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História O vendedor de livros - Buscas


Escrita por: Almafrenz

Notas do Autor


E as buscas por nosso amado detetive consultor começaram! Sentem-se confortavelmente, respirem fundo e não esqueçam da jarra de suco de maracujá bem adoçado. Boa leitura meus amores e não esqueçam de alimentar a alma da Alma com seus comentários.

Capítulo 11 - Buscas


Fanfic / Fanfiction O vendedor de livros - Buscas

Passado o choque de descobrir-se sozinho no 221B, John desceu às pressas o lance de escadas correndo para a porta da Sra. Hudson, batendo nervosamente na madeira.

– Já estou indo! – a mulher respondeu de dentro do apartamento abrindo rapidamente a porta. – Oh, é você, John? O que aconteceu? Precisa de chá?

– Não, Sra. Hudson, eu só preciso saber se o Sherlock está aí com a senhora. – John perguntou nervoso rezando para que a possibilidade fosse real.

– Não, por que estaria?

– Oh, Deus... – John passou a mão direita no rosto tentando manter-se calmo.

– O que aconteceu? – a mulher perguntou confusa, mas com visível preocupação.

– O Sherlock, ele sumiu.

– Ah, mas isso é normal quando ele está envolvido num caso, não é? Não precisa se preocupar.

– Não, Sra. Hudson, ele tinha acabado de solucionar o último caso, nós íamos dormir, ele foi só até a sala apagar a lareira e as luzes, não poderia ter pegado um caso nos últimos dez minutos e saído só de pijama nesse frio, sem me avisar, poderia? – John indagou apreensivo.

            A mulher o encarou sem saber o que responder.

– Eu vou ligar para o irmão dele. – o médico decidiu.

– E eu vou fazer um chá calmante para nós dois! – a mulher disse voltando-se para dentro do apartamento deixando a porta aberta para que ele entrasse assim que desejasse.

            O resto da noite e da madrugada correu com John a ponto de um colapso nervoso e a realização de muitas ligações. Lestrade prometeu mobilizar energia policial para encontrar Sherlock, Mycroft garantiu que seu pessoal trabalharia no caso. Molly comprometeu-se a manter atenção redobrada nos registros de entrada de pacientes e cadáveres no São Bartolomeu, estendendo o pedido de alerta para colegas em outros hospitais metropolitanos e a Sra. Hudson dedicou-se a mantê-lo entorpecido com chás calmantes.

            Uma pergunta martelava na mente do médico e a resposta não lhe agradava nenhum pouco. Quem levou Sherlock no meio da noite? Algo lhe dizia que isso tinha tudo a ver com os homens que revezavam vigiando-os até o dia da noite da fogueira. Se essa for mesmo a reposta, Sherlock podia não estar mais vivo a essa altura. Esse pensamento enlouquecia John, que não suportou ficar no apartamento aguardando notícias.

            Quando o elevador da divisão de roubos e homicídios na Scotland Yard se abriu, a presença compacta e carrancuda de John Watson saiu caminhando a passos firmemente militares no sentido da sala do Detetive-Inspetor Greg Lestrade, despertando a atenção de alguns oficiais no recinto.

– Greg, você já tem os resultados do rastreamento de identidade por imagem dos jardineiros? – John perguntou num tom ligeiramente militar ao entrar na sala do inspetor.

– John? Ei, estamos cuidando do caso do Sherlock. Nossa... Eu nunca pensei que o Sherlock fosse virar um caso algum dia. – o inspetor comentou meio pesaroso.

– Entendo que esteja se esforçando, mas eu não posso ficar sentado aguardando resultados. Então? Houve identificação de algum dos investigados no banco de imagens?

– Não, infelizmente a busca nos bancos de imagem da polícia metropolitana resultou negativa. – Lestrade respondeu frustrado.

– Não tem problema, me forneça cópias das fotografias de Samuel e Finley, vou pedir acesso a um banco de imagens mais amplo. – John afirmou com uma expressão decidida.

– Qual?

– MI5.

– Inteligência interna britânica?

– Isso. Mycroft não será louco de me negar acesso. – John enfatizou e Lestrade não duvidou disso.

