História Ojesed - Drarry fanfic - I do miss him?

Os acontecimentos na floresta proibida já faziam pelo menos um mês, e desde então, Malfoy vinha ignorando a existência de Potter. Ele simplesmente não enche mais o saco do trio de ouro; passa reto quando vê os três no corredor, algo que era para ser bom, na verdade ótimo, mas não estava sendo, pelo menos para Harry.

Potter por acaso sentia que o buraco em seu coração tinha aumentando ainda mais, mas tentava não se importar muito. Ele tinha que admitir, os seus dias tornaram-se mais entediantes e cinzas, sem o loiro para lhe infernizar. Droga; sentia tanta falta, assim, de Malfoy?

O único momento em que os dois ficavam por mais de cinco minutos no mesmo ambiente era a sala de poções. Lá Harry podia olhar para o loiro disfarçadamente, enquanto tentava saber o que se passava na cabeça do mesmo. Mas era quase impossível, pelo menos sem Legilimência; principalmente com Malfoy sendo um sonserino de merda, que esconde as suas emoções por baixo da porra de uma máscara de indiferença.

Mas espera, quando foi que Harry notou que o loiro usa, constantemente, uma máscara para esconder as suas emoções do mundo e de si mesmo? 

— Ah, não é ótimo que o Malfoy tenha finalmente parado de nos atormentar? — Mione comentou após o mesmo passar por eles em um corredor, enquanto iam para a aula de transfiguração. — Acho que ele se deu conta que estava sendo infantil.

— É, é ótimo — Harry murmurou em resposta.

Potter só não entendia o porquê. Bem, até entendia; mas tinha certeza que o orgulho sonserino não se deixaria intimidar tão facilmente só por causa daquilo. Talvez Malfoy só esteja tirando um tempo para pensar, assim como Harry fez. Ou ainda só esteja envergonhado demais para sequer olhar para o moreno.

Ao longo dos dias, parecia que Harry estava cada vez mais obcecado pelo loiro. Não importa onde estivesse, tinha sem um momento em que pensava em Malfoy; e nem mesmo o quadribol lhe distraira o suficiente para não pensar nele, ou na porcaria da cena que os dois viram na floresta proibida. E o pior: sempre que pensa nos dois se beijando, ou no loiro, fica terrivelmente envergonhado.

— Oi Gina — ele a cumprimentou enquanto sentava ao seu lado na mesa da Grifinória.

— Qual é a crise dessa vez? — ela perguntou, terminando de engolir o pedaço de frango. — Sexual, romântica ou existencial? Chuto sexual.

— Como é que você tem tanta certeza de que é alguma crise?

— Hmm, vamos ver… por quais outros motivos você viria procurar a sua amiga, que também é sua ex-namorada e é assumidamente bissexual?

— É, você está meio certa nisso — ele admitiu.

— Agora me conta as novidades. O porquê de vir me procurar e o porquê de estar tão vermelho.

— Eu estou vermelho? Deve ser o calor — mentiu descaradamente. — O fato é que…

— “Calor” — Gina repete, interrompendo-o — Como é que pode estar calor em pleno Dezembro, Harry Potter? 

— Eu… eu não sei. Simplesmente estou com calor.

— Aposto um galeão que você estava pagando punheta ‘pro Malfoy. — ela sussurrou, rindo baixo.

— O... o que? Gina! — Potter respondeu, ficando ainda mais vermelho — Onde caralhos você aprendeu essas coisas? Oh meu Merlin… Ron vai nos matar se souber dessa conversa.

— Gaguejou, perdeu o argumento — Gina disse, fazendo o moreno ficar ainda mais envergonhado e irritado. — Desculpe, brincadeira. Respondendo a sua pergunta: é vivendo e aprendendo. E relaxe, o que for dito aqui, vai permanecer aqui.

Ela sacou a varinha do bolso das vestes e lançou o feitiço Abaffiato.

— E então, quais são as novas?

— Eu não consigo parar de pensar nele. — Potter falou rápido demais.

