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História Old Pages - Venha, ladrão de carros.


Escrita por: linwzinha

Notas do Autor


não é uma miragem

Capítulo 10 - Venha, ladrão de carros.


Fanfic / Fanfiction Old Pages - Venha, ladrão de carros.

Dizem que quando você está à beira da morte, vê uma luz branca reluzente ao final de um túnel. Eu gostaria de saber o que dizem quando tudo o que você quer é estar sentindo isso, apenas para fugir da situação real.

Eu quis gritar e me espernear para não adentrar a casa, mas foi impossível diante do aperto em meu braço. Um sorriso estava posto no rosto que me amedrontava, o mesmo rosto que me obrigava a sorrir da mesma maneira. Eu assim o fiz.

— Selena, meu Deus! — meu corpo é agarrado tão fortemente que mal posso sentir ar sair ou entrar por minhas narinas. — Você está bem? Eu fiquei tão preocupada, querida. — eu retribuo o abraço, porque consigo me sentir segura envolvida à ele.

— O que esse cara faz aqui? Jeremy, acione o detetive. — a voz de meu pai me acalma, mas ao mesmo tempo me deixa aflita. Nada pode acontecer com Josh - infelizmente -, ou será pior para todos.

— Pai, não!

Distancio o corpo de minha mãe contragosto - eu queria ficar ali para sempre, se possível -. Meu pai, Jeremy, minha mãe e Josh me olham, esperando o motivo por tal interferência. Por dentro daquela falsa cara culpada, sei que Josh está sorrindo vitorioso.

— Não precisa chamar ninguém, senhor Gomez, eu e Selena voltamos. — cale a boca, miserável.

— Filha? — mamãe diz atônita.

— Eu...

— Eu te proíbo, Selena. — Ricardo soa rude e autoritário, é nesses momentos que eu me sinto obrigada a abaixar a cabeça. — Você não vai voltar com esse imundo, não vai!

Eu engulo seco, sentindo as lágrimas encherem meu olhos. Tudo parece desmoronar sobre minha cabeça. Vejo piorar quando Josh me olha firme, do mesmo jeito em que me ele me olhou dentro do carro; eu preciso continuar o teatro.

— Ele me pediu desculpas, pai, nós vamos fazer tudo certo dessa vez.

— O quê?

Não.

Merda, mil vezes não.

Justin foi quem disse. Justin está na porta revezando seu olhar entre Josh e eu.

Agora sim eu cheguei ao meu ápice problemático. Todos os olhares de desgosto não pareceram tão ruins quantos esses olhos em chamas. Ele conseguiu me destruir com apenas um maldito olhar, e eu cheguei a pensar que isso não seria tão doloroso.

A sala está silenciosa, e ninguém ousa dizer nada, apenas para não atrapalhar a sustentabilidade de olhares que são mantidos entre nós. Eu tento não me distrair com a vontade de abraçá-lo e pedir perdão por essa merda, mas eu não o faria, pelo menos, não na frente do psicopata ao meu lado.

— Selena. — eu me viro imediatamente, fixando as vistas em Ricardo. — Me diz que você não quer isso de verdade. Você sumiu por dois dias, querida, preocupou a todos nós. E agora que você está aqui, não faça meu desespero voltar à tona.

— Pai, eu sinto muito por isso, mas eu quero estar com Josh. — minha voz vacila, e temo que percebam minha mentira escorrendo.

— Nós sabemos sobre Justin. — eu arregalo os olhos, ousando a mirar atrás. Não acredito que ele contou. — Saiba que me parece errado demais, mas eu prefiro aceitar ao vê-la com esse cara. 

O rosnado saltando de seus lábios faz jus a raiva que ele espoem sobre Josh. Não há como reverter a situação, e eu estou adorando que isso aconteça - gritando internamente para que meu pai nunca pare de lutar contra -, mas tenho que fingir para Josh que eu quero manter o nosso trato.

E a última coisa que eu disse antes de atravessar a porta, sendo acompanhada pelo meu sequestrador e esbarrando suavemente meu braço no corpo do louro - que parecia querer chorar -, foi:

— Tenho que ir.

Justin Bieber - Point Of View.