            Pouco menos de uma hora depois, John abria as portas da sala do Holmes mais velho, sendo seguido por Anthea que tentava impedi-lo de invadir a sala do chefe.

– Tudo bem, Anthea, eu irei receber o Dr. Watson. – Mycroft falou fazendo um gesto para que a secretária os deixasse a sós.

– Preciso que identifique esses dois homens. –  o médico disse jogando as fotos sobre a mesa de Holmes.  

– Já foram identificados, Dr. Watson, na verdade eles têm sido monitorados nos últimos meses. – Mycroft respondeu apoiando os cotovelos sobre a mesa, entrelaçando os dedos diante do queixo.

– O quê? Você sabe quem eles são? Por que não foi atrás deles? Seu irmão pode ter sido capturado por esses homens. Eles são terroristas! Um deles tentou matar o Sherlock na estação de Waterloo! E podem estar tratando de dar um fim definitivo nele nesse exato momento!– John argumentou com a voz um tanto alterada.

– Acalme-se, Dr. Watson.

– Me acalmar? Está de brincadeira, o Sherlock pode estar morto ou sendo morto nesse momento por terroristas enfurecidos pela intromissão dele e você diz para que eu me acalme?

– Ficar nervoso não vai resolver o problema. – Mycroft insistiu.

– Oh, claro que não! Mas se eu tivesse a identificação dos sequestradores, no mínimo eu estaria revirando toda a Grã-Bretanha atrás deles para salvar o Sherlock!

– Não se iluda achando que não é exatamente isso que tenho feito desde o momento que soube do sumiço. – Holmes respondeu com um olhar duro.

            John respirou fundo tentando se acalmar, depois sentou-se na cadeira de frente a mesa de Mycroft, compreendendo que sair do controle não iria ajudá-lo naquele momento.

– Algum sinal deles? – John perguntou forçando-se a se manter equilibrado.

– Nenhum até o momento.

            Aquilo soou a John como uma sentença de morte para o companheiro. O médico fechou os olhos sentindo leve tremor muscular agitar seu corpo. Pedia a Deus que Sherlock ainda estivesse vivo e inteiro.  

– Qual a verdadeira identidade de Samuel Green e Finley Jones? – John quis saber depois de normalizar o ritmo respiratório.

Mycroft abriu a segunda gaveta do seu lado direito e puxou dois dossiês lançando-os sobre a mesa perto do médico para que pegasse.

– Samuel Green na verdade é Andrei Logovoi, espião da inteligência internacional russa, Finley Jones é Ivo Koutun, também agente da inteligência internacional russa. Oscar Hall, o vendedor de livros assassinado há alguns dias chamava-se Alexander Yvoi, era russo e um dos integrantes do grupo de atiradores de elite presentes no Chelsea Physic Garden no desfecho do caso da Mensageira. Você deve lembrar daquela noite. – Mycroft comentou arqueando as sobrancelhas.

– Sim, eu lembro, seus atiradores mataram a assassina e três terroristas incapacitando outros três.

– Exatamente. Um dos terroristas incapacitados pela minha equipe naquele dia era Alexander Yvoi, agente da inteligência russa que aceitou virar agente duplo e contribuir para o serviço de inteligência internacional britânica, o MI6.

– Parece que ele não se deu muito bem. – John comentou lembrando-se do homem estendido no meio da livraria com um enorme golpe de lâmina no peito.

– Ele foi incompetente. Desconfiaram dele e acabou morto. Mas aí o Sherlock entrou na história, eu tentei afastá-lo, mas ele é teimoso. Teríamos rastreado as informações do ataque, mas Sherlock foi mais rápido e assumiu toda a logística de falsificação de bombas, fazendo do atentado terrorista apenas uma mera encenação sem grandes prejuízos. No entanto, isso trouxe um preço alto para o meu irmão.

– Precisamos achá-lo! – John exclamou levantando-se da sua cadeira.

– É o que eu mais quero, Dr. Watson.

– Então redobre as buscas, coloque as fotos de Logovoi e Koutun na impressa para que possam ser reconhecidos e denunciados!

– Não posso.

– Por que não? – o médico parecia não crer na resposta.

– Expor dois agentes da inteligência russa como terroristas e sequestradores sem a devida autorização do Primeiro Ministro, indisporia diplomaticamente a Inglaterra e a Rússia. Vivemos um momento delicado com o governo russo, doutor.  

