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História O Vestido, o Baile e a Seleção - Alta


Escrita por: K_A_Costa

Notas do Autor


UM MÊS E MEIO DEPOIS HAHAHA
Mas voltei, né :D

Capítulo 35 - Alta


Como se esperasse pela deixa, o médico entrou no quarto logo após nós nos soltarmos do abraço coletivo. Lucia, Julie e Joyce se afastaram e começaram a limpar o quarto como se tivessem recebido uma ordem invisível, enquanto Miriam e Alex se despediam rapidamente de mim e partiam porta afora.

“Se me permite dizer,” o médico começou a falar comigo sorrindo amavelmente, “A senhorita está radiante!”

“Obrigada!”, sorri de volta.

“Bem, senhorita Lillian, vamos nos sentar?”

“Claro!” assenti, sentando em minha cama enquanto o médico se sentava em frente a mim na cadeira de metal.

Eu sempre esquecia seu nome – nunca tinha certeza se era Gerald ou Ronald ou Bertold – e por isso sempre me referia a ele como “senhor” ou “doutor”. Judith também só se referia a ele como “doutor”, então...

“Ontem eu conversei com a sua fisioterapeuta”, ele voltou a falar. “E nós acreditamos que a senhorita esteja apta para receber alta e voltar para seu quarto no palácio. No entanto, a senho-“

“Alta?!”, exclamei, interrompendo o médico e sorrindo de orelha a orelha.

“Sim, senhorita”, o médico confirmou, sorrindo também.

Olhei para as três criadas, que tentavam conter seus sorrisos, depois voltei a olhar para o médico. “Quando?”, indaguei com clara animação.

“Então, senhorita, primeiro precisamos definir os termos da alta.”

“Como assim?”

“A senhorita continuará a ser acompanhada pela fisioterapeuta por mais uma semana, no mínimo, e precisa continuar a usar os cremes e hidratantes receitados para as queimaduras. O príncipe já se assegurou de que a senhorita continue sendo acompanhada por mim independentemente dos rumos da Seleção, e nós teremos uma consulta quinzenal até que a senhorita esteja completamente recuperada.”

Assenti. Não importavam as exigências, eu só queria voltar para o meu quarto normal.

“Pois bem, acho que isso é tudo. Se sentir qualquer desconforto, não hesite em me chamar, senhorita. Dou-lhe alta!” E sorriu.

O sorriso no meu rosto era inabalável. Abracei o médico, deixando-o desorientado, e corri para os braços das criadas, que também sorriam. Finalmente ia sair daquele quarto! Rapidamente, Lucia, Julie e Joyce reuniram as poucas coisas que eu precisaria levar para o quarto – medicamentos e outros utensílios – e Thomas apareceu para caminhar comigo até meus aposentos.

A Ala Hospitalar era fria, sóbria e silenciosa. Nossos passos ecoavam pelos corredores cobertos por diversos tipos de azulejo azulado. Havia cadeiras e poltronas perto das paredes, e quadros abstratos decoravam o ambiente. Quando nos aproximamos da saída, notei que havia uma seção mais movimentada na Ala. Alguns homens aguardavam atendimento sentados em cadeiras posicionadas em um corredor à minha direita, quase todos com ferimentos leves e faixas ensanguentadas pelo corpo. Guardas, notei.

Quando passamos do local, fiquei imaginando que tipo de combate os deixava naquelas condições.

Depois de sairmos por duas portas metálicas com os dizeres “ALA HOSPITALAR”, começamos a caminhar pelos corredores do palácio, e foi como se um mundo novo se revelasse diante de mim. Suspirei, aliviada, ao ver as janelas que davam para os jardins e a movimentação de criados por todo lado. Eu não havia notado o quanto tinha sentido falta daquilo até estar novamente ali.

“Senhorita”, Thomas chamou, “gostaria de ir caminhando até lá ou...” e me apontou uma cadeira de rodas que era trazida por Judith.

“De jeito nenhum!”, dispensei a oferta de imediato. “Eu quero e posso ir caminhando até lá!”

“Certo, senhorita.” Thomas conteve um sorriso.

“Vamos!”, pedi.

Continuamos nossa caminhada pelo palácio, e o tempo todo criadas surgiam carregando tecidos, louças e caixas de talheres. Depois de um tempo, comecei a estranhar. Não parecia um dia normal em um palácio – embora eu não soubesse muito sobre o trabalho da criadagem.

“Está acontecendo alguma coisa?”, perguntei para Thomas.

“Na verdade, senhorita, eu não sei dizer. Mas logo descobriremos.” E apontou discretamente com os olhos para o corredor à esquerda.

Segui o seu olhar e encontrei Arthur no meio de vários criados que lhe mostravam vinhos, tecidos rubros e brancos e diferentes flores coloridas. Ele parecia perdido, mas tentava não deixar transparecer enquanto olhava dois tecidos que aparentemente eram diferentes, mas que me pareciam exatamente iguais daquela distância. Antes que eu pudesse decidir se chamaria ou não a atenção do príncipe – eu estava quase decidida a não fazê-lo – Arthur direcionou o olhar até mim como se fosse movido por um ímã.

Por um instante, ele assumiu uma expressão de surpresa estática, então abriu um amplo sorriso e dispensou a criadagem com poucas palavras enquanto vinha até mim a passos largos. Engoli em seco, ansiosa, enquanto um sorriso se desenhava em meus lábios. Quando Arthur se aproximou de mim, Thomas discretamente se afastou para nos dar privacidade, e eu puxei o ar pelas narinas, subitamente sem fôlego.

“Vidya...! Você... você...”, ele tentou articular enquanto sorria largamente, seus olhos dançando pelo meu rosto e por minhas vestes como se eu não fosse real.

“Recebi alta hoje. Estou voltando pro meu quarto”, falei.

“Isso é ótimo!”, ele exclamou enquanto dava o último passo em direção a mim, deixando poucos centímetros entre nós. “Eu estava planejando visitá-la hoje, posso acompanhar você até o quarto?”

“Claro!”, assenti.

Arthur ofereceu-me o braço, e eu prontamente aceitei. Enquanto caminhávamos, deixei minha mente viajar. Estar ao lado de Arthur era, a um só tempo, desorientador e tranquilizador, mas, naquele momento em específico, um sentimento de paz me dominou, e eu apenas aproveitei a sensação de ter Arthur ali, comigo. Com a palma da mão, eu podia sentir o músculo rijo e morno de seu antebraço, quase um convite para que eu me aconchegasse ainda mais a ele. E foi o que eu fiz: encostei a cabeça em seu braço, surpreendendo o príncipe, que me deu um sorriso doce.

Quando chegamos ao quarto, com Thomas nos seguindo discretamente, Arthur não fez cerimônias e se jogou em minha cama, apoiando o tronco nos inúmeros travesseiros, e abriu os braços para que eu me deitasse com ele.

Quando eu me deitei na cama, Arthur suspirou e me apertou entre os braços.

“Eu estava com saudades disso”, murmurou contra meus cabelos. “Os últimos dias estão... difíceis.”

“O que está acontecendo?”

“Depois do último ataque, a pressão para que eu termine logo essa Seleção aumentou. E todo o palácio está tenso, como se estivessem sempre prontos para a explosão da próxima bomba...”

“Aconteceu mais alguma coisa enquanto eu estava internada?”

“Bem... na verdade, depois que o número de selecionadas foi drasticamente reduzido e a Elite foi formada, as garotas começaram a ter aulas de etiqueta, de História e de Diplomacia. Você vai ter aulas intensivas, agora que saiu da Ala Hospitalar, mas isso não é o mais importante. Na verdade... o grande evento será amanhã à noite.”

“Como assim?”, indaguei e apoiei-me em meus cotovelos para que pudesse ver o rosto de Arthur.

“Eu vou anunciar o dia do último baile.”

Por um segundo, não processei a informação. Então a revelação caiu como uma bomba em meu colo, e eu não sabia o que fazer com ela. Era real: a Seleção estava chegando ao fim.

Imediatamente, comecei a pensar em toda a situação com Layla e os ataques.

“Arthur... e Layla? E os rebeldes?”

“Eu estou trabalhando com Dominic, o chefe da guarda, e com Viktor para tentar identificar o máximo possível de guardas rebeldes a partir dos que eu já sei que são. O objetivo é impedir que eles sejam escolhidos para a guarda do baile e começar a vigiar todos os seus passos de forma discreta. Nós não sabemos o que esperar, mas estamos nos protegendo de um ataque interno. Como os rebeldes não têm como saber previamente qual será a minha escolhida, supomos que eles planejam alguma movimentação dos próprios guardas caso Layla não seja a escolhida por mim.”

“E ela?”

“Eu...”

Batidas na porta.

Arthur bufou, irritado, e se levantou da cama. Eu entendia sua frustração, estávamos sempre sendo interrompidos nos momentos mais cruciais. Enquanto o príncipe caminhava até a porta, me acomodei melhor na cama e arrumei meus cabelos. Arthur, então, abriu a porta, mostrando a imagem de um criado que carregava uma mensagem para ele. O servente fez uma mesura após entregar a carta e saiu rapidamente, enquanto o príncipe abria o bilhete e o lia.

O bilhete tinha poucas linhas, porque um segundo depois Arthur havia terminado de ler e estava encarando o nada, pálido como nunca antes.

“Arthur?”, chamei preocupada.

 “Eu... preciso ir. Depois falo com você, Vidya”, ele balbuciou sem me olhar nos olhos.

“Arthur! O que houve?” Um mau pressentimento começou a plantar suas raízes frias em meu peito.

O príncipe apenas acenou negativamente, engoliu em seco e piscou com força. Então seu rosto mudou drasticamente, e ele vestiu uma máscara de polidez e autocontrole impassível.

“Arthur?”, murmurei, sentindo que ele havia se tornado, subitamente, inalcançável.

O príncipe caminhou até mim e pegou minha mão esquerda, fixando suas íris em meus olhos. “Eu prometo que está tudo bem. Agora eu preciso ir.”

Arthur beijou minha testa, depois minha mão, então saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

Enquanto isso, o mau pressentimento contraía cada vez mais meu peito: era claro que, na verdade, havia algo muito errado. Os olhos de Arthur eram verdes, mas eu podia jurar que os vira cinza naquele instante.

_-*-_


Notas Finais


TODO MUNDO JUNTOS E SHALLOW NOW?
KKKKKKK
Aiai, gnt, eu to só o resto
Ah, anteontem (dia 17) foi meu niver ÊÊÊÊÊÊ (Happy birthday to meee ♫♪)
Enfim, eh isto
Próximas semanas têm prova, mas vai passar voando pq faculdade tem disso.
(Eu pisquei e falta pouco mais de um mês pra acabar o semestre KAKAKA)
BEIJOOOOS *3* *3* *3*


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