História O Uchiha e a Haruno. - Noticia.

Uma semana havia se passado após a visita de Mikoto e com isso os resultados de todos os seus exames já estavam nas mãos da Dr. Haruno. Sakura os analisava pela décima terceira vez, lendo e relendo-os. Vez ou outra até se levantava e caminhava de um lado para o outro com o diagnostico de Mikoto em mãos, sua sala já estava ficando pequena para tanta caminhada.  Mas, Sakura sabia que aquilo não era correto e que tinha que resolver aquela situação o quanto antes, por isso, decidiu que,  assim que arrumasse as palavras certas para falar com a Senhora Uchiha a chamaria e leria o diagnostico com toda clareza.  

Decidida a Haruno deixou os papeis em sua mesa e saiu da sala. A mesma caminhou até a recepção da clinica e esperou que a responsável do local viesse lhe atender. Enquanto esperava aproveitou para dar uma boa olhada na escala da semana e sorriu ao ver que teria o mesmo turno com sua melhor amiga, a Dr. Hyuuga.

-Dr. Haruno, o que deseja?- Perguntou a senhorita da recepção assim que retornou ao seu posto.

-Mika, telefone para a Senhora Uchiha e avise-a que hoje a tarde farei a leitura do diagnostico dela.- E dito isso a rosada se retirou.

As dores de cabeça que Sakura sentia já fazia algum tempo, havia aumentado, talvez devido a tensão que levava ou simplesmente por ter em mãos o caso da primeira dama de Konoha, e para piorar tinha também seus problemas pessoais e de outros pacientes.

-Sakura-chan!- Saudou o farmacêutico da clinica, Kabuto. -Qual é o de hoje?- Perguntou enquanto ajeitava as arestas do óculos que usava.

Sakura não sabia explicar, mas, não se sentia a vontade na presença de Kabuto, o rapaz lhe causava um certo receio, ao seu ver, Kabuto não era muito amigável, embora tentasse fazer de tudo para ganhar a amizade e confiança de Sakura.

-Me dê algo para dor de cabeça, sim?- Disse simples.

-Claro.- E virou-se para a prateleira lotada de analgésicos, antibióticos e todos os tipos de remédio que possam imaginar. -Desculpe-me a intromissão, mas, já me intrometendo, a senhorita não me parece muito bem. Conheço uma massagem que cura qualquer coisa, se quiser ...- E dito isso colocou alguns comprimidos sobre o balcão da farmácia e esperou para que a rosada os pegasse.

Sakura nada disse, afinal, não era a primeira vez que Kabuto tentava lançar seu “charme” para ela. A rosada apenas agradeceu e pegou o remédio sobre o balcão, mas, assim que ia se retirando, Kabuto a segurou pela mão e sorriu, tentando parecer o mais simpático possível.

-Pense no que eu te disse, doutora.- E por fim a soltou, não deixando de lançar uma de seus costumeiras piscadelas escondidas por trás dos óculos, mas, que Sakura reconhecia muito bem, apesar de ignorá-las sempre.

-Kabuto, Kabuto, Kabuto.- Resmungou baixinho enquanto se afastava. Era simplesmente desgastante ter que aturar todas as “gracinhas” do mesmo sempre que ia a farmácia retirar algum medicamento.

Como já estava próxima da sala de Hinata, uma medica pediatra da clinica, Sakura aproveitou para vê-la. E após duas leves batidas na porta, a morena de olhos grandes e perolados abriu a porta sorridente.

-Sakura-chan, entre.-  Pediu simpaticamente. 

A sala de Hinata era linda, um verdadeiro paraíso para as crianças. As paredes eram bem decoradas e havia diversos ursinhos de pelúcia pelos cantos da sala, tudo para que as suas amadas crianças não se acanhassem em suas consultas.

-E então, onde pretende almoçar hoje, Hina?- Perguntou a rosada enquanto ia direto no armário onde Hinata escondia os “brindes” que entregava para cada criança após uma consulta. Optando por pegar um pirulito e roubar algumas balas.

-Bem, hoje Naruto e eu vamos almoçar juntos. Você sabe, quando se está prestes a se casar não falta assunto e coisas para resolver.- A Hyuuga sorriu delicadamente. Seu casamento com Naruto a deixava nas nuvens, mais do que ela costumava viver.  –Mas se quiser, pode vir junto com a gente, afinal, você é a madrinha.-

-Mas é claro que não. Vocês mal tem tempo para ficarem juntos e não será eu quem irá atrapalhar o momento de vocês.- E dito isso a rosada fez biquinho, como se fosse uma das crianças que Hinata costumava atender.

As duas conversaram por alguns minutos, falaram de varias coisas, inclusive o casamento de Hinata e, isso era tudo que Sakura precisava, se distrair. Mas, como nada é brincadeira, logo as duas se despediram e retomaram seu trabalho.

No almoço, Sakura foi onde era de costume, fez sua refeição, assim como todos os dias, e dado o seu tempo voltou para a clinica. Já era hora de falar com Mikoto que, para surpresa de Sakura já estava lá, a Uchiha era pontual. Assim que a cumprimentou, a doutora a levou para sua sala e pegou algo para as duas beber.

-Como tem se sentido, Mikoto-san?- Perguntou Sakura, após vê-la agradecer pela bebida com um sorriso tímido.

-Bem, eu acho ... Essa semana foi um pouco mais difícil, tive enjôo e náuseas o tempo todo e dores fortíssimas.-

Vendo que Sakura nada dissera, Mikoto simplesmente continuou, chegando exatamente onde Sakura queria chegar.

-Mas, como a chegada dos meus exames já posso ser medicada, alias, podemos fazer a leitura agora, Doutora?-

Sakura respirou fundo, se lembrou de tudo que havia pensado e concordou com a cabeça, pegando alguns papeis para ela e outros para Mikoto.

-Bem, Senhora Uchiha, nesses papeis estão escritos as causas de todos esses sintomas e também o raio-x de todo seu corpo.- Sakura pegou uma caneta e a copia do raio-x, apontando e mostrando cada ponto que falava.

-Doutora, o que é essa mancha preta no meu abdômen?- Perguntou aflita já imaginando uma suposta resposta.  

-Essa massa escura que a senhora pode ver na região de seu abdômen, mais especificamente no útero, como vemos aqui.- A rosada explicava mostrando um novo raio-x, o do útero de Mikoto. -Significa um tumor alojado em seu útero ... Por isso todo o sangramento, náuseas e dores fortes.-

Assim que ouviu essas palavras Mikoto levou suas mãos sobre a boca, seus olhos arregalados se encheram de lagrimas e era possível notar uma leve tremedeira em suas mãos. Depois de um tempo, com o pouco de força que lhe restava, devido ao choque, a mulher reuniu alguma o que lhe sobrava em sua voz e quase em um sussurro perguntou para Sakura sobre a gravidade do tumor.

-Ele está avançado ... Mas, iremos começar o tratamento o quanto antes, eu garanto a senhora.-

As palavras de Sakura não eram o bastante para conter as lagrimas da mulher. O desespero estava estampado em seus olhos e em cada lagrima que estes derramavam. Não havia nada a ser feito, muito menos a ser consolado, por isso a rosada apenas entregou-lhe uma caixinha com lenços e esperou que a mesma se acalmasse.

-Senhora Mikoto, teremos de interná-la e começar os primeiros processos do tratamento.-

-Sakura-san.- Começou tentando conter o choro. –Eu tenho um pedido e, espero que seja aceito.-

-Tudo bem, pode me dizer.- Respondeu cuidadosa.

-Eu quero ser tratada em minha casa!-