História O Vizinho Da Casa Ao Lado - Jeon Jungkook - Chapter Twenty-Three

• Está Sendo Estúpido

***

Taehyung passou a mão na nuca. – Por que a pergunta?

— Se divertindo? – Cruzei os braços.

— Calma... Vocês se conhecem? – O mesmo perguntou confuso.

— Jungkook era meu vizinho. – Amy o respondeu. – E vocês se conhecem?

— Sabe aquele amigo que eu lhe amostrei a foto? – Ela assentiu. – É esse daí. Kim Taehyung. – A garota arregalou os olhos.

— Então... Caramba, eu disse que conhecia você de algum lugar. – Falou desviando o olhar para ele.

— A que perdeu o pai? – S/n assentiu. – Que mundo pequeno.

— Sim... Estava diferente na foto que Jungkook me mostrou, talvez seja por isso que eu não reconheci você.

— Ele havia me falado de você, só que nunca tinha a visto.

— Eu ainda estou aqui! – Chamei a atenção de ambos. – O que estavam fazendo?

— Ah, nada interessante. – S/n me respondeu.

— Isso, apenas conversando. – Soltei uma risada.

— Não precisam mentir para mim... Sei que vocês ficaram.

— A gente ficou, mas apenas beijos nada demais. – Taehyung disse.

— Nada demais? – Abaixei a cabeça. – Sabe que eu gosto de você, Amy.

— Em nenhum momento disse que sentia o mesmo por você. – Ergui o olhar. – O que eu e Taehyung estávamos fazendo não é de seu interesse. Acho melhor eu ir embora. 

— Eu levo você em casa. – Eu disse. A mais nova abriu a boca para falar algo, mas eu a interrompi antes que falasse alguma – Não quero discutir com você, então, apenas me deixe levá-la em casa.

— Tudo bem. – Amy olhou para Taehyung. – Obrigada por hoje.

— Eu que agradeço, meu bem. – Meu amigo sorriu. – Ainda vamos sair juntos?

— Claro. Apenas me diga o dia em que podemos sair.

Admito que eu estou bastante desconfortável e inseguro com tudo isso. Eu conheço a fama de Taehyung com as mulheres e não vai demorar muito para ele levar Amy para cama. O que me deixa ainda mais puto com ele, é o fato deles dois estarem marcando um encontro em minha frente, mesmo sabendo que eu gosto de Amy. Eu também estou torcendo para que eles estivessem fazendo outra coisa naquele quarto.

[…]

No carro havia um silêncio constrangedor, enquanto eu dirigia e Amy olhava para a janela, observando a paisagem. Ela não disse absolutamente nada desde que saímos da casa de Taehyung e aquilo estava me atormentando.

— Escute-...

— Não quero falar com você. – A mesma me interrompeu.

— Por que está com raiva de mim? – Estacionei o carro perto de um meio-fio e o desliguei. Amy enfim me olhou.

— Jungkook, parece que você me persegue. 

— Eu não persigo você. – Franzi o cenho.

ㅡ Você sempre aparece nos lugares que eu estou. Por que queria saber sobre o que eu e Taehyung estávamos fazendo? O que eu faço, não é da sua conta, você tem que parar de achar isso.

— Eu só quero saber a verdade, Amy!

— Que verdade?! – Assim como o meu tom de voz aumentou, o dela também aumentou.

ㅡ Por que você não gosta de mim?! – Ficamos em silêncio. – É a primeira vez que eu realmente gosto de alguém... E você me trata como um merda, eu estou farto disso! Você poderia ter mais consideração dos meus sentimentos, mas ao invés disso, fica querendo dar para o meu melhor amigo! – Senti uma ardência em meu rosto e pelo contato, virei para o lado. Ela me deu um tapa.

— Você já deveria saber que eu nunca me entregaria para qualquer um... Muito menos para um cara que eu conheci algumas horas atrás. – Olhei para a mais nova. – Está sendo estúpido e não vai ser assim que você me conquistará. Taehyung e eu não fizemos nada, se realmente quer saber.

— Me desculpa. – Ela abriu a porta do carro. – O que está fazendo?

— Estou cansada de você, irei sozinha para casa. – Ela saiu do carro e fechou a porta.

— Não. Espere, Amy. – Tirei meu sinto e saí do veículo, indo atrás dela.

— Me deixe em paz. – Continuou andando.

— Eu não posso deixá-la ataque sozinha, é perigoso. – Segui o ritmo dos passos dela.

— Eu sei me virar, Jeon. – Segurei seu braço.

— Você é frágil, qualquer um pode fazer algo com você. – Uma risada saiu de seus lábios.

— Está me dizendo que eu sou fraca e que posso facilmente ser estuprada?

