1. Spirit Fanfics >
  2. O Vermelho da Maçã >
  3. Chapter III

História O Vermelho da Maçã - Chapter III


Escrita por: AnaWalkerKawaii

Notas do Autor


Preparados para mais um capítulo amores?
Boa leitura <333

Capítulo 3 - Chapter III


Fanfic / Fanfiction O Vermelho da Maçã - Chapter III

Já havia ficado de noite, o céu estava um breu e Zen permanecia inconsciente em seu colo, tremendo de frio e com a respiração ofegante. Shirayuki respirou fundo, aflita. Ele havia se ferido por sua culpa, não deveria o arrastado em seus problemas.

Mordeu o lábio inferior enquanto passava as mãos pelas suas madeixas ruivas, fechando os olhos enquanto pensamentos negativos ocupavam sua mente. Se não tivesse herdado esse maldito cabelo vermelho-maçã, com certeza não estaria envolvida em quase noventa por cento de seus problemas atuais.

E as pessoas ainda tentavam lhe animar com a lenda do Fio Vermelho do Destino. Tsc, baboseira.

Quando a lembrança de Zen despedindo-se de Kiki e Mitsuhide veio em mente, balançou a cabeça para os lados e tratou de ficar de pé, decidida. Como iria encará-los novamente caso algo grave acontecesse com o rapaz? Ela tem o dever de salvá-lo.

Com tal pensamento, Shirayuki deixara o rapaz inconsciente embaixo de uma grande pedra que formava um pequeno abrigo, protegendo-o da noite. Correu sem hesitar em direção a entrada de um bosque, procurando qualquer erva que serviria como remédio num momento como esse. Não demorou muito para retornar ao local, com uma pequena diversidade de plantas em mãos.

Amarrou de maneira desleixada os fios ruivos e arregaçou as mangas de seu vestido. Passou a desabotoar a camisa do mesmo, vendo o peitoral desnudo coberto parcialmente com sangue que escorrera de seu ferimento. Shirayuki tratou de limpá-lo e cuidar do machucado que havia em seu ombro, misturando algumas ervas levemente esmagadas.

Por não ter bandagens necessárias para proteger um machucado, a ruiva rasgou um pedaço da barra de seu vestido e amarrou sobre o ombro o ombro do rapaz, fitando-o ainda inconsciente. Ele ainda tremia de frio, porém não tinha mais um semblante de dor em seu rosto e sua respiração já se encontrara ajuizada.

Após finalizar os cuidados com Zen, ela tratou de levar sua mão em direção à camisa do rapaz para fechá-la, porém parou assim que sentiu as pontas de seu dedos tocarem no peitoral desnudo do jovem.  Um estranho calor percorreu pela sua espinha ao tocar na pele do rapaz, erguendo seu rosto para fitar a expressão tranquila que ele tinha em sua face. Quando, finalmente, a realidade lhe atingiu como um balde de água fria:

Havia retirado à camisa de um homem enquanto ele estava inconsciente.

Suas bochechas ganharam um tom de rosa, fazendo seu coração bater mais depressa. Não é a primeira vez que cuida de um homem ferido e sem camisa, então porque estava desse modo? Tratando de tirar esses pensamentos da cabeça, Shirayuki fechou a tal camisa o mais rápido possível e pôs seu xale que usara como capuz sobre o pescoço do mesmo, descansando a cabeça dele em seu colo.

 

...

 

Zen acordou no dia seguinte com suas costas doendo moderadamente e as pálpebras praticamente implorando para permanecerem fechadas devido ao cansaço, bocejando enquanto espreguiçava-se. Porém, ao sentir sua cabeça roçar em algo macio e delicado, coçou a vista até sua visão deixar de estar turva e arregalou os olhos em completo choque.

Estava deitado no colo de Shirayuki.

–E-EH?! –deu um pulo para trás em recuo até suas costas baterem na pedra, sentindo seu rosto esquentar. O seu coração passou a bater descompassadamente enquanto engolia seco, sem saber o que dizer ou como agir.

