História O supremo Alfa - Sasusaku - Capítulo 19

Sasuke

 

A viagem de avião estava sendo longa, estávamos usando o meu avião particular, um jatinho que eu havia adquirido por causa das minhas viagens como supremo e também para facilitar a procura pela minha companheira, mas que felizmente essa procura chegou ao fim. Olhava atentamente Sakura que estava dormindo encostada no meu ombro, totalmente relaxada, eu havia pegado uma pequena mantinha e a cobrido durante a noite. Já eu não consegui pregar os olhos, minha mente estava a mil por hora, a ansiedade de descobrir tudo que aconteceu com a família da minha mulher não me deixou relaxar. 

 

A previsão de chegada era por volta das 7 hrs da manhã no aeroporto de Nápoles, Sakura morava em uma região florestal perto de Caserta, que ficava aproximadamente a 40 km do aeroporto de Nápoles. 

 

O avião começou a preparar uma manobra de pouso e respirei fundo, estava angustiado querendo respostas, essa viagem poderia resolver muitos dos nossos problemas, olhei para o lado e vi Neji tranquilo, observando a janela, parecia bastante pensativo.

 

–  Sakura… –  chamei baixinho assim que a aeronave pousou –  já chegamos… –  chamei novamente tocando seus cabelos.

 

–  Já chegamos? –  perguntou atordoada abrindo os olhos.

 

–  Sim, você dormiu a viagem inteira praticamente. –  sorri ajeitando seus cabelos que caiam no rosto - Vamos desembarcar. 

 

Ela concordou e tirou o cinto se levantando, sendo seguida por mim e por Neji. Ao descermos pude ver como era grande o aeroporto, seguimos até o saguão do aeroporto, resolvemos toda a burocracia de desembarque e logo depois vi o homem muito bem arrumado que nos aguardava, conhecia muito bem a figura, era uma pessoa de confiança, o alfa da alcateia de Roma, lutou ao meu lado quando precisei, Hatake Kakashi. 

 

–  Bom dia senhor supremo, Luna suprema, Neji –  cumprimentou o homem fazendo uma pequena reverência.

 

Sakura respondeu graciosamente e Neji apensas acenou com a cabeça.

 

–  Bom, separou o que pedi? –  perguntei sério e ele me entregou as chaves.

 

–  O carro está pronto senhor, separei também um mapa da região para que possa facilitar a sua viagem por aqui. –  tirou a folha que estava dobrada em seu paletó me entregando.

 

–  Ótimo, vamos! –  falei segurando a mão livre de Sakura.

 

Andamos um pouco carregando as malas até chegarmos ao carro de luxo que estava estacionado. A Mercedes era enorme e blindada, num estilo mais esportivo, já que sei que as estradas que iremos andar não serão completamente asfaltadas.

 

Coloquei as malas no porta-malas e entramos.

 

Sakura estava quieta demais, talvez pensando nas coisas que passou quando morava aqui. Segurei sua mão sem encará-la e ela a apertou sem tirar os olhos da janela.

 

Coloquei o endereço no GPS do carro, dirigindo até o local indicado.

 

–  Estamos indo pelo caminho certo? –  perguntei ao ver que não havia nenhuma civilização onde estávamos, apenas a floresta que ficava cada vez mais densa.

 

– Está certo… –  comentou Sakura –  Nossa alcateia ficava bem afastada mesmo…

 

Continuei com os olhos na estrada até ela começar a se estreitar. Foram longos minutos até que pudéssemos ver as pequenas casas de madeira e pedra juntas em uma clareira, parei o carro e descemos. O caminho não era de fácil acesso, mas pelo menos conseguimos seguir a viagem de carro. 

 

O lugar tinha uma energia pesada, acredito que até um humano comum se sentiria incomodado neste lugar. Mas olhando para as casas não se dizia que houve um massacre, as casas só pareciam ter sido abandonadas.

 

Sakura não se afastou muito do carro e consegui sentir o quão embaralhados estavam seus sentimentos, era uma mistura de tristeza, culpa e remorso. Não consegui evitar e me aproximei para a abraçar.

 

–  Se quiser pode ficar no carro… –  murmurei afagando seu cabelo – Sei que isso é difícil pra você, podemos ir embora agora se quiser.

 

–  Non se preocupe… Io estou bem. – ela disse e se afastou evitando me olhar e soube que ela estava mentindo, mas não iria questionar sua decisão.

