História O tesouro de sabá - interativa - Trabalho em equipe

Os botes estavam preparados para serem lançados ao mar, faltava apenas o sorteio para ver quais seriam as primeiras duplas a tomarem frente. A empresa se opôs a ideia de todos largarem ao mesmo tempo, então os botes foram deixados em diferentes locais, para que assim seguissem por si mesmos.

Os botes poderiam acomodar no máximo quatro pessoas, essa foi uma estratégia da JP MORGANS para que as duplas interagissem umas com as outras, contudo, a dupla que sobrasse teria o bote apenas para si, não precisando o dividir com nenhuma outra. Algumas pessoas afirmariam que isso é uma boa coisa, mas será realmente?

Os grupos foram divididos da seguinte forma:

Amanda, Lysandre , Ruby e Nathaniel.

Heloiza, Castiel, Diego e Violette.

Armin, Katherina, Pietra e Kentin

Olívia e Dakota

Cada uma das duplas recebeu uma bolsa de tamanho médio com alguns utensílios essenciais de sobrevivência, tais como: Um facão; uma corda de 20m; um pequeno kit de primeiros socorros com: Soro fisiológico, Iodo, Gazes, Curativos esterilizados, Algodão, Band-aid, Ataduras, Fita adesiva, medicamentos analgésicos, anti-inflamatório, antitérmicos, remédios para alergia, náusea, vômitos, pomadas para queimaduras; duas garrafas d’água de 700ml; barras de cereal e uma bússola.

AMANDA, LYSANDRE, RUBY, NATHANIEL

_O remédio está surtindo o efeito desejado?_ Os olhos de Lysandre estavam aflitos, seu tom preocupado soava de um jeito doce aos ouvidos de Amanda. A garota já tinha lhe assegurado que tudo estava bem e que o enjôo já havia amenizado, porém a mesma não se importou em responder novamente, muito pelo contrário, o jeito preocupado de Lysandre lhe encantava.

Ver sua companheira naquele estado fez com que Lysandre se sentisse impotente. “Se ela enjoa em um iate, como não ficaria em um bote salva vidas?”

Como se houvesse acabado de ler o pensamento do platinado, Amanda responde;

_Sim, o remédio está fazendo efeito._ Após transpassar a alça da bolsa ao corpo, os olhos de Amanda encontram os de Lysandre, seu rosto assume uma expressão séria e involuntariamente a menina ajeita a franja._ Lysandre, eu não quero que você pense em mim como um fardo. Tenho os meus problemas com os meios de transporte, mas assim que colocarmos os pés em terra firme, meu enjôo passará completamente e estarei disposta a ajudar naquilo que for preciso.

Os olhos que até aquele momento estavam preocupados se tornaram doces ao observar aquela menina destemida e corajosa, ele queria poder tocá-la, talvez, acariciar aquele rosto rosado com a ponta dos dedos, contudo, ele sabia que aquela não era a hora certa. E em sua cabeça a seguinte frase era repassada pela milésima vez “Lembre-se Lysandre, vocês acabaram de se conhecer.”

_Amanda..._Nunca o seu nome fora dito de forma tão íntima e única como naquele momento, Amanda, gostaria que ele repetisse em seu ouvido, repetisse o seu nome demoradamente, para que apenas ela pudesse ouvir._Não lhe vejo como um fardo de forma alguma, seus olhos evidenciam a mulher forte e determinada que você é.

Ninguém estava esperando por aquela observação tão profunda, ambos sentiram seus rostos esquentarem e desviaram o olhar ao mesmo tempo.

_ Bem, parece que ficaremos juntos por um bom tempo._ A voz de, Ruby, foi à deixa para que Lysandre e a Amanda pudessem se recompor. Nathaniel, caminhava logo atrás da garota de cabelos rosa._ Não sei se isso será uma coisa boa._ Falou a garota de forma pensativa, chiclete sempre fora sincera demais e não sabia agir de forma diferente.