— O quê? — ela perguntou, realmente não entendo nada que o moreno havia dito.

— Eu não consigo parar de pensar nele. No Malfoy. — falou novamente — Ele parou de encher o meu saco e agora eu não consigo parar de pensar nele. Ah merda. Qual é a porra do meu problema? É como se… sei lá, o buraco que eu tenho no meu coração tivesse aumentado.

— Eu acho que isso se chama saudade. — a ruiva respondeu, colocando uma batatinha na boca — Você está com saudades do Malfoy. Quem diria.

— Você acha que é isso?

— Sim, e os motivos são óbvios. Meio que Malfoy foi a única coisa que não mudou depois da guerra. Bem, ele não chamou mais a Mione de sangue-ruim, nem implicou com o fato de você ser mestiço. Ele só continua implicando… e eu acho que já entendi o porquê. Faz sentido se você parar para pensar.

— O que? — Harry questionou, confuso.

— Deixa 'pra lá. O fato é que: você, Harry Potter, está com saudade de Draco Malfoy.

— Não estou com saudades dele.

— Eu não posso afirmar, mas acho que está sim.

— Vai a merda, Gina. Daqui a pouco você diz que eu estou apaixonado por ele. — Potter bufou.

— Sabe, eu ia falar isso agora.

— Eu desisto de você. — ele falou, levantando-se da mesa e começando a andar em direção às portas do salão.

— Também te amo! — Gina gritou.

Ok, Harry não estava apaixonado por Draco. Mas estava meio obcecado. É, talvez. 

•~•

Era sábado. O sábado antes das férias de natal. Draco ainda não ousara chegar perto do trio de ouro; e olha que eles ficaram de detenção no final de outubro. 

E Harry ainda nem chegara a contar nem para Mione, muito menos para Ron, sobre o ocorrido. Mione não iria parar quieta, e Ron iria surtar por, provavelmente, um mês. Ele estava muito bem só conversando com Gina, embora ela não parasse de dizer que ele estava apaixonado. 

— Tenho um babado. — ela falou, na segunda-feira.

— O que é? — Harry perguntou, distraído.

— Beijei a Luna. 

— Quê? 

— Beijei a Luna — repetiu —, ela saiu logo depois, toda vermelhinha. Foi fofo.

— Nossa; pede ela em namoro. — ele falou, sorrindo.

— Só se você assumir que está apaixonado pelo Draco e beijar ele. Aí sim eu penso sobre esse lance de namoro. 

— Ginevra Weasley! — Harry exclamou, um rubor vermelho subiu rapidamente do seu pescoço até seu rosto.

— Eu não vou parar até você dizer que está. 

— Nesse ritmo, até Hermione e Ron irão ficar sabendo. — ele falou, ainda bastante vermelho.

— Sabe, não é uma má ideia. 

Harry já estava começando a se arrepender de ter falado para Gina. Ela não o deixava mais em paz. Tinha quase certeza de que ela estava até planejando algo. 

Outra pessoa que tinha a "certeza" de que um certo alguém estava tramando alguma coisa, era Ron.

— Ah, qual é! — ele exclamou, após Harry negar suas teorias — Então me explica o porquê dele ter deixado de mexer com a gente! É óbvio que ele está tramando algo!

Harry engoliu a sua imensa vontade de dizer para Ron enfiar esse "tramando algo" no seu-

Espera, quando foi que Harry começou a defender Malfoy? Óbvio que ele media suas palavras com seus amigos, mas por que tinha esses pensamentos? Aquilo estava começando a ficar estranho.

Balançou a cabeça de um lado para o outro, enquanto andava pensativo ao lado de Hermione e Ron.

— Harry! — Hermione o chamou pela milésima vez — Por Merlin, você está no mundo da lua?

— Desculpe, estava pensando em... algo. O que você estava dizendo?

— Estava perguntando se você vai passar o Natal na Toca, aqui ou com o Sirius e o Lupin.

— Com os padrinhos, não? — questionou. — Mas acho que vamos para a Toca em algum momento. Por que?

