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História Ocean Eyes (Armin Arlert x Fem!Reader) - Capítulo 09 - Sobre Mim, Sobre Nós


Escrita por: nilynixx_

Notas do Autor


Chegay, abelhinhas, sentiram saudade?
Espero estar em sua biblioteca u.u

Boa leitura! :)

Capítulo 10 - Capítulo 09 - Sobre Mim, Sobre Nós


Ela não cansa, não cansa, não cansa jamais
Ela dança, dança, dança demais
Ela já acreditou no amor, mas não sabe mais
Ela é um disco do Nirvana de 20 anos atrás

~ Projota - Ela Só Quer Paz ~

Meus olhos o encaravam incrédulos. Eu estava com medo, nunca me senti tão assustada na vida. Sequer passava pela minha cabeça que aquilo era real, quanto mais entender do que se tratava.

O que aconteceu com ele? E comigo? E conosco?!

Armin se ajeitou contra a árvore e cruzou as pernas. Respirou fundo algumas vezes, provavelmente pensando em como começar.

- Eu não sei bem o porquê disso acontecer comigo... - foi sua escolha de palavras, me arrancando uma careta de desdém.

- Como não sabe? - perguntei - É tipo não saber por que está com dor de barriga!

- Nem sempre as pessoas sabem porque estão com dor de barriga - ele fez uma careta. Não estava zombando, mas eu sabia que tentava desconversar.

- Não mude de assunto!

- Você quem começou! - ele se defendeu. No fundo, tive vontade de rir.

Armin deu um suspiro longo e juntou as palmas das mãos numa clara tentativa de raciocinar.

- Okay, não sei se você vai entender... - ele começou - Mas eu sou uma pessoa que tem uma forte conexão espiritual com o mundo à minha volta. É como se eu sugasse as energias negativas e as acumulasse em mim.

Minha cara com certeza não foi das melhores naquele momento, pois ele me olhou como se estivesse arrependido do que disse.

- Eu tenho cara de palhaça? - perguntei.

- Por que pede pra eu explicar se não acredita em mim?

- Olha a merda da explicação que você me deu!

Ficamos em silêncio por uns segundos. Ponderei sobre suas palavras.

Talvez ele falasse a verdade, mas que merda era essa? Como uma pessoa muda a aparência de um segundo a outro?

- Tudo bem, digamos que eu acredite em você... - falei - Por que ninguém te vê do mesmo jeito que eu?

Ele hesitou antes de responder

- Eu não sei. Estranhamente, você é a única pessoa que consegue me ver do jeito que eu sou.

- Só nessa frase você me deixou mais 32 perguntas pra te fazer - falei me jogando de bunda sobre a grama e cruzando as pernas como ele. - Quem é você de verdade?

Ele soltou um suspiro pesado; nem notei que estava prendendo fôlego.

- Eu sou o Armin que você conhece. Que só você conhece...

Ele estava indiretamente se referindo aos seus olhos. Mas isso ainda estava longe de acabar.

- E por que só eu te vejo assim? Eu achei que eu estivesse ficando maluca, por que não falou nada?

Ele hesitou por um momento.

Ih, lá vem...

- Eu não sei o que você tem de especial - ele falou - D-Digo, não foi isso o que eu quis dizer! - se corrigiu quando notou meu olhar - Quis dizer, não sei o porquê de você me enxergar do jeito que eu sou.

- Acha que tem algo a ver com os choques?

- Foi meu primeiro palpite.

Dei um longo suspiro. Então havia no mundo um menino de duas personalidades diferentes mas eu era a única que conseguia vê-las?

Deus, eu só queria ir pra faculdade...

- E as visões? - perguntei. Ele pareceu confuso.

- Que visões?

- As visões! Quando desmaiei no dia do acidente e há cinco minutos atrás, eu tive umas visões estranhas, parecia que eu estava no fundo do mar, eu sei lá. O que elas são?

Ele não precisou dizer nada. Sua expressão deixava claro que apenas eu havia visto aquilo.

- Você se calou do nada - ele disse - Ficou calada, totalmente paralisada. Eu tentava te chamar, mas você demorava uns minutos para voltar.

Olhei em volta e reparei que era verdade. O tempo passara sem que eu presenciasse a apresentação de um determinado grupo. O nosso tocaria em breve.

Abracei minhas pernas, pensativa. Senti vontade de chorar novamente, mas engoli isso.

- S/N, preciso que acredite em mim quando digo que não sei o que é tudo isso!

- E qual a garantia que eu tenho disso?

- Você é a única pessoa que enxerga meus olhos - ele pareceu mais sério ao pronunciar isso, e pareceu hesitante em completar o raciocínio - Ninguém acredita em você, eu também poderia te chamar de louca, mas escolhi ser sincero.

Isso soou mais manipulador do que desesperado. Fechei a cara para ele e olhei para o lado. Não conseguia engolir tudo aquilo, estava tão confusa...

Até que o senti pegar em minha mão novamente, me fazendo olhar em seus olhos. Seus grandes e perfeitos olhos azuis. Algo em mim dizia que eu nunca me enjoaria de olhar para eles. A energia percorreu meu corpo fazendo meus pelos se arrepiarem, dessa vez numa estabilidade perfeita entre nós dois. Ele sorriu para mim, um sorriso leve, genuíno e reconfortante. O mais belo sorriso que já vi na vida.

