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História OCastigoDeEzarel(interligaçãoDeEldaryaUmaAventuraInesperada) - 15


Escrita por: TsukiHime0713

Capítulo 17 - 15


Fanfic / Fanfiction OCastigoDeEzarel(interligaçãoDeEldaryaUmaAventuraInesperada) - 15

 

Capítulo: Huang Tomoe

 

Ontem foi difícil assumir meu lugar como líder da Absinto. Jamon acabou comigo! Passei o dia tomando remédios para dores de coluna e musculares e eu realmente espero que minha “servidão” hoje seja mais leve. Huang Tomoe veio fazer parte da Guarda, entrando na Obsidiana, uns dois meses antes da Paladina resolver aterrissar na floresta de Eel. Uma das melhores guerreiras até onde eu sei, mas eu não me lembro o que foi que a Paladina fez à ela naquela noite... Será que eu consigo fazê-la me contar?

Ainda ontem, ela me pediu para que eu a encontrasse no Parque do Chafariz às 5:30hs da manhã (ninguém respeita meu sono da beleza não? Meu horário normal de levantar é às 5:30hs!). Ainda um pouquinho sonolento, cheguei na hora e no lugar ordenado, e ela parecia estar meditando ou algo assim quando a vi.

– Huang Tomoe? – me aproximei com cuidado.

– Bem vindo Ezarel. – falava ela ainda de olhos fechados (...) – Sente-se e me acompanhe.

– Errr... sua primeira ordem é que eu... medite com você? É isso? _perturbado_.

– Escravidão não faz parte das crenças dos fenghuangs, então te colocarei para treinar comigo hoje e para fazer as coisas que costumo pagar aos purrekos para fazerem por mim. Quer que eu pense em alguma forma de isso lhe ser excessivamente cansativo como os outros?

– Não. – respondi já me sentando ao seu lado – Isso não será necessário, medito com você sem problemas.

Ela apenas respirou fundo e eu terminei de me ajeitar ao seu lado. Eu realmente não tenho o costume de ficar fazendo meditação (desenvolvi poções muito mais eficazes que ficar parado controlando a própria respiração), então fiquei apenas observando o lugar em silêncio até ela terminar, o que só aconteceu quase duas horas depois... (minhas pernas já começavam a adormecer!).

– Vem comigo. – foi tudo o que ela disse já se levantando (graças ao Oráculo!!), e eu a segui.

Paramos em frente à Cerejeira – Hãm... Você disse que iria me colocar para treinar com você? Foi isso mesmo Huang Tomoe?

– Precisamente. Pegue uma espada e me enfrente. – ordenava ela já assumindo posição de luta.

– Ok. – pegava uma espada de treino – Tentarei dar o melhor de mim!

– É bom mesmo Ezarel, pois se eu perceber que você está pegando leve...

– E porque eu faria isso? Você não é uma das melhores na Obsidiana? Pretendo terminar esse dia inteiro! – ela fungava um sorriso.

– Não se esqueça dessas palavras que usou agora! – declarou ela com braveza – Todos se esquecem do que eu sou capaz quando percebem minha fraqueza e baixam a guarda por pena de mim.

– Fraqueza? _intrigado_ Que fraqueza??

– Meus olhos não captam a luz desde o meu nascimento.

_boquiaberto_ (só pode ser brincadeira... uma das mais fortes guerreiras é cega?!?!) Incrédulo, comecei a balançar minha mão de leve diante do rosto dela, e seus olhos não reagiam. Seus-olhos!

– O que pensa que está fazendo. – falou ela após agarrar os meus dedos (mas que força!) quase no mesmo instante em que comecei a balançar minha mão.

– Por favor me perdoe. _sobrevivendo_ Apenas não consigo acreditar que você não possa enxergar nada. – (solte minha mão mulher!).

– Eu disse que meus olhos não captam a luz, não que não enxergo. E por isso sou subestimada. Agora vamos logo com esse treino. – ela soltava minha mão (que espero não estar com os ossos deslocados).

– Pode deixar que eu não cometerei esse erro... – falava ainda recuperando os movimentos dos dedos.

– Venha! – chamava-me ela, e eu parti com tudo pra cima dela.

Eu não entendo... Esse treino de espadas durou umas duas/três horas, e de jeito nenhum dá para dizer que ela é cega! Eu fazia de tudo para atingi-la. Me utilizava de minhas melhores técnicas. Minhas melhores estratégias. E ela se defendia como se eu não fosse nada? Como se ela tivesse uma visão melhor que a minha?? Como é possível?!

