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História Ocean Eyes (Armin Arlert x Fem!Reader) - Capítulo 40 - Ajuda Divina


Escrita por: nilynixx_

Notas do Autor


Minha maior ilusão foi achar que ia escrever como uma louca durante as férias lkkkkkkkkk

Mas, pelo menos, estou tendo um descanso digno. Acho que vou pedir ao meu pai para me deixar sair com uma amiga daqui duas semanas... desejem-me sorte heheheh

Hm... A fic está empacando demais, abelhinhas, e as músicas não estão fazendo mais tanto sentido pra mim.

Ainda assim, espero que gostem :3

Boa leitura!❤

Capítulo 42 - Capítulo 40 - Ajuda Divina


Um sorriso notável se formou no rosto da morena que agora nos observava num ângulo tão superior de visão. Reiner, Berthold, Annie e Porco se juntaram ao lado dela assim que puderam.

- Tão idiotas em pensar que estávamos entre os navios como infiltrados! - sua voz soou como se ela tivesse um megafone na garganta, reverberando até às partes mais profundas da água que ecoavam pelas minhas veias.

Desviei o olhar de canto para Armin. Desejei afundar ao fazê-lo: seus olhos, negros e sem vida, estavam arregalados de ódio e pavor. As pupilas eriçadas, as pálpebras inchadas, as sobrancelhas cerradas...

Armin, não me diga que você não previra isso...

O riso uníssono dos que nos olhavam de sobre o navio foi intensificado com o som do encaixar de um arsenal de armas que bastou respirarmos para estarem apontadas para nós. Uma legião de soldados agora reunidos à beira do porta-aviões, todos com os uniformes do exército marleyniano, apontavam rifles em nossa direção. Havíamos parado de nadar. Não havia porquê: não tínhamos para onde fugir.

O sorriso psicopata brilhava no rosto de Pieck quando meus olhos começaram a marejar contra a minha vontade. Os segundos começaram a atrasar. Ao meu lado, Armin encarava o topo do porta-aviões com os dentes trincados. Atrás de mim, Eren se colocava à frente de Mikasa como se pudesse fazer algo por ela. Jean, Connie e Sasha não tinham reação.

Meu olhar abaixou por um segundo antes de eu olhar novamente para o Arlert. Meu peito estava doendo. Eu mal sentia meus membros, totalmente esgotados pelo esforço inútil de remar pela minha vida. Tanta desgraça, tantas mortes, tantas regras quebradas...

E agora, vamos todos morrer.

Meu olhar correu até o braço de Armin e o que ainda era visível do mesmo sob a água. Instintivamente, levei minha mão até seu braço. O loiro olhou de relance para mim, provavelmente assustado com o toque inesperado, porém não o olhei de volta. Percorri seu braço com os dedos, suavemente, até tocar sua mão. Então, entrelacei nossos dedos, sentindo o choque tomar conta de cada nervo do meu corpo, mordi o lábio e olhei novamente para ele.

- Preparar! - a voz amarga de Pieck soou em meus ouvidos junto com outro som da sequência de rifles que nos miravam. Ela ergueu o braço, ainda com o sorriso no rosto, comandando a tropa.

Voltei a atenção para Armin. Um último olhar. Minhas bochechas se arquearam e senti lágrimas gordas e quentes escaparem dos meus olhos. O olhar de Armin era triste, frustrante por assim dizer.

- S/N... - seus lábios tremularam apesar dele não estar chorando - Perdoe-me.

Neguei com a cabeça. Apesar de tudo, apenas sorri.

- Juntos até o fim, recorda? - minha voz falhava contra minhas inúteis tentativas de mantê-la firme - Está tudo bem.

- Apontar! - novamente o comando que eu tanto queria ignorar. Minha garganta fechou.

- Eu te amo, Armin - foi apenas o que consegui dizer.

Armin abriu a boca algumas vezes, mas nada disse. Eu sentia o ar pesar ao nosso redor, meus lábios tremiam de frio e medo. Acabou. Perdemos. Vamos morrer sem qualquer brecha do destino.

