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História Odiável Eternidade - Odiável Boneca Francesa


Escrita por: Hekmatyar

Notas do Autor


Finalmente o quarto, após tamanha demora, perdão, as desculpas são as mesmas clichês, não nos delonguemos com estas, certo?

Boa leitura!

Capítulo 4 - Odiável Boneca Francesa


Fanfic / Fanfiction Odiável Eternidade - Odiável Boneca Francesa

Odiável Boneca Francesa - Capítulo 4

 

 

Haviam se passado algumas semanas desde o início do namoro de Naruto com Hinata, ele estava mais ausente agora, não andava muito comigo nos intervalos e raramente estava vindo aqui em casa, tudo por causa da Hyuuga, droga.

Bom, não que eu não estivesse feliz com o namoro deles, é claro que estava, mas é que eu estava começando me sentir abandonado, tanto por Sakura quanto por Naruto.

Sua infrequência na escola ainda estava me incomodando, só essa semana havia visto-a pelo menos duas vezes, se ela continuasse nesse ritmo certamente seria reprovada no final do ano, graças ao grande detetive L, que maldito, desde que comentei com Sakura sobre, as coisas ficaram assim, francamente, que irritante.

No entanto, ficar em casa reclamando não me seria muito proveitoso, talvez eu devesse ir à casa dela, até poderia ligar informando, mas ela inconvenientemente não possuia celular ou telefone. O jeito era chegar de surpresa.

Peguei minha jaqueta preta e calcei os tênis, finalmente desci as escadas e peguei minhas chaves de casa, abri a porta finalmente e ...

Dei de cara com alguém prontamente a começar a bater na porta, até eu interromper quando a abri.

Era uma garota de estatura relativamente baixa, mas aparentava ter quase a minha idade, algo em torno de dezesseis ou dezessete talvez. Os cabelos possuíam uma tonalidade castanho claro, demasiadamente longos, tanto que alcançavam a metade da coxa da menina, eram levemente ondulados. Incrível.

Possuía os traços do rosto delicados e finos, a pele pálida e os olhos verdes esmeraldas vivos a faziam parecer terrivelmente com uma boneca francesa, a franja lhe caía sobre a testa graciosamente. O vestido branco de seda rodado que chegava às coxas ajudava a trazer a lembrança. Ela era simplesmente linda.

Desviou as orbes esmeraldas para um ponto aleatório no chão e corou, muito provavelmente estava embaraçada com meu olhar meticuloso sobre si. Logo corei também ao notar que estava encarando-a há alguns instantes insistentemente.

????????: De-desculpe-me, e-essa ser o casa dos Uchiha's? - Disse a frase completamente errada, e com um sotaque francês ainda, certamente não estava habituada ao japonês.

Sasuke: Sim, é essa.

????????: E-eu estar procurando por Sasuke.

Sasuke: Sou eu mesmo, o que deseja?

????????: V-verdade? - Um sorriso se iluminou em seu rosto, seus olhos pareciam ter ganhado um súbito brilho. - Desculpe-me minha rudeza, você provavelmente non se lembrar de mim, eu ser Beatrice Laforet.

A pronuncia daquele nome me trouxe um aperto grande no coração, não era ninguém menos do que a única garota pela qual eu me apaixonei minha vida inteira, e a única que me fizera sofrer tanto também, e depois de tanto tempo, ela estava ali na minha frente.

Sasuke: B-Beatrice? - Estava espantado, pasmo na verdade, nunca esperava que ela retornasse.

Beatrice: Sim, você não se recordar de mim?

Sasuke: S-sim, eu me recordo, mas você não tinha voltado para-

Beatrice: Sim, eu voltei para a França naquela época com meus pais, mas agora, eles querer voltar para o Japão. A primeira pessoa em que eu pensar procurar foi você Sasuke-kun. Não gostar da surpresa? - Indagou com a expressão confusa, a voz doce a tornava ainda mais encantadora com aquele sotaque.

Sasuke: Sim, eu adorei, apenas foi um pouco ... I-inesperado.

Beatrice: Perdon, você parecia estar saindo, eu te atrapalhar? - Perguntou como uma criança inocente, tão ..... Perfeita.

Sasuke: Não, você não atrapalhou nada, posso ir depois ao lugar que eu ia. De qualquer modo, me desculpe por te deixar aqui fora, estou um pouco abobado ainda, quer entrar?

Beatrice: Mas é claro. - Disse enquanto entrava com um sorriso gentil e os olhos cerrados.

Ao adentrar encaminhou-se à um dos sofás e sentou-se, as pernas juntas e com os pés cruzados, as mãos repousavam sobre o colo. Ainda mantinha o sorriso dócil no rosto.

Se não fosse por seus olhos me acompanharem em meu trajeto até o sofá em frente ao seu após fechar a porta, qualquer um poderia achar que era uma boneca francesa em tamanho real ali.

Sasuke: E-então, como vai a Margareth? Você a tem visto?

Beatrice: Bom, non muito ultimamente, desde que minha irmã fugir para Londres com Itachi, à dois anos atrás eu a devo ter visto no máximo duas ou três vezes desde então. Papa et Maman non aprová-los muito bem ainda. - Disse com um olhar entristecido agora, fitando o chão.

Sasuke: Entendo. Eu não vejo Itachi há 8 anos também, desde um pouco antes da última vez que nos vimos, ele nunca sequer telefonou depois de tudo.

Um silêncio perturbador se instalou na sala de repente, um ar melancólico parecia tornar o ar difícil de se respirar. E assim se seguiu por alguns minutos.

Beatrice: Enton Sasuke-kun, como está indo sua vida desde que eu te ver pela última vez? - Disse quebrando o silêncio subitamente.

Sasuke: Entediante como sempre ... Não vale a pena saber dos detalhes. E a sua?

Beatrice: B-bem, eu ter sentido muito sua falta Sasuke-kun. - Disse desviando o olhar embaraçado para o chão.

Sasuke: E-eu também senti sua falta .... - Disse meio sem jeito. - Você vai voltar a morar no Japão ou está apenas de viajem?

Beatrice: Eu voltar a morar aqui no Japão, fazer muito tempo desde que esperava por esse dia.

