1. Spirit Fanfics >
  2. Old Feelings >
  3. Capítulo 2 - Pra Que Salão Se Não Dançar?

História Old Feelings - Capítulo 2 - Pra Que Salão Se Não Dançar?


Escrita por: Vtmars

Notas do Autor


Olá, queridos leitores! ^^ Pois é, este capítulo também tem o título tirado de uma canção de Frozen. Demorei para escrevê-lo, mas espero que tenha valido a pena. Ao menos ele é grande! Espero que gostem, e nos vemos nas Notas Finais!

Capítulo 3 - Capítulo 2 - Pra Que Salão Se Não Dançar?


Após longas horas de muito trabalho duro e esforço, finalmente estava tudo pronto para a festa de aniversário de Nikolas. Minha mãe deu um sorriso de satisfação e prometeu que, dependendo dela, dessa vez nada daria errado. Estava tudo “perfeitamente normal”. Depois que ajudei minha mãe, estava exausta, e tudo o que eu queria era descansar um pouco, mas Syver veio até mim com um sorriso no rosto e me convidou para caminhar pelo jardim, e eu não pude recusar. Eu nunca rejeitaria um pedido de Syver.

Ele e eu crescemos juntos, e antes de nossos irmãos nascerem, éramos só nós dois, e por isso éramos muito próximos. Syver sempre foi como um irmão para mim. Não tinha lembranças de brigas sérias entre nós, apesar de já termos discutido algumas vezes – a última vez sendo há cerca de um mês, quando tentei convencer Syver de que ele tinha o direito de fazer as próprias escolhas.

Syver me guiava em silêncio pelo jardim, olhando distraidamente para a grama verde a nossa volta. Quando não aguentei mais a sua quietude, perguntei de uma vez:

– Está bem, pode ir falando: O que houve?

– O quê...? – disse, finalmente voltando à atenção para mim.

– Você não me chamou só para caminhar no jardim, chamou? Tem alguma coisa que você quer me dizer?

Syver pigarreou e tentou seguir caminhando sem olhar para mim, mas acabou se intimidando com meus olhos que o fitavam sem sequer piscar.

– Certo, Louise, pare com isso. Eu só estava pensando se devia falar para você...

– Falar o quê? – interrompi.

– ... Bem, a minha noiva, você a conhece? Abigail?

Fiz uma careta.

– Pessoalmente não, ainda bem! O que tem ela?

– Ela está vindo de Lillesand para nos visitar. Partirá logo depois que os convidados do aniversário tenham ido embora. – Fiquei surpresa. Eu sabia que, um dia, Syver e Abigail iriam se conhecer, mas não esperava que fosse acontecer tão rápido.

– Eu... Bem... É uma ótima notícia... – menti.

– Não, não é.

Ergui as sobrancelhas. Syver tinha mesmo dito o que pensei ter ouvido? Ele não queria honrar seus compromissos? Não queria casar com Abigail, como era o prometido?

– Como ass... – Ele me interrompeu.

– O problema, Louise, é que eu não quero casar com alguém que não conheço...

– Mas, Syver, você quis casar com a Abigail! Era necessário, e você aceitou. O que foi que você disse...? “Queria ser útil”, é! Você disse exatamente isso!

– Eu sei, eu sei! Entenda uma coisa, Lou: Eu me sujeito às decisões de meus pais, mas não as acho justas. Você não acha que eu queria me casar com alguém de minha escolha? Alguém que eu amasse? Não é justo que eu tenha que abrir mão de escolher minha esposa. Minha mãe não passou por isso. Ela casou com meu pai, mesmo ele sendo um simples camponês sem valor político algum.

– Eu... Sinto muito. Não sabia que você se sentia assim. – Tentei consolá-lo. – Veja pelo lado bom: Talvez Abigail seja bonita e inteligente, e vocês se apaixonem de verdade.

– Acho muito difícil... Sendo filha de quem é, não me surpreenderia se ela fosse uma garota extremamente arrogante e antipática.