_Algo me diz que vocês serão de grande ajuda._ discordou Lysandre, com um pequeno sorriso simpático.

_Pensamos da mesma forma._ respondeu, Nathaniel, já estendendo a mão ao platinado que foi logo correspondendo_ Prazer, me chamo, Nathaniel.

_ É um prazer conhecê-lo, Nathaniel, me chamo Lysandre e está ao meu lado é Amanda.

Em resposta a loira deu um pequeno aceno com a cabeça. Ruby, observou, Amanda com interesse, pessoas quietas sempre despertavam sua curiosidade.

_ Vocês serão o primeiro grupo a embarcar no bote salva vidas, acredito que todos estejam prontos, não é mesmo?_ Questionou Gabriela.

Os quatros jovens assentiram e foram em direção ao bote. Para que pudessem chegar ao pequeno meio de transporte, deveriam descer uma escada feita de cordas.

Sem muita dificuldade todos já estavam em seus devidos lugares remando em direção a ilha.

Após alguns minutos o iate já havia desaparecido no horizonte, então a ficha caiu, eles estavam sozinhos, dependendo apenas de suas habilidades e do trabalho em equipe que realizariam.

_ Se tivermos sorte estaremos lá em menos de 10 horas!_ Afirmou, Nathaniel, olhando para a imensidão azul a sua frente, seus músculos flexionados com a força que estava fazendo com o remo.

_ Você calculou enquanto estávamos no iate?_Amanda perguntou com interesse, mesmo que não se dedicasse tanto aos estudos, ela tinha uma grande facilidade com os números, principalmente se estes estivessem relacionados à física._ A distância pela velocidade será igual ao tempo._ A garota falou de um jeito natural.

_ Exatamente._Nathaniel concordou com a loira._ Se não ocorrer nenhum imprevisto em dez horas chegaremos em Sabá.

Lysandre apertou o objeto que estava em suas mãos com força, contudo foi algo involuntário que ele nem percebera, todavia, Ruby era uma garota observadora e viu que a fisionomia do garoto havia mudado.

_ Aconteceu alguma coisa?_ A garota de cabelos rosa questionou o platinado, Lysandre, deu uma leve olhada para os lados para ter certeza que a pergunta havia sido realmente dirigida a sua pessoa.

_ Creio eu que não._ Respondeu ele um pouco surpreso._ Por quê?

_ Nada não, apenas percebi que sua fisionomia mudou, quando Amanda e Nathaniel começaram a conversar. Você trancou o maxilar, seus punhos se fecharam ainda mais ao redor do Remo e seus olhos adquiriam um tom mais escuro.

O garoto sentiu seu rosto esquentar, a observação da garota fora desconcertante e um pouco inconveniente.

Ruby, estava com um grande sorriso no rosto como se tivesse acabado de elogiar a bela paisagem enquanto, o garoto, pensava em como iria sair daquela situação constrangedora.

_Pelo que posso ver, você é uma pessoa observadora._ Ele falou com uma educação gélida e então continuou._ Contudo sinto em dizer que está enganada.

_Raramente me engano._ rebateu a menina, com um sorriso alegre, ao mesmo tempo que refletia nas palavras do platinado. Ela não estava esperando por aquele tipo de resposta.

Amanda, que assistiu a toda cena quieta, sentiu seu estômago dar uma pequena revirada com as observações de Ruby, aumentando ainda mais o enjôo que já estava sentindo, sua sorte era que o remédio já fazia efeito em seu organismo.

(..)Algumas horas depois

Ruby sentiu como se seus braços estivessem prestes a cair a qualquer momento, de tanta dor que estava sentido, seu pequeno corpo não estava acostumado a tanto esforço físico.

A menina soltou um pequeno grunhido de dor, Nathaniel, que estava remando ao seu lado virou o rosto para a mesma.

_Ruby, você está exausta não é mesmo?_ A voz do garoto era de preocupação.