- Eu te amo, S/N! - seu sussurro veio como uma anestesia quando me permiti aceitar a morte.

- FOGO!

A ideia dos projéteis me acertando era dolorosa. Ardida, em uma forma mais banal de se dizer. O barulho explodiu e reverberou pelas paredes internas do meu ser. Tiros. Mísseis. Explosões. Fiquei à espera da sensação de ser perfurada ou explodida. Porém, tal sensação não apareceu. E então, notei que havia sentido apenas um impulso enorme contra o meu corpo quando fechei os olhos com o máximo de força possível a fim de ignorar a existência da morte. Minhas mãos estavam cobrindo parcialmente meu rosto como se isso pudesse amenizar alguma sensação, mas alguém me abraçava. O choque... Denunciava que era Armin. Mas o que ele poderia fazer? No momento em que caísse, as balas também me atingiriam, não é?

Não é?

Abrir os olhos novamente foi uma tarefa estranhamente complicada. Não sei quantos segundos se passaram. Sei que ouvi gritos, mas não queria focar em nada ao meu redor. Comecei a cogitar as vantagens da morte na minha momentânea situação. Epicuro diz que não há como sofrer após a morte, pois quando há morte não há mais sentidos... Seria bom deixar de sentir. Posso entender agora os pensamentos suicidas de pessoas suicidas...

Demorei para notar que eu estava sendo abraçada. Minhas mãos estavam encolhidas contra o meu peito, como se eu fosse uma criança, e eu sentia o toque do peito dele em minha bochecha. Seu braço forte me sustentava, de certa forma, e a Água não parecia mais tão fria quando eu estava com ele.

Foi quando respirei fundo, só então notando que estava prendendo o fôlego, e decidi abrir os olhos, notando o rosto de Armin próximo do meu ao erguer o olhar. Ele tinha os dentes trincados e seus lábios tremiam contra o meu rosto. Os olhos fortemente oclusos, as sobrancelhas unidas de raiva e desespero...

E as cores de volta ao seu cabelo e seu rosto.

Segurei um suspiro que se perdeu em minha goela quando olhei por cima do ombro de Armin; meu coração pulou uma batida.

Logo atrás de Armin, entre o porta-aviões e nós, havia uma enorme parede de água que se erguia aos céus direto do mar. As pequenas ondas se curvavam, direcionando-se para cima como se fossem um gêiser, empilhando-se uma sobre a outra, mas sem voltar ao nível do mar; subindo e subindo, respingando uma chuva fina, salgada e cheia de espuma em nós, formando uma parede alta e retilínea.

Meu coração estava batendo em minha goela.

Armin se moveu apenas depois de alguns segundos. Virei o rosto para encará-lo no momento em que ele abriu os olhos, nossos olhares se encontrando logo em seguida. Meus lábios estavam entreabertos enquanto eu tentava controlar a respiração desregulada, assim como Armin, que voltou para mim a mão antes estendida para a parede, virando-se para encarar o fenômeno logo em seguida.

Seus olhos se arregalaram.

- Mas que merda...? - Jean foi o primeiro a dizer algo, xingando. Não que fosse novidade: xingamentos eram as únicas reações possíveis para aquele dia.

- Armin, o que... - eu tentei formular uma pergunta, mas me parei. Deduzi pela expressão do loiro ao meu lado. Ele parou de me abraçar, lentamente, e agora encarava a palma de sua mão antes estendida à parede d'Água, seu olhar assustado, sua boca entreaberta, ofegando, desentendido.

Armin não sabia o que estava acontecendo.

Alguns segundos travados se passaram antes da parede d'Água tomar algum palco novamente. Todos a observamos diminuir de tamanho. As pequenas ondas de sua base se misturavam novamente ao oceano que nos rodeava; os desenhos da espuma e o estourar de suas pequenas bolhas pareciam altos em meus ouvidos, se comparado aos demais sons ao meu redor. Eu, por minha vez, não me movi. Não tomei uma atitude que fosse. Fiquei apenas a observar o descer da parede. Estranhamente, não houve nenhuma mudança no nível do mar ou na turbulência d'Água.  A parede descia e sumia no mar como se deixasse de ser matéria. Encarei o ato focando nesse detalhe.