– Me diz Huang Tomoe, – aproveitava a pausa – ...como você faz para “enxergar” ao seu redor? Eu nunca sequer suspeitei que você fosse cega!

– A visão não é o meu único sentido Ezarel. Os cheiros... Os sons... O ambiente em si! Uso todos os meus sentidos para perceber o que acontece a minha volta. – _impressionado_.

– Formidável. De verdade. Mas... Porque é que você recebeu “direitos” sobre mim mesmo? – tirei proveito.

– Só irei lhe dizer se você me contar a verdadeira razão pela qual mudou o apelido da Cris para “Paladina”.

– Só tive vontade! Nada demais. – tentei desviar.

– Está mentindo.

– Não estou não! – (como foi que ela percebeu?).

– Sabe como é que o Nevra faz para descobrir se alguém está ou não mentindo para ele?

– Hãm... Ótima intuição? – acabei chutando.

– Ele escuta. – (como é??) – Ela usa a audição apurada dele para observar os batimentos cardíacos das pessoas... – _boquiaberto_ (e há quantos anos que tento o fazer me contar isso!) – No meu caso, eu observo o timbre da voz das pessoas. É pouco, mas a voz se diferencia quando alguém está mentindo ou falando a verdade. Apenas quem depende constantemente da audição, como eu, consegue perceber essas coisas.

– Uau!... _nervoso_ Nunca imaginei que... que algo assim fosse possível. Vou tentar prestar mais atenção em minhas conversas a partir de hoje! – declarei ajeitando meu cabelo.

– Vai me contar a razão verdadeira de você ter trocado o apelido de minha colega doente?

– _engole seco_ Infelizmente não. Ao menos não por agora!

– Não é seguro para ela? Todos já sabem dos ataques feitos contra ela. – (nem todos os ataques...).

– Mais ou menos isso. Eu meio que consegui descobrir algumas coisinhas que, se vierem à tona agora... _suspiro_.

– Não o forçarei então. Mas também não vou lhe dizer o que ela me fez.

– Desagradável, mas justo. – resolvi me erguer – E então, treinaremos mais um pouco ou minha tarefa de “parceiro de treino” será substituída?

– Vamos treinar até dar a hora do almoço, depois trocamos de afazeres. – ela retomava posição de batalha.

Assim fizemos. Ela continuou me impressionando com a capacidade de luta dela, mesmo sendo cega, e fomos almoçar ao acabarmos. Terminada a refeição, ela me pediu para acompanha-la até o quarto dela.

– Eu... Vou ter que limpar o seu quarto? É isso que você costuma pedir aos purrekos? – pergunto enquanto ainda estávamos nos corredores.

– Vai ser isso mesmo Ezarel. Minha visão pode não me atrapalhar no que se refere às lutas, mas quando o assunto é higienização, só me é possível perceber quando começa e me incomodar o nariz. Por isso eu pago limpezas regulares em meu quarto, assim como é a Purriry quem mais me auxilia com o meu guarda-roupa. Ela sempre faz de tudo para me fornecer roupas que me tragam praticidade para o que for que eu venha a fazer.

– Por isso que todo o seu guarda-roupa é vermelho e dourado? – entravamos no quarto dela (bem simples por sinal).

– Vermelho é minha cor favorita, gosto muito da energia que ela me transmite e evita eu ter que ficar ouvindo bobagens sobre as minhas roupas.

– Entendo aonde quer chegar, agora... O que devo fazer? Como quer que eu comece?

– Você pode começar com o limpar da poeira para que Huang Tomoe não tenha algum ataque alérgico! – declarou um purreko que entrou me assustando.

– Parrenke? Não havíamos combinado que o Ezarel iria cuidar de meu quarto essa semana?

– Foi sim, nobre guerreira, mas não pude deixar de ficar preocupado com a qualidade do trabalho que esse caloteiro viesse a lhe prestar. – (Purreko filho de um black-dog!!) – Acabei vindo para supervisionar o serviço dele aqui dentro para ter certeza que seu bem-estar estará preservado.

– É muita gentileza a sua preocupação Parrenke, mas não acho que Ezarel se atreveria a me fazer um serviço ruim.

– Não mesmo. – acabei falando um tanto irritado – Posso ter descoberto apenas hoje que ela é cega, mas não vou me arriscar a acabar ainda mais prejudicado porque Huang Tomoe tenha sofrido alguma coisa logo após eu ter deixado de a “servir”.

– Como a própria Lys diz: “melhor prevenir do que remediar”. Não vejo a hora dela se recuperar e da Purriry voltar dessa... “viagem inspiratória” que ela resolveu fazer. – (sério que estamos conseguindo esconder isso desse bando de felinos??).