_Não, Nathan, eu estou bem!_ Infelizmente a garota não conseguiu esconder a careta, seu corpo estava acabado, ela havia chegado em seu limite. Um sorriso Bondoso apareceu no rosto do loiro.

_ Não, Ruby, você não está bem._ Disse ele, ao mesmo tempo em que baixava o remo para poder atendê-la._Tome um pouco de água, coma uma barrinha de cereal e descanse um pouquinho.

Nathaniel e Lysandre trocaram um rápido olhar, o platinado acena com a cabeça concordando com o loiro.

_Amanda, pare um pouquinho também e descanse._ Também falou Lysandre.

Amanda avistou, Ruby, tirando a garrafinha de água dá bolsa e no mesmo instante sentiu sua garganta queimar por causa da sede que estava sentindo já à algum tempo.

_Mas e você? Não vai descansar um pouco?_ Questionou a loira.

_Daqui a pouco eu e Nathaniel vamos parar também, não se preocupe.

_Isso mesmo._ Concordou Nathaniel.

Amanda suspirou aliviada quando pegou a garrafa de água, finalmente poderia matar aquilo que estava lhe matando

Depois de algum tempo remando, Nath, sentiu um peso em suas costas e quando virou o rosto para olhar o que era, viu sua parceira dormindo.

_Lysandre, vou parar um pouquinho está bem?_ Ao falar o loiro não olhou para Lysandre e sim para, Ruby, que naquele momento estava debruçada sobre ele, Ela dormia tão profundamente que ele não queria acordá-la.

_Claro, também estou exausto.

O loiro então se ajeitou, para que sua companheira pudesse ficar um pouco mais confortável enquanto estivesse com a cabeça encostada em seu ombro. Nathaniel sentiu seu estômago roncar, com uma das mãos ele tirou da bolsa uma das barrinhas de cereal e sem muito esforço abriu a embalagem com os dentes e saboreou aquilo como se fosse à coisa mais gostosa dá face da terra.

HELOIZA, CASTIEL, DIEGO, VIOLETTE

_ Nesse bote salva vidas eu não entro!_ Heloiza bateu o pé, sua irritação poderia ser comparada a uma bomba, afetando todos a sua volta, porém, por dentro era diferente, o medo a consumia por completo. Se fosse um barco qualquer não haveria problema, contudo, a garota sempre temeu embarcações instáveis, como botes e caiaques.

_ Ahh você vai, nem que eu precise te amarrar, mas você vai entrar!_ A raiva de Castiel também era nítida, o ruivo ainda não havia superado a joelhada em seus "países baixos".

_Poste Retardado, eu estou dizendo que não, por acaso você é surdo?_ Ao questionar, Castiel, Helô levantou suas sobrancelhas e apertou os lábios para evidenciar ainda mais sua irritação.

_ Deixa eu te explicar medrosa._O ruivo se aproximou dá garota, ele então se abaixou para que seus olhos ficassem na mesma altura que os dela._ Eu não vou perder 10 milhões de reais porque uma menininha fresca tem medo de um bote salva vidas, entendeu ou está difícil?

_Ogro idiota!

_Bruxa barulhenta._Rosnou Castiel, enquanto tirava a bolsa de suas mãos e caminhava em Direção ao bote.

_Você vai ver o que é barulho quando eu chutar as tuas bolas de novo._ Gritou a garota em resposta.

Ao olhar para trás, Helô, percebe que tem dois pares de olhos lhe encarando. Violette estava a ponto de sair correndo, por causa daquela situação constrangedora, Diego ao perceber que, Heloiza, os fitava atentamente desviou o olhar para o mar, como se esse ato o deixasse invisível.

_ Eu realmente chutei as bolas dele._ Concluiu ela dando de ombros.

_ Deve ter doído._ Diego agora sorria, garota sincera, se fosse qualquer outra teria inventado uma desculpa ou pensado em alguma forma de se safar.