 

–  Com licença supremo, vou ocultar o carro e usar um feitiço para levar as malas conosco –  apenas assenti e assim ele fez, pegou as malas do carro e com algumas poucas palavras as malas flutuavam ao seu lado e o carro havia sumido.

 

–  Devíamos ter usado um feitiço de ocultação quando saímos da alcateia –  comentei irritado ao me lembrar daquela cobra peçonhenta –  O desgraçado vai saber que não estamos mais lá –  rosnei e Sakura se aproximou mais de mim.

 

–  Orochimaru não seria louco de tentar algo nesse momento. –  disse Neji tranquilo observando o local –  Você está mais forte do que nunca agora que se vinculou com a Sakura, ele não teria a menor chance.

 

Com certeza eu o mataria rapidamente caso o visse.

 

–  Não sinto que alguma dessas casas foi a sua Luna...estou certo? –  perguntou para Sakura e ela concordou.

 

–  Morávamos ainda mais para dentro da floresta, nossa casa era bem afastada das outras… 

 

–  Afastada quanto? –  perguntei.

 

–  Non sei ao certo, talvez mais dois ou três quilômetros para dentro da mata… non sei ao certo… 

 

Neji começou a usar algum tipo de magia para provavelmente tentar achar a localização exata da casa, mas pareceu meio frustrado depois de alguns minutos.

 

–  A casa ainda deve estar sob um feitiço poderoso de ocultação, já que com a minha magia não consegui nem um mínimo vestígio dela… Como eu disse, um feitiço Senju é basicamente impossível quebrar –  explicou e suspirei.

 

Andamos um pouco ficando mais no meio da aldeia, logo o cheiro podre me atingiu e meu olfato não me enganaria, o cheiro era de morte. Olhei para o chão um pouco mais a frente e vi que a terra estava mexida, encarei Sakura que observava o mesmo local e a vi engolir o choro.

 

–  Mia mãe enterrou todos os membros da alcateia qui, ela limpou tudo sozinha, eliminando rastros do massacre, ela non me deixou ajudar –  senti a sua dor, mas antes de falar qualquer coisa ela continuou falando –  E quando ela morreu io também a enterrei qui… –  seu olhar era tão sofrido, desde que conheci Sakura, nunca vi ela com tamanha tristeza, sempre de nariz em pé e com as benditas respostas na ponta da língua. 

 

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa que a consolasse, ela começou a andar em direção aos fundos da aldeia.

 

Começamos a segui-la em uma caminhada lenta através da floresta densa, o vento estava gelado e apesar de não sentir frio sabia que Sakura provavelmente estava, mas parecia não ligar, ou estava tão absorta que sequer sentia.

 

O caminho era traiçoeiro, diversas raízes, galhos e buracos cobriam o chão, o que nos fazia ficar atentos. Foram cerca de trinta minutos, seguindo o ritmo de Sakura, até que finalmente avistamos a pequena casa no meio de tantas árvores.

 

Se eu não estivesse vendo juraria que não existia nada ali, não havia cheiro nem presença. Uma magia incrível a guardava.

 

–  Impressionante, –  falou Neji de boca aberta –  quando estive aqui com o Naruto, não existia casa alguma aqui.

 

–  Provavelmente é porque a Sakura está conosco, a casa deve sentir sua presença, a magia Senju é realmente surpreendente  –  digo e Sakura continua andando a nossa frente, ela parece estar no automático, não deve ser nada fácil reviver os seus pesadelos.

 

Entramos na pequena varanda da casa de madeira, havia vários vasos de plantas que estavam secas, sinal que ninguém cuidava delas a algum tempo. Sakura abriu a porta e entramos logo em seguida.

 

A casa por dentro era aconchegante, alguns móveis de madeira e até uma pequena lareira havia ali. Neji que trazia as nossas malas flutuando atrás de nós, as colocou na sala.

 

Sakura estava parada no centro da sala sem dizer nada, observava tudo de forma neutra. Mas ela não me enganava, sabia que ela não estava bem em estar nesse lugar.

 

–  Vamos começar a procurar alguma coisa agora mesmo, não podemos perder tempo –  Neji disse e concordei plenamente, precisamos retornar o mais rápido possível para casa, é realmente perigoso ficarmos fora por muito tempo.

 

Demos uma volta na casa separadamente e não achei nada de estranho, havia apenas dois quartos e um banheiro além da pequena sala e cozinha e achei apenas algumas fotos e materiais velhos.  Até o porão nós revistamos e nenhuma pista foi encontrada, faltou apenas o quarto da Sakura para ser revistado.