Involuntariamente, passou a admirar a jovem adormecida a sua frente: uma expressão serena, as madeixas ruivas amarradas de forma desleixada, à barra de seu vestido rasgada e os lábios entreabertos. Lábios extremamente convidativos, por assim dizer. Mas o que diabos estava pensando?! Repreendeu-se com o próprio pensamento, não é coisa para imaginar enquanto olhava uma dama dormindo!

Quando desviou seu olhar para fitar o chão, Zen finalmente olhou para o seu ombro e ergueu a sobrancelha em surpresa: Shirayuki havia cuidado de seu ferimento e o cobriu com um pedaço de seu vestido...? Fora o xale que estava em seu pescoço para protegê-lo do frio, sendo que a mesma raramente o retirava durante o dia.

Ela realmente havia o ajudado?

Maravilhado: é a única palavra que definira Zen ao fitar Shirayuki novamente. Surpreso, mas também maravilhado. Nunca havia conhecido uma mulher tão firme, decidida e forte como ela. Ninguém nunca havia cuidado de si de tal forma ao não ser seus amigos Kiki e Mitsuhide. Quando menos percebeu, seu corpo havia movido por contra própria e parou a centímetros do dela, sem retirar os olhos do rosto adormecido por nenhum segundo sequer.

Sua mão moveu-se sem os seus comandos e pousou sobre a bochecha levemente rubra dela, retirando os fios ruivos que insistiam em cair sobre sua face. Um estranho calor passou a percorrer seu corpo, dando uma inquietação em seu estômago. Um sentimento até então desconhecido pelo rapaz.

Quando ela passou a mover os lábios e forçar a vista, Zen deu um passo para trás e ficou de costas antes que ela pudesse vê-lo lhe acariciar. Fingiu estar ocupado com alguma coisa, enquanto a escutava se espreguiçar, chamando-o logo em seguida:

–Zen! Você acordou, que bom –ela disse em alívio, aproximando-se do mesmo.

–Não faz muito tempo –ele respondeu de forma direta, mas com a voz embargada de sentimentos. –O que houve?

–Você havia desmaiado novamente então cuidei do seu ferimento. Mesmo dizendo que é imune a venenos, isso não significa que tenha perdido muito sangue por conta do ferimento. E com certeza isso fez o seu sistema imunológico ficar frágil, mesmo que não tenha sido afetado pela toxina.

O rapaz assentiu com a cabeça, dando um breve sorriso como agradecimento. Porém, antes que pudesse abrir os lábios, um pequeno raciocínio veio em sua mente e o fez dizer em surpresa:

–Espere... Isso quer dizer que, por causa do meu desmaio, você teve que ficar a noite toda cuidando de mim? E também perdemos quase um dia de viagem a Tanburn? –pela falta de respostas da mesma, ele fez uma expressão triste enquanto fizera uma breve reverência, dizendo: –Eu sinto muito.

A ruiva ergueu as duas mãos nos ares, balançando-as enquanto dizia:

–Não se desculpe, a culpa foi daqueles bandidos. Eu que devo pedir desculpas –Shirayuki deu um breve suspiro antes de dizer: –Você se feriu para me proteger.

Tanto Zen quanto Shirayuki sabia muito bem onde essa conversa iria parar: nenhuns dos dois iriam deixar de sentirem-se culpados. Então, para acabar com a seção de melancolia e tristeza que pairava no ar, o rapaz de cabelo cor de neve ficou frente a frente com a mesma, fitando-a de forma intensa.

–O que aconteceu anteriormente não importa, o fato é que você cuidou de mim enquanto eu estava inconsciente e eu não tenho palavras o suficiente para agradecê-la por isso.