— Ah, certo. Por nada, só para saber mesmo — ela respondeu, voltando sua atenção para o livro que lia.

Os três continuaram andando normalmente pelo corredor. Harry ainda perdido em pensamentos, sem se importar muito com Ron ao seu lado, comentando sobre quadribol.

Afinal, por que estava pensando tanto naquilo? Por que estava pensando tanto em Draco? E por que tinha visto ele e o loiro se beijando? Afinal, Harry Potter estava mesmo apaixonado por Draco Malfoy? Ou era só coisa da sua cabeça, misturado com as paranóias de Gina?

Ouviu algo atrás de si. Interrompeu os pensamentos para olhar. Virou a cabeça ao mesmo tempo que Ron e Hermione, vendo Gina andar apressada até eles.

— Oi gente — ela falou, espremendo-se entre Mione e Harry. — Vocês estão indo para o jardim?

Potter estranhou imediatamente. Ela estava inocente demais para o gosto dele. Mas ignorou; talvez devesse ser só a sua impressão.

— Estamos, Gina — Ron respondeu.

— Ótimo, vou com vocês. — ela falou, sorrindo.

Mas, se ele realmente estava apaixonado por Draco – Harry voltou a pensar consigo mesmo –, o que caralhos tinha chamado a sua atenção para o loiro?

Será que foi aquele cabelo loiro? Sempre fora meio óbvio que não é real. É branco demais para ser natural. Mas é bonito. Também tem os olhos azuis acinzentados…

Balançou a cabeça de novo, credo. Parecia que não conseguia parar de pensar em Draco. Mas realmente, ele não consegue.

Outro barulho mais a frente chamou sua atenção. Levantou minimamente a cabeça, apenas para ver Draco caminhando, ao longe no corredor, descontraído. Harry, por muito pouco, não parou bruscamente de andar. Continuou caminhando lentamente, apenas observando o loiro. Notou, já fazia meses, que quando não estava usando o uniforme da escola, simplesmente estava usando preto. Ele aparentemente estava conversando com alguém que Potter não tinha visto antes. Se surpreendeu ao ver ninguém mais, ninguém menos do que Luna Lovegood.

Eles eram amigos? Desde quando?

Harry continuou encarando os dois, enquanto andava lentamente. Aparentemente, nem Mione, nem Ron, haviam notado os dois ali. Apenas ele e Gina pareceram terem percebido-os, afinal, ela também encarava os dois. Estranho. Estreitou os olhos para Gina; ela havia planejando algo? Seria bem a cara de Gina Weasley. Malfoy virou o rosto para eles, provavelmente ouvindo o faladeiro de Ron. (Agora ele estava conversando com o vento, literalmente)

Draco congelou ao ver quem era. Seu rosto em um quase pânico. Olhou assustado para Luna, que retribuiu com um sorrisinho. 

— Luna! — Gina exclamou, chamando a atenção de Ron e Mione para frente. Agora os três haviam parado e estavam encarando Malfoy ao lado de Luna  — Tudo bem com você, pudim? Alguma novidade?

— Olá Gina. — respondeu sorrindo, os brincos de rabanete balançando em suas orelhas. — Tudo sim, e com você? Nenhuma novidade por enquanto, só, você sabe.

— Sei sim, sei sim — a ruiva falou rindo — Você e Malfoy são amigos? Desde quando?

— Ah, sim, somos amigos. Não amigos próximos, mas somos. Eu acho que desde o começo desse ano. 

— Ah, legal. 

Draco estava com a cabeça baixa, como se não conseguisse nem mesmo olhar para cima. Ron e Hermione continuaram quietos, apenas observando.

— Ah, oi Harry, Hermione, Ron. — Luna os cumprimentou. — Como vão?

— Oi Luna, vamos bem, obrigado — Harry respondeu.

Hermione a cumprimentou com um aceno de cabeça e Ron sorriu, enquanto acenava para ela.

Gina caminhou, sorrindo ironicamente, até o moreno, passando um dos braços para trás dele; em seguida, começou a empurrá-lo para frente. Ela estava tramando alguma coisa, certeza.