Sasuke: Pelo visto você ainda não se adaptou muito ao japonês, como nos velhos tempos. - Disse um pouco descontraído, tentando desviar um pouco o assunto.

Betrice: Hehe! - Soltou uma risada desajeitada, juntamente com a feição desconcertada. - Eu non voltar a praticar desde que fui embora, lembra-se Sasuke-kun, quando éramos crianças você costumar a querer me corrigir, me dando aulas de japonês extras depois da escola.

Sasuke: - Soltei um sorriso bobo ao me lembrar da cena em que estávamos sentados lado-a-lado na beira de um rio, eu com um livro de japonês na mão, lendo um texto enorme, e ela me encarando maravilhada, prestando atenção em cada palavra que eu proferia, tentando guardar cada uma delas na memória.

Memórias como esta surgiram incessantemente ao prolongar da conversa, realmente nostálgico.

XxXxXx Longe Dalí xXxXxX

Aquela grande sala estava repleta de homens de terno e mulheres vestidas formalmente, todos com um semblante sério, alguns ousavam conversar baixinho entre si.

A cada instante, mais e mais pessoas como aquelas chegavam e procuravam uma cadeira na grande arquibancada com diversas mesas, que se estendiam regressivamente, em patamares mais baixos até o ponto principal do salão que era um palco relativamente baixo com carpete azul turquesa, no qual localizava-se uma solitária mesa de madeira.

Alguns minutos se passaram, a sala encontrava-se completamente cheia agora, todo os assentos ocupados, não havia uma só pessoa de pé. As portas localizadas no alto da primeira fileira da arquibancada foram trancadas por dois seguranças, que após o ato se colocaram prontamente em posição de guarda à frente destas.

Cada uma daquelas pessoas presentes ali eram agentes representantes de diversas organizações de segurança ao redor do mundo. Algumas como C.I.A, F.B.I, Interpol, ONU e etc.

Mikoto e Fugaku estavam sentados na primeira fileira, a mais próxima do pequeno palco que mantinha o olhar apreensivo de quase todos ali. Estavam terrivelmente aflitos com aquela demora, Fugaku já começava a bater o pé direito roboticamente de forma impaciente.

Subitamente, uma das dezenas de pessoas contidas ali se levantou. Era um homem alto e aparentemente em forma física, não era possível constatar sua identidade devido à mascara negra que lhe cobria a face, juntamente ao chapéu e ao sobretudo, usava luvas e sapatos sociais, ambos completamente pretos. Em sua mão direita havia uma maleta de couro aparentemente grande.

Após se levantar de uma das fileiras do meio, andou até a escada que passava ao centro da arquibancada e passou a descê-la, encaminhando-se até o ponto principal do salão. Retendo a atenção de todos sobre si.

Ao chegar à mesa, colocou-se atrás desta ficando de frente para a arquibancada. Depositou a maleta sobre a mesa e pareceu destrancar quatro trancas nesta, todas com chaves diferentes, escondidas em partes diferentes de seu sobretudo.

Finalmente abriu a maleta de couro e de dentro desta tirou um Notebook também na cor preta e o depositou sobre a mesa, em seguida, tirou duas caixas de som pequenas já conectadas ao aparelho principal e colocou uma de cada lado deste.

Todos assistiam vidrados cada um de seus movimentos, com meticulosa análise sobre o misterioso homem.

Fugaku: Será ele ... L? - Sussurrou para Mikoto, ainda encarando-o.

Mikoto: Não boto muita fé nisso querido, segundo os boatos ele nunca se mostrou em nenhuma investigação em que esteve presente. Este deve ser Watari, a única pessoa que conheceu a face de L.

O homem misterioso parecia encarar a sua plateia, aguardando os breves comentários se cessarem.

Watari: Kon'nichiwa. Sou representante do L, a pessoa em que esperavam ver hoje, mas certamente já ouviram falar que o mesmo nunca se apresenta pessoalmente. Atenderei por Watari caso desejem perguntar algo, peço que mantenham silêncio e prestem atenção no monitor deste Notebook, há coisas importantes das quais precisam saber.

Ao terminar de se apresentar, finalmente abriu o aparelho, evidenciando uma tela em branco na qual a única coisa contida era um sofisticado desenho da letra L, em preto.

Computador L: Olá Minna, estou contente por tê-los reunidos nesta sala hoje, vejo que todos atenderam a minha convocação. Certamente não perderão o tempo de vocês - Uma voz computadorizada e distorcida se apresentou saindo das pequenas caixas de som ao lado do aparelho.

Todos permaneciam contidos na tela de dezoito polegadas do aparelho sobre a mesa, olhos estáticos e vidrados, a atenção era drenada ali.

Computador L: Certamente as agencias de segurança das quais representam já foram surpreendidas por relatos em todo o mundo sobre corpos encontrados sem qualquer gota de sangue presente. Já foram cogitadas hipóteses de seriais killers iludidos por uma ideia de vampirismo á beberem o sangue da vítima, mas em visto que esse relato chegou à escala mundial, não recente, e que não seria possível retirar o sangue tão precisamente apenas por

dois furos localizados normalmente no pescoço ou pulso, descartamos essa ideias. Com isso podemos concluir de que "O" ou "Os" causadores de tais assassinatos não são humanos.

Todos ali fizeram uma expressão de casual surpresa, o clima parecia se tornar excitante quanto à identidade do ou dos assassinos.

Computador L: Pode parecer uma ideia completamente ridícula e fantasiosa sobre mitos, uma vez que não poderíamos encontrar resposta mais lógica, mas.... - Fez uma longa pausa, deixando todos ainda mais interessados na próxima frase.

Computador L: Não é improvável de que nossos causadores sejam de origem vampírica.

Agente 1: V-vampiros? Desculpe-me L-san, mas não posso aceitar essa hipótese, assim como você disse, é completamente ridículo pensar que isso possa ser causado por vampiros, eles não existem, não acham que teriam dado as caras caso realmente perambulem entre nós?

Agente 2: De pleno acordo, estamos hoje aqui como representantes das maiores agencias de segurança internacional, certamente nossos superiores já teriam nos informado sobre algo tão importante, e provavelmente divulgado ao mundo.

Fugaku observava atentamente as palavras dos agentes que se opunham á hipótese prestada por L, não ousava abrir a boca para se pronunciar, apenas queria saber até onde aquilo chegaria.