Acho que as leis da física não se aplicam às divindades, não é?

Magoa-me que vocês sequer cogitaram me contar sobre seus planos, crianças...

Olhei para Armin no mesmo instante em que a voz ecoou em minha cabeça, percorrendo todo o meu corpo, nervo após nervo, como um arrepio gélido. Armin, por sua vez, também me encarou, mas com uma expressão menos surpresa do que a minha.

- Água! - nós falamos juntos, em uníssono, com um suspiro exalado, quase sorrindo, senão pelo desespero seguinte que se implantou novamente em nós logo que a parede de água desceu completamente.

- Ah, agora os putos amaldiçoados decidiram brincar de fada d'água? - pudemos ouvir a voz de Pieck amarga em nossos ouvidos.

Cerrei as sobrancelhas no mesmo instante. Eu já estava me cansando daquela mulher.

Armin me envolveu de novo em seu abraço, seus dentes trincados ante os lábios. Ele encarava os marleynianos com tanto ódio quanto eu.

- MATEM-OS!! - foi a vez de Reiner gritar, não levando nem um segundo sequer para o barulho uníssono das armas soar novamente.

Não consegui processar nada a tempo antes de ouvir o grito de Mikasa logo atrás de mim.

- CHEGA! - sua voz soou mais estridente quando virei o rosto para ver seu corpo se impulsionando até Armin e eu. Não entendi o que ela queria fazer. E não precisei, pois seus planos provavelmente foram alterados quando um tentáculo de água literalmente viva envolveu seu corpo até à altura da cintura e se ergueu para os céus.

Minha prima gritou. E eu também.

- MIKASA, NÃO... - tentei dizer algo, mas fui impedida quando minhas pernas ficaram presas em algo, e, em menos de um segundo, meu corpo estava sendo levado aos céus por um tentáculo de água como o que carregava a Ackerman. - Mas... Que merda?!

O mar começou a ficar para trás. Ou melhor... Para baixo. O que não aconteceu com nossos amigos. Jean, Connie, Eren e Sasha logo foram agarrados também, sendo levados para o alto junto conosco.

Meu primeiro reflexo foi olhar para baixo e gritar por Armin, que havia ficado para trás. Estendi o braço para baixo como se pudesse alcança-lo de alguma forma. Dali, do alto, eu podia ver muito mais do cenário da batalha. Notei que, ainda que muitos navios já tivessem afundado, muitos outros ainda travavam aquela batalha sem noção ou sentido. Meu estômago gelou ao ver canhões ainda sendo acionados de um lado para o outro, atingindo navios em suas diversas partes triviais ou até diretamente nos pobres soldados que com certeza não queriam estar ali.

Mas eu nunca saberia dizer quem estava ganhando aquela batalha.

- S/N, que merda toda é essa? - gritava Connie. Só então voltei a atenção a eles. Meus amigos todos tinham as mãos forçadas contra a beira do tentáculo d'Água à suas cinturas, como se quisessem se livrar dele. Sasha tinha um olhar assustado; Mikasa preocupada, Jean irritado, Eren desconfiado... Aquilo fazia a camada endurecida do meu coração amolecer um pouco. 

- Armin, precisa fazer alguma coisa! - Jean gritou como se Armin pudesse ouvir alguma coisa.

- Ele não está escutando, seu cabeça oca - Eren rebateu, ainda pensando em se livrar do tentáculo.

- Precisamos sair daqui, ou vamos todos morrer! - Sasha afirmava como se fosse uma verdade absoluta e prescrita.

Eu estava perdendo novamente o controle das minhas emoções. Minha mente escurecia; o barulho da guerra me cegava, o desespero dos meus amigos inexplicavelmente me causava dores físicas... A ideia da morte me atormentava de novo, até que ouvi a voz dEla:

Filha, está tudo bem - Ela soou reconfortante em meu ouvido.