Não pude evitar sorrir também.

Será que eu seria capaz de passar por isso com ele? Havia algo estranho entre a gente, algo que me fazia querer estar com ele. Me sentia tão bem com seus toques, sua presença... 

Mas ao mesmo tempo, eu tinha medo. Eu nunca nem pensei que isso seria possível e ainda cogitava me beliscar para ter certeza. É absurdo demais.

Enquanto pensava, notei que estávamos muito próximos um do outro. Suas bochechas estavam mais coradas que o normal, os olhos me encarando com admiração e súplica. Nesse momento, eu só queria poder estar com ele independente do que acontecesse. 

Sorri encorajadora para ele, mostrando que concordava.

Vamos descobrir isso juntos!

Uma salva de palmas tirou nossa concentração e olhamos em direção à fogueira. Era a vez do nosso grupo. Dei um sorriso torto e o olhei com angústia antes de me levantar, já sentindo minha cabeça doer pela ideia de me aproximar de Eren.

Eu não esquecera as coisas absurdas que ele dissera para mim. Em todas as brigas que já tivemos (que foram poucas), ele nunca na vida havia me magoado tanto.

Dei três passos em direção à fogueira antes de ser impedida por Armin. Olhei para trás para vê-lo se levantando e pegando novamente em minha mão.

- Não precisa ir até lá - ele disse.

- Preciso sim. - falei num sorriso amarelo - Tenho que acompanhar eles.

- Você mesma disse que não canta.

Olhei para a fogueira. Eren já estava sentado no centro da roda com um belo e reluzente violão cor-de-vinho. Ele dedilhou algumas cordas, fazendo uma melodia suave, e pude perceber que ele lançava um olhar e sorriso ladinos para Mikasa.

O moreno começou a harmonia dos acordes da música Ela Só Quer Paz, do Projota, enquanto alguns alunos o acompanhavam com o acústico.

Quando sua voz soou no microfone principal iniciando a música, senti meu coração palpitar. Ele tinha uma voz doce ao cantar.

Eu estava distraída com a canção quando Armin, num movimento rápido, jogou meu corpo para a direção oposta à dele, ainda segurando minha mão, e me puxou de forma a me fazer girar e parar de costas para ele.

Qualquer garoto teria se aproveitado da situação, mas Armin fez questão de não encaixar nossos quadris, me deixando numa distância confortável de seu corpo. Ele passou a mão em meu cabelo colocando-o atrás da orelha e senti sua respiração quente se aproximar de minha pele.

- Dança comigo. - ele ofereceu timidamente.

Um arrepio percorreu meu corpo. Ele falava baixo, ainda que ninguém pudesse nos ouvir.

Meio desajeitada, me soltei de seus braços e me virei de volta para ele, negando com a cabeça.

- Eu não sei dançar.

Ia dar um passo para trás quando ele pegou em minha mão novamente.

- Por favor... - ele parecia inseguro - Veja, é como nadar... - ele se aproximou de mim e abriu meus braços, percorrendo-os com as pontas dos dedos. Sua boca se aproximou novamente de meu ouvido - A música te leva como a água... Deixe fluir...

Ele levou minhas mãos até atrás de seu pescoço e então desceu as suas timidamente pelo meu tronco, pousando-as em minha cintura. Eu podia sentir cada parte do meu corpo se eletrificar com seu toque.

E então, ele me conduziu numa dança sem nexo em relação à música à voz de Eren. Nesse momento, me esqueci completamente de tudo à minha volta. Armin parecia mais encorajado a aproximar sua respiração de meus ombros e de minha nuca, me fazendo arrepiar por completo.

- Sabe... Tudo na vida é mais bonito quando se vê como arte - ele sussurrava - A natureza, a ciência, as obras... Mas as pessoas... - ele me girou novamente e espalmou a mão em minhas costas, prensando meu corpo contra o seu - As pessoas se tornam labirintos; só os que tem bons olhos as decifram.

Seu rosto estava perto do meu. Nossas respirações, ofegantes e sincronizadas, se misturavam  enquanto eu podia sentir seu olhar me invadindo.

Por um segundo, o vi desviar o olhar para os meus lábios, e coramos juntos ao provavelmente pensarmos na mesma coisa.

Juntamos nossas testas em um choque leve. Nossas energias estavam em harmonia, eu podia sentir o equilíbrio de nossos corpos.

Mesmo tão absurdo e, possivelmente, mentiroso, ele é encantador.

Quando finalmente percebi que não me importava de ser beijada por Armin, a música de Eren acabou, e a salva de palmas da plateia para o moreno nos fez desviar a atenção mais uma vez.

Rimos envergonhados enquanto punhamos distância entre nossos corpos. Senti uma súbita falta de seu calor nesse momento, mas me contive.

- Acho melhor voltarmos... - falei envergonhada, já tomando o rumo da fogueira.

Armin me seguiu. No caminho, entrelaçamos nossos mindinhos timidamente. Eu estava, de fato, mais contente naquele dia.


Notas Finais


É isso, anjos, desculpa por ter ficado mais curtinho ;-;
Não esquece de comentar, viu? Gosto de quando vocês formulam suas teorias u.u

Obrigada por ter lido :)
Até o próximo❤️


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