- Berry, eu lhe avisei para tomar cuidado meu filho. – Ariana falava ao filho que se levantava lentamente da cama repleta de flores coloridas, o aroma daquele lugar como da primeira vez era incrível, clima ameno, as mulheres e homens ali dançavam e cantavam em volta das arvores como um tipo de ritual, tudo era mais puro e calmo naquele lugar. Berry se vira para a mãe de cabelos azuis e concorda:
- Sim mãe.
- Na primeira vez eu consegui intervir e ativar sua habilidade de defesa, dessa vez eu não consegui a tempo. – Ela explica enquanto o guia iniciando uma caminhada pela floresta, o céu estava escurecendo aos poucos. O adolescente confuso pergunta para ela:
- Está tudo bem... Mas eu morri?
- Não meu filho, ainda não, mas ele roubou sua luz, seu corpo não ter força para curar tantos ferimentos de uma vez. – Após ela ter dito, ele percebe que todo esse tempo tinha que ter tomado cuidado com Troy, ele que roubaria sua luz. O menor segura as mãos dela em pânico, não podia deixar seu pai, seu irmão... Malek, sozinhos. Berry a pergunta quase como suplica:
- E o que eu posso fazer?
- Só rezar meu filho, só rezar. – Ela dizia e olhava para cima, onde as nuvens claras escureciam e rodopiavam em meio aos ares.
- Isso é cheiro de sangue... Alana. – Michael e Tyler chegavam em casa e sentem o cheiro ainda na rua. Tyler responde o alfa e os dois começam a correr após isto:
- Eu também senti o cheiro de sangue e dos Scarlett.
- Eles chegam, mas já era tarde,eles não estava mais lá, anda além de seu cheiro. O corpo de Alana estava colocado sentado no sofá como se nada tivesse ocorrido. O lobo mais jovem chega perto e olha a amiga na face e diz baixo:
- Ah não.
- Alana... – Michael fala se aproximando, quando toca a garota sua cabeça cai e rola pelo tapete. O alfa assustado diz ao lupino:
- Caramba, eles vieram aqui enquanto fomos para lá.
- O Punk vai ficar desolado. –Tyler dizia segurando a cabeça da amiga em mãos e segurando o seu choro, ele era um lobisomem e esse tipo de coisa é normal acontecer numa matilha, ele tinha que ser forte. Michael por outro lado inala outro cheiro, demasiadamente mais doce.
- Vai mesmo... Espera... Esse cheiro... Berry?
- Berry? – Tyler começa a farejar também e os dois vão para cozinha. Ao ver a cena ele fica parado, Michael corre e pega o garoto nos braços, pálido, fraco, todo ensanquentado, seus ferimentos tinham se fechado mas ele tinha perdido mais de 2/3 de seu sangue. O alfa escuta seus batimentos e exclama para o outro lobo:
- Ele ainda esta vivo. Liga para o Malek, AGORA!
* Ring ring*
- Alô, estou dirigindo. – Malek atende mesmo sem querer o lobo da matilha de seu tio, Tyler fala cabisbaixo no telefone:
- Oi Malek, corre pra casa, os Scarlett vieram aqui.
- Estou chegando. O que houve? – Ele acelera e troca de caminho, o que o homem fala por mais triste que pareça, Malek não esboça reação alguma:
- Eles mataram a Alana cara.
- Entendo, sinto muito. – Malek diz ainda sério, mas a próxima frase o faz ficar mudo no telefone:
- E machucaram legal o Berry.
- Alô?... Alô Malek? –Tyler tentava contato no telefone, mas sem sucesso. Malek havia soltado no carro e voado como um raio entre a cidade, passando por faróis, desviando de civis e sem pestanejar já estava de frente pra sua mansão, ao sair do carro com um grande salto passa pelo muro, deixando tudo largado na rua. O que Berry fazia dentro da mansão? Por que ele estava lá?
- A onde está ele? – O moreno entra perguntando para Tyler e continua caminhando farejando o garoto enquanto o outro lobo fala:
- Obrigado pela compaixão ela cabeça arrancada de nossa amiga morta.
- Ela não é minha amiga... BERRY! – Malek começa mas troca toda a atenção ao ver o garoto no sofá, deitado, fraco, desacordado e mais branco que um floco de neve do inverno mais frio que já possa ter vivido.
- Ele está aqui, mas está mal. – Michael diz colocando um pano úmido na testa do garoto, Malek se aproxima e pergunta se ajoelhando perto do sofá:
- Berry o que houve?
- Ele está em coma, batimentos quase parando, muito fraco, perdeu muito sangue. – Michael Dale explica para o sobrinho, Malek abre os olhos e eles brilhavam em amarelo, sua expressão de ódio era tão visível e assustadora que até o alfa se distanciou enquanto ele falava:
-Aqueles malditos.
- Ele não está se cicatrizando sozinho as demais camadas, só estocou o sangue. Ainda sim, vazou muito. –Michael começa a dar o diagnostico afinal, ele era formado em medicina antes de cair no vicio do álcool muitos anos atrás. Mas saber que Berry se curava só era outra história. O sobrinho se vira e o indaga:
- Você sabe?