 

Suspirei e voltei para a sala, Neji estava olhando algum livro na sala, mas logo o fechou pondo no lugar.

 

–  Achou algo de interessante? –  perguntei e o bruxo negou –  Que merda…

 

–  Às vezes as respostas não estão visíveis aos olhos. –  completou –  Irei usar magia para ver se acho algo…

 

Sakura se juntou a nós se sentando no pequeno sofá, mas logo ouvi seu estômago roncar, a fazendo ficar sem graça.

 

Já era quase a hora do almoço, passamos bastante tempo procurando pistas na casa e nem nos atentamos a comer alguma coisa.

 

–  Está com fome, Senhora? –  perguntou o moreno e ela concordou –  Posso dar um jeito nisso…

 

O encarei curioso, já que não havíamos trazido nada de alimento. Estava pensando justamente em pedir para o Neji ir atrás de comida para nós.

 

Neji pegou a pequena bolsa lateral que ele tinha e enfiou a mão dentro, ou melhor quase o braço inteiro, o que me surpreendeu, já que não parecia caber nem uma carteira ali dentro.

 

Neji caminhou até a pequena mesa de madeira e começou a tirar alguns alimentos, frutas, pão e até mesmo sachês de chá.

 

–  Isso é incrível Neji! –  disse Sakura admirada com os alimentos –  Preciso de uma bolsa dessa! –  comentou descontraída nos fazendo sorrir.

 

–  Isso é apenas magia, não é nada demais. –  disse o homem se sentando em uma das cadeiras, ele falou mais algumas palavras e tudo ficou limpinho e sem poeira –  a casa toda está limpa agora Luna. 

 

–  Grazie Neji, ninguém iria aguentar ficar nessa casa cheia de sujeira –  Sakura disse agradecia e começou a fuçar um dos armários que haviam ali e pegou um bule o lavando para poder colocar a água para ferver.

 

Comemos em silêncio e preferimos ir descansar enquanto Neji lia um livro procurando qual a melhor magia para usar nessa situação.

 

Eu acompanhei Sakura até seu antigo quarto e entrei, apesar de estar fechado a muito tempo o cheiro dela dominava o lugar simples que tinha apenas uma cama de casal, uma escrivaninha que tinha sobre ela um computador mais antigo e um guarda roupa pequeno. O quarto era realmente muito simples.

 

Coloquei as duas malas ao lado da cama e me sentei sobre ela, 

 

–  Mio pai tinha bastante dinheiro, mas gostava de levar uma vida simples –  ela dizia enquanto olhava pela janela - Io me assustei quando mia mãe antes de morrer, me entregou um cartão do banco, mesmo sofrendo e sem dizer absolutamente nada io entendi, ela pensou em mim até o último momento. A conta estava no mio nome, a soma é realmente surpreendente. Mas io daria tudo para tê-los de volta.

 

Ela se virou e veio na minha direção se sentando sobre a cama.

 

– Io vivi momentos felizes nessa casa, eles eram carinhosos e protetores, mio pai amava tanto a mia mãe – seus olhos brilhavam com as lágrimas que ela lutava em não deixar cair – non consigo entender porque ele fez isso. 

 

– Seu pai fez de tudo para te proteger Sakura, ele evitou que o Orochimaru colocasse as mãos em você. Te deu a chance de viver e chegar até mim – acariciei seu rosto – Eles te amavam muito, é por isso que fizeram tudo isso.

 

– Io sinto falta deles – ela colocou a mão dela sobre a minha que estava em seu rosto e deixou uma lágrima escapar fazendo meu peito apertar.

 

– Eu sei companheira... E eu estou aqui com você… – a abracei e lhe puxei para deitar em meu peito.

 

Ela não chorou mais, apenas se aconchegou e ficou em silêncio um bom tempo, até que Neji nos chamasse na cozinha.

 

– Achou algo? – perguntei me sentando na cadeira na sua frente e Sakura ao meu lado.

 

– Ainda não, mas achei uma magia antiga que pode nos ajudar a achar magias fortíssimas e isso pode nos dar alguma resposta sobre o porquê do seu pai ter feito tudo isso para te proteger… – explicou sério com uma das mãos segurando o livro antigo.

 

– O que precisamos fazer? – perguntei curioso.