— Vem aqui rapidinho, Harry — ela falou, ainda arrastando-o para frente.

— O que você está fazendo? — o moreno murmurou.

— Ah, nada demais, só… Luna! — exclamou no meio da frase, fazendo Harry levar um susto.

De primeira, Potter pensou que Luna havia se machucado ou algo parecido. Talvez tenha caído. Porém, não entendeu mais nada quando se sentiu empurrado para o lado. 

Sentiu-se bater de costas contra algo, provavelmente era a parede. Estava prestes a perguntar o que havia acontecido, quando outra pessoa foi jogada em cima de si. Não conseguiu ver quem era por que foi rápido demais.

— Até mais, beijinhos, não se matem — Gina falou, acenando enquanto sorria. Em seguida fechou a porta, dando fim a luz daquele lugar.

Espera uma porta? Ele estava em um armário? Por que caralhos Gina havia chutado-o para dentro de um armário? Harry assustou-se quando a pessoa a sua frente se ergueu. Tinha até esquecido que fora jogado lá dentro com outra pessoa. E o pior: não dava para ver quem era por conta da escuridão completa.

— Gina… que merda foi essa? — Potter ouviu a voz abafada de Ron do outro lado da porta.

— Fiz o que tinha que fazer, ora — ela respondeu. — Ou vocês já estavam planejando fazer algo relacionado a esses dois?

— Por que você jogou o Harry e o Malfoy naquele armário? Enlouqueceu?

Espera… Malfoy é a pessoa à sua frente? Era em quem ele estava, literalmente, grudado naquele momento? Mas que merda, Gina Weasley.

— Oh — a ruiva pareceu suspirar — Então quer dizer que vocês dois ainda não sabem?

— Não sabemos exatamente do o que? — Mione perguntou.

— É, não sabem. — Gina voltou a falar — Ok, que tal irmos dar uma volta, deixarmos esses dois sozinhos aí e então eu explico o que rolou pra vocês?

Não se ouviu nada por alguns segundos, até que o som de passos se fez presente. 

— Ah, garotos, não tem como abrir a porta, eu tranquei por fora. — ela falou, sua voz ficando mais distante — Além de que eu peguei a sua varinha, Harry. E a Luna pegou a do Malfoy. Divirtam-se.

Agora ele e Draco estavam completamente sozinhos, dentro de um armário de vassouras.

Harry sentiu a respiração de Malfoy perto do seu rosto. Amaldiçoou-se mentalmente por ser do mesmo tamanho que o loiro. Virou rapidamente o rosto para o lado, querendo evitar contato.

Sentiu um movimento à sua frente e presumiu que Malfoy fizera o mesmo que ele, só que para o outro lado. Os dois estavam praticamente grudados um no outro, não havia muito o que evitar.

Os braços de Draco estavam cada um de um lado de Potter, as mãos apoiadas no fundo do armário, onde o moreno havia batido de costas. Ambas as mãos de Harry estavam apoiadas na barriga do loiro. Ele havia colocado-as ali inconscientemente para tentar segurar Malfoy quando ele caiu em cima de si. Tirou-as rapidamente ao perceber o que fazia.

Tentou afastar-se para trás, o que não deu muito certo, obviamente. O armário era pequeno demais para qualquer um dos dois se afastar. Potter engoliu em seco.

— Er, então, oi — Harry falou, tentando livrar-se da tensão no ar. Seu coração não deveria estar batendo tão rápido assim.

— Ahm, oi. — respondeu. Potter percebeu que os ombros do loiro estavam meio tensos.

— Tudo… tudo bem com você? — ele perguntou, tentando puxar assunto.

Gina tinha mesmo que fechar os dois em um local tão quente como aquele?

— Sim. E com você? 

— Eu estou… bem. Podia estar melhor, mas estou bem. — Potter respondeu, suspirando um pouco.

Estava um pouco desconfortável, mas não ousava se mexer nem um milímetro. 