- Eu fiz umas pesquisas depois de nossa conversa. – Michael explica, Malek na verdade nem se importou, não era hora desse tipo de conversa, ele tinha algo muito mais importante para lhe dar naquele momento.
- Mas que droga, Berry. Não podemos fazer nada? – Malek pergunta ao tio que faz uma expressão bem perturbadora e diz:
- Tem uma coisa Malek.
-O que Michael? – O sobrinho pergunta e seu tio é sincero com a única coisa que o mais novo não queria ouvir:
- O dom da mordida.
- Não, isso não. –Malek se nega e Michael tenta o convencer:
- Malek é o único jeito.
- Eu não vou transformá-lo em um de nós. – O moreno se nega e o tio tenta mostrar o lado bom:
- A mordida é um presente.
- É UMA MALDIÇÃO! – Malek Dale exclama e seu tio é bem especifico e duro por se tratar da realidade:
- Malek, a vida dele está em suas mãos. Ele veio até aqui para ver você. Você o enfiou nesse mundo.
- Deve haver outro jeito. –Malek começa a cogitar todo tipo de opção e Michael fala passando a mão na testa do menor:
- Ele não tem muito tempo.
-Urgh. Eu vou matar todos eles com minhas próprias mãos. – Malek fala retirando a mão de seu tio do garoto. O Dale mais velho fala:
- Primeiro, foco em salvar ele. Depois isso.
- ALANA! – Punk entra já gritando. Tyler havia o avisado, ele saiu no meio do jogo e avança para ela em velocidade total, sem se importar com mais nada.
- Punk... – Tyler tenta acalmá-lo, mas o rapaz com moicano continua gritando o nome da garota falecida:
- Cade a Alana? ALANA!
- Calma cara. – Tyler continuava a dizer. Foi ai que Punk encontrou o corpo da garota já sem vida e decapitada, por mais selvagem que fosse, aquilo acabou com suas estruturas do rapaz que cai sob os joelhos e segura a mão gelada da garota enquanto diz chorando lágrimas de tristeza,frustração e com certeza fúria:
- Meu deus Alana.
- Esse é o irmão do Ben? – Punk pergunta ao Malek que responde seco e preocupado:
- Sim, é.
- Ele sabe? – O lobo pergunta e seu alfa fala:
- Não, ainda não.
-Ele vai ficar bem? – Punk continua e Michael mais uma vez deixa claro:
- Se Malek lhe dar a mordida sim, se não, ele morrerá em pouco tempo.
- Eu não vou morder Berry. – Malek se nega, Michael se agacha perto do sobrinho e fala em voz baixa:
-Ele é uma criatura como nós, ele não é um ser humano incorrompido, é um hibrido.
- Não interessa, eu não vou lhe dar essa sina. –Malek responde o tio que olha o garoto mais uma vez e continua:
- Ele vai ter uma sina pior se não agir logo.
- Michael! – O moreno exclama e seu tio fala tranqüilo e calmo como sempre:
- Ele não tem muito tempo. Vamos enterrar Alana.
- SAIAM DAQUI. –Ele exclama e Michael fala antes de sair:
- Ok, estamos saindo, mas pensa em como o garoto é jovem e tudo que ele tem pela frente.
- AGORA! – Malek grita e fica ali sozinho com o corpo quase sem vida de Berry. Aquela face amena, a pele gelada, Punk entra lentamente e fala em voz baixa:
- Malek?
- O que é infernos? – Malek ruge para o garoto da matilha que lhe aconselha de uma maneira inesperada:
- Se eu tivesse chance de salvar Alana, não importa o que fosse. Eu faria.
- Mas... – Antes do lobo continuar Punk apenas fala e fecha a porta:
- Ele ainda está vivo, ela não.
- Malek volta sua atenção para o menor, tão tranqüilo. Parece que foi ontem que ele quase o atropelou, desde aquele dia ele viu como o menor era especial, seu cheiro, suas habilidades, seus olhos, tudo nele sempre o chamou atenção. Depois daquilo foram vários encontros e também desencontros, como neste mesmo dia que o observava voltando para casa, ele já não conseguia o tirar da cabeça. No parque quando acabaram tendo que trabalhar juntos, o menor salvou sua vida e usou seus poderes pela primeira vez, Berry o salvou aquele dia, e ele hoje não consegue salvar o garoto de volta. Patético. Ainda se lembra como se sentiu quando viu o vídeo da câmera de segurança. Claro, que tem suas memórias mais recentes, o beijo no parque, sua primeira demonstração de afeto em dez anos e seu segundo beijo no meio do dia, a luz do sol, o jeito que dessa vez ele se integrou. Berry cresceu muito em pouco tempo em função do homem, ele não podia deixar a vida dele acabar, não assim. Malek pega seu braço direito, lentamente abre a boca com seus caninos crescendo e morde lentamente o pulso esquerdo do garoto, no instante que as presas penetram o garoto, o veneno corre pela corrente sanguínea e acelera a produção de células do corpo começando a produzir mais sangue e seu corpo devagar inicia a volta de sua coloração. Nesse momento Michael entra na casa e vê seu sobrinho com as laterais dos lábios com sangue lhe olhando como se tivesse cometido o pior de seus pecados, deu a maldição a quem amava.
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