E, de repente, meu corpo pareceu relaxar. Como se saísse do ar gelado e fosse direto para um lugar abafado e quentinho. Meus pelos se arrepiaram instantaneamente.

- Água... - sussurrei, já ignorando os gritos dos meus amigos.

Senti um ar de negação vindo dEla.

- Eu sou sua mãe agora, S/N. Chame-me de mãe, e eu protegê-la-ei como tal!

A fala respeitosa soou estranha em meus ouvidos, mas aceitei e assenti.

- Mãe... - falei como uma confissão. Repentinamente, a guerra ao redor não explodia mais. Não havia mais dor ou sofrimento. Havia apenas eu e Ela. E a sensação era maravilhosa!

Veja, minha filha... - ela continuou um discurso que não havia começado - Eu sinto minha alma naquela mulher. Pulsa nela, mas não a pertence. 

Naquele momento, eu desviei meu olhar até Pieck. Eu sabia que era dela que estávamos falando.

Humanos são mundanos demais para tocar algo tão divino quanto minha alma. O tesouro da Água corrói a alma daqueles que o tocam sem permissão divina.

O colar... O colar estava mexendo com a cabeça da Finger. Revisei, então, todos os momentos em que me encontrei com ela e ela agia totalmente fora de si, como uma louca.

- Mas... E quanto a Armin e eu? - indaguei.

Outro sinal de negação.

Vocês carregam a maldição dos olhos consigo, filha - Ela explicou - É vosso dever guardar minha alma até o momento certo. E este está para chegar...

Na mesma hora olhei para o céu. Meu ser se desmanchou no tentáculo d'Água que me agarrava: a lua estava a poucos dedos de começar a cobrir o sol.

Meu coração acelerou. Perdemos tanto tempo com toda a preocupação quanto à morte iminente que esquecemos totalmente nosso prazo de ação. Os planos foram todos por água abaixo (literalmente!). Nosso tempo dependia deles, nossa pontualidade dependia deles... 

- Mãe... - implorei, chorosa como uma criança - Que faremos, mãe?

Um riso acolhedor.

Vivam!  - Ela disse quando senti um reerguer dos tentáculos, nos empurrando aos céus - Vivam nem que isso lhes custe a vida!

Um sorriso cresceu em meus lábios, e deixei que a adrenalina tomasse meu corpo no momento em que os tentáculos despencaram com um tranco; não de volta para o mar, mas em direção ao navio dos marleynianos.

- Que merda é essa? - gritaram meus amigos, não especificamente com as mesmas palavras, mas querendo dizer a mesma coisa. Apenas ignorei. Dessa vez, deixei que descobrissem sozinhos o que estava para acontecer ali.

O vento batia em meu rosto, aliviando toda e qualquer tensão. Eu encarei o convés; encarei todos os soldados que ali estavam. Encarei Annie que se mantinha afastada pelo ombro ferido. Reiner e Berthold que pareciam atentos à tudo e nada ao mesmo tempo por causa da loira invalidada. E Porco que tinha tanto fogo nas ventas que mal parecia capaz de pensar. Só então dei falta de seu irmão, Marcel...

Meu coração pulou uma batida quando pensei no pior, mas me senti culpada por agradecer no caso do pior ser o que de fato aconteceu.

E então, olhei para Pieck. Seu sorriso malicioso, psicopata e descontrolado... sabendo, agora, que tudo aquilo era pura influência do que ela havia roubado de nós, suas atitudes e expressões não me assustavam mais. Pelo contrário: sentia-me capaz de arrancar a cabeça dela como estouro uma garrafa de champanhe no dente.

E foi isso o que eu mantive em mente no momento em que nossos olhares se encontraram, poucos milissegundos antes do tentáculo d'Água me libertar, e eu voar com os pés descalços no peito da Finger.


Notas Finais


Não, eu não sei como vou continuar, e sim, eu estou desesperada :)

Não tenho muito o que dizer, abelhinhas kkkkkk espero que tenham gostado u.u não esqueça de comentar o que achou!

Obrigada por ter lido :)
Até o próximo❤


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