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História O teste - Universidade


Escrita por: Lehh-Ama-AlanWalker

Notas do Autor


Espero que gostem😉😉

Capítulo 22 - Universidade


PELA PRIMEIRA VEZ em semanas, não há pesadelos para me acordar. Apenas sonhos de casa e uma sensação de paz e alívio de que isso vai terminar logo. A batida na porta me acorda. Uma nova bandeja com um pedido de que eu me vista e me apronte em uma hora. Alguém vai vir me buscar.

 Pego a refeição. Morangos frescos. Um pão grande, quente, adoçado com uvas passas e avelãs. Um suco de laranja perfumado. Bolinhos com cobertura grossa de canela. Tento aproveitar tudo, mas uma tensão nervosa começa a deixar de lado meu novo bem-estar e só consigo dar algumas mordidas.

 Aperto o fecho do bracelete de identificação no meu pulso. Coloco o segundo de volta na minha sacola. Penso no meu pai e como ele deve ter se sentido se preparando para seu veredito. E espero, me perguntando se vou ver Taehyung  antes de os oficiais retirarem nossas lembranças. Ele vai ser capaz de me passar uma das pílulas? Vai ver minhas novas suspeitas em meus olhos?

 Quando vem a batida, estou pronta. Sacola sobre o ombro. Sigo a mulher de cabelos escuros pelo corredor. A pequena refeição que consumi rola no meu estômago quando entro no elevador e sigo em silêncio para o segundo andar. A expressão da minha acompanhante fica neutra. Sem sorriso. Sem olhar de alerta. Nada para entregar o destino que foi determinado para mim.

 A porta no final do corredor claramente iluminado está aberta e minha oficial do Teste me diz para entrar. Estão esperando. 

Enfio as mãos nos bolsos para evitar que tremam e caminho para dentro de uma sala grande com minha acompanhante atrás de mim. Há pelo menos uma dúzia de oficiais do Teste sentados atrás de uma grande mesa. O doutor Barnes senta-se no centro. Um pequeno envelope branco está na mesa na frente dele. Sua expressão é ilegível quando eu caminho para uma cadeira solitária colocada no centro da mesa. 

Quando me sento, o doutor Barnes me dá um sorriso caloroso.

 — Desculpe-nos por você ter tido de esperar tanto pela nossa decisão, mas queríamos fazer direito. — lentamente, ele tira o envelope, caminha ao redor da mesa e para à minha frente. Meu coração acelera quando ele diz: — Tenho certeza de que está ansiosa para receber os resultados do Teste, então não vou adiar mais.

 Ele levanta a aba e tira uma folha branca. Olha para mim por um momento como se avaliasse o julgamento antes de passá-lo para mim. Meus dedos remexem no papel. Faço várias tentativas antes de conseguir ler a única palavra impressa em tinta preta grossa no centro. 

Aprovada

Consegui. 

Um sorriso cruza meu rosto e meu coração para. Escuto murmúrios de felicitação dos oficiais na sala. O doutor Barnes me diz que está orgulhoso e me dá um aperto de mão. Então algo pica meu pescoço e o mundo escurece.

 * * *

 Eu fracassei.

 Meus dedos traçam as cinco linhas entalhadas no meu braço esquerdo, conforme as estudo no espelho nos meus aposentos de aluna da universidade. Três cômodos — quarto, sala, banheiro. Foram reservados para mim na primeira fase dos meus estudos. Mostra que passei no Teste. A conquista mais importante da minha vida, e não me lembro de nada.

 Devo ter tentado evitar a perda de memória. Ainda assim fracassei. Só me lembro da viagem para Tosu City no flutuador preto. Um menino esfarrapado de olhos perversos dando rasteira em Félix . Minha colega de quarto e seus bolos de milho. Então nada até o momento quando me encontro numa sala sentada entre o que só posso supor que sejam outros candidatos do Teste. Meus olhos passam pela sala, buscando rostos familiares, enquanto um homem barbudo de cabelos grisalhos num macacão roxo sobe num palco iluminado. Ele nos dá a todos um sorriso alegre e diz: 

— Parabéns! Fico feliz em dizer que vocês são os vinte candidatos escolhidos para frequentar a universidade no próximo ano.