– Ah, não seja tão pessimista! – brinquei.

– Só estou sendo realista, Lou. Melhor me preparar para o pior, você não acha?

Nesse momento, os sinos de uma igreja no reino começaram a badalar e percebemos que já eram dezesseis horas.

– A festa vai começar daqui a cerca de uma hora, melhor nos apressarmos.

Dito isso, corremos para o salão de entrada e seguimos para lados opostos.

________________

A festa começou às dezessete horas em ponto. O salão de baile logo se encheu de gente, devia haver umas quinhentas pessoas ali. Nikolas parecia nervoso – estava mais pálido do que o normal, se é que isso era possível – , mas entusiasmado. Fiquei um tempo ao lado dos meus pais, não sabendo ao certo como deveria agir, até que meu pai, que estava de braços dados com minha mãe, inclinou-se para mim e sussurrou:

– Acho que seus tios e primos chegaram. Por que não vai...?

Ele não precisou terminar a frase. Imediatamente comecei a procurar pelo salão meus tios e primos, e logo que avistei a cabeça de meu tio Kelsig, corri para o meio da aglomeração de pessoas e fui cumprimentá-lo. Ele estava sozinho – era viúvo, e seu filho pelo visto não tinha vindo.

– Tio Kelsig! Há quanto tempo! – Estendi a mão e ele a apertou com força.

– Eu que o diga. Você cresceu muito desde a última vez que a vi, Louise. Como estão todos vocês?

– Muito bem, tio. E o senhor?

– Ótimo, ótimo... – respondeu ele, com ar distraído.

– Tio, se importa se...?

– Vai encontrar Magnor logo ali – disse, apontando para trás de si.

– Obrigada. Até mais tarde. – Me despedi.

De fato, meu tio Magnor estava mais atrás na aglomeração, juntamente com Clarisse, sua esposa, Elizabeth, sua filha, e mais quatro ou cinco dos seus irmãos. De longe, tio Magnor era o que melhor tinha se conservado. Em seu rosto só havia leves rugas de expressão na fronte, e o cabelo permanecia loiro. Clarisse, sua esposa, parecia ainda mais baixa do que eu me lembrava, e seus cabelos começavam a embranquecer, porém ela ainda era bonita e jovial. Elizabeth, que tinha apenas dezessete anos, tinha olhos azuis e cabelos castanhos, além de um sorriso iluminador. Tentei me aproximar devagar e surpreendê-los, mas Elizabeth rapidamente me notou e gritou:

– Louise! – Ela veio correndo e me abraçou.

– É bom vê-la também, Elizabeth – ri, enquanto retribuía o abraço.

– Como está? – perguntou me soltando.

– Bem, e vocês?

Achei ter visto Clarisse fazer uma careta.

– Bem, se não contar as atuais missões suicidas do seu tio – disse ela, franzindo a testa.

– Missões suicidas? – repeti.

– Clarisse, não a assuste com essas baboseiras! – pediu meu tio, em seguida se virando para me responder. – Tenho planejado muitas viagens para o exterior, Louise. Estou ajudando a tratar pessoas que ficaram feridas nos campos de batalha.

– Ah! É uma... Grande ambição, tio. Confio que o senhor seja capaz.

– Agradeço pela fiúza – disse.

– Por nada... – respondi meio incerta do que ele tinha dito. – Quem mais veio?

– Patrick, Forseti, Thrud, Henktris e Wilheim. Os outros preferiram ficar, fora Triwar, que está doente, e Yran e Dagny não puderam vir, estão ocupados com assuntos do reino. Mas eles mandaram uma carta.

– Por Joseph e Isaac – disse Elizabeth. – E Gustav também veio – acrescentou, abrindo um sorriso malicioso.

