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História Obscure Night - Run.


Escrita por: littleshy

Capítulo 15 - Run.


Fanfic / Fanfiction Obscure Night - Run.

 

Não podia sentir dó, nem pena, nem arrependimento. Aquela pessoa imóvel me fez pensar. Seria um ato heroico se eu o ajudasse? Seria arrependimento se eu o deixasse entrar? Perguntas surgiram do além, mas em primeiro lugar, ele era meu amigo. Alguém quem me ajudou quando fui baleada, alguém quem me protegeu de Zena, alguém quem ajudou Austin a culminar aqueles malditos lobos.

Justin Drew estava cambaleando. Parecia exausto, prestes a desmaiar.

-Justin... – o chamei chegando mais perto dele.

-Anna... – sua voz estava rouca demais, cansada. Ele não aguentava permanecer em pé. Eu passei seu braço pesado por cima dos meus ombros. O ajudei a entrar.

Conseguia sentir seus batimentos, seu sangue correndo pelo corpo rapidamente. Acabei o deixando em uma das cadeiras da mesa da cozinha.

-O que aconteceu? – o estado dele estava mais que péssimo, eu estava assustada.

Ele não respondeu, permaneceu cansado e calado ainda.

-As meninas estão lá em cima, Justin – falei baixo.

-Faça com que elas... – ele não dizia, estava tentando dizer com dificuldade – Não desçam... – olhou para mim com cautela.

Fechei os olhos e me concentrei. Entrei na mente das meninas e da minha mãe e desejei para que elas ficassem no andar superior por um tempo, não importa o que aconteça. Isso tudo me deixou com uma enxaqueca do caralho.

Abri os olhos com sonolência. Fui até a primeira prateleira da cozinha e peguei uma caixinha para primeiros socorros. Coloquei-a na mesa, a abri e apanhei o algodão e o frasco com álcool.

Justin apenas observava atentamente cada movimento meu.

-Já logo aviso – molhei o algodão no álcool – vai doer.

Ele fez uma cara enjoada, que não gostou nada daquilo. Tirei seu blazer de leve. Ficou com apenas sua calça e uma regata branca, suja e rasgada. Suas tatuagens chamaram minha atenção em seus braços musculosos.

-Por que a cruz no peito? – me peguei observando aquela tatuagem dele pela metade, devido à regata cobrir a outra.

-Porque mesmo eu sendo uma criatura do demônio, eu possa ter esperanças de que Deus me receba quando eu morrer. – ele respondeu, sendo um pouco frio.

-Você não morre. É imortal, lembra? – ele riu fraco.

-É uma ironia, porque sempre há algo que nos mata.

Peguei o algodão molhado e estiquei com cuidado o braço de Justin, o qual estava arranhado. Aquele arranho não era comum. Passei nas brechas devagar e de leve. Ele gemeu de dor.

-Desculpe. – senti muito dó por um momento, nem que seja por um mísero momento.

Aproximei-me um pouco dele, dobrei o algodão, levantei seu rosto e passei no canto de sua boca, que o sangue já havia começado a secar. Justin estava com os olhos fixados em mim, e eu não podia deixar de estar corada.

Depois que terminei, passei um pouco mais acima do canto de sua boca, que foi onde realmente se machucou. Justin gemeu de novo, dessa vez com os olhos fechados. Aquilo me deu um ar de outra coisa.

Afastei-me dele.

-Está sentindo alguma dor? – perguntei olhando em seus olhos.

-Não. Obrigado. – sorriu e tentou se levantar. Eu fui ajudar.

-Vampiros não se regeneram? – agora que havia me lembrado desse detalhe.

-Estou muito fraco para me regenerar

-Ah, então senta aí, campeão – o coloquei de volta na cadeira.

-Anna, eu estou bem. – ele abriu um pouco os braços, demonstrando que estava certo. Mas não estava.

-Você não está bem. – olhei pra ele com sinceridade. Eu sentia que algo nele estava doendo. Então me ajoelhei na frente dele. O mesmo entranhou meu ato.

-O que vai fazer? – perguntou confuso.

Minha mente estava começando a me controlar, como sempre.

-Vou experimentar uma coisa. – respondi sem o olhar.