Shirayuki sentiu sua mão ser novamente segurada pela do rapaz, fazendo sua pele formigar pelo contato repentino do mesmo. Ela engoliu seco enquanto observava o percurso que suas mãos faziam até chegarem próximo ao rosto do mesmo. E, para a sua surpresa, Zen fechou brevemente os olhos enquanto beijava sua mão como um cavalheiro.

Seu coração passou a bater rapidamente e ela reprimiu a forte vontade de corar. Era normal os homens cumprimentarem as mulheres desse modo, então porque seu corpo tremeu em resposta aos lábios dele tocando sua pele?

–Muito obrigado, Shirayuki-hime.

Ah... ele lhe chamou pelo nome novamente, e ainda acrescentou o “hime” como sufixo. Todo seu corpo, mente e razão pararam de funcionar naquele instante, fazendo suas bochechas corarem violentamente enquanto permanecia petrificada. No fim, a única coisa que conseguira fazer foi esboçar um belo sorriso enquanto ainda segurava as mãos dele, enlaçando seus dedos.

Um novo clima pairou pelo ambiente, algo novo e extremamente gratificante para ambos. Permaneciam encarando-se com um sorriso, apenas admirando as faces um do outro e com as mãos enlaçadas. Se pudessem permaneceriam horas de tal modo, apenas sentindo esse delicioso sentimento que dançava dentro de si.

Porém, Zen tratou de ficar de pé, sorrindo de maneira brincalhona enquanto dizia:

–Já perdemos tempo demais, não acha? Tanburn nos espera!

Shirayuki assentiu com a cabeça, ainda atordoada pelos novos sentimentos em seu peito, mas levantou-se logo em seguida. Observou Zen prender a espada em seu cinto novamente e então a curiosidade voltou: o que ele mostrou para aqueles bandidos que os fizeram correr? Estava tão preocupada com o mesmo anteriormente que nem tivera tempo de bisbilhotar a espada do mesmo.

Que brasão deveria estar fincado nela? Ah, não importa mais. Decidiu, por fim, esquecer isso. Não deve ser nada demais.

Pelo menos era o que Shirayuki pensava.

 

...

 

O dia fora bastante produtivo para ambos: conseguiram recuperar todo o tempo perdido sem dificuldades e estariam em Tanburn provavelmente em dois dias. Shirayuki passou a escutar rumores cada vez que se aproximava de seu lar: algumas pessoas de vilarejo vizinho diziam que o Reino estava um caos, o que fez seu coração pesar.

Pensou em Mukaze, seu pai: será que ele e os Leões da Montanha estariam procurando por si em um momento como esse? Como o Príncipe Raj estava diante de tais problemas? O que os Reinos vizinhos estavam fazendo para ajudar Tanburn? A falta de uma resposta concreta fazia sua ansiedade piorar.

Zen estava sendo um ótimo amigo num momento como esse. Sempre que sentia a insegurança crescer dentro de si, ele lhe consolava com palavras gentis ou conversava sobre coisas animáveis. Havia contado inúmeras de suas aventuras com Kiki e Mitsuhide, até mesmo algumas de suas falhas tentativas de aproximá-los.

Será que o meu noivo é tão gentil quanto Zen?

Espera, porque diabos estava fazendo tal comparação? Assim iria parecer estar apaixonada por Zen! Estando prometida a casar com outro –mesmo que seja por questões políticas –e pensando nele, isso não é comportamento de uma dama!

Quando chegaram, ao anoitecer, em um pequeno vilarejo que dava início ao Reino de Tanburn, decidiram descansar. Mas, para a surpresa de ambos, o pequeno local estava em festa. Uma grande festa, por assim dizer.

Parecia um festival cultural, só que mais regional e no qual faziam em memória a algum deus protetor do local. Havia uma grande diversidade de comidas nas mesas, inúmeros homens tocando uma dançante música e pessoas fazendo coreografia. Apesar de tal som lhe parecer familiar Shirayuki não conhecia o ambiente.