Computador L: Não se preocupem, obviamente não são obrigados a aceitar tal ideia absurda, percebo que a maioria discorda de tal.

Watari subitamente levantou o braço direito e estalou os dedos. Ninguém ali intendeu o súbito ato, deixando todos em um silêncio de dúvida. Não era para que todos intendessem, e sim apenas os dois seguranças que se mantinham em guarda em frente à porta. Prontamente abriram estas após o estalar de dedos do misterioso homem, assim que terminaram sua tarefa, voltaram em posição de guarda ao lado das portas abertas.

Computador L: Onegai Minna-san, peço para que não considerem isto um ato rude meu. Dou-lhes cinco minutos para que pensem bem em continuar neste caso, não levem em consideração o emprego de vocês em suas agências, este não sofrerá qualquer rebaixamento de salário ou demissão.

Perguntavam-se o motivo por trás daquilo, seria L louco? Muito provável, foi a resposta em que pensaram, imaginavam se toda aquela inteligência fantástica que o mundo fantasiava sobre o melhor detetive do mundo era mesmo autêntica.

Computador L: No entanto, antes que o comecem, devo-lhes alertar sobre os contras, caso resolvam prosseguir comigo neste caso, e o reconsiderem. Em visto que o provável causador dos assassinatos poderiam ser vampiros, pode-se considerar seu próprio poderio pessoal e sua sede por sangue, caso estes seres tenham em mente vingança por quem os quer exterminar, poderiam não hesitar em aniquilá-los caso descubram suas identidades. Pensem em suas famílias e amigos, esse caso exigirá grande parte do tempo de vocês também, não gostaria de prejudicá-los quanto a esses fatores pessoais. - Cessou-se a voz robótica por alguns instantes. - Por favor, pensem.

Daí começaram os cinco minutos, os minutos dos quais poderiam fazer com que a vida de cada um ali pudesse mudar após o término destes.

Realmente seria doloroso não poder ver seus familiares e amigos todos os dias, ou mesmo de vez em quando, esse seria um caso árduo, algo que nunca encontraram na vida, certamente seria um longo processo até que conseguissem exterminar os assassinos, se é que estes realmente existissem. Era muito mais provável que fossem uma organização de seriais killers fanáticos por vampirismo do que próprios vampiros.

Caso o fossem, assim como L disse, poderiam ser mortos facilmente caso descobertos, ou mesmo, assim como nas lendas, se tornarem seres como eles.

Por outro lado, se seguissem L, e conseguissem resolver o caso, poderiam ter o um passado renomado como agentes, os grandes que trabalharam ao lado do grande L na captura de vampiros para salvar a humanidade.

Mas, pensando bem, sua integridade tanto física como psicológica valiam muito mais do que qualquer título ou reconhecimento, até mesmo mais do que o "resto", em outras palavras, o

resto da humanidade, ironicamente, mesmo que o trabalho destes fosse protegê-los, não davam realmente a mínima, seu ego e sua própria salvação eram mais importantes.

Finalmente acabaram os cinco minutos, Watari estalou os dedos novamente, todos se centraram novamente no ponto principal da sala.

Computador L: Cinco minutos não são suficientes para tomar decisões que equivalem a integridade de vidas, mas não temos muito tempo, espero que tenham feito a escolha certa. Os que realmente queiram continuar neste caso, e tenham repensado em todos os riscos que os possam acometer, por favor, permaneçam na sala, quanto aos outros, os quais não pretendem sofrer qualquer dano ou alteração em seus cotidianos, comprometendo tempo ou até mesmo à suas próprias vidas, tratando-se do provável fim destas, se retirem da sala, me assegurei de providenciar que seus empregos não sejam comprometidos.

Após isto, um súbito silêncio se instalou ali, alguns estavam de cabeça baixa, ainda pensando, mesmo que o tempo para fazê-lo houvesse terminado.

Uma jovem mulher se levantou, era a segunda agente a se pronunciar quanto à L, esta seguiu em direção à porta, logo, mais e mais agente se levantavam silenciosamente e se retiravam dalí.

Nos sete minutos que se seguiram, muito mais da metade da sala havia se esvaziado, nesta, que anteriormente possuía cerca de cinquenta agentes, agora só havia dezessete.

Foi esperado mais alguns instantes até que ninguém mais se retirasse da sala, até que seis destes também se retiraram, sobrando onze, incluindo Fugaku e Mikoto.

Watari constatou que ninguém mais sairia, logo se pôs a estalar os dedos novamente, fazendo com que os seguranças trancassem a porta novamente.

Computador L: Não muitos sobraram, mas vocês não se arrependerão de terem permanecido, desculpem eu ter mentido anteriormente, mas eu deveria saber quem realmente era digno de continuar neste caso. Vocês obterão extrema proteção ao ingressarem neste caso.

Os onze restantes permaneciam em extrema concentração na tela, sem desviar um nano centímetro o olhar.

Computador L: Devo esclarecer-lhes os detalhes sobre a investigação, por enquanto, temos poucas coisas em mão mas...Já podemos concluir com tamanha certeza a existência de vampiros. Por mais que possa parecer precipitado, eu próprio montei uma área na qual é estudada a existência de vampiros, e nesta há pelo menos cinco deles sobre nosso domínio, ambos extremamente poderosos. Esta área está localizada no Japão em um território completamente restrito, seu nome é Área 83. Não está em registro de nenhuma nação existente, nem mesmo do Japão, apesar de estar em território japonês.

Todos estavam pasmos com a súbita quantidade de informações esbanjadas por L, mal conseguiam digeri-las direito. Fugaku estava pasmo com tudo aquilo, decidiu que ficaria no caso mas, não imaginava que as coisas já houvessem tomado rumo.

Computador L: Certamente dei-lhes informações demais no momento, mas ainda assim quero que pensem em todas. Não podemos seguir com um bom caso através deste Notebook apenas, daqui a exatamente quatro dias, estejam à frente deste edifício no qual se encontram hoje, à exatamente 08:43 A.M., aparecerão três carros das marcas Toyota, Citroën e Volkswagen, exatamente nesta ordem, por favor, não se enganem, nos dois primeiros carros deverão comportar quatro de vocês em cada, e no último, três. Estes carros os levarão ao local a onde estarei localizado no dia, por favor, não se atrasem.