_ Ahh sim, pode apostar que doeu. _ A morena respondeu, enquanto tentava relembrar a cena em sua cabeça. Os pensamentos lhe fizeram sorrir.

_ Vocês vão ficar de papo furado ou vão descer de uma vez?_ Gritou, Castiel, do bote salva vidas.

_ Carinha estressado esse!_ Diego Resmungou enquanto descia as escadas.

Enquanto remava, Violette sentiu seu estômago embrulhar, conseqüência do medo que estava sentido, suas mãos agarravam firmemente o remo, pois caso não estivessem logo estariam tremendo. Diego por outro lado tinha um ar confiante, ele acreditava que aquela trajetória só seria possível através de seus esforços, ele olhava para Castiel com um ar superior como se o ruivo não soubesse o que estava fazendo.

_Por acaso você está com algum problema?_ O ruivo perguntou sem parar de remar.

_Não estou não, mas acho que você está!_Os olhos de Diego se estreitaram, ele não tinha medo do ruivo e não ficaria intimidado pelo ar agressivo do mesmo._ Você não está remando direito!

_Como é que é?_Perguntou, Castiel, com uma risada sem o menor vestígio de humor. “Esse louco, está me tirando só pode!”.

_Olha a distância entre as tuas mãos, elas deveriam ficar equivalentes a distância dos teus ombros, no entanto você está praticamente as fechando, isso prejudica o seu desempenho consideravelmente e faz com que a gente perca velocidade

_Você só pode estar brincando._ Heloiza veio a favor de Castiel, para a surpresa do ruivo._ Você realmente acha que a distância das mãos do Poste idiota vai acabar nos prejudicando, tem quatro pessoas remando, nós não chegaremos à ilha em menos de 10h, teremos que diminuir a velocidade em algum momento, para descansar, nos hidratar e nos alimentar, e você está preocupado com a distância das mãos, me poupe!

Os olhos de Heloiza não encontraram os de Diego, a menina estava mais preocupada em olhar o mar do que encarar o garoto ao qual se referia. O medo que Helô estava sentindo poderia ser palpável, contudo, ela encontrou uma forma de manter a calma, ela encontraria sereias, sim, ela tinha certeza que aquele oceano estava repleto delas e estava decidida a encontrá-las.

_E-eu acho que Diego-o tem razão!_ Falou Violette com toda a sua coragem, Diego deixou escapar um pequeno sorriso ao ver a pequena se impor de tal forma, mesmo tremula e com a voz falha, Violette se impôs e o garoto não poderia ter ficado mais orgulhoso ao ver tal cena.

Castiel, pensou nas diversas respostas que poderia dar àquela dupla, uma mais agressiva que a outra, porém ele respirou fundo e viu que não valia a pena, a garota de cabelos roxos acabaria fazendo suas necessidades nas calças caso fosse  um pouco mais pressionada e ele percebeu que o tal, Diego, tinha razão sobre a forma de segurar o remo, contudo, o ruivo nunca admitiria isso em voz alta, ao invés disso falou.

_ Eu não estou afim de perder a paciência com vocês, então vamos fazer assim, vocês param de encher o meu saco e eu seguro a merda do remo na mesma distância dos meus ombros.

_ O-obrigada._ Vio, respondeu em um sussurro que Castiel não pôde ouvir, porém Diego que estava ao seu lado escutou o baixo agradecimento.

Por puro instinto o garoto passou a mão em seus cabelos roxos e aproximou a boca de seu ouvido para que apenas ela pudesse ouvir

_ Gostei de ver, menina determinada!_ A garota corou violentamente e sem saber o que fazer baixou o olhar, ficando ainda mais encantadora aos olhos de Diego.