Corei instantaneamente. Joseph e Isaac eram os filhos de Yran e Dagny, e Gustav era seu amigo, que pelo visto eles tinham trazido consigo. Gustav era neto do Almirante Silver, um velho amigo da família, por isso, era normal que ele viesse, era bem-vindo. Mas Elizabeth não perdia a chance de dizer o quanto ele era extremamente bonito e atraente, e há alguns anos tinha encasquetado com a ideia de que eu gostava dele e que deveríamos ficar juntos. Disfarcei fingindo não entender o que ela estava querendo dizer, e em seguida me afastei para cumprimentar todos os outros. Tia Thrud, que aparentava muito menos idade do que tinha, me abraçou longamente, sorriu, disse que a festa estava linda e perguntou como eu estava. Eu poderia ficar a noite inteira conversando com ela, mas Joseph e Isaac também quiseram atenção.

– Parabéns pela festa, priminha. Está mesmo uma beleza. Eu até elogiaria mais e cumprimentaria o aniversariante em pessoa, se ele não fosse tão tedioso e sem graça – brincou Isaac.

– Não fale assim do Nikolas... Você sabe que esse é o jeito dele. Ele só é tímido e reservado – retorqui.

– É, cuidado com o que fala, engraçadinho – repreendeu Joseph. – Enfim, tome a carta, Louise – disse, entregando o envelope. – Ah, nosso pai deixou estritamente claro que vocês devem ler todos juntos.

– Obrigada, vou me lembrar disso.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, até que resolvi perguntar, juntando forças para não corar:

– Onde está o Gustav? – Tentei soar o mais casual possível.

– Deve estar dando uma volta por aí... Olhe, ali vem ele – disse Joseph.

Joseph pareceu não ter percebido nada, mas Isaac me lançou um olhar de “Já entendi tudo” e disse:

– Acho melhor deixá-los sozinhos para conversarem melhor, Joseph. Vamos nos servir de um glögg. – E saiu empurrando o irmão para longe, que ficou sem entender nada.

Logo que eles saíram, Gustav apareceu entre os convidados; sorriu ao me ver e aproximou-se rapidamente, estendendo os braços como se fosse me abraçar. De repente, porém, percebeu que aquilo seria “inadequado” e preferiu fazer uma reverência respeitosa e me saudar com um “Alteza”.

– Não seja tolo, Gustav! Você é praticamente da família – disse o abraçando.

Ele riu.

– Louise, você continua a mesma garota adorável de antes. Embora eu deva acrescentar que está ainda mais formosa do que da última vez que a vi.

Corei ligeiramente.

– Assim você me encabula. Então, me diga, Gustav: Como estão as coisas nas Ilhas? – questionei, mudando de assunto.

– Muito bem, pelo visto. Parece que a economia está forte o suficiente para que Yran possa acrescentar mais dois brigues à nossa frota naval. E, ao menos foi o que ele disse, daqui a dez anos as taxas de pobreza e desemprego serão praticamente nulas.

– Isso é muito bom. Principalmente para vocês, não é? – sorri.

– Com certeza.

Gustav, tal como o pai e o avô, entrara para a marinha, e hoje era contra-almirante. Fitei por alguns instantes seus olhos azuis escuro, enquanto ele me observava com interesse. De repente, piscou como se lembrasse de algo, e disse:

– Aliás, acho que há algo que eu devo contar-lhe...

– Sim?

– Bem – começou ele. – , fazia um tempo que estava pensando nisso... Quero dizer, eu gostaria mesmo de viver em Arendelle, mas simplesmente era muito jovem e...

– Ei, espera aí! – interrompi-o. – Do que está falando afinal?

– Estou sendo transferido para Arendelle. – Ele sorriu. – Vou servir na marinha daqui.

Fiquei sem fala por alguns segundos, apenas encarando-o de olhos arregalados. Então, num impulso de animação, agarrei as mãos de Gustav e disse, quase gritando:

– Mas isso é ótimo! Ter você morando aqui, pode imaginar? Ah, finalmente terei um amigo por perto! Depois que Syver se casar, tenho certeza de que nada será a mesma coisa! – sorri. – Vai ser ótimo poder ver você com mais frequência.