Todos: H-hai.

Computador L: Isso é tudo por hoje, vejo-os em quatro dias.

Logo que a voz computadorizada parou a transmissão foi cessada, fazendo com que a tela se desligasse instantaneamente. Logo Watari guardou os aparelhos dentro da maleta de couro novamente e a trancou. Fez um gesto cortês, retirando o chapéu e se curvando aos agentes presentes como forma de agradecimento, e se retirou da sala em seguida, assim como os agentes também o fizeram.

Estavam todos muito intrigados ainda com tudo aquilo era muito informação para ser pensar, mas mesmo assim, eram movidos pela excitação que o caso abrangia, juntamente com o clima de mistério.

Fugaku e Mikoto não haviam hesitado em permanecer no caso, apesar de não gostarem da ideia de ficarem ainda mais distantes de Sasuke, era um mal necessário, aquilo também era em pró da segurança de seus amados filhos.

Dalí seguiram para a firma, para relatar a reunião, passarem obviamente, alguns detalhes, havia muita coisa das quais não podiam revelar.

XxXxXx Longe Dalí xXxXxX

A rosada estava deitada solitariamente em sua cama, com o olhar fixo no teto branco de gesso sobre si, naturalmente com o pensamento preso em um certo dono de olhos ônix.

Virou-se para o lado e fitou o antigo radio-relógio sobre o criado mudo, eram exatamente 16:56 P.M., a luz do sol do lado de fora da janela parecia fazer com que toda a rua se acendesse em um dourado quente e acolhedor, fazendo o fim de tarde parecer algo de contos de fadas.

Não para Sakura, definitivamente aquele tipo de cenário só era bonito para casais ao se despedirem após um encontro clichê, fora isso, era apenas algo desagradável que parecia fazer sua pele fria arder.

Não que o sol fosse ofensivo à sua existência, não, nada disso, não era como nas lendas, era apenas algo pessoal, não gostava e pronto.

 Parou de encarar o mundo do lado de fora e se levantou da cama, era melhor ir tomar um banho do que ficar pensando em coisas inúteis como estas.

Despiu-se rapidamente e entrou em baixo d'água fria, deixando com que atingisse seu rosto de olhos fechados.

Lhe veio a imagem de Sasuke à mente, como de costume, isso tinha se tornado frequente pra Sakura.

Isso lhe fazia pensar que deveria agir, toda essa situação com L lhe prejudicou em seu objetivo, caso não tomasse uma posição rápido, poderia simplesmente acabar perdendo Sasuke, definitivamente não queria isso.

Ultimamente não estava frequentando muito à escola, devido sua sede quase insaciável, fazia cerca de dois meses que não se alimentava de um humano, já começava a se preocupar caso o sangue de Sasori não fosse suficiente pra lhe manter a sanidade, não poderia demorar muito para que começasse a atacar pessoas em plena luz do dia.

Mesmo assim, queria ver Sasuke, sentia falta de poder falar com ele, ouvi-lo ... Simplesmente tortuoso.

Talvez pudesse visitá-lo agora, por que não? Algumas horas fora de casa não devem fazer sua sede surgir de repente, assim esperava.

Alterou a temperatura do chuveiro para o quente, precisava de esquentar a sua pele, ou pelo menos parecer com a de alguém vivo. Já que sairia de casa, não queria sofrer o risco de encontrar com alguém conhecido e este notar que sua pele é tão fria quanto a de um cadáver, não, não podia arriscar, não em tempos como estes.

Logo se centrou em fazer com que o sangue que havia ingerido nos últimos dias passasse a correr por suas veias já empoeiradas, com certa "magia" dos vampiros, podiam transformar o sangue em que bebiam em poderes variados ou coisas aleatórias.

Essa técnica de transformação normalmente era usada com sangue humano, o que a tornava completamente eficaz, fazendo com que esta não gastasse demasiadamente a energia de seu utilizador e que durasse no máximo por até três dias.

No entanto, o sangue sendo de outro ser como animais ou até mesmo vampiros, fazia com que durasse apenas por poucas horas, e gastando demasiada energia de seu executor.

ᅠEra uma arte milenar para enganar as presas das quais pretendiam se alimentar, ou mesmo em espionagem, em outras palavras, era algo para que se pudesse infiltrar entre os humanos sem grandes complica￧￵es.

Finalmente terminou de se banhar e desligou o chuveiro, pegou a toalha, enxugou-se nesta e se enrolou, logo seguindo para o quarto.

Qual não lhe foi a surpresa de encontrar determinado ruivo jogado sobre sua cama, observando atentamente a rua, assim como estava a fazer instantes antes.

Sakura: O que faz aqui? - Perguntou sem demonstrar grande surpresa.

Sasori: - Virou o rosto para fitá-la, encarando-a dos pés à cabeça, observando que ela se encontrava apenas de toalha. - Bom, eu passei pra perguntar se estava tudo bem, caso precisasse de mais sangue.

Sakura: Na verdade estou bem. - Disse virando-se e indo em direção ao armário, logo selecionando a peça de roupa que utilizaria. - Estou tentando conter a sede, ou seja, criando um espaço de tempo maior entre as manifestações.

Sasori: Isto é muito perigoso, você sabe disso, ainda mais para alguém como você. - Disse levantando-se e se aproximando da garota já sem toalha que expunha sua completa nudez de costas para o garoto.

Sakura: Eu sei, mas preciso tentar.

A rosada pegou uma calça jeans preta com rasgos por todo o comprimento das pernas e a vestiu.

Antes que pudesse escolher a blusa o Akasuna a enlaçou por trás com certa gentileza.

Sasori: Você está quente, vai à algum lugar?

Sakura: Sim, vou encontrar Sasuke. - Logo separou-se do abraço e vestiu uma blusa branca de mangas curtas, que fazia um decote V, destacando certas coisas ali, o que não passou despercebido pelo ruivo.

Sasori: Pena que não poderei te aproveitar. Tem certeza de que não precisa de sangue?

Sakura: Hai. Se quiser ficar aqui eu não me importo, apenas não bagunce a casa.

Sasori: All right, aceitarei o convite. - Disse se afastando para trás e se jogando sobre a cama despreocupadamente.