_ SEREIA!!!_ Heloiza gritou, assustando todos os que ali estavam, a garota tinha certeza! Ela havia visto a calda de uma sereia, era cheia de escamas e tinha uma cor vibrante, contudo, no momento em que ela se colocara em pé, sentiu seu corpo desequilibrar e sem mais nem menos foi arremessada ao mar.

OLÍVIA E DAKE

_ Parece que agora somos apenas eu e você não é mesmo?_ Olívia sentiu mãos firmes massagearem os seus ombros. "Que abusado" Pensou ela entre um sorriso e outro, ver a satisfação do garoto ao descobrir que ficariam a sós por um longo período de tempo lhe deixou satisfeita. Fazer o que? A ruiva sempre gostou de um bom flerte! Todavia, a preocupação por estar em desvantagem lhe atingiu e a mesma fechou o sorriso.

_ Nós seremos os últimos a chegar à ilha não é mesmo?_ Disse ela se desvencilhando do loiro.

_ Não tecnicamente, alguma das outras duplas pode acabar perdendo a direção ou até mesmo se rendendo ao cansaço.

_ E quem nos afirma que isso não acontecerá com a gente?

_ Não é hora para pessimismo, eu tenho você e você tem a mim._ Para enfatizar as palavras Dake pegou a mão da garota, Liv já havia reparado que Dakota não perdia a oportunidade de tocá-la sempre que possível._ Vamos vencer essa competição, pode apostar!

As palavras do loiro trouxeram um pouco mais de confiança a garota, a certeza em sua voz fez com que ela acreditasse mais em sua capacidade, assim como na capacidade de seu companheiro.

O vento soprava forte, fazendo os cabelos ruivos de Olívia dançassem, volta e meia caindo em seus olhos, já sem paciência a garota tirou um rabicó de dentro de sua bolsa e com agilidade fez um rabo de cavalo alto e eficaz.

_Estão entregues._Gabriela falou com um sorriso formal.

_Já não era sem tempo, além de sermos os últimos também estamos em minoria!_Dakota exclamou, porém, no fundo ele gostou dá ideia de não ter que compartilhar um bote com mais uma dupla.

(...) Algum tempo depois

Depois de remar por horas, Olívia e Dakota resolveram descansar, o suor escorria pelo rosto do loiro, mesmo com o seu belo porte físico ele acabara ficando esgotado com todo aquele procedimento.

Olívia, estava sentindo suas roupas grudarem no corpo por causa do suor, o que ela não daria por um banho? Só de pensar na banheira de seu apartamento, repleta de água quente, com todos aqueles sais de banho e com aquela espuma gostosa, já fazia a garota se perguntar se deveria mesmo ter apertado aquele botão.

Contudo quando, Liv, percebeu que estava pensando exatamente como sua mãe, foi logo tratando de tirar aqueles pensamentos dá cabeça, ela era mais forte que isso, Ela foi escolhida a dedo para estar naquela competição, isso significava que ela era forte e habilidosa e estava na hora de mostrar para as pessoas a sua volta o que Olívia Paxton era capaz.

_ Já está saindo fumaça dessa cabecinha linda, sabia?_ Dake falou enquanto a admirava.

_ Você anda muito engraçadinho, sábia?_ Perguntou, a ruiva, com um meio sorriso._ Estava apenas pensando na vida._ Concluiu a moça já pegando o remo que estava ao seu lado e voltando ao trabalho.

_ E como anda a sua vida no momento?_ Dake questionou a garota com um ar curioso, ele estava interessado e isso era nítido. Mesmo sem perceber, Dake, colocou na cabeça que desvendaria aquela ruiva, mais cedo ou mais tarde,  porém, mal sabia ele, que a menina era reservada quando se tratava de assuntos delicados, Liv, nunca gostou de expor suas dificuldades aos demais.

Olívia olhou para um lado e para o outro, observando o mar demoradamente, as ondas começavam a se agitar e o vendo ficava a cada instante mais forte. Quando finalmente Olívia puxou o ar pela boca para responder, Dake chegou a curvar o seu corpo para frente, a espera da resposta que receberia, no entanto, a menina apenas soltou um:

_ Sabia que Dakota rima com idiota?_Liv então começou a rir descontroladamente, só o que ela não esperava era ter 81kg vindo em sua direção.