Ele pareceu meio aturdido por alguns minutos, provavelmente confuso com a minha reação. Então, sorriu de lado e murmurou:

– Que bom que gostou da notícia.

– É claro que gostei; o que você esperava?

Nos olhamos em silêncio por mais um minuto ou dois, até que senti alguém tocar meu ombro.

– Com licença, Alteza. Posso ter a honra desta dança? – perguntou um rapaz, fazendo uma reverência.

Fiquei levemente irritada. Será que ele não havia percebido que eu estava com outra pessoa? Que estava segurando as mãos de outra pessoa? Que Gustav poderia muito bem já ter me convidado para dançar? – embora ele não tivesse. Então Gustav ficou sério, recolheu as mãos e afastou-se com uma reverência. Observei com decepção ele se afastar. No fundo, gostaria que ele não tivesse deixado o tal rapaz me tirar para dançar. Mas, quando percebi, ele já havia me levado para o centro do salão e estava me guiando numa valsa.

– Qual é o seu nome? – Resolvi perguntar; mais para quebrar o silêncio do que por curiosidade.

– Richard, Alteza – respondeu educadamente.

– Meu nome é...

– Louise. – Ele me interrompeu, sorrindo. – Eu sei, Alteza.

Concordei lentamente com a cabeça. É claro que ele sabia.

– Há algo que a incomoda, Alteza? – perguntou ele de repente.

– Não, é claro que não. Estou bem – menti, tentando forçar um sorriso. A verdade era que sim, havia algo me incomodando. Gostaria que essa dança acabasse logo.

– Talvez Sua Alteza esteja precisando de um pouco de ar.

Ele parou a dança e me conduziu para longe de todas as pessoas. Logo percebeu que uma janela com sacada estava aberta, e me levou para lá.

– Está tudo bem? – perguntou.

Respirei o ar puro, me sentindo um pouco melhor. Virei a cabeça em sua direção para observá-lo direito. Era alto, tinha cabelos e olhos castanhos e era bem bonito. Talvez eu só estivesse tão irritada com ele porque estava cansada de estar na festa, pensei, ele não parece tão ruim assim agora.

– Sim, senhor. Obrigada.

Ele riu.

– Por favor, me chame de Richard! Só tenho vinte e quatro. Não sou tão velho, sou?

– Não. – Eu ri. – De onde você é, Richard?

– De um reino muito distante, Alteza. Viajei centenas de quilômetros, apenas para fazer uma importante... Proposta à Arendelle. – Sua voz estava carregada de formalidade e mistério.

– Posso saber sobre o que se trata essa proposta? – indaguei curiosa.

– Você saberá muito em breve, Princesa – respondeu com um sorriso. Pela primeira vez, parecia que estava perdendo a formalidade.

Encarei-o, tentando entendê-lo melhor. Enfim, achei melhor esquecer o que ele dissera, afinal ele tinha dito que eu logo saberia; era melhor não pressionar. Passei não sei quanto tempo – talvez tenha sido minutos, talvez tenha sido horas – em sua companhia, conversando descontraidamente na sacada.

________________


Notas Finais


Hum... Essa Louise, já tem dois caras aos pés dela... Já estão torcendo por algum casal? Eu, particularmente, tenho um shipp, mas ele não afeta as minhas decisões quanto a história, que está toda decidida.
Bem, achei que seria interessante pôr as idades dos personagens aqui, então:

Hans – 44; Yran – 46; Styr – 50; Royd – 52; Wilheim – 53; Magnor – 54; Patrick – 56; Kelsig – 57; Vegard e Forseti – 59; Henktris – 60; Triwar – 61.
Elsa – 42; Anna – 39; Kristoff – 42; Syver – 19; Louise – 19; Lynae e Daven – 16; Nikolas – 16; Gustav – 22; Richard – 24.
Eita, que esse povo tá velho! Jesus... Tô sentindo uma nostalgia!
Espero que tenham gostado do capítulo, bjs, comentem e até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...