Sakura: Até.

Sasori: Até.

XxXxXx Perto Dalí xXxXxX

Beatrice: S-Sasuke-kun, você ainda ser tão desajeitado. - Disse tentando soprar o café quente que havia caído em sua roupa.

Sasuke havia derrubado parte da xícara de café que havia preparado sobre a Laforet ao tentar servi-la, realmente, muito desastrado, sentia certo remorso interno no momento, e um rubor na face.

Sasuke: Gomen nasai Beatrice, certamente esta muito quente. Não há como limpar isso apenas com um pano, sugiro que tome um banho, e eu lhe empreste uma roupa até eu lavar isso e secar.

Beatrice: Oui, aceitarei sua sugestão, apenas porque ser muito desconfortante ficar em trajes molhados desta forma. - Disse com certo rubor na face. - Não estava nos meus planos tomar banho na sua casa no primeiro dia em que nos vemos depois de tanto tempo.

Sasuke: Gomen. - Disse ainda mais constrangido, em um tom um tanto quanto seco devido ao seu orgulho de não gostar de insistir em perdões, não combinava com seu jeito.

Assim foi feito, Beatrice entrou no banheiro e despiu-se, entregando o vestido pela fresta em que abriu na porta para Sasuke. O mesmo não tardou em lavar o vestido e colocar para secá-lo, não demorou mais do que cinco minutos.

Mas não se podia dizer o mesmo quanto ao banho de Beatrice, costumeiramente, seria um banho demorado, assim como segue o costume da maioria das mulheres.

Enquanto aguardava, Sasuke se sentou no sofá da sala, inclinando a cabeça de olhos fechados, relembrou-se dos seus tempos de escola com Beatrice, e o dia mais doloroso de sua vida.

XxXxXx Flash Back On xXxXxX

Beatrice: O-onegai ... N-non me machuquem. - Disse já serrando os olhos, preparada para o soco.

Um bando de crianças um pouco mais velhas rodeavam Beatrice. Todas as outras crianças do parquinho haviam fugido logo após a chegada destes, apenas a Laforet não o havia feito, pois estava distraída demais no balanço com os olhos fechados, cantarolando uma música.

O garoto gordinho que parecia assumir a liderança do grupo se aproximou da pequena garota amedrontada, chutando areia no rosto desta pelo menos três vezes, deixando esta com ainda mais temos de abrir os olhos. O garoto era conhecido por Hunter, mesmo que este não fosse seu nome verdadeiro.

Hunter: Você é patética sua francesinha estúpida, o que está fazendo neste país? Se quer serve para aprender a falar japonês corretamente. Uma completa inútil. - Disse arrancando risadas dos outros garotos que se divertiam com a humilhação.

Ainda com os olhos fechados, saiam lágrimas em excesso dos olhos de Beatrice, estava com a cabeça baixa, sentada entre as pernas dobradas, apertava a areia entre as mãos com força, para reprimir a vontade de gritar de medo.

Hunter: Você não merece estar neste país, devia simplesmente morrer. - Disse preparando o punho para desferir um soco na face da garota.

Até que, algo inesperado aconteceu, Hunter foi surpreendido com um soco violento do lado direito de seu rosto. Antes que pudesse verificar quem fora o autor, já havia ido de encontro ao chão, fazendo com que seu rosto fosse parcialmente enterrado na areia e esta entrasse em seus olhos.

Hunter: Desgraçado, olha o que você fez. - Disse levantando-se e esfregando os olhos, na tentativa de parar a ardência nos olhos.

Beatrice ouviu as lamúrias de Hunter, imaginando o que havia acontecido. Havia imaginado que o barulho do soco em que ouvira houvesse sido disferido em si, mas não o sentira. Lentamente abriu os olhos, encarando a figura salvadora em trajes negros.

Beatrice: S-Sasuke-kun. - Disse com a expressão surpresa.

Parecia encantador com aquela feição determinada e zangada, vestia uma blusa de manga comprida preta com o símbolo Uchiha nas costas, como de costume, e com uma bermuda branca. Segurava um cano de ferro na mão esquerda, encarando Hunter jogado no chão.

Os outros garotos de pé tentaram atacar Sasuke, este foi mais rápido com o cano, atingindo cada um deles, as aulas de artes marciais lhe foram úteis.

Enquanto o Uchiha batia nos outros garotos, Hunter se levantava e preparava-se para arremessar a maior pedra em que havia encontrado na cabeça do moreno em quanto estava distraído.

Assim o fez, antes que a pedra pudesse atingir a nuca do garoto, Beatrice surgiu na frente com os braços estendidos em forma de proteção, a pedra lhe atingiu diretamente a testa, fazendo com que esta soltasse um gemido de dor e caísse no chão, o ferimento começava a sangrar demasiadamente, fazendo com que o sangue escorresse pelo rosto da garota.

Sasuke havia terminado de derrubar os outros garotos e ouviu o gemido de dor da Laforet, se virando de costas.

Hunter estava com uma feição de apavorado por não ter acertado o seu alvo, e sim a pessoa errada. Sasuke observou isso e viu Beatrice de cabeça baixa, aparentemente com as mãos na testa estacando o ferimento, viu a pedra na frente desta, e as gotas vermelhas que atingiam a areia, entendendo o que acontecera.

Não pode conter o seu ódio, correu para cima de Hunter, acertando o cano bem em seu estômago, fazendo com que este cuspisse sangue e caísse no chão.

Logo subiu em cima deste e soltou o cano, começando a soca-lo incansavelmente, começava a descontar toda a raiva que passou a sentir por não conseguir proteger sua amada, fora um inútil.

Beatrice: - Levantou a cabeça ainda um pouco zonza, vendo a cena do rosto de Hunter completamente ensanguentado e Sasuke sobre ele, socando-o ininterruptamente. Sabia que Hunter morreria caso isso continuasse. - S-Sasuke ... -Falava com dificuldades. - Sasuke .. Sasukeeeee. - Gritou finalmente, com as forças que lhe restavam.

O garoto parecia simplesmente não ouvi-la gritando, era como se estivesse hipnotizado pelo ódio.

Juntou todas as forças que ainda lhe restavam e se arrastou até Sasuke, tendo que tirar as mãos do ferimento, que ainda sangrava demasiadamente.