_ Agora você vai rir com vontade._ Dake, falou enquanto fazia cócegas na garota, Liv, riu tanto que chegou a perder o ar._Só vou parar quando você retirar o que disse._ Disse o loiro em seu ouvido, seu hálito morno fez ainda mais cócegas na garota.

Em resposta Liv mostrou a língua, os dois continuaram com as brincadeiras até que uma gota caiu no rosto de Olívia, depois outra e mais outra.

_Não me diga que está chovendo._A voz dá garota era trêmula, chuva com mar não dava uma combinação muito agradável e ela sabia disso.

_Se você não quiser, eu não digo, mas que está, está!_ Confirmou, Dakota, ao olhar para o céu, que nesse momento estava preenchido por nuvens negras.

PIETRA, KENTIN & ARMIN E KATHERINA

_Vamos lá Armin, a representante me disse que seremos os próximos a entrar no bote._ Armin, sentiu pequenas mãos em seus ombros e ficou levemente surpreso ao perceber a força que elas tinham. Ele estava na área coberta do iate, deitado em uma das cadeiras de praia jogando em seu PSP. Ele deveria aproveitar, porque algo lhe dizia que por um bom tempo não tocaria em seu objeto preferido.

_ Ta bom, ta bom, já estou indo, só me deixa passar essa fase._ A resposta do garoto não agradou Katherina. Sem muita paciência, a morena apertou com ainda mais força os ombros de Armin, o garoto chegou a se contorcer de dor, porém, em seus lábios surgiu um pequeno sorriso ao mesmo tempo que virava o resto para encará-la._Vai ter volta marrenta, pode apostar._ O garoto pulou da cadeira e sem muita frescura pegou, Cat, pela mão.

_ Não queria ter que depender de outra dupla!_ Exclamou, Pietra, pensativa. Ela e Kentin já estavam no bote, à espera de Armin e Katherina, que por sinal estavam demorando.

_Vamos olhar pelo lado positivo, seremos mais rápidos, quanto mais braços puxando aqueles remos, melhor.

_Gosto desse teu jeito positivo soldadinho, não sei o que eu faria caso você fosse daquele tipo de pessoa pessimista, que vê problema em tudo e em todos, pessoas assim me enlouquecem.

Os dois jovens se entreolharam e trocaram um sorriso cúmplice, mas, o momento não durou muito, Armin e Katherina já desciam a escada para lhes fazerem companhia.

_ Sabe, que eu gostei da ideia de poder depender de outra dupla._ Armin falou rindo, porém ele não usou de ironia para com eles, na verdade o moreno estava se sentindo aliviado por poder contar, não apenas com Cat, mas também com outras pessoas._ Não era a intenção ouvir a conversa de vocês, mas já que estávamos aqui não iríamos tampar os ouvidos.

Pietra soltou um palavrão que felizmente apenas ela ouviu, mesmo não gostando de admitir ela estava envergonhada com a situação.

_ Competição é competição não é mesmo._ Disse, Katherina sorrindo._ Porém eu entendo o que você quis dizer, é difícil confiar em alguém que está querendo te vencer a todo custo, mas vou ter que concordar com o Armin, saber que tem mais seis braços além dos meus para levantar esses remos é um tanto quanto reconfortante.

_ Bem, então mão na massa, o que nós estamos esperando?_ A motivação de Kentin era animadora e sem nenhuma contestação os quatro jovens pegaram seus remos.

(...) Uma hora depois

_ Caramba, estamos a mais de uma hora remando e ninguém fala nada._ Armin resmungou._Já não basta eu ter que aturar esse sol encima dá minha cabeça sem nem ao menos poder tocar em meu PSP, tenho que ficar mudo também.

