História O Sr. Kim (Fanfic - Kim Taehyung) - EP. 7 (SEGUNDA TEMPORADA) "Tenho cara de espelho por acaso?"

Como uma belíssima bosta meu corpo se encontrava caído no chão. E com pouca coragem, consegui olhar para cima — já que me encontrava mais vermelha que um tomate maduro. Encarei o corpo a minha frente e vi que seu rosto não me soava estranho, o mesmo me fitava com um olhar penetrante e eu não entendia o porquê de tamanha conexão que acabei sentindo. As tatuagens de seu pescoço me deram uma espécie de nostalgia. Porém, não conseguia me lembrar perfeitamente.

Em um gesto rápido, me levantei do chão e via que o mesmo ainda me observava, mas dessa vez com um olhar mais calmo.

— O que foi ein? Tenho cara de espelho por acaso? — pergunto e as pessoas que passavam na volta pareciam crianças do quarto ano fazendo “uuuuh!” “eu não deixava!” “se defende agora Joo Woon!”

Acabei saindo dali o mais rápido que pude. Que coisa mais inútil, tipo? Perder tempo com brincadeiras infantis já deu pra mim, já não basta ter um pai com mais de trinta anos com uma mentalidade de cinco que faz brincadeiras toda hora, e agora uns adolescentes querendo arranjar briga? Me polpe!

Acabei andando mais do que deveria, e percebi que acabei me perdendo na escola. Sim, a anta se perdeu em meio aos corredores desconhecidos da escola. O desespero toma conta de mim e eu começo a olhar em volta. Tinha mais alguns meninos junto com aquele tal Joo sei lá o que, bem, tenho cara de quem se importa? Claro que não! 

Andei até eles, — na esperança de poder simplesmente passar e ignorar a existência deles —  com minha fatídica expressão de “bandida má” e um deles apenas me agarra pelo pulso — sinto que eu li fanfic Yoonseok demais... — e me encara com uma expressão que para ele foi amedrontadora, porque pra mim parece um moleque querendo se achar bandido.

— O que uma gracinha dessas faz sozinha? Aqui não é lugar para você, menininha. — sinto que a tímida que habita em mim está sumindo. Comecei a gargalhar quase alto demais, em um tom debochado. Sinto que estou puxando o deboche do meu pai. Me soltei da sua mão e o encarei friamente.

— Pelo o que eu saiba, quem tem pé e pernas vai aonde quer. — digo e seus amigos começam a rir, tirando aquele tal azedo do Joo Woon, que ficou com uma expressão de desgosto pra mim.

Aquele moleque de fios vermelhos me largou de vez e o azedinho se aproximou e quase juntou nossas testas, seus lábios estavam a centímetros dos meus quando ele solta uma risada nasal.

— Garota, não mexa com o perigo. Ainda mais quando se trata do perigo ser eu. — disse e saiu em passos firmes e largos com seus amigos idiotas. Fiquei paralisada e absurdada com aquilo que acabei de escutar. Ele tá’ se achando bandidão né mano? Parça, bródi, irmãozinho...

Balancei minha cabeça negativamente e senti aquele cheiro amadeirado pela volta, sim, aquela aproximidade fez eu ficar com o cheiro dele. Merda! Só porque tinha comprado meu perfume antes de entrar para esse colégio.

Em si, estou começando a achar interessante ficar aqui, mesmo que Suli me faça muita falta. E sim, se vocês querem saber, continuei a andar que bem uma idiota pelos corredores onde só tinha quartos com números completamente diferentes dos meus. Passei por um grupinho de meninas onde me encaravam com indiferença, eu não pedi pra nascer feia, sabia? 

— Ei queridinha. — escutei aquela voz fina e horrível de uma delas falar e automaticamente eu viro meu pescoço para observar aquelas meninas que parecem umas palhaça com aquelas bases e cílios postiços mais reais que a falta de talento do meu tio Suguinha (que no caso, ele tem muita talento) — ... Parece que o grupo dos valentões gostaram de você, mas eles são meus. Nem tente se aproximar, ouviu? — riu sarcástica.