O Uchiha sentiu algo lhe envolver por trás subitamente, prendendo parte dos movimentos de seu braço, parando o movimento robótico que mantinha instantes antes sobre Hunter.

Sentiu o cheiro doce embriagante que ela tinha, era sua amada abraçando-o, isso o fez despertar para a realidade. Sentiu as mãos quentes dela sobre seu peito já ofegante, ensanguentadas, ouviu os gemidos em meio ao choro dela. Aquilo o fez se sentir culpado.

Hunter estava inconsciente no chão, e assim permaneceria, Sasuke não estava disposto a ajudá-lo, queria apenas ter conseguido salvar sua amada.

Tentou levantar-se, fazendo com que Beatrice soltasse os abraço que o envolvia. Assim que o Uchiha levantou, silenciosamente andou até o lado de Beatrice e se agachou de costas para esta, como se dissesse para o subir em si, assim ela o fez.

Apesar de ambos terem apenas oito anos, Sasuke era um pouco maior do que a Laforet, e consequentemente mais forte.

Andou até um bosque que havia ali perto e colocou Beatrice sentada sob um grande pinheiro, notando que esta estava trêmula e ainda sangrava, arrancou um pedaço de sua bermuda, e o fez parece uma faixa, enrolou em volta da cabeça da menina e amarrou, na tentativa de estacar o sangramento.

Ao terminar os primeiros cuidados sentou-se ao lado desta, fazendo com que a mesma deitasse em seu colo, não demorou muito para que começasse a apresentar sinais de sonolência.

Sasuke: Gomen Nasai, Beatrice-chan, não consegui te proteger. - Disse com o olhar culpado, acariciando os cabelos castanhos da menina em seu colo.

Beatrice: Hunhun, daijobu Sasuke-kun, eu consegui te proteger, e além do mais, se você non estar lá, certamente eu apanharia. - Disse com um sorriso meigo, parecia acolhedor para Sasuke, e até demais pro seu gosto. - Fico feliz de ter alguém tão forte quanto você ao meu lado. Merci Sasuke.

Um silêncio pertubador se instalou ali, alguns segundos depois do breve diálogo entre as crianças, a pequena Laforet adormeceu no colo do moreno.

Sasuke mantinha um olhar distante, encarava as árvores do bosque ao redor deles, mas sem realmente prestar atenção nestas, ainda sentia a culpa lhe corroer, mesmo que Beatrice houvesse dito que estava tudo bem.

Passou os olhos pelo ferimento na testa da menina, a faixa provisória já expunha o sangue do ferimento. A mão direita que acariciava as madeixas castanhas foi até o rosto da pequena, encontrando-se agora na bochecha desta, roçou de leve o dedão sobre o ferimento, podendo ver como resultado uma súbita expressão de dor no rosto adormecido da garota.

Era isso, ele era um fracassado, pelo menos era como ele se sentia no momento, parecia algo bobo, mas não pra ele, não ter conseguido proteger aquela que ele amava lhe era imperdoável.

Voltou a contemplar o ser em seu colo, apreciando a beleza incomum da pequena, afastou alguns fios da franja que caiam-lhe sobre os olhos fechados, e voltando a acariciar o rosto da Laforet, a pele era incrivelmente aveludada, a palidez do restante do rosto parecia se chocar com o leve rosado das bochechas.

Era realmente como uma boneca, a boneca mais perfeita que havia visto em sua vida, e esta não era articulável e imóvel, era repleta de vida, sua personalidade era o que se via em sua aparência: Meiga, dócil e gentil.

Era como se não pudesse encontrar defeitos nela, porém, aquele ferimento lhe parecia uma rachadura, sentia como se fosse algo irreversível á tanta perfeição, mesmo sabendo que cicatrizaria, sabia que era sua culpa.

Finalmente adormeceu com aqueles pensamentos lhe rondando a cabeça, ainda com a mão nos cabelos de Batrice.

Muitos minutos se passaram, ambos dormiam profundamente, tão serenamente que parecia um pecado acordá-los.

Algumas horas se passaram, já passava das 15:00 P.M., o sol parecia reinar majestosamente o céu, fazendo que se formasse uma sombra no local em que as crianças estavam, quebrada apenas por alguns filetes de luz que insistiam em penetrar por entre os galhos e folhas da árvore em plena primavera.

ᅠO gramado levemente denso parecia ganhar vida juntamente com as flores que ali nasciam ao vento, o dourado que o sol fazia deixava tudo perfeito.

Assim Sasuke acordou, contemplando esta visão, era realmente linda, o aroma das flores lhe era embriagante, até que ... Finalmente sentiu falta de algo, ou melhor, alguém, Beatrice não estava mais em seu colo.

Olhou desesperado ao seu redor, até que a avistou agachada em meio ás flores, fazendo um pequeno buquê em suas mãos com estas.

Logo mirou o olhar em si, notando o despertar do moreno, pegou as ultimas flores, terminando o arranjo e se encaminhou em sua direção.

Ao chegar fronte ao Uchiha, agachou-se á sua altura e lhe estendeu o humilde arranjo, notava-se os arranhões nas pequenas mãos, provavelmente ao tentar obter as melhores flores.

Beatrice: Aqui está Sasuke-kun, não é exatamente como eu querer te agradecer mas, no momento, esse ser o melhor que posso fazer por você ter me salvado.

Sasuke: Não seja boba, se eu realmente tivesse conseguido te salvar, você não estaria com um pedaço da minha bermuda enfaixado na sua testa. - Disse pegando as flores e admirando o cuidado com que foram arranjadas.

Beatrice: Você me poupar de uma surra ainda maior, se não fosse por você, certamente eu estar inconsciente agora de tanto apanhar. - Dizia isso com um sorriso descontraído no rosto, era como se aquela Laforet trêmula e assustada nunca tivesse estado ali. Logo sentou-se ao lado do garoto envergonhado.

Sasuke mantinha o olhar no arranjo de flores, poucas vezes desviado à caçula dos Laforet que contemplava o campo de primavera com um sorriso meigo no rosto, apenas ouviam o som dos pássaros, enquanto uma brisa lhes agitava os cabelos.