 Surpresa. Prazer. Confusão. Então compreensão. O Teste terminou. Eu passei. O doutor Barnes nos diz que seremos levados do centro de Provas para nossos novos aposentos assim que a apresentação terminar. Haverá uma comemoração depois, então poderemos nos conhecer. Entretanto, eu já conheço um. Meu coração salta de prazer quando um par de olhos castanhos encontra os meus. E quando ele abre os braços para mim, eu voo neles — feliz por um rosto familiar estar lá. Eu não vou embarcar nessa aventura sozinha. Taehyung está comigo.

 Isso faz quase três semanas. Taehyung e eu passamos parte de cada dia juntos, conhecendo a cidade e um pouco mais um do outro. Só de pensar em vê-lo hoje novamente me causa um nó no estômago. 

Uma batida na porta me faz saltar. Eu desdobro as mangas, escondendo as cinco cicatrizes dentadas e atendo a porta. 

— Ei, não está pronta? — os olhos escuros de Jihyo  se estreitam 

— Ei, não está pronta? — os olhos escuros de Stacia se estreitam quando ela vê minha blusa branca e a calça marrom. — Não pode ir para uma festa assim. O que as pessoas vão pensar? 

— A festa é só daqui a uma hora — eu rio. — Não se preocupe. Estarei devidamente vestida.

 — Melhor que esteja — ela franze a testa antes de sair, mas vejo um sorriso à espreita sob sua expressão séria. A expressão de Jihyo  manteve a maioria dos outros candidatos longe, incluindo Taehyung. Contudo, por algum motivo, eu decidi falar com ela e parecemos estar nos entendendo. Não posso evitar pensar que devemos ter nos encontrado durante o período de seis semanas do Teste. Talvez nossa amizade tenha começado lá e só estejamos continuando agora.

 Fechando a porta, decido que Jihyo está certa. Eu provavelmente deveria me aprontar para a festa. Afinal, é para mim. 

Entre encontrar os instrutores da universidade, fazer passeios pelas instalações e se mudar para nossos novos apartamentos, nenhum de nós teve tempo de comprar novas roupas. Recebemos alguns itens que sobraram de outros alunos da universidade, e o doutor Barnes disse que poderemos comprar novas vestimentas durante as próximas semanas. Então eu me visto, de de vestido, mas pego um de mangas conpridas que cobre minhas cicatrizes. Deixo meu cabelo solto porque Taehyung  mencionou que gosta assim. Como os únicos alunos de Cinco Lagos que passaram, nós dois somos naturalmente apegados um ao outro. Entretanto, não há nada mais do que a conversa sobre nossa casa. Algo mais caloroso, rico e mais empolgante do que amizade. Talvez seja tolo da minha parte pensar que nossos sentimentos podem ter sido amor, mas podem ser. E agora que o Teste terminou, não há nada para evitar que Taehyung e eu possamos descobrir isso. 

Quando Jihyo  bate novamente, eu prendo no pulso o bracelete de identificação entalhado com uma única estrela, o símbolo de uma aluna do primeiro ano da universidade, e estou pronta para ir. As conversas nos encontram conforme saímos, e quando voltamos para o canto, não posso evitar sorrir. Vejo um cartaz que me deseja Feliz Aniversário, um grande bolo cheio de velas e pessoas sorrindo. Taehyung. O doutor Barnes. Toda a nossa classe da universidade e alguns oficiais do Teste estão aqui para comemorar meu aniversário. Alguém nos avista. Todos viram, e juntos começam a cantar. Não sei se todas as colônias cantam essa música para marcar a comemoração do nascimento de alguém ou se Taehyung os ensinou, mas o som evoca lembranças de casa. Não consigo evitar o choro.

 Quando a música termina, um dedo gentil esfrega a lágrima que cai pela minha bochecha.

 — Ei, essa devia ser uma ocasião feliz. Talvez a música não tenha sido uma boa ideia, afinal. 

— Não — sorrio para Taehyung . — Foi perfeito. Mesmo.

 — Sério? 

Ele toca seus lábios nos meus, e eu sorrio. — Sério. 

— Ei — uma voz provocativa chama. — Outros caras querem dar um beijo na aniversariante também. 

