanto isso, Yuna ajudava Akira e Bell a saírem de sua prisão.

– Vocês estão bem? – Perguntou o Kirishima, aproximando-se. – Ouvimos pedidos de socorro e viemos o mais rápido possível.

– Muito obrigado pela ajuda! – Exclamou Bell, tirando Kaminari do alçapão com a ajuda de Akiko e Togata.

Percebendo a rapidez com a qual Yuudi atravessou a sala, Akira ficou intrigada.

– Como você conseguiu atravessar sem explodir nenhuma mina?

O garoto ficou com uma expressão confusa.

– Não tem mina nenhuma, eu atravessei de boas.

– Que estranho… – Disse a garota, mais para si mesma do que para mais alguém.

– Querem vir com a gente?! – Perguntou Ashido, de forma animada. – Estamos formando o bonde do Ashido!

– Não conte com isso, convencido! – Exclamou Dekiru, ainda sendo auxiliada por Yuna. – O bonde não vai receber seu sobrenome.

Antes que o rosado respondesse, Togata tomou a palavra.

– Atrás do portão está o último desafio. Podemos ir logo?

O grupo concordou e cada um se aproximou da entrada do portão, o qual fechou-se quando todos passaram. A nova sala estava vazia, apenas com o portão com o letreiro de “Chegada!” do outro lado.

– E FALTANDO APENAS DEZ SEGUNDOS, VÁRIOS PIVETES CHEGARAM À ÚLTIMA SALA! – Exclamou a voz de General, vinda das saídas de som. – Como vocês foram bonzinhos e se ajudaram mutuamente até a sala anterior, não terá desafio dessa vez. PODEM ATRAVESSAR ESSE PORTÃO E SEREM FELIZES!

Dito isso, o portão abriu-se, apenas esperando os finalistas.

Eles ficaram perplexos, mas aliviados por não terem que enfrentar mais robôs ou armadilhas.

– Pessoal… – Disse Yuudi, atraindo a atenção para si. – Como chegamos até aqui juntos, eu gostaria que todos dessemos as mãos e atravessássemos juntos.

Dekiru foi a primeira, segurando a mão esquerda de Kamaye.

– Como você tá ocupado segurando esse peso morto, eu vou segurar a mão dele.

Ashido fez beicinho frente àquela provocação, mas logo isso converteu-se em um sorriso debochado, e o garoto aceitou segurar a mão de sua colega.

Sem dizer nada, Yuna segurou a mão direita de Dekiru, seguido por um Shinso hesitante.

– Você vem, Togata? – Questionou o albino, oferecendo a mão direita para a garota.

Ela encarou aqueles estranhos por um momento, pensando se realmente devia fazer aquilo. Por fim, cedeu e segurou a mão de Bell.

Juntos, eles atravessaram o portão, cada um com um sentimento de vitória em seus corações.


Notas Finais


E cá terminamos um capítulo escrito por mim, @Topaz10. O próximo está sendo escrito pelo nosso queridíssimo senhor @Leonidas182, então não deve demorar dessa vez ksksksk.
Inclusive, agora ele é um dos autores principais; possui uma escrita maravilhosa ;)

Aqui está a lista dos personagens aprovados, com nossos comentários sobre cada um deles:
https://docs.google.com/document/d/1x9vJzIsqFroZbc8xIZJNITo4XWSTZRsIqQJwNfSfk-c/edit


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