Aproximei minhas duas e únicas mãos em seu peito, bem em cima daquela tatuagem que me chamou mais atenção. Justin estava quente. Um vampiro quente. Sentia sua corrente sanguínea, os órgãos trabalhando e seus pulmões se enchendo e esvaziando de ar, a cada dois segundos e meio.

Logo depois que o toquei, fiz a mesma coisa que faço quando uso meus poderes: os olhos fechados, respiração profunda e foco no alvo encontrado. Fiz aquele processo que funciona em mim, de curá-lo.

Mas aquilo não era fácil, aquilo doía em mim, literalmente. Parecia que todas as dores que Justin sentiu para estar naquele jeito se passaram para mim, e sem parar.

Eu dava gritinhos baixos, me contorcia um pouco e senti algo molhado acima de minha boca. Justin parou meu processo.

-Anna – segurou em meus braços. – Pare, seu nariz está sangrando. – ele me olhou preocupado, e eu comecei a ofegar, parecendo que eu tinha corrido uns cinco quilômetros sem parar para respirar. Justin ficou levemente nervoso.

-Não... Eu preciso... – puxei o ar – Eu preciso curar você. – comecei a ficar zonza.

-Não, não precisa – ele pareceu pensar. Eu ainda estava de joelhos em sua frente. Se ele não estivesse me segurando pelos braços, ia cair de costas no chão igual a uma pasta de amendoim caindo                 sobre o pão. – Stella, Reve ou a Sra. McDonough, uma das três vão ter que me alimentar. – arregalei os olhos.

-Como é que é? De jeito nenhum!

-Qual é Anna! Elas nem vão se lembrar depois.

Fiquei em desespero mútuo. Mas se eu queria ajuda-lo, tive que aceitar, para que ele não saia por ai à procura de sangue em uma pessoa inocente.

Orientei mentalmente para que Reve descesse em silêncio e sem dizer uma palavra. Justin percebeu sua presença e foi até ela, ainda na cozinha.

-Vai devagar. – avisei. Ele não perdeu tempo e fincou suas presas no antebraço carnudo de Reve. Ela não gritou, nem gerou expressão, estava em transe.

Justin drenava seu sangue com vontade, bebia feito água. Seus olhos: completamente negros e suas mãos, uma no pulso dela e a outra na dobra de seu cotovelo. Ele só parou quando Reve estava cambaleando.

Ele se afastou. Foi a minha vez de pegar o braço dela. Pousei minha mão onde Justin tinha a sugado para curar. Aquela mesma dor que senti quando ele me mordeu, eu senti naquele exato instante.

Depois de alguns segundos, sue pele estava se fechando dos buracos da dentada de Drew. Reve se virou e subiu as escadas, como se nada estivesse acontecido.

-Por que em mim ficou cicatriz e nela não? – olhei para ele.

-Quando te mordi, deixei veneno e um líquido que prejudica a área mordida.

-Você é malvado! – sorri sendo sarcástica e dando um tapa de leve nele. O mesmo riu.

Essa risada gostosa...

-Desculpe, não sou eu quem controlo.

-Ah é? Então quem é? – cruzei os braços, esperando uma resposta.

-Isso depende do tamanho do meu frenesi. No caso da Reve, foi de leve.

-Entendi. – ele assentiu. – Justin. – o chamei séria. – Posso confiar em você?

Ele hesitou.

-Para ser sincero – chegou perto de mim. – Não. – Me deixei levar pela tristeza.

-Mas eu quero.

-Mas não pode.

-Acho que entendo o porquê – abaixei o olhar, mas ele o levantou com o seu dedo indicador em meu queixo.

-Eu sinto muito. – nos entreolhamos, e ficamos por um tempo assim. Ás vezes ele olhava para a minha boca e vice-versa. Mas quis logo quebrar o clima, para não confundir as coisas e criar uma confusão ainda maior.

-Me fala pelo menos o que aconteceu. – eu disse.

-Eu não posso. Eu tenho que ir. – se afastou.

-Aonde você vai? – tentei segurar sua mão, mas ele foi mais rápido. – Tem a noite toda para me contar!

-Eu te conto, mas eu tenho mesmo que ir – rodeou a cozinha, tentando procurar uma saída.

-Por quê? – finalmente olhou pra mim.

-Porque estou sentindo o cheiro da criatura que me quer morto.

Pensei um pouco, e conclui:

-Austin.

 

 


Notas Finais


Ficou meio bléh esse e o capítulo anterior /:

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