Taehyung  fecha a cara quando Kwangmin vem, coloca um beijo na minha bochecha e os braços nos meus ombros. O  cabelo de Kwangmin  está puxado para trás em sua nuca e seus olhos piscam com humor, o que é bom de ver. Assim que o doutor Barnes terminou de nos parabenizar por termos sido aceitos, Kwangmin  levantou a mão e perguntou sobre seu irmão, Youngmin , que veio ao Teste com ele. Quando o doutor Barnes explicou que apenas Kwangmin  havia sido aceito e, como todos os candidatos malsucedidos, seu irmão havia sido mandado para uma nova colônia, Kwangmin ficou louco. Foram necessários quatro oficiais do Teste para removê-lo da sala de palestras e vários dias até o considerarem calmo o suficiente para ir para seus aposentos da universidade. Alguns dos alunos cochicharam que os oficiais estavam planejando chamar de volta um dos candidatos malsucedidos para substituí-lo. Kwangmin , porém, voltou, e fico feliz. 

Ele me dá um segundo beijo na bochecha e quando Taehyung protesta ele ri. — Seu namorado aqui está com ciúme porque nós dois estamos marcados para fazer a orientação da cidade juntos. Pessoalmente, eu acho que você é boa demais para qualquer um de nós, Jennie . Mas do que eu sei?

 As palavras de Kwangmin  parecem familiares. Eu me encontro, não pela primeira vez, virando minha cabeça para o lado, tentando me lembrar de algo que paira fora do meu alcance.

 Taehyung diz a Kwangmin  que ele não precisa ter de ciúme. Outros candidatos se juntam a nós. Um menino silencioso chamado Kai me passa flores. Então a conversa migra para nossa futura orientação. Antes de as aulas começarem, todos os alunos passam quatro semanas se encontrando com oficiais de Tosu City e representantes de cada colônia. Também vamos viajar pela cidade, para aprender sobre o lugar que chamaremos de lar nos próximos anos. Os alunos são divididos em pares para seus encontros e tours . Kwangmin  ser meu parceiro não cai bem para Taehyung . Não porque ele acha que haja algo romântico entre nós. Taehyung se dá bem com a maioria dos alunos da nossa classe, mas Kwangmin  parece incomodá-lo. Espero que os dois resolvam suas diferenças nas semanas e nos meses à frente. 

Alguém tira um rádio solar e a dança começa. Até o doutor Barnes entra no movimento e gira e rodopia com uma oficial do Teste que é apresentada como sua esposa, antes de eles partirem. 

Quando o Sol ameaça se pôr, meus pés estão doendo da dança e eu já comi demais do bolo de aniversário. Estou pensando em voltar para meu quarto quando vejo um rosto familiar encostado numa árvore. Digo a Taehyung que vou voltar em alguns minutos e caminho até o pátio onde o oficial Sehun, de Tosu City, está de pé.

 — Feliz aniversário. 

— Esteve aqui o tempo todo? — pergunto. Ele balança a cabeça.

 — Achei que seria melhor se eu esperasse até que alguns dos outros convidados tivessem ido para casa. Do contrário, eu não teria tempo de conversar. Parabéns por passar no Teste. Não que eu esteja surpreso. Você é esperta. É forte. Eu sabia que você conseguiria.

 O sentimento de déjà vu me atinge novamente. Entretanto, quando tento agarrar as lembranças, elas se espalham como vento.

 — O que foi? 

Eu balanço a cabeça. — Nada. Apenas, eu podia jurar que ouvi você dizendo essas palavras antes. Engraçado, né? 

Ele sorri, mas não nega. Em vez disso, ele diz. — Eu lhe trouxe algo — tira um pacote das costas e passa para mim. Quando começo a desembrulhar, ele balança a cabeça. — É melhor esperar até estar sozinha ou nós dois vamos ter problemas. A política da universidade diz que alunos devem ter contato mínimo com suas famílias, mas não vi mal em trazer isso. 

Minha família. Eu viro o presente nas minhas mãos, com surpresa.

 — Como? Minha família entrou em contato com você? 

— Tive de cuidar de algo na Colônia Madison, semana passada. Ouvi que seu pai ia encontrar algumas pessoas lá também, e decidi falar com ele. Ele pediu que eu trouxesse seu presente de família para você. 

As palavras são gentis. Um cara legal fazendo uma coisa legal para uma menina longe de casa. Entretanto, há poucos minutos ele não negou que há coisas que ele disse para mim das quais não me lembro mais. Sinto o presente em minhas mãos e sei que há mais sendo dito do que parece. Por um momento nossos olhos se encontram. Busco em seu rosto por respostas enquanto alguém grita meu nome. Eu me viro para ver Taehyung e outros acenando para que eu volte 

— Um minutinho só — grito. Contudo, quando me volto, Sehun já se foi.