Eu deixo o líquido descer ligeiramente em direção ao copo transparente, este que, está sendo preenchido pela quarta vez com o whisky barato que me servira o barman gorducho. Nem mesmo o som agudo de alguns gritinhos femininos conseguem me desconcentrar da golada que eu dou em seguida, esvaziando novamente o copo.

Aquelas que antes pareciam querer chamar minha atenção, se aproximam. Eu tento dar um sorriso ensaiado, mas pela proporção de álcool que eu ingeri, elas devem ter presenciado uma espécie de careta. Ainda sim, fedendo, e desengonçado, eu recebo beijos na bochecha como cumprimento de cada uma delas. No total, são cinco. Todas loiras, por exceção de uma delas que tem o cabelo em um tom castanho, mas ainda sim, parece um louro escuro.

Eu não quero conversar, mas deixo elas falarem enquanto eu apenas escuto.

— Você não deveria beber tanto. — finalmente, algo direto e relevante me é dito. Foi a morena - quase loira - que disse.

Ela me lembra Selena, é quieta e não tem papas na língua, pelo jeito. Mas as suas roupas tão coladas e curtas denunciam mais um diferença, contando duas com o fato de que o seu rosto não é tão bonito quanto o da latina que rouba meus pensamentos.

Eu não respondi, pois não me achei apto suficiente para formular uma resposta à altura. Eu sequer conseguia dizer meu nome inteiro sem me embolar.

— Whoa! Achei que ia demorar mais um pouco para te ver rodeado de garotas. — é uma voz familiar, eu diria que é a voz que eu mais gosto de ouvir se Selena não existisse. Ryan é o meu segundo favorito, e graças aos céus, ele não lê mentes, pois odiaria saber que foi para segundo plano. — Não me diga que esses copos são seus.

Olhando para a mesma direção que a sua, eu vejo o empilhamento das doses já tomadas. Meus ombros sobem, como uma criancinha birrenta faz. Eu não queria ganhar a culpa sendo pego no ato, posso culpar as garotas, talvez.

Mesmo meu melhor amigo estando decepcionado pela quantidade inútil de álcool que eu bebi, ele não me julga ou da sermões. Apenas me puxa pelo braço, antes, deixando uma quantia significativa de dinheiro para o barman, pagando o que eu consumi.

— Vocês já vão? O outro nem se apresentou, quanta desfeita. — uma das loiras diz. Ryan ignora e continua andando em direção à saída, já eu, como um bom samaritano, aceno para as moças, sem ter total noção do que me passa para fazer tal coisa.

— Cara, seu pai foi até minha casa, e até mesmo sua mãe me ligou... É um pouco ridículo ter que te levar numa situação dessas, você deveria ser mais prudente. — Ryan fala, enquanto caminhamos até o estacionamento. Eu não vim de carro, caminhei sem rumo até chegar neste local.

— Nós vamos roubar?

— O que? — ele gargalha e nega com a cabeça, como se estivesse tentando entender até onde minha alucinante vibe alcoólica pode chegar. — Venha, ladrão de carros.

Eu rio abismado, mas o acompanho inseguro. Eu não roubo carros.

  O movimento feito pelo automóvel me deixa ainda mais zonzo. As luzes que são deixadas para trás, me faz ter um flashback de finais natalinos, quando todos desfazem os enfeites nas árvores e desligam seus pisca-pisca.

— Por que fez isso? — o silêncio é tomado pela voz preocupada do meu melhor amigo. Eu continuo encarando a rua para não deixar a ânsia de vômito me subir.

Não sei distinguir exatamente o que fiz, e nem sobre o qual motivo ele pergunta, mas a resposta flui naturalmente na minha voz.

— Eu quis algo diferente.

— Encher a cara não é uma novidade pra você.

Bufo, mas concordo.

— Mas encher a cara sofrendo por alguém, é.

Ryan não me responde mais, e eu agradeço por tal coisa, mesmo sem entender tal concordância minha.

{...}

Jogo de maneira desajeitada meus matérias dentro da mochila azul, tendo complicações quando os lápis fogem do percurso correto e indo direto para p chão. Me abaixo, bufando e entediado, para apanhar meu pequeno objeto de estudo.