— Ah vai tomar no cu, sua periguete clichê de fanfic's, pode pegar ele a vontade, nem quero aquele moleque metido a bad boy. — reviro os olhos e saio, e por uma DÁDIVA achei meu quarto. Adentrei mais rápido que o flash e me joguei na minha cama, e observei Somi que passava um delineador nos olhos. 

Na real, quem aquela guria pensa que é? Não passa de uma menina mimada que aparece em toda fanfic clichê que eu leio apenas para atrapalhar o casal principal. Aliás, quem é o casal será? Eu que não, Deus dos santos fanfic's hots e yaoi dos Sopes me defenderai.

— Você vai na festa hoje? — pergunta Somi enquanto faz uma careta para passar sua máscara de cílios. O que não me contive em soltar uma risada fraca.

— Que festa? E não, não vou... — digo retirando meu sapato e o colocando na frente da porta para ficar mais confortável na cama quentinha.

— Ah, por favor vai! Vai ser muito legal e vai ter muitas pessoas que eu quero te mostrar. Tipo, vai ter uns gatinhos lá também, umas gatinhas se preferir...! 

— Somi! Não, eu não vou. Não me interesso tanto em festas como você. Na verdade, você lembra uma amiga minha... Vocês se dariam bem. — sorrio para a mesma e pego meu celular após escutar o som da notificação. 

Mensagem On.

vagabundaaa?? cadê você?? não me ligou, esqueceu dos pobre foi???

até parece que você é pobre, né Suli. e desculpe não mandar mensagem, já tem umas pessoas insuportáveis aqui no novo colégio >:(

ai meu deus amada, vai fazer umas amizades vai! que tanto ódio no coração? isso faz mal pro peito querida! vai pegar uns boys, já tem algum gatinho aí?

dá pra acreditar que já tem um grupinho que um moleque que não me parece estranho colou a minha testa na dele e ainda disse um negócio absurdo pra mim? justo eu, a testa de anúncio?

viada que tuuuuudo! conta mais!

outra hora te conto, vou fazer algo melhor agora.

o quê?

comer!

aigoo você me paga!

Mensagem Off

— Hum! Que tanto sorri pro celular ein danada? — disse Somi enquanto me encarava maliciosamente. Pelo visto ela pega intimidade com as pessoas rápido.

— O-O que? — coro — nada, estou apenas falando com a minha amiga, maluca!

— Uhum, sei. — diz cerrando os olhos para mim — voltando ao assunto principal, vamos na festa vai! Vai ser muito legal poxa! Pode me dar dois tapas na cara se você não gostar, ainda mais que estará comigo caso não gostar de gente estranha — a mesma pausa por alguns segundos — se bem que eu sou uma estranha pra você, né? — Somi ri anasalado — mas olha, pode confiar em mim, juro que gostará...!

— Não Somi, não vou. Não estou nos piques de me arrumar e muito menos beber, ficar ou fazer qualquer coisa relativa. Só quero ficar no meu quarto e descansar.

— Aff sua chata! Tá bom então! — disse emburrada e voltou para a sua penteadeira. Daqui a algum tempo ela deveria sair já que estava arrumando e escolhendo suas roupas já cedo, ela deve ser daquelas atrasada.

***

Horas se passaram, a noite caía e pelo visto o colégio estava um total silêncio. Os corredores eram uma escuridão total, e eu já estava pronta pra ler minhas fanfic's e ver meus doramas com o cabelo todo pro alto e um pijama confortável. Peguei um salgadinho que eu tinha na minha bolsa e comecei a comer enquanto ligava meu computador para começar meu “dia antes das aulas e sofrimentos para conseguir notas para passar de ano”. Meus pais não haviam me ligado ainda mas ignorei, eles devem estar em algum momento love agora — se é que me entendem.

— Vou indo Mi, vê se não me incrimina ein! Estou confiando em você garota! — disse e então dois garotos entraram sem nem ao menos bater na porta antes. Tampei meus peitos em uma velocidade que nem eu sabia que tinha, já que eu estava sem sutiã.

— Bater na porta não vai fazer o saco de vocês caírem, sabia? — disse e ambos reviraram os olhos, e então percebi que eram os moleques do grupinho de hoje mais cedo, dentre eles, o de fios vermelhos.

— E usar sutiã não faz seus peitos cair. — disse um deles e eu finjo não escutá-lo colocando uma música no meu fone e cantando baixinho porém debochando da cara de tacho dele.

— E o Woo? Ele vem? — pergunta Somi terminando de passar aquele batom preto gótico juntamente com suas roupas provocantes e também pretas. Não pude deixar de notar o olhar daqueles meninos para ela, bem... E também deles para mim, nas no caso eu estava parecendo um bicho horroroso com um coque na cabeça e sem sequer uma cara animada, tô' mais destruída que a própria destruição.

— Ele já foi, disse que não queria ir com a gente. Você sabe o jeito que ele é, sempre tão misterioso... — disse o mesmo e Somi concorda.

— Até mais Mi, se comporte ein! — disse sorrindo sapeca para mim. Apenas concordei com a cabeça e observei os mesmos saírem e fecharem a porta.

Suspirei aliviada ao ver que estava finalmente sozinha. Não sou fã de ficar com muitas pessoas ao meu redor, então se ela for sair diversas vezes, será ótimo. Escuto novamente o barulho da notificação, e vejo que meu pai havia me mandado mensagem e então inicia uma ligação.

Ligação On.

— Oi meu amor!

— Oi pai.

— Oi filha, como está aí?

— Ah, oi também mãe. Aqui está tudo bem. E com vocês? Estão gostando da lua de mel?

— Estamos sim, mas nada como você do nosso lado meu amor. Aos finais de semana virá aqui ficar conosco?

— Claro que vou pai, passar cinco dias sem vocês é demais!

— Ah que amor! O que você vai fazer agora? Já comeu? Algum menino deu em cima de você?

— Pai! Para! Eu estou bem, sou grandinha e sei me cuidar! Agora vou ler umas fanfic's e ver meus doramas, meus animes e vou dormir... Amanhã começa realmente as aulas.

— Então deixarei você em paz! Já que os doramas são mais importantes...!

— Aigoo você sabe que eu te amo pai!

— Diz de novo?

— Eu te amo!

— Eu também bebê do pai! A mãe também te ama, até me troca!

— Também te amo mãe! Tchau meus cheirosos!

— Tchau!

Ligação Off.

Meus pais são uma comédia, né? Por isso que eu amo eles! Agora começará o meu bendito paraíso maravilhoso, ver meus doramas e madrugar eles mesmo tendo que acordar cedo da manhã no próximo dia!

***

— Aigoo sua burra! Beija esse homem logo, tá' perdendo tempo! — digo olhando para a tela do meu computador revoltada.

Não é possível que essas mulheres sejam tão burras! Um homem gostosão na frente delas e elas não beijam! Deus me abençoe com um homem lindo desses doramas, mas aqui só tem guri chato! Deus me livre!

Coloco o saquinho do meu terceiro salgadinho no chão e desligo meu computador, vendo no meu celular ser 02:34 da manhã. Resmungo baixo e me ajeito nos meus cobertores, sentindo meus olhos pesarem.

Em quase um salto foi o que eu fiz. Na verdade, quase caí de bunda da cama. Batidas um pouco fortes eram ouvidas pela porta. Uma voz parecendo embriagada soava e sendo abafada pela porta soava juntamente com a língua toda enrolada pelo talvez teor alcoólico.

— Abre essa porra! Caralho! — a voz era quase irreconhecível, mas eu a conhecia. Era de um dos amigos daquele tal de Joo Woon.

— Não vou cacete, você sabe que horas são? Vaza daqui otário! — digo mas o mesmo empurra com tanta força a porta que eu temo abrí-la. Cedi e fui até a porta e a abri, vendo a expressão embriagada e maliciosa percorrer por sua face, juntamente com seus fios vermelhos colados na testa — o que você quer?

— Porra, eu tô' duro caralho!