– Dane-se a diplomacia entre os países, o Sherlock é seu irmão! – John gritou socando o tampo da mesa.

– Sinto muito, mas o meu posto não me permite deixar sentimentos e interesses pessoais guiarem minhas ações. – Mycroft respondeu em tom neutro.

– Oh! Para o inferno você e sua falta de sensibilidade! – John resmungou chutando a cadeira que rolou violentamente para o lado. – Eu vou encontrar o Sherlock! – afirmou com raiva recolhendo as fotos e dando as costas a Holmes, saindo rapidamente da sala a passos pesados.

– Eu conto com isso, John... – Mycroft murmurou olhando a porta recém-batida.

            Dentro do táxi, John digitou furiosamente no teclado do celular, depois arrumou as fotos de Logovoi e Koutun sobre o banco do carro e as fotografou, voltando a digitar.   

            Em poucos minutos, a fotografia dos dois homens estavam espalhadas pelos aparelhos celulares de cada sem teto que John foi capaz de descobrir na agenda do aparelho celular de Sherlock. Havia uma terceira rede de espionagem e informação em Londres e John aprendeu com seu companheiro o quanto essa rede pode ser útil.

            Por volta das três horas da tarde, John estava na sala do 221B gerenciando informações com a rede de sem tetos pelo celular, quando recebeu uma ligação de Molly Hooper informando que um enfermeiro do St. Tomas’ Hospital havia entrado em contato para indicar o aparecimento de um corpo com as características de Sherlock no necrotério da casa de saúde.

            John sentiu a pressão do corpo descer subitamente fazendo-o sentir vertigem, mas ele não caiu, segurou firme o celular e pediu o endereço do local e anotou nervosamente num bloquinho de papel sobre a mesa de leitura. A Sra. Hudson ia subindo as escadas em direção ao apartamento do médico com seu recorrente chá calmante quando o viu descer às pressas, vestindo o casaco de qualquer jeito, quase derrapando nos degraus.

– O que aconteceu? É alguma notícia do Sherlock? – a mulher perguntou vendo o médico abrir a porta da rua.

 – Peço a Deus que não. – o homem respondeu correndo para pegar um táxi que ia passando.

            A Sra. Hudson não entendeu, mas John rezava intimamente para que o corpo no necrotério do St. Tomas’s não fosse do seu parceiro, implorava para que a informação não fosse sobre Sherlock, que ele ainda estivesse vivo e inteiro em algum lugar onde ele pudesse resgatá-lo.

            Chegando ao hospital, John identificou-se informando o motivo da sua presença e foi prontamente conduzido ao necrotério. O lugar estava muito frio e o cheiro de morte que impregna as paredes dessa categoria de recinto conseguia fazer uma névoa gelada penetrar nos corpos dos vivos até atingir sua alma, congelando-a, deixando-a vulnerável à realidade deitada sobre uma superfície fria e coberta por um lençol branco.

            O médico respirou fundo ao parar na porta do necrotério, empregando alguns segundos na renovação de forças para realizar o reconhecimento do corpo debaixo do lençol. Cinco paços largos o separavam do corpo gelado. John caminhou vencendo o espaço e parou diante do cadáver de um homem alto, magro de cabelos escuros e cacheados que despontavam num canto da coberta branca.

 – Está pronto, senhor? – o enfermeiro perguntou pegando a ponta do lençol à altura da cabeça do corpo.

            John balançou afirmativamente a cabeça dando ciência de que ele queria terminar logo com aquilo.

            O enfermeiro firmou os dedos em volta do lençol e o puxou com precisão desvelando o cadáver do homem branco de cabelos negros cacheados ante o olhar atento do loiro. John fechou os olhos e deixou o ar escapar ruidosamente pele boca.

– Deus... – John murmurou olhando o corpo sobre a pedra. – Obrigado.

– Não é quem procura?

– Não... graças a Deus, não é ele. – o médico respondeu acenando para que o enfermeiro voltasse a cobrir o cadáver.