— É... oi. — em movimento assustado, me levanto com rapidez, deixando minha cabeça bater na mesa com o alvoroço.

— Caralho! — grito, massageado o local que protesta de dor com meu momento desastrado. Eu olho pra trás, um pouco raivoso pelo susto, mas o que me acontece é exatamente o mesmo; outro susto. — Leah?

— Justin, meu Deus! Que bom que eu te encontrei.

A loira corre em minha direção e se joga em meus braços. Confuso e um pouco atordoado, eu retribuo o abraço apertado que recebo. Ela funga meu cheiro, como sempre fazia, me trazendo um sensação nostálgica um tanto quanto boa.

— Eu já estava com medo de estar na faculdade errada. — ela diz rindo e afastando seu toque. — Eu já estou aqui a dois dias, e céus, este lugar é maravilhoso!

— Leah, eu estou feliz em te ver, mas, o que está fazendo aqui? Pelo meus cálculos, você deveria estar na Alemanha.

Ela gira uma mecha do cabelo e seu dedo indicador e sorri espontânea.

  — Você nunca foi bom em matemática mesmo. — nós rimos juntos, porque era uma maldita verdade, mas ainda sim não muda o fato de que eu não estou errado ao pensar tal coisa. — Eu já queria estar aqui com você, sabe disso...

  — Largar o seu sonho por mim não é um motivo plausível.

Sou grosso em minhas palavras, mas ela não se abate, apenas concorda.

— Tenho um tio aqui, o George. — me recordo dela me ter digo algo sobre. — Ele já está bastante velho, e não teve nenhum filho, por isso a família quis ajudar mandando alguém pra cuidar dele, e bom, eu me disponibilizei.

— Você não estava disponível, Leah, estava na Alemanha com a vida estabilizada.

— Eu sei, Justin! Mas reconheça que eu sempre quis estar perto de você, e quando não aceitou ir pra Alemanha comigo, foi um baque. — confessa, desviando a atenção. — Eu me vi tendo essa oportunidade e eu não ia perder.

Me afasto coçando meus cabelos, suspenso e chocado com sua confissão.

Eu sempre soube dos sentimentos excessivos de Leah por mim, mas não imaginei que era tão forte ao ponto de deixá-la se levar tão afundo. Nós nos conhecemos no meio do segundo ano, quando entrei em sua nova escola, pois tinha sido expulso da minha antiga por uma briguinha qualquer. Ela me quis e foi recíproco, no início eu pegava todas e ela era só mais uma, porém as coisas mudaram quando chegamos ao último ano, eu estava disposto a mudar, então entramos em um relacionamento sério. Eu a trai algumas vezes e isso só me provou o que eu já sabia; eu não a amava. Mas ela fez de tudo para dar certo até o último momento: quando nos mudamos; eu para Boston, e ela para Alemanha.

Mas agora, depois de meses, ela está aqui, almejando ter de volta a relação pouco saudável que mantínhamos, com brigas e traição - apenas da minha parte, confesso -.

  — Isso é loucura, sabe disso, não sabe?

Ela bufa, revirando os olhos pra completar a frustração.

  — Achei que estivesse feliz em me ver, Jay.

  — Isso não se trata do reencontro, Leah, mas sim da sua idiotice de largar sua vida para estar na minha. E mais, por alguém que você tem plena noção que não faria o mesmo.

  — Então é isso? Eu me sacrifico por nós, e você me presenteia com ingratidão? — seus olhos tremem, e eu prevejo um choro.

Talvez seja esse o motivo de nunca conseguir amá-la de verdade; Leah sempre foi extremamente dramática, sem contar a parte controladora.

— Ouça, eu só não acho certo.

— Quer saber? Tem razão! Foi uma idiotice ter vindo atrás de você, mas espero que saiba que não será em vão.

Eu sigo cada movimento que a garota faz ate chegar à porta, logo depois da cara divorciadas e convencida que me lançou. Solto um riso falho ao perceber o quão infantil soa quando queremos algo.

E pensando assim, talvez Selena me ache engraçado com o bobo da corte para ter me tirado do topo em um piscar de olhos. Não sei se sou um idiota, ou ela é uma vadia insensível.


Notas Finais


A história precisa de