 Alguns dos outros alunos provocam por um oficial de Tosu ter me trazido um presente. Explico que ele foi nosso acompanhante para o Teste, mas isso só faz as meninas darem mais risadinhas. 

Até Taehyung  ergue uma sobrancelha, mas dou a ele um olhar que diz “explico tudo mais tarde” e mantenho a origem do presente em segredo. Sehun quebrou as regras para trazer este presente para mim. Não quero que ele tenha problemas por seu esforço. 

O céu escurece e a festa se dissipa. Taehyung me leva até meu quarto, me dá um beijo terno e algo ainda melhor — seu amor. Quando lhe digo que talvez eu o ame de volta, o tempo parece parar enquanto Taehyung olha no fundo dos meus olhos para ver se estou dizendo a verdade. Após um último beijo e a promessa de me ver de manhã, Taehyung parte. E finalmente fico sozinha com meu presente. Um presente de casa. Ainda que eu tenha me esquecido da passagem dos dias que levou ao meu aniversário, minha família não se esqueceu. 

Abro a caixa e encontro dois cartões e um buquê de rosas secas num pequeno vaso de ferro fundido. Flores que meu pai e meus irmãos cultivaram no vaso que minha mãe diz que lhe foi passado por sua mãe. Não poderia pedir um presente melhor. 

Colocando as flores na mesa ao lado da cama, leio os cartões. Um de Lisa, me dizendo quanto ela sente minha falta, mas prometendo me ver aqui no próximo ano. Então um da minha família. Três dos meus irmãos escreveram uma frase me dizendo que sentem saudade ou desejando feliz aniversário. A inscrição de Namjoon  diz que ele tem orgulho das minhas conquistas e sente muito por seu comportamento na noite em que parti. Ele também quer seu Comunicador de Trânsito de volta. 

Rindo, eu tiro o aparelho da minha sacola de candidata e o viro na minha mão. Sem dúvida meu pai já arrumou um novo para Namjoon . Mas, é claro, vou mandar de volta. Só vou provocar o Namjoon  um pouco. Afinal, irmãs mais novas são para isso. 

Jogo o aparelho de volta na minha sacola e embaixo da minha cama. Enquanto sigo para o armário para pegar minhas roupas, escuto um som de estalo.

 Droga. Devo ter ligado o Comunicador de Trânsito quando empurrei a sacola. Com certeza, consegui ligar o rádio de duas vias que está muito longe do alcance para se comunicar com o que meu pai tem em seu escritório. Sei disso porque já tentei. Quem sabe, talvez depois de um ano ou dois na universidade eu imagine uma maneira de aumentar o sinal para que possa falar com minha família sempre que eu quiser.

 Quando estou prestes a guardar o aparelho novamente, algo atrai minha visão. Um risco nas costas do aparelho. Algo que não me lembro de ter visto quando o tirei de casa. O risco só tem um centímetro de comprimento, mas sua forma pontuda me lembra de algo. O raio no meu bracelete de identificação. Conforme meu dedo corre sobre o risco, sinto o metal cedendo de leve. Um botão? Com certeza. Está bem disfarçado, mas definitivamente há um botão escondido atrás do aparelho. Não é à toa que Namjoon  quer isso de volta, penso.

 Porque ele transformou em outra coisa. Devo ter descoberto isso durante o Teste e marcado como um lembrete. 

Sorrindo, eu me jogo na cama, aperto o botão e espero algo inacreditável acontecer. Porque com Namjoon  é sempre algo inacreditável. 

E é mesmo.

 Eu pisco enquanto o pequeno quarto se enche com os sons de uma voz que soa como a minha, e escuto a voz falando palavras em que não quero acreditar.

Em memória aos que morreram...

Momo-Twice

Félix-stray kids

Lia-Itzy

Jinjin-Astro

Mina-Twice

Youngmin-Boyfriend

Onda-Everglow

Jungkook-Bts

Joy-Red velvet


Notas Finais


Então....Final da fanfic,agradeço a todos que leram até aqui.
Sei que o fim é nada ver,mas vai ter parte 2 ou talvez até 3,aguardem,espero que tenham gostado.
Link da parte 2 aqui👇
https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-teste-2-23048809
Bjs, obrigado por tudo.💟💞


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