_ E o que você propõe?_ Cat, perguntou animada, a menina já não aguentava mais ficar quieta, o tédio já estava tomando conta. Sem falar em meus braços que já estavam exausto, qualquer coisa que tirasse o seu foco dá dor que estava sentindo era muito bem vinda.

Pietra e Kentin se entreolharam e em resposta o garoto sorriu, dando a entender que poderia ser uma boa ideia. Pietra apenas concordou com a cabeça.

_Vamos fazer perguntas uns para os outros, eu começo!_ Exclamou, o moreno, endireitando sua postura, seus olhos correram até onde Kentin estava e sem mais nem menos soltou a seguinte pergunta._Milico, você preferiria lamber a manteiga do dedo de um mendigo ou ser atacado por um tubarão nesse exato momento?

_Que tipo de pergunta é essa?_ questionou Kentin com os olhos arregalados, perguntando-se se Armin tinha ou não algum problema psicológico.

_ Estou brincando, foi só para descontrair._ Armin adorou ver a cara de espanto de Ken, após alguns segundos contorcendo-se de tanto rir, continuou._ Agora a pergunta é seria.  Por que você apertou o botão? O que lhe trouxe até está competição?

Kentin olhou para o céu, nuvens escuras se formavam e o vento soprava forte, ele percebeu que nenhum deles havia visto que o tempo estava se fechando e ao invés de comentar com os outros achou melhor responder a pergunta de Armin, pois deixá-los preocupados não ajudaria em nada, o melhor a fazer era manter a calma.

_Com 16 anos eu fui para uma escola militar e lá eu tomei gosto pelos treinamentos de sobrevivência, de manhã nós estudávamos e a tarde fazíamos trilhas, montávamos barracas, aprendemos a fazer fogueira e diversos nós, entre outras coisas. E mesmo depois do ensino médio eu continuei com os meus treinamentos, até que chegou a carta. Estou aqui para me testar, mostrar o meu potencial e receber a minha recompensa.

_Não tenha tanta certeza disso amigo._ Katherina, brincou. Kentin começou a rir com o jeito descontraído da garota._ Agora é você que faz a pergunta soldado.

Pietra não gostou muito do jeito que, Ketherina, falou com seu companheiro, mas o sentimento não chegava a ser ciúmes apenas uma irritação.

_Vamos lá turrona, me diga qual o seu maior medo.

_ Você está falando comigo?_ Perguntou Pietra fingindo indignação, “de onde ele tinha tirou esse tal de turrona? Ela ainda não havia começado a mostrar o seu lado teimoso, será que Kentin era vidente?”

_ Tenho medo de pombos, baratas e ladrões._ Ela achou desnecessário falar que também tinha medo de amar e ser amada, já era vergonhoso demais afirmar que tinha medo de pombos. Kentin começou a sorrir com a resposta da loira, o seu jeito durão escondia uma menina sensível.  Armin e Cat riram de um jeito despreocupado, seguidos por Pietra que acabou não se segurando, o clima estava realmente engraçado.

Pietra olhou para Cat, e a mesma percebeu que seria nela que a bomba cairia.

_Qual é o seu animal preferido?

Cat suspirou aliviada, a pergunta era simples, mas mesmo assim lhe fizera pensar.

_Ornitorrinco, sem duvida alguma é ornitorrinco, não existe animal mais legal que esse.

_Olha as duplas que nós temos em Armin, uma tem medo de pombos a outra ama ornitorrincos._ Kentin, falou brincando.

_ Aonde foi que a gente se meteu, cara._ Perguntou o moreno sorrindo.

_Agora é a minha vez._A voz de Cat, era animada e para enfatizar suas palavras ela estralou os dedos, fazendo com que sua dupla levantasse levemente uma das sobrancelhas. Porém antes que a mesma pudesse prosseguir, começou a chover.

Tão forte que o céu parecia que iria desabar.