 

– Não é muito complicado… – disse o bruxo se levantando e abrindo a pequena bolsa e tirando três velas de dentro – Precisamos de concentração, vamos nos sentar no chão.

 

O acompanhamos e sentamos em círculo, cada um em frente a uma vela, elas se acenderam e Neji indicou que deveríamos dar as mãos.

 

Sakura foi a primeira a segurar a mão do homem e mesmo com receio se manteve firme, enquanto apertava firme a minha mão.

 

Neji começou a falar na língua nativa dos bruxos e senti uma corrente forte de ar nos rodear naquele círculo.

 

Sakura ficou completamente paralisada, nem mesmo seus olhos se mexiam.

 

– Sakura? chamei atraindo a atenção de Neji – O que está acontecendo? – rosnei ao bruxo, eu estava preocupado.

 

– Se acalme supremo… – pediu baixo – Ela deve estar recebendo alguma resposta que queríamos… –  disse e continuamos esperando que Sakura reagisse.

 

Segurava sua mão firmemente para que ela soubesse que não estava sozinha.

 

Estávamos aflitos esperando, quando uma corrente de vento forte entrou abrindo abrindo as portas e janelas, balançando tudo.

 

Neji de repente pareceu assustado demais com a situação e me olhou preocupado.

 

– O que foi? – me segurei para não gritar.

 

– A vela… – apontou e quando olhei apenas a que estava na frente de Sakura continuava acesa, ela brilhava intensamente.

 

– O que isso significa?!  – rosnei preocupado.

 

– Que a Luna é a resposta, ela é quem detém uma magia poderosa… – disse e meus olhos se arregalaram – Um selo forte está preso nela…

 

Assim que ele falou isso a casa tremeu, como se uma pressão forte nos engolisse, então a vela se apagou e tudo voltou ao normal inclusive Sakura, com a respiração irregular e os olhos assustados ela me encarou.

 

– Sakura! Você está bem? – perguntei saindo da posição que estávamos – Pega água pra ela! – rosnei ordenando e o bruxo rapidamente o fez, trazendo um copo, com o líquido para ela, que aceitou de bom grado. Suas mãos tremiam quando segurou o copo.

 

– Io estou bem, só foi assustador, non conseguia me mexer, era como aqueles pesadelos, onde voi non consegue falar ou se mover, foi angustiante – ela disse tudo em um fôlego só, estava muito assustada.

 

– A magia poderosa vinha de você senhora, sem dúvida alguma, nunca vi uma magia tão incrível e pura como a que está presa em você – Neji disse e algo fez sentido na minha cabeça.

 

– O selo que o pai da Sakura falava, agora tudo faz sentido, o Orochimaru quer a Sakura porque o poder está selado nela – digo e Sakura me olhou completamente horrorizada.

 

– Non faço a menor ideia do que é este selo em mim, nunca tive quaisquer poderes, me sinto completamente humana – Sakura se aproximou ainda mais de mim buscando proteção, eu conseguia sentir todo o seu medo, seus sentimentos vibravam.

 

– Nós vamos procurar qualquer pista para entender tudo isso Sakura, o Orochimaru jamais chegará perto de você, – ela me abraçou fortemente e eu retribui –  juro pela minha vida, ninguém nunca tocará em você. 

 

Levei Sakura para o quarto e fiz com que ela se deitasse um pouco, ela havia passado por coisas demais e obviamente estava abalada por estar novamente na casa onde viveu toda a sua vida.

 

Fiquei deitado com ela até que pegasse em sono profundo, sai da cama com cuidado para não acordá-la, a cobri com a manta, sai do quarto e apenas encostei a porta.

 

Estava a mil com as novas informações, o fato de Sakura ter um selo tão poderoso em seu corpo me deixava ainda mais preocupado, ela é uma peça importante para Orochimaru, não mais apenas alguém que pode ser usada para me atingir, mas alguém que pode ser usada para algo muito maior e pior.

 

Suspirei pesado e voltei para onde Neji estava. O bruxo lia um de seus livros de forma rápida, tentando achar respostas sobre o tal selo que Sakura carrega.

 

– Achou alguma coisa sobre o selo? – perguntei me sentando na sua frente.