Depois dessa "conversa" nenhum dos dois falou mais nada. Ficaram em um silêncio constrangedor por alguns segundos, que pareceram longos minutos. 

— Ham… é, desculpe por essa situação. Juro que vou matar a Gina da próxima vez que eu a vir.

Harry ouviu o loiro soltar uma risada baixinha, mas ainda audível. Ele estava se divertindo com aquela situação?

— Tudo bem, eu acho. — respondeu. Ambos ainda continuavam com os rostos virados para lados opostos — Caralho… isso aqui é muito mais vergonhoso do que… aquilo.

— Não discordo. 

Os dois voltaram a ficar em silêncio. Potter sentia seu coração acelerando ainda mais, mas também ouvia outro bater que não parecia ser o seu. Provavelmente o de Malfoy. Afinal, ele estava com o coração acelerado por causa daquela situação?  Reclamou mentalmente pelo ar ainda estar muito quente e abafado, embora fosse inverno. Respirou fundo, tentando se acalmar.

— Malfoy — ele chamou, virando o rosto para frente, mesmo que não pudesse ver o rosto do loiro.

Deu de cara com Draco, que aparentemente também virava o rosto para si, fazendo os narizes dos dois ficarem pressionados um contra o outro. Potter conseguia sentir a respiração quente de Malfoy contra a sua. Encarou os olhos azuis e profundos, enquanto engolia em seco. Perto demais.

Draco afastou a cabeça para trás, o que não fez muita diferença, já que a distância entre eles só aumentou alguns centímetros. Harry não sabe o porquê, mas seu olhar foi diretamente para a boca de Malfoy. O que caralhos ele estava fazendo? Levantou o olhar para os olhos do loiro, que o encarava. Sentiu um arrepio subir pela espinha.

— É… Bem… — falou, meio desconfortável — Eu só… queria fazer uma pergunta, se não se importar. 

— Pode fazer, Potter — o loiro respondeu meio ríspido, enquanto desviava o olhar para algo que não fosse Harry.

O moreno segurou para não sorrir ao ver que Draco aparentava estar tão envergonhado quanto ele mesmo. O loiro estava vermelho, fazendo com que sua pele pálida ficasse rosa.

Ele é fofo. Harry pensou consigo mesmo, só se dando conta do feito segundos depois. Por Merlin, o que estava pensando? Primeiro achou que Malfoy era bonito e agora o achou fofo? Estava começando a se perguntar se não estava realmente apaixonado pelo loiro.

— Potter — Draco o chamou, fazendo-o voltar à realidade — Vai ou não fazer a pergunta? Parecia que você estava viajando.

— Ah, claro — falou — Então… por que você está literalmente fugindo de mim?

Aquilo o incomodava, mas não sabia o porquê.

Draco inclinou a cabeça para um lado, enquanto olhava para Harry com uma sobrancelha arqueada. De repente, ficou mais vermelho do que antes.

— Por que quer saber? — perguntou, a voz um pouco falha. Por muito pouco não gaguejou. — São meus motivos, Potter. Não te importa; nem sei o porquê de estar tão incomodado com isso.

— Eu também não sei por que me incomoda, só quero saber — deu de ombros — Mas e aí, posso saber?

Draco suspirou pesadamente, fazendo a sua respiração encontrar novamente com a de Potter, que estremeceu um pouco. Parando para perceber, a situação não parecia mais tão vergonhosa agora.

— Eu só… percebi que estava… estava sendo um babaca metido — murmurou as duas últimas palavras, como se ainda não quisesse admitir aquilo nem para si mesmo.

Isso foi… fofo. Ok, tinha alguma merda rolando com Potter, e ele não estava a fim de saber o que era. Não naquele momento.

— Então… desculpe. Desculpe por tudo.

Harry o olhou com a boca entreaberta de surpresa não esperava aquilo, nem mesmo no inferno. Draco Malfoy pedindo desculpas? Aquilo sim era uma novidade.

— Ei, não fique me olhando como se estivesse me secando, estou tentando ser legal aqui.

Potter deu um sorriso pequeno, que logo se transformou em uma quase crise de risos.