Sasuke: Ne, Beatrice! - Chamou-a com as bochechas rubras, tentando não fazer contato visual, apenas ocasionalmente.

Beatrice: Hm!? - Fitou-o inocentemente, como ela era linda.

Sasuke retirou a mais bela flor do arranjo, possuía um lilás encantador, juntamente com pequenas manchas brancas em suas pétalas, não sabia o nome desta espécie, sabia apenas que era linda, e estava no centro da pequena porção de flores. Esticou o braço até a garota, ajeitou seus cabelos atrás da orelha esquerda, e a colocou ali.

Sasuke: Perfeita. - Disse agora com um sorriso, contemplando algo que parecia o resultado final de um grande artista.

A menina corou instantaneamente ao pronunciar da palavra dirigida à si, desviando o olhar para o chão.

Beatrice: A-arigatou!

Logo o moreno deitou-se no chão, não demorou a ser imitado pela menina, ambos admiravam agora as nuvens que pareciam se colorir ao entardecer.

Passaram um tempo assim, em um silêncio desconcertante entre si, algo como um clima de hesitação pessoal parecia reinar ali.

Assim, ainda que a coragem parecesse lhe esvair o coração, o Uchiha aproximou a mão da de Beatrice, e como se fosse um grande desafio, segurou-a, surpreendendo a Laforet.

Esta não deixou o ato passar em branco, apertou a mão de Sasuke, como se não quisesse que aquele laço nunca fosse desfeito.

Permaneceram assim por alguns muitos instantes, naquela paisagem comum, porém, especial, simplesmente por que podiam estar juntos.

O fato de sentirem o calor das mãos um do outro já era o suficiente para que se esquecessem de todo o resto do mundo, parecia que ali, a existência de cada um já era o que precisavam para acabar com qualquer medo ou temor, exceto o de se separarem.

Beatrice: Ne, Sasuke-kun, posso lhe dar algo? - Perguntou rubra agora, sentando-se.

Sasuke: Hai. - Disse um pouco confuso com a súbita pergunta.

Não aventurou-se a encará-lo dessa vez, após a resposta ficou ainda mais rubra. Fechou os olhos e soltou um suspiro longo, parecendo tomar coragem para algo.

Ainda sem abri-los, inclinou-se na direção do menino e encostou os lábios nos dele. Este mantinha os olhos arregalados, parecendo que saltariam das órbitas pela eventual e inesperada surpresa.

Aquilo o pegou de surpresa, definitivamente nunca lhe fora esperado um beijo de sua amada Beatrice Laforet. Apenas estar apaixonado por ela e poder permanecer ao seu lado já lhe era o suficiente.

Mas aquele mero tocar de lábios parecia ter despertado algo ainda mais intenso do que paixão em seu peito, talvez, amor.

Seu coração estava acelerado, devido à surpresa, mal conseguiu corresponder ao beijo.

Era demorado e intenso, inocente e puro, o mundo pareceu ter parado naquele momento para contemplar aquele amor incomum entre duas crianças.

Os pensamentos de ambos haviam se cessado por alguns instantes, Sasuke finalmente fechou os olhos, e sentiu os lábios macios da menina sobre o seus.

Após longos dezessete segundos que pareceram uma agradável eternidade, Beatrice retraiu-se subitamente, separando-se do beijo, e logo fitando outro canto, terrivelmente rubra pelo seu ato impensado.

Sasuke também se sentou, fitando-a agora, não era como se esperasse uma explicação ou algo do tipo, não era preciso, apenas parecia tomar coragem para falar algo, coragem para expor o sentimento que há tanto guardava só para si.

Beatrice: Gomen nasai. - Disse com certo pesar pela culpa interna ao pensar ter importunado o garoto.

Sasuke abaixou o olhar, fazendo com que sua franja produzisse uma sombra em seus olhos.

De súbito abraçou a menina, afundando o rosto no ombro desta. Fora pega de surpresa pelo ato do Uchiha.

Sasuke: Beatrice Laforet.... -Fez uma grande pausa.

Beatrice: ....

Sasuke: Aishiteru! - Finalmente disse o que reprimia há tanto.

Os olhos da menina se arregalaram, havia acabado de ouvir as palavras que esperava ouvir há tanto tempo de seu amado.

Levou as mãos às costas do Uchiha, correspondendo ao abraço, apertava com força o tecido negro da blusa do garoto.

Beatrice: Eu também te amo, Sasuke Uchiha. - Fechou os olhos com uma enorme sensação de alívio por ter dito aquilo.

Após as declarações e demonstrações carinhosas de amor entre as duas crianças, Sasuke se propôs a acompanhar Beatrice até em casa, havia notado o entardecer, logo a noite cairia sobre a cidade e os pais de Beatrice já deviam estar preocupados com esta.

Obviamente, o "acompanhar" de Sasuke não podia ser apenas caminhas ao lado da Laforet, agachou-se como sinal para que esta subisse, assim o fez.

Beatrice: Ne, Sasuke-kun ... Eu posso andar, certamente você ficar cansado, eu ser pesada. - Disse com uma expressão de preocupação com o garoto após certa parte do caminho.

Sasuke: Me recuso a deixar esta bela dama "enferma" caminhar em minha companhia. - Disse cheio de si. - E você é mais leve do que imagina.

Assim continuaram todo o percurso, com discursões bobas e sorrisos de forma igual. Até chegarem à rua da casa dos Laforet.

Em frente a grande casa, via-se um pequeno alvoroço, os pais de Beatrice discutiam com dois policiais que aparentemente haviam acabado de sair de uma viatura estacionada à fronte da mansão.

Assim que se aproximaram, foram abordados pela mulher elegante de cabelos castanhos escuros juntados em um rabo no alto da cabeça: A Sra. Laforet, Claire. Parecia emanar ódio e desespero.

Claire: Beatrice Laforet, comment osez prendre à la fois sur la rue jusqu'à ce que le temps? Surtout avec cette Uchiha, vous savez que nous ne voulons pas que vous participez avec eux.

(Nota de Tradução: Como ousa demorar-se tanto na rua até essa hora? Ainda mais com esse Uchiha, já sabe que não queremos você envolvida com eles.)

Beatrice: Mas, maman-

Claire: Oh, qu'est-ce que ma fille, sa tête saigne? - Berrou em tom de desespero, com as mãos à boca. - Aposto que ter sido este verme insolente, como ousas machucar minha filha?

