A fera vai mais devagar e logo para na margem da água.
— Chegamos.
Nashi desce de suas costas e lava as mãos na água, sentindo um alívio tremendo.
— Assim está melhor.
A fera entra na água, tirando o sangue em seu corpo e tentando lamber suas presas, rosnando baixo por não conseguir e afundando o rosto na água. Nashi ri baixinho, impressionado com o tamanho da fera.
— Essa forma é mais bonita do que me lembro... — falou um pouco baixo.
— Hum? — a fera levanta a cabeça e o olha.
— N-Nada, eu disse isso alto? — cora um pouco.
— Eu não ouço muito bem embaixo da água. — a fera inclina a cabeça, o olhando e todo molhado.
Nashi solta um suspiro de alívio.
A fera se levanta, balançando o corpo para tirar um pouco da água e se senta na margem e Nashi o olha.
— Como é onde você vivia?
A fera toca o focinho de sua cabeça de crânio, deixando seu corpo parcialmente voltar a ser humano, principalmente seu rosto e toca em seus chifres de alce.
— Não é um lugar tão legal, bom, talvez seja para as pessoas que têm amigos lá. — deu de ombros.
— Parece ser bem tranquilo. — o olha — Sempre estive em volta para pegar os rebanhos e nunca tentei entrar lá.
— Ficou mais difícil depois que o conselheiro começou a praticamente mandar na cidade, lembro que antes eu ganhava algumas coisas. — retribui o olhar.
— Conselheiro? — o homem coça a cabeça — Pensei que era o rei quem mandava lá.
— Deveria ser, mas quando o senhor atacou, o rei ficou preocupado e estavam cobrando demais dele, e então o conselheiro começou a colocar ideias na cabeça do rei.
— Bom, eu tive que pegar comida para mim e para Koizumi. — a fera olha para a água — Eu não tinha a menor intenção de viver aqui, mas começaram a me oferecer animais e acabei ficando.
— Não é sua culpa, eu imaginei que o senhor não iria ter pego outros animais se não tivessem oferecido os sacrifícios.
— E não iria mesmo. — brinca com a água — O último ataque que fiz antes de te mandarem também foi para Koizumi, ele estava querendo ficar doente e agora não quer mais sair daquele canto da caverna.
— Que estranho, pensei que dragões gostavam de voar com frequência. — inclina um pouco a cabeça.
— Achei o mesmo, mas ele apenas se levanta um pouco para comer e continua lá.
— Ele fazia isso antes? — Nashi se senta ao lado da fera.
— Não — o olha — por conta disso tive que pegar quase todo o rebanho pra tentar fazer ele sair, mas não funcionou.
— Entendo, não acho que isso seja bom para ele. — diz Nashi preocupado.
— Sim... — suspira — mas bem, o que eles pensam que eu sou para me mandar um humano?
— Senhor, eles pensam que você é uma fera horrenda. — Nashi o olha.
— Logo eu? — a fera olha para suas patas e ri baixinho — Claro, nunca deixei que me vissem.
— Senhor, posso ficar assim um pouco? — diz Nashi, encostando sua cabeça no ombro da fera.
— P-Pode... — cora de leve.
— Eles realmente são bonitos. — diz Nashi, tocando nos chifres.
— São? — a fera inclina um pouco a cabeça para ficarem mais perto de Nashi.
— Sim, combinam muito com o senhor. — sorri, os contornando com seus dedos.
— Obrigado. — sorriu, colocando a cauda na cintura de Nashi.
— Senhor? — olhando para a cauda — O que está fazendo?
— Desculpe. — a fera retira a cauda e abana ela um pouco.
— Não me incomodo tanto, só foi uma surpresa. — diz, escondendo seu rosto no pescoço da fera.
A fera se arrepia um pouco, colocando sua mão sobre a de Nashi que sorri, ainda com o rosto em seu pescoço.
O homem voltou a enrolar sua cauda na cintura de Nashi, observando a água.
— Senhor, eu ainda não sei o seu nome. — o olha e depois passa a encarar o reflexo dos dois na água.
— Sou Akiya Yoshitaro. — sorriu — E você?
— Nashi.
— É um prazer conhecê-lo mais, Nashi!
— O prazer é meu.
...
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