– Tudo bem, Parrenke. Você pode ficar e supervisionar o Ezarel. Vou tomar banho e volto logo, por favor não briguem.

– Como desejar. – “Perrenke” e eu falamos juntos.

Huang Tomoe saiu pro banheiro comunitário feminino e eu fiquei responsável pela limpeza do lugar (como aquele chato grudado no meu pé e palpitando sobre tudo o que eu fazia _veia emergente_).

Quando Huang Tomoe voltou, só estava faltando limpar o chão. Aquela mini-praga só me deixou sozinho com a Huang Tomoe depois de ter acabado de limpar até o último canto. Se despedindo com uma imensa cordialidade dela, e com uma baita desconsideração de mim (mas que vontade de dizer umas poucas e boas pra esse bicho!).

– Ezarel, teria como você me cumprir mais uma tarefa? – pedia-me ela me distraindo do porcaria.

– Estou obrigatoriamente aqui para isso, não? _sorrindo com escarnio_ O que deseja que eu faça?

– Preciso fazer algumas compras,... – _suando frio_ – ...necessidades básicas. E preciso de alguém para me ler o rótulo das coisas. No caso, você. Se não for muito incômodo.

– Ler rótulos para alguém que não pode fazê-lo por si mesmo não é incomodo algum. Acho que pode até ser considerada uma prestação de serviço.

– Não quero saber de piedade pra cima de mim! – irritou-se ela _engolindo seco/suando frio_ – Vamos de uma vez, não preciso me demorar com algo tão simples. – ela deixava o quarto primeiro.

(Parece que a questão da cegueira dela é algo que a deixa bem sensível... Melhor eu evitar falar sobre isso ou vou acabar tendo que visitar a enfermaria um pouco mais cedo do que gostaria). A acompanhei nas compras, lendo tudo o que ela me pedia. Foram realmente poucas coisas (e básicas, assim como ela disse). Não nos demoramos muito e depois a ajudei a guardar tudo, mas ela ainda tinha muito tempo de direito sobre mim...

– Então... Já lhe ajudei com os treinos; limpei seu quarto com o Perren... digo, Parrenke me vigiando; já lhe auxiliei em suas compras, e a ajudei à guarda-las. Faço o quê mais agora?

– Hum... As compras acabaram sendo mais rápidas do que eu esperava, não sei bem como mantê-lo ocupado agora. E a Miiko foi clara que eu não podia libera-lo antes do jantar.

– A Miiko fez o quê!?!

– Eu tentei me livrar desse “beneficio” que seu castigo me proporcionou, mas a Miiko não o permitiu por conta do que me aconteceu. – (mas que kitsune mais...!!).

– T-tudo bem. _respira fundo_ Isso significa que ainda preciso ficar ao menos três horas e meia aos seus serviços. Que tal... gastarmos esse tempo conversando? Ou quem sabe... fazendo algo de nível semelhante?

– Bom... _corada_ Se... se for assim... – (que há com ela?) – Você... pode... ler uma coisa para mim? – _espantado_.

– Mas é claro! Com todo o prazer! O que quer que eu leia?

– Espere um minuto. – ela começou a mexer em um baú próximo da cama, e tirou um grande livro de lá – É um livro de historias que gosto de ouvir desde criança. – ela abraçava o livro tão vermelha quanto as roupas que vestia.

– Se é o quer você quer que eu leia, faço-o com todo o gosto. – declarei tentando pegar-lhe o livro delicadamente.

– Obrigada. Comece com a página 135 por favor, Erika é quem o faz para mim e como ela está em Memória...

Um suspiro acabou me escapando (não pensei que essa viagem secreta à Terra fosse interferir com tanta gente assim). Ela me entregou o livro e eu comecei a lê-lo. Eram historias infantis, mas consideravelmente maduras (até eu gostei de lê-las!). Paramos com a leitura quando estava para dar as seis da tarde, hora que começam a servir o jantar, e ainda faltavam muitas historias naquele livro.

Huang Tomoe o guardou e descemos para jantar. Nos despedimos após a refeição e fui cuidar de meus afazeres pessoais para depois me deitar.

(Posso não ter conseguido saber o que foi que deu direito à Huang Tomoe de me ter lhe servindo, mas minha punição com ela acabou sendo mais aprazível do que eu esperava. Será que o mesmo ocorrerá com o meu próximo “mestre”?)

 

 


Notas Finais


E por hoje é só.
Até semana que vem!


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