— N-não, eu não quis dizer isso. – Ela puxou seu braço de volta.

— Idiota. – Voltou a andar.

— Por favor, volte para o carro, hum? Eu não direi mais nada no caminho.

— Não. – Continuei a seguindo.

— Amy, por favor. 

— Eu disse que não! – Respirei fundo. – Você pode ir embora, Jungkook. Não vou guardar rancor se fizer isso. 

— Eu não posso, me desculpe. Se algo acontecer com você, me sentirei culpado.

— Céus. – Ela acabou tropeçando e caindo no chão. – Ah... Porra! – Disse batendo com suas mãos no chão.

— Você está bem? – Me agachei ao seu lado e tentei ajudá-la a levantar.

— Não encosta em mim. – Falou afastando minhas mãos dela.

— Me deixa ajudar você, caramba!

Eu nunca me senti tão desprezado e inútil como agora, apenas Amy consegue fazer que eu me sinta assim e mesmo que ela me trate como um lixo, ainda tenho esperança que um dia ela possa retribuir meus sentimentos por ela. Não sou um homem que desiste facilmente das coisas.

— Eu odeio tudo isso. Sinceramente, eu nem queria estar aqui. – A mais novo começou a chorar. – Me desculpe.

— Por que... Por que você está chorando? – Perguntei confuso.

— Eu deveria ter morrido no lugar dele, meu pai não merecia ter o final que teve... Eu sinto tanto sua falta, eu queria que ele estivesse aqui. – Sua voz estava embargada por conta do choro.  – Ele ter morrido, é injusto.

ㅡ Não chore. – Ergui seu rosto e enxuguei as lágrimas.

— Isso dói tanto. – Falou puxando seu vestido e deixando suas pernas amostras.

— O que está doendo? – Perguntei.

— Meu tornozelo direito. – Fungou.

— Deixe-me dar uma olhada. – Tirei o salto da mesma e cuidadosamente verifiquei seu tornozelo.

— Jungkook, eu acabei de falar que está doendo! – Ela gemeu de dor.

— Dói aqui? – A olhei vendo-a assentir com a cabeça. – Você deve ter torcido, vou levá-la no hospital.

— Não deve ser nada grave. Está tudo bem.

— Pare de ser assim, eu só quero ajudar você. – Amy abaixou a cabeça e eu ajudei a mesma levantar. – Consegue encostar no chão?

— Não... Está doendo muito. – Apertou meu braço e respirou fundo.

— Eu tenho que levar você para um hospital. – Assentiu e fomos andando devagar até o carro.

O seu braço direito estava envolta de minha nuca e meu braço estava envolta de sua cintura, para lhe dar apoio e para não encostar o pé direito no chão. Quando chegamos no carro, eu abri a porta e ajudei ela a se sentar, a mesma se sentou e eu fechei a porta, logo dando a volta no carro e entrando nele.

— Você está bem? – Falei enquanto fechava a porta e ligava o carro.

— O que você acha? – Me olhou com uma expressão nada boa.

— Se você tivesse voltado para o carro quando eu pedi, nada disso teria acontecido.

— Então, a culpa é minha? Eu não mandei você ficar me seguindo, lembro muito bem de ter mandado você ir embora.

— E se eu não estivesse por perto, hum?

— Isso não teria acontecido, porque eu estaria andando calmamente e não apressadamente para fugir de você.

— Mas... Esquece. – Voltei minha atenção para a pista.

Os minutos se passaram e nesse exato momento um médico está cuidando do tornozelo de Amy. Eu estou bastante incomodado em como ele a olha e como sempre fica com um sorrisinho no rosto.

— Como você fez isso? – Ele perguntou.

— Eu estava andando, especificamente fugindo de alguém.

— Fugindo? – Riu fraco.

— Sim. Acabei caindo no chão e me machucando.

ㅡ Você deve ter mais cuidado, querida. – Amy sorriu e eu revirei os olhos.

— Sim, eu terei. – Disse me olhando de relance.

— Pronto. – Ele se levantou da cadeira. – Tente não forçar muito, caso contrário demorará mais para ficar melhor.

— Obrigada. O que eu posso fazer para doer menos?

— Hum... Ainsa está doendo muito? – A mesma assentiu. – Vou receitar um analgésico para você, tudo bem?

— Ok. – O doutor ajeitou seu jaleco.

— Não irei demorar. – Antes que saísse da sala deu uma piscadela para Amy e eu respirei fundo em busca de auto-controle para não agredi-lo. Ele saiu do lugar e eu cruzei os braços.

— Você estava mesmo flertando com o médico?

— O quê? Eu não tava flertando com ele.

— Estava na cara que estavam flertando. – Revirei os olhos.

