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História O Vestido, o Baile e a Seleção - Adeus


Escrita por: K_A_Costa

Notas do Autor


Tem link pra música nas notas finais!

Capítulo 38 - Adeus


Fanfic / Fanfiction O Vestido, o Baile e a Seleção - Adeus

P. O. V. Lillian

Os dias até Arthur finalmente poder falar comigo se arrastaram como se tentassem me punir pelo que eu faria em seguida, fazendo-me sofrer amargamente a cada instante diante da perspectiva de todas as mentiras que eu contaria ao príncipe. Lucia, Julie e Joyce tentavam me animar, me perguntavam se eu estava doente, mas nada que elas fizessem mudaria o que me afligia: a dor emocional que eu sentia era tão profunda que era física, como se puxassem meu coração de dentro do peito arrastando consigo todas as minhas veias e artérias – tudo queimava e doía.

Tentei por várias vezes falar com Arthur, mas não consegui. Com os preparativos para o baile, ele mal tinha tempo de dormir, e me enviara um bilhete pedindo perdão por isso e dizendo que só poderia se encontrar comigo às vésperas do baile.

Durante a noite, quando eu deitava insone e tinha pesadelos ao enfim conseguir adormecer, eu pensava em alternativas, em vão. Não havia outro método, outra saída. Eu não podia ficar com Arthur.

Agora ali estava eu, na noite que antecedia o baile, sentada em minha cama descansando e esperando o bater à porta que anunciaria o momento em que eu teria que vestir minha melhor máscara de frieza e contar as maiores mentiras já ditas. Eu quero sair da Seleção. Sinto muito, mas não quero me casar com você e ficar confinada neste palácio. Eu não te amo, estava apenas encantada com a vida de princesa. Por favor, não torne isso difícil. Apenas vá.

Adeus.

Aquela última palavra, a única afirmação verdadeira que eu diria, era a mais difícil de proferir. Eu não queria dar adeus à Arthur. Eu não queria partir. Eu...

Batidas na porta. Julie, que estava sentada na poltrona ao lado da cama, pôs-se de pé, pronta para atender à minha ordem. Imediatamente, meu coração acelerou tanto que eu mal pude suportar. Engoli em seco e olhei minha expressão no espelho. Dor. Suspirei, pisquei com força e forcei meu rosto a se tornar frio e impassível. Era agora.

Acenei para a criada, que foi quase saltitando atender à porta. Ela era outra pessoa que eu decepcionaria. Quando Julie cedeu passagem para o príncipe, precisei buscar forças nos lugares mais remotos da minha alma. Arthur entrou no quarto com um ar alegre e nervoso, segurando um pacote nas mãos. Eu já não sabia se conseguiria.

“Com licença”, Julie murmurou saindo do recinto e deixando-me à sós com o príncipe.

Um silêncio estranho se instalou entre nós. Eu, tentando manter a compostura, mal ousava respirar, enquanto ele parecia medir as palavras que diria a seguir. Eu queria ouvi-las. Queria tanto ouvi-las. Talvez fossem as palavras que fariam de mim a mulher mais feliz do mundo...

Mas eu não podia.

“Vidya, me desculpe por não ter podido falar com você antes, eu estava resolvendo tantas coisas!”, Arthur quebrou o silêncio tenso com um sorriso suspirado enquanto se aproximava de mim.

Não; se ele se aproximasse mais eu definitivamente não seria capaz.

“Arthur”, interrompi, séria, fazendo o príncipe parar no meio do caminho e o sorriso em seu rosto começar a se desfazer. Ele finalmente notara que havia algo estranho.

“Vidya... está... tudo bem?”

Meu peito se contraiu.

“Olha, Arthur, me desculpa. Eu tentei falar antes, mas não pude, como você acabou de dizer... é que agora ficou tudo mais real e eu percebi que não dá. Simplesmente não dá.”

As mentiras saltavam de meus lábios, amargavam em minha língua. Arthur, assustado, apenas me olhava.

“Como... como assim?”

“Eu não posso ficar neste palácio pelo resto da minha vida. Eu já fui confinada por todo esse tempo, preciso ser livre. Antes, eu estava encantada com a possibilidade da vida de princesa, mas agora eu percebo que não posso.” Levantei-me da cama e caminhei em direção às portas da sacada. Não aguentava mais olhar para o rosto dele. “Eu quero sair da Seleção.”

“O... o quê?” Ouvi os passos de Arthur se aproximando mais. “O que você está dizendo?”

“Eu quero sair da Seleção”, repeti mais firmemente.

“Vidya, por favor. Isso não pode ser verdade. Eu... eu amo você, Vidya, eu...”

“Mas eu não o amo, príncipe Arthur.” Pisquei com força para afastar as lágrimas. Meu coração estava completamente estilhaçado. Engoli em seco, tentando esconder meus sentimentos o máximo que pudesse.

“Vidya... olha pra mim”, Arthur suplicou.

Se eu olhasse pra ele, eu não conseguiria continuar. Eu não aguentaria ver a dor em suas íris verdes e saber que era eu quem a causava. Iria ficar completamente desarmada, como sempre ficava diante dele, e desabaria. Eu não podia. Enquanto eu falava, em minha mente, as palavras que eu realmente queria dizer lutavam contra mim.

“Por favor, Arthur. Não torne as coisas mais difíceis.” Por favor, ignore tudo o que eu estou dizendo. “Eu não queria magoá-lo.” Jamais quis; por favor, me perdoe, fique comigo. “Mas eu preciso ser sincera com você. Não posso continuar nessa Seleção. Eu sinto muito, Alteza.”

Essas são as maiores mentiras que já contei.

Silêncio. Arthur continuava lá, eu podia sentir, mas ficara quieto, parado. O ímã invisível que me puxava para ele também continuava ali. A tensão era quase palpável.

“Você não pode sair da Seleção” Arthur murmurou. Quase suspirei, pronta para contestá-lo, mas então ele prosseguiu, sua voz baixa, mas firme. “Eu dispensei as outras garotas, mas é preciso que fiquem duas. Você é uma delas.”

Novamente, engoli em seco. Eu sabia o que fizera. Magoara tão profundamente os sentimentos de Arthur que ele se retraíra em sua armadura impenetrável como sempre fazia para esconder suas emoções. Eu tinha conseguido. Tinha quebrado o coração do príncipe e o meu próprio a fim de salvar todos que eram alvos dos rebeldes.

Limitei-me a acenar afirmativamente em resposta.

“Eu... a espero no Baile de Escolha amanhã, senhorita Lillian. Boa noite.”

Senhorita Lillian. Esse nome parecia tão errado nos lábios dele... Os passos de Arthur se distanciaram de mim, indo em direção à porta. Virei-me para olhá-lo sair, quase desistindo de todo aquele teatro e contando a verdade ao ver sua postura rígida e seus cachos de cobre se afastando.

Não vá, meu peito gritou. Uma lágrima solitária fez caminho pela minha bochecha.

Como se ouvisse minha súplica muda, Arthur parou por um instante antes de puxar a maçaneta. Meu coração ferido palpitou de medo e ansiedade, e eu me apressei em secar a lágrima. Então o príncipe abriu a porta.

E partiu sem olhar para trás.

Quando a porta se fechou, desabei. O peso do que eu acabara de fazer caiu sobre mim como uma avalanche de sentimentos, e eu fui incapaz de fazer outra coisa a não ser me arrastar, chorando, até a sacada e me encolher em um canto entre os jarros de flores enquanto soluçava. Arthur partira, e eu não podia fazer mais nada a respeito disso. Minhas lágrimas eram de dor, não de arrependimento. Eu não lamentava o sacrifício que fizera, mas ele me custara muito. O que eu acabara de fazer seria capaz de salvar a vida de várias pessoas. Exceto a minha. Eu voltaria para aquele inferno que chamava de casa com as três figuras insuportáveis que praticamente me escravizavam e...

Não. Eu não voltaria. Pediria a Viktor que me aceitasse em sua casa por algum tempo até eu conseguir um emprego e uma estabilidade financeira. Eu sabia que minha madrasta estava sugando até a última gota a herança deixada por meu pai.

Era isso. Eu dissera a Arthur que seria livre, e seria.

Foi então que, quando minhas lágrimas já começavam a secar, percebi algo.

Eu não havia dito adeus.

_-*-_

Mais tarde, quando Lucia voltou para o quarto para me fazer companhia durante a noite, precisei sair da sacada e me preparar para o dia seguinte. O baile seria a primeira atividade da manhã, e eu comeria no quarto antes de ir para o salão onde aconteceria a cerimônia da Escolha. O príncipe anunciaria sua escolhida diante das câmeras e de toda Illéa.

“Não serei eu”, falei para Lucia de forma quase brusca enquanto ela me explicava o cronograma ao preparar minha banheira.

“O... o q-...”, ela murmurou, estática.

“Não sou eu”, repeti.

A criada limitou-se, então, a acenar afirmativamente com a cabeça e continuou a explicar a agenda do dia seguinte com um tom um pouco menos feliz. Imaginei que mesmo para ela, que era a que menos demonstrava seus anseios, já estava certo que Arthur ficaria comigo.

Suspirei, entrando na água e deixando que pela penúltima vez uma criada me massageasse durante um banho quente.

Depois de vestir minha camisola, fui até a cama para aproveitar minhas últimas horas de sono naquele conforto absoluto que ela me proporcionava. No entanto, fui surpreendida ao notar um pequeno embrulho de papel madeira aos pés da cama. O pacote que Arthur trouxera.

Como se ainda não tivesse doído o bastante, senti uma pontada em meu peito ao reconhecer o pequeno volume. Peguei o embrulho antes que desistisse da ideia e o abrisse e o levei para o guarda-roupa. Iria abri-lo quando estivesse em casa, longe do príncipe o suficiente para ser seguro.

Fechei a porta do guarda-roupa e as comportas do meu coração.

Lidaria com meus sentimentos depois.

_-*-_


Notas Finais


Link pra música:
https://www.youtube.com/watch?v=ge6ufuVj0QU

O fim se aproxima...

Boa noite, galeraaaaa
VOLTEI
Gente, perdão pela demora, mas foi IMPOSSÍVEL postar antes. Seis cadeiras, aulas, tarefas, trabalhos, artigo pra escrever, provas, 500 mil leituras pra fazer... Hoje deu, porque me livrei do artigo, que apresentei ontem kkkkkk
É sério. Eu tava tão estressada que fiquei doente ;-;
Não brinquem com o estresse, crianças.

ESPERO QUE NÃO ME ODEIEM, O PRÓXIMO CAPÍTULO SAI ASSIM QUE DER
Semana que vem eu vou tentar, mas não prometo nada. Também sou bolsista agora, galerous, e tenho pesquisa (quilométrica) pra fazer '-'

Beijooooos *3*


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