(Nota de Tradução: Oh, o que é isso minha filha, sua cabeça, está sangrando?)

Sasuke não havia entendido metade do que ela havia falado em francês para Beatrice, certamente não era algo bom, pode concluir mais ou menos o que se tratava com a última frase proferida em seu idioma.

Beatrice: Não diga asneiras maman, você não saber o que se passou, Sasuke me salvar de ser espancada.

Sasuke: Desculpe-me senhorita Claire, realmente não pude evitar este machucado na testa de Beatrice, admito que foi minha culpa não tê-la protegido por inteiro. - Disse contendo-se com a cabeça baixa.

Em seguida o Sr. Laforet aproximou-se da agitação, Edgar, um homem alto e másculo, ainda com ar jovial e belo, apesar de emanar um ar de classe superior, o que causava repulsa em Sasuke.

Edgar: Isso não importa mais, cumpriu seu dever ao defendê-la, já foi mais do que o suficiente, agradecemos, agora, retire-se, sabes que não gostamos dos Uchiha. Já não é suficiente que nossa filha mais velha, minha amada Margareth, tinha fugido com aquele Itachi, não irão tomar-nos nossa filha mais nova também.

Sasuke não teve a oportunidade de abrir a boca para pronunciar-se, o ódio que sentia pelas referencias à seu irmão, "aquele Itachi", já era demais.

Edgar: Céus, mas que desgraça foi ter vindo ao Japão a trabalho e ter deixado com que minha família se misturasse a estes vermes, antes tivessem ficado na França.

Beatrice: Arrêter l'insulter, papa!

(Nota de Tradução: Pare de insultá-lo, papai!)

Claire: Afaste-se dele, chérie, voltaremos amanhã à nossa amada França, non mais teremos que defrontar com estas pestes! - Disse por fim puxando Beatrice pelo braço.

Tanto Sasuke quanto a pequena Laforet não puderam conter a surpresa ao ouvirem tais palavras. Enquanto ainda era arrastada por sua mãe, olhava para trás, encarando a imagem desolada de Sasuke, ambos com olhos já marejados.

Edgar: Bom, messieurs - Disse dirigindo-se aos policias que ali estavam ainda a assistir toda a cena. - Creio que podem retirar-se, obrigada pelos serviços prestados, mas nossa filha já retornou, merci! - Assim retiraram-se.

Sasuke ainda observava pasmo sua amada sendo arrastada para longe de si, quando esta estava preste a ser empurrada para dentro da casa, ouviu um grito estridente e magoado desta:

Beatrice: SASUKEEE!

Estava sem reação, queria ir lá e arrancá-la daquela casa, mas não o fez, nada disse. Apenas encarava a porta pela qual ela havia acabado de passar.

Edgar: O que ainda faz aqui? Ande logo, vá para casa, você nunca mais a verá. - Disse virando-se para si, e em seguida, adentrando à casa também.

Sasuke caiu de joelhos na calçada, havia acabado de perder sua amada para sempre, não, na verdade, esta nunca lhe pertencera de verdade, apenas a teve ao seu lado por breves instantes.

Não demorou para que o céu se fechasse e uma chuva começasse a cair, fria e dolorosa. Para onde havia ido aquele céu majestoso que presenciara o selamento de seu amor por sua amada? Bom, agora, ele era só uma memória nostálgica encharcada de sua dor agora, uma memória, que aos poucos irá se desbotar em sua mente, e por fim em seu coração, era o que esperava.

Permaneceu ali de joelhos, chorando em plena chuva por algumas horas, até finalmente se dar conta, e ir embora, praguejando o dia que que se apaixonara, não queria amar novamente nunca mais.

XxXxXx Flash Back Off xXxXxX

Lá estava ele, lembrando-se daquele dia novamente, mal podia acreditar que ela estava ali em sua casa agora.

Sentiu algo remexer-se em seu ombro, abriu os olhos, era Beatrice sentada ao seu lado com a cabeça reclinada em seu ombro, assistia à TV entretida.

Sasuke: B-Beatrice? - Disse surpreso.

Beatrice: - Ao ouvir a voz pesada de Sasuke, afastou-se em um segundo, com as bochechas coradas. - G-g-g-gomen! Eu non querer te acordar! - Disse desviando o olhar para diversos pontos na sala.

Ao passar um olhar mais analítico na garota, notou que esta estava com um camiseta masculina larga no corpo, ia mais ou menos até o meio das coxas, era sua camisa!

Sasuke: - Corou instantaneamente. - Beatrice, por que está vestindo isso?

Beatrice: B-bem, eu te chamar algumas vezes do banheiro para que me entregasse minha vestido mas, notei que havia adormecido, eu non querer te incomodar, então vesti esta blusa que julguei ser sua que estava jogada no banheiro. - Corou ainda mais ao explicar a situação em que se encontrava.

Sasuke: T-tudo bem então. - Não podia esconder seu rosto rubro, era vergonhoso demais, aquela roupa havia caído muito bem nela, com os cabelos úmidos e as bochechas rosadas ela estava tão ... sexy!

Permaneceram em silêncio por alguns instantes, fitando pontos aleatórios no chão sem coragem de se encarar, o clima tenso de constrangimento pesava na sala.

Subitamente a porta de entrada abriu-se violentamente, viu-se uma cabeleira rosa balançando ao vento, era a Haruno, havia esquecido-se desta.

Sakura: Sasu-

Calou-se ao notar o que se passava na sala, Sasuke no sofá com um garota sentada ao seu lado apenas com um camisão e ... sem calça ou short, ambos corados.

Sakura: Quem é essa garota? - Disse seriamente.

 

 

 

Continua...


Notas Finais


Ignorem os erros de português nas falas de Beatrice, é obviamente proposital de acordo com o sotaque.
Espero ter deixado um gosto de quero-mais, o que se sucederá com essa surpresa que Sakura teve? Ela ainda permanecerá próxima de Sasuke? Ou teria ele definitivamente decidido voltar para o seu primeiro e único amor, dispensando de vez a rosada?
Seria esta uma fanfiction sem um final feliz?
Não percam as respostas no prolongar da história!

Au Revoir ..


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