— Do que está rindo, Potter? — perguntou, olhando para o moreno, que ainda em risos, apoiava a cabeça na curva do ombro de Draco. O loiro sentiu um arrepio correr por sua espinha, ao mesmo tempo que o ar ao redor deles esquentava mais.

— Você deveria ver a sua cara — riu, inclinando o corpo para frente, fazendo Draco agarrar seus ombros, com medo de cair para trás. Lembrou que estavam em um armário, onde não precisava se preocupar com esse detalhe — Malfoy, você está completamente vermelho. Até parece um tomate. Principalmente com essa sua pele branca. Sem ofensas. 

Draco cobriu a boca com uma das mãos, ao mesmo tempo que franzia as sobrancelhas, envergonhado.

— Como se você também não estivesse — resmungou, vendo Potter parar de se apoiar em si.

— Desculpe, desculpe — o moreno falou, e ao perceber que ainda estava encostado no loiro, se afastou subitamente, sentindo o rosto esquentar — Pode continuar, se quiser.

— Não — Draco respondeu. Cruzaria os braços se fosse possível — Acho que é só isso mesmo.

— E só foi pedir desculpas agora?

Malfoy o olhou de mau humor.

— Parei — Harry falou rapidamente ao perceber o olhar do outro — Mas eu te perdoo, sem falar que eu também te devo desculpas. Então, desculpa.

Draco piscou atordoado, raciocinando sobre o que ele havia acabado de falar, mas logo sorriu para Potter. Um sorriso que fez o coração do mesmo errar uma batida. 

— Desculpas aceitas, Potter. E aí, trégua? Eu estenderia a mão, mas meio que não dá.

— Trégua. — o moreno respondeu, sentindo o coração bater mais forte conforme olhava para Draco.

Provavelmente estava apaixonado por Malfoy, e isso era um pequeno problema. Não por ele ser um garoto, mas por ser Draco Malfoy.

— Agora… — voltou a falar — Como nós saímos daqui? Chuta a porta?

— Eu pensei em arrombar — o sonserino falou, virando a cabeça para olhar a porta, fazendo os cabelos loiros ficarem na cara de Potter. Tinham cheiro de jasmim. Era bom. — Mas acho que nenhum dos dois vai funcionar.

— Tenta chutar. — inclinou a cabeça para o lado.

— Ou simplesmente tentamos abrir a porta — Draco respondeu, colocando a mão na maçaneta e experimentando empurrar a porta do armário.

Os dois se surpreenderam quando o ato realmente funcionou. Malfoy virou-se para encarar Potter, uma sobrancelha arqueada. Tá de brincadeira com a minha cara, Harry pensou ainda olhando para o corredor.

— Eu juro — ele falava enquanto Draco saia de perto de si —, eu vou matar a Gina assim que eu vir ela.

Potter saiu logo depois de Draco, observou o loiro arrumando arrumando a blusa, enquanto arrumava a própria roupa. Fechou a porta do armário com força, fazendo um som metálico ecoar pelo corredor deserto. Malfoy riu baixo da irritação do moreno.

— Pelo menos a Weasley fêmea fez uma coisa boa — ele disse, Harry arqueou uma sobrancelha sem entender — Por Merlin, Potter. Demos uma trégua, e… é só.

Malfoy corou novamente, enquanto desviava o olhar do moreno. Harry não queria pensar no que ele iria falar se não tivesse se auto-interrompido. Não queria pensar naquele momento, quando estiver sozinho será melhor.

— É… então, eu vou pra lá — apontou para a esquerda — Adeus, Potter.

E começou andar rapidamente para longe de Harry. O moreno piscou atordoado sem saber se fazia ou não. Decidiu que faria.

— Malfoy — chamou, fazendo o loiro parar de andar antes que fosse longe demais — Feliz Natal.

E virou-se para a direita, sem esperar que o outro respondesse. Já estava na metade do corredor quando jurou que ouviu Malfoy falar alto o suficiente para ele ouvir como um sussurro:

— Feliz Natal, Potter.