–Oh, eu conheço esse festival! –Zen respondeu de maneira agitava, como uma criança ansiosa para ir brincar. Ele segurou Shirayuki pela mão enquanto a arrastava a uma das casas. –Já vim a esse local uma vez com Mitsuhide e Kiki. Conheço uma senhora que pode nos ajudar.

Nem fora preciso bater na porta, à senhora que tinha um simpático sorriso no rosto estava sentada sobre os degraus da casa e sorriu gentilmente ao reconhecer o garoto a sua frente, ficando de pé para abraçá-lo.

–Zen, quanto tempo! Você cresceu.

–E a senhora parece cada vez mais bem disposta, Hori-san.

–Está de passagem? Passe a noite em minha casa, você sabe que é praticamente da minha família e é bem vindo sempre –ela nem deixara Zen perguntar, já dizia as coisas com total empolgação por reencontrá-lo. Quando finalmente notou a presença da ruiva atrás dele, sorriu ao dizer: –Você trouxe sua namorada!

–Minha o que? –ele perguntou, sem graça. –Hori-san, a Shirayuki é apenas a minha ami...

–Não precisa ter vergonha! –ela deu um breve tapa nos ombros dele, caminhando em direção a entrada da casa. –Esses jovens de hoje... Aproveitem e se divirtam hoje, a festa está incrível.

Ela nem esperou por uma resposta e adentrou sua residência cantarolando, deixando os dois se entreolhando envergonhados e sem saber como agir. Zen passou os olhos pelo ambiente, observando os casais dançando e a música agitada ecoar pelos seus ouvidos, fazendo a adrenalina correr pelas suas veias.

Num ato que surpreendeu a si mesmo e Shirayuki, ele segurou a ruiva pela mão novamente e caminhou com a mesma em direção ao local onde todos se encontravam dançando, dizendo:

–O que acha que aproveitarmos a festa? –nem esperou uma resposta e passou a mão pela cintura da ruiva, a trazendo para mais próximo de si.

–A-Ah? Espere aí, Zen... Eu não sei dançar... –ela falou baixinho em sinal de vergonha, olhando de soslaio os casais ao redor na falha tentativa de saber como agir com Zen tão próximo de seu corpo. Apertou seu capuz com mais força, com receio de suas madeixas ruivas aparecerem caso ele caia e ela ser o centro das atenções.

–Uma futura princesa que não sabe dançar? –ele sorriu travesso. –Apenas siga meus passos e dos outros ao nosso redor.

De início, ela ficou extremamente envergonhada, imitando qualquer passo como um saco de batatas e sem tirar os olhos do chão. Mas assim que as risadas de Zen e as brincadeiras passaram a encher seus ouvidos e o coração, sentiu-se leve. Leve o suficiente para dançar com o mesmo sem vergonha, já sabendo a coreografia dos demais casais.

Ora trocavam de parceiros, retornavam, dançavam em círculos e gargalhavam. Ficara de braços dados com o mesmo, dançando em uma grande roda com os demais casais, balançando o vestido juntamente com todas as mulheres. Sentiu a mão de Zen segurar sua cintura e a rodar, para logo em seguida ele a erguer nos ares e girá-la como uma princesa.

Em qualquer situação normal, ela ficaria corada com tal ato, mas com certeza isso não é uma situação normal, por isso gargalhou juntamente com ele. Estava ofegante, suas pernas tremiam em cansaço e mesmo assim não conseguia parar de dançar. Não queria parar de dançar.

Então, fora assim que o dia terminou para Zen e Shirayuki: ambos dançando juntamente a noite toda, encerrando o tão exaustivo dia sorrindo um para o outro enquanto novos sentimentos desabrochavam dentro de ambos.

 


Notas Finais


Confesso que escrever eles dois dançando foi um dos meus momentinhos favoritos na fic rsrs *---*
A história está muito relax, não é mesmo? O que vocês acham de uma treta? Pois ela chegará no proximo capítulo! Mwahah!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...