            John saiu do hospital sentido as pernas meio bambas pela gama de sentimentos contraditórios que varriam seu corpo. Estava imensamente aliviado por constatar que o corpo no St Thoma’s não era de Sherlock, mas estava frustrado e preocupado com o fato de ainda não ter conseguido nenhuma pista sobre seu paradeiro. Sentia medo de que o próximo corpo que fosse reconhecer, fosse de fato do detetive.

            Andando pela avenida em busca de um táxi, o médico sentiu o celular vibrar no bolso, ele puxou-o e atendeu.

– John Watson falando.

            Era Lestrade, o inspetor havia recebido informações de um corpo trajando pijamas, boiando no rio Tâmisa. O médico escorou-se num poste próximo sentindo-se golpeado pela notícia, o pesadelo estava de volta.

 O inspetor quis saber onde o loiro estava, pois passaria para irem juntos ao local. John informou sobre sua ida ao St.Thoma’s e o resultado. Minutos depois Lestrade encostou o carro da Yard no ponto onde John havia indicado por telefone e os dois seguiram para o local onde o corpo havia sido encontrado.

Quando os dois chegaram ao ponto às margens do rio, avistaram um corpo que jazia numa área seca. Os legistas já haviam realizado seu trabalho e o oficial responsável pelo caso estava esperando apenas a visita de Lestrade e John para um possível reconhecimento do indigente, para depois poder permitir o recolhimento do corpo.

– John esse é o detetive Walter, detetive esse aqui é o Dr. Watson. – Lestrade apresentou. 

– Olá. – John disse apertando a mão do homem.

– Prazer. – o oficial respondeu. – Eu estava esperando vocês realizarem o reconhecimento antes de mandar levar, o corpo está logo ali. – completou guiando-os para perto do morto.

            O corpo do homem morto estava inchado, certamente havia passado horas dentro da água, não tinha marcas de agressão ou luta o que fazia John suspeitar de suicídio. Não precisou olhar para o rosto do falecido e foi enfático na resposta.

– Não é o Sherlock. – John concluiu. – o pijama que o Sherlock usava era de algodão cinza e não de seda azul. Já pode pedir para levarem, oficial.

– De fato, realmente não é o Sherlock. – Lestrade confirmou. – esse corpo não tem o corte que Sherlock tinha na testa quando desapareceu. – concluiu sentindo-se feliz por ver que o corpo não era do amigo.

            A noite já caia quando Lestrade deixou John na porta do 221B prometendo continuar com as buscas atrás do paradeiro de Sherlock, o médico agradeceu e entrou sentindo-se abatido por não ter conseguido sair da estaca zero na sua investigação sobre o sumiço do namorado, mas antes de subir as escadas rumo ao apartamento, ele ouviu o alerta sonoro de mensagem chegando a seu celular, rapidamente puxou o aparelho e abriu a mensagem onde havia a foto de um velho galpão abandonado na região de East End, leste de Londres e a frase: “vistos aqui”.

            Era a mensagem de um dos sem teto que recebeu o pedido de ajuda de John para encontrar os sequestradores de Sherlock, parece que a mobilização por dados a cerca dos homens nas fotos enviadas para dezenas de moradores de rua em Londres, foi grande.

            O médico voltou correndo para a rua, precisava de um táxi, mas agora eles pareciam bem difíceis e para piorar a temperatura da noite havia despencado dois graus e a neve começava a cair tornando o movimento urbano mais escasso.

            Enquanto John corria em direção à avenida movimentada mais próxima onde poderia obter um táxi mais rápido, ia rezando para que finalmente pudesse encontrar Sherlock e que ele estivesse vivo.

Continua...


Notas Finais


E aí? Alguém desejando lançar pedras em minha doce e meiga pessoa? (#ergue o escudo do Capitão América e veste a armadura do Homem de Ferro#).
Tenho uma notícia que dependendo do ponto de vista pode ser boa ou má: esta fic se encontra em seus capítulos derradeiros, isso mesmo, você não entendeu errado, “o vendedor de livros” está perto do fim! (estou começando a sentir saudade dos comentários de vocês desde já...).
Aguardo ansiosamente pelos comentários de vocês e conclamo os tímidos a dizer um “oi”, pois já estou nos momentos preparatórios de partida, essa é sua chance de manifestar seus sentimentos quanto à fic.
Beijos e até o próximo sábado!


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