 

– Bem, é muito difícil ter certeza de que tipo de selo é e porque colocaram nela, já que ele ainda está preso dentro dela, quem poderia nos responder estão mortos. A única coisa que eu sei é que é uma fonte de poder que eu nunca vi e só conseguiremos saber o que é exatamente se ele for quebrado, mas se isso acontecer, com certeza Orochimaru vai fazer de tudo para ter ela em mãos…

 

– Eu não vou deixar que ele encoste em um fio de cabelo dela. – grunhi irritado, só de pensar na possibilidade Aoda já fica furioso – Eu vou matar esse desgraçado!

 

–  Tenho certeza que o Senhor irá protegê-la! 

 

– Me diga Neji, quais as formas de quebrar esse selo? Isso machuca a Sakura? – perguntei curioso e preocupado.

 

– Bem, eu acredito que só haja um jeito de quebrá-lo. – fechou o livro me encarando – Tem que ser algo que venha da própria Sakura, um poder externo não será capaz de fazer tal coisa, acredito que forçar o selo a abrir pode sim feri-la.

 

– Mas como ela conseguiria isso? Quer dizer, apesar desse selo, ela continua a ser uma humana comum não é? 

 

– Não sei ao certo como funcionaria...Preciso procurar mais sobre isso e…

 

Sasuke… Ouvi minha voz ser chamada por Sakura e me levantei - "Me ajuda…" - sua voz sôfrega me fez correr até o quarto e assim que entrei vi que ela ainda estava dormindo, mas chorava, compulsivamente e suava muito.

 

–  Pappa... mamma… –  chamava entre soluços.

 

– Sakura?! Acorda! – chamei, mas ela não reagia – O que está acontecendo?! – perguntei olhando para Neji que permanecia parado na porta.

 

– O selo… – foi a única coisa que conseguiu dizer antes que fossemos empurrados para longe por uma energia fora do comum.

 

– Sakura…?! – gritei desesperado.

 

Seu corpo começou a levitar e todos os objetos do quartos também, o vento forte os rodava em volta do seu pequeno corpo.

 

Ela abriu os olhos, mas eles estavam inteiramente cobertos por um verde intenso, e logo algumas faixas pretas começaram a cobrir todo o seu rosto e corpo, ativei o meu Sharingan na mesma hora e a única coisa que eu conseguia ver era poder, muito poder.

 

– O que está acontecendo, Neji? – O vento começou a ficar ainda mais forte, tentei me aproximar, mas Neji me puxou. Rosnei em puro ódio.

 

– Ela sofreu fortes emoções hoje, pelo que percebi ela vem sofrendo com a morte dos pais, ela sufocou a dor do luto e hoje ela voltou aqui e reviveu tudo, fora o medo que sofreu hoje na sala, tudo isso pode ter desencadeado o selo a se abrir.

 

– E o que faremos agora? – mal terminei de perguntar e um forte estrondo se foi ouvido, olhei em direção a janela do quarto da Sakura e o céu estava completamente escuro, uma forte tempestade se formou, raios e trovões eram um atrás do outro.

 

Ficamos sem saber o que fazer, a cada segundo a situação piorava, eu estava em completo desespero, estava lidando com algo que nunca vi na minha vida e o pior, envolvia a minha companheira.

 

A chuva começou a cair pesada, o vento lá fora era de uma força impressionante.

 

– Eu posso tentar me aproximar e fazer alguma magia de contenção, meu poder não é nada equiparado ao que está presente nesse lugar, mas isso pode ajudar com que ela ache o caminho de volta – apenas assenti e ele foi cautelosamente para perto dela, muitas coisas voavam ao redor dela, seria difícil se aproximar, ele demorou mas conseguiu.

 

Eu acompanhava tudo sem nem mesmo piscar os olhos.

 

Neji chegou perto o suficiente para colocar as mãos no rosto dela, mas antes mesmo dele falar ou fazer qualquer coisa, Sakura segurou o braço dele, seu olhar se voltou para o dele e agora estavam quase negros, o corpo do Neji começou a ser tomado por faixas negras e todas as coisas que voavam ao redor dela pararam e voltaram cada uma para o seu devido lugar. 

 

Velas começaram a aparecer em volta dos dois em forma de círculo e todas ficaram acesas. Neji se virou e seus olhos que antes eram azuis, agora também estavam quase negros.

 

Aoda assim como eu estava furioso, não conseguia ver nada com o meu Sharingan, somente sentia o poder gigantesco que emanava da Sakura. Meu corpo tremia, eu não sabia o que fazer.

 

Até que Neji sorri de uma forma estranha e uma voz animalesca soa pelo quarto.

 

– Olá supremo.