— Não comece, Jungkook. – Ela se ajeitou na cama e soltou um suspiro. – Como eu vou explicar o que aconteceu para ele? – Resmungou, mas eu pude ouvir.

— Explicar para quem?

— Yixing. Droga, ele deve ter chego lá. 

— Como assim?

— Yixing vai dormir em meu apartamento comigo e eu acho que ele deve estar me esperando.

— Por que ele vai dormir com você? – Franzi o cenho.

— Eu também queria saber. Zhang apenas disse que iria dormir lá.

— Aqui está. – O doutor disse entrando na sala novamente. – Esse é o nome do analgésico que você deve tomar. – Disse entregando um papel para Amy. – Caso não melhore, venha falar comigo.

— Obrigada, doutor. – Ela agradeceu e eu me levantei da cadeira.

— Vamos, Amy? – Ela assentiu e eu fui ajudá-la a levantar.

— Você deve tomar essa medicação sempre que sentir um pouco de dor, não espere a dor ficar mais forte.

— Certo. Obrigada. – Ele sorriu e percebi seu olhar sobre o decote da mesma.

— Você pode fazer isso? – Perguntei.

— Como? – Direcionou seu olhar para mim.

— Tsc, esquece. – Bufei. – Babaca... – Disse quase em um sussurro para mim mesmo. Amy botou sem braço envolta de minha nuca.

[...]

E assim que chegamos no apartamento de Amy, Jeongin me encarou com uma expressão nada boa, eu podia jurar que ele pularia em cima de mim e me mataria com suas próprias mãos.

— O que caralho você fez com a minha irmã? – Perguntou se aproximando dela e ajudando-a sentar no sofá.

— Ela caiu e acabou se machucando. – O respondi.

ㅡ Lembrando que foi por sua culpa. – Amy disse se deitando no sofá.

— Eu pedi desculpas, sua chata.

— Você está bem? – Jeongin perguntou para ela.

—Sim. Apenas quero descansar. – Soltou um suspiro pesado.

— Yixing estava preocupado com você.

— Onde ele está? – Se ajeitou no sofá.

— No seu quarto, estava exausto e acabou dormindo. – Amy tentou se levantar e quando eu iria ajudá-la, Jeongin me impediu e ajudou a mesma.

— Acho que está na hora de você ir embora, Jungkook. – O rapaz disse.

— Tudo bem. Amy, eu realmente sinto muito, não queria que isso tivesse acontecido.

— Bem… Obrigada, por ter se preocupado e ter me levado ao hospital.

ㅡ Não precisa agradecer. Eu espero que me perdoe por ter causado problemas. – A mesma sorriu mínimo.

— Me perdoe se fui muito rude com você.

— Você teve todo o direito, eu realmente fui um insuportável.

— Vá para casa com cuidado. – Assenti e sorri.

— Durma bem e espero que melhore logo.

Me retirei do apartamento de Amy e entrei no elevador, apertei o botão do subsolo e logo as portas se fecharam. Eu soltei um suspiro longo e pesado, admito que eu fui o culpado por ela ter se machucado, se eu não tivesse a seguido, Amy não teria se machucado.

[ Dia Seguinte ]

***

Eu estava acordada e terminando de fazer minhas higienes matinais, são oito da manhã e eu estou morrendo de sono. Ontem a noite não consegui dormir muito bem por conta da dor que estava sentindo no tornozelo, então, ficava acordando o tempo inteiro, eu só consegui dormir direito quando Yixing me abraçou, mas não foi o suficiente para acordar bem e disposta.

Yixing foi trabalhar e eu tenho que me arrumar para ir na empresa, conhecer os funcionários e me apresentar como a nova CEO. Admito que ontem não fui amigável com Jungkook, eu estava estressada com ele e acabei sendo rude com o mesmo. 

Taehyung é um cara legal, divertido e provocador por assim dizer, não falei nada para Jungkook e nem penso em falar, mas ontem no quarto de Taehyung eu o chupei e admito que foi bom, prometemos que isso ficaria entre a gente e eu não acho que seja necessário alguém saber disso, muito menos Jeon, afinal não temos nada e eu posso ficar com quem quiser, ele pode dizer gostar de mim, só que eu não acredito que isso é um motivo para eu dizer o que eu fiz para ele.

Quanso saí do banheiro enrrolada na toalha e me sentei na beirada da cama, tirei o plastico que cobria meu curativo para que ele não molhasse e fiquei pensando por um momento. Eu gostei de ter feito um oral em Taehyung, gostei bastante para ser sincera, foi a primeira vez que eu fiz algo desse tipo e não me arrependo, Kim me passou confiança e em todo momento ele perguntou se eu queria aquilo mesmo, pois não me forçaria a fazer algo que eu não quisesse. 

No começo eu estava bem nervosa e não fazia a mínima ideia do que estava fazendo, só que o mais velho foi paciente e entendeu que nunca havia feito algo assim. O bom de tudo foi poder ouvir seus gemidos baixos e roucos, ouvir sua respiração ofegante e ver que ele mordia os lábios fortemente até eles ficarem bem vermelhinhos. Quando fazíamos contato visual, Taehyung sempre dava um sorrisinho de canto e passava sua língua sobre os lábios, confesso que fiquei surpresa quando o mesmo agarrou meus cabelos e fez com que seu pênis entrasse por completo em minha boca fazendo-me engasgar de vez enquando, a cada palavrão que saía dos lábios dele, fazia com que eu o chupasse com mais vontade e naquele momento eu estava fora de mim, apenas queria dar prazer para o homem.

— Amy? – Me despertei e olhei para o mesmo. – Tudo bem?

— Claro... Precisa de algo? – Jeongin abriu a porta por completo e franziu o cenho.

ㅡ No que tanto pensava? Eu a chamei diversas vezes.

— Ah… Nada de muito importância. Por que estava me chamando?

— Yixing está aqui, disse que veio buscá-la.

— Droga... Mande ele esperar um pouco, ainda não me arrumei.

— Acho que nunca a vi tão pensativa. Ao julgar pela sua expressão quando cheguei aqui era algo pervertido, não é? 

— Cale a boca, vá procurar o que fazer.

— Eu estou falando sério. Você estava sorrindo e mordendo o seu lábio inferior, estava pensando em besteiras, admita. – Ele riu fraco e eu revirei os olhos.

ㅡ Eu preciso me vestir, saia daqui.

— Ok, ok... Era algo pervertido com o Yixing? – O mais novo cerrou os olhos. – Ou melhor, era com Jungkook? – Sorriu divertido.

— Saia! – Meu irmão riu e saiu rapidamente do meu quarto.

[...]

Após terminar de me arrumar completamente, arrumei minha cabeça rapidamente e me direcionei para fora do quarto, descendo as escadas com cuidado e logo vendo Yixing sentado no sofá, enquanto estava concentrado em seu celular. Assim que notou minha presença, guardou seu celular no bolso de seu terno.

— Como você está? – Se levantou caminhando até mim. – Seu tornozelo ainda está doendo muito?

— A dor diminuiu, não se preocupe. Obrigada por se preocupar.

— Se aquele cara chegar perto de você novamente, eu vou acabar com ele.

— Você sabe como aconteceu? – Perguntei confusa, pois em nenhum momento disse o que realmente havia acontecido.

— Jeongin me contou. – Olhei para o mais novo e ele deu de ombros.

— Jungkook fez você se machucar e ainda seguiu você. Yixing está certo em querer bater nele.

— Ele a seguiu? – Jeongin soltou uma risada baixa quando deu-lhe uma olhada nada boa.

— Esqueça. Jungkook pediu desculpas e me levou no hospital.

— Ele não fez nada mais do que a obrigação dele, Amy. Ele a machucou, levar você ao hospital é o mínimo que Jungkook poderia fazer.

— Você está corretíssimo! – Meu irmão disse assentindo com a cabeça.

— Jeongin, pare de botar fogo na lenha! Yixing, agora está tudo bem, Jungkook me pediu desculpas pelo o inconveniente e se arrepende por isso.

— Ainda não gosto dele. – Cruzou os braços.

— Eu também não! – Jeongin disse indo para cozinha.

— Temos que ir na empresa, lembra? Vamos logo. – O lembrei.

— Tudo bem. – Yixing pegou o seu paletó e eu senti meu celular vibrar, o peguei e verifiquei.

Agente Park: Olá, senhorita. Podemos nos encontrar hoje?

Agente Park: Nós precisamos conversar.

O meu corpo paralisou por um instante, eu sempre me sentia assim quando recebia alguma mensagem de Park, a qualquer momento eu poderia receber a notícia que o assassino do meu pai foi preso, ou receber mais informações do que aconteceu antes do meu pai falecer.

— Amy, hoje eu vou sair, está bem? – Jeongin disse saindo da cozinha.

— Com quem? – Guardei meu celular, após responder o agente.

— Amigos. Irei chegar em casa às seis horas.

— Tudo bem, se cuide. – Ele sorriu mínimo.

— E você não faça muito esforço nesse tornozelo. – Assenti.

— Sim, senhor.

Eu e Zhang saímos do meu apartamento e entramos no elevador, ele apertou o botão do subsolo onde ficava o estacionamento e eu fiquei pensando sobre o exatamente Jimin gostaria de falar comigo. Apenas de pensar no que ele dirá faz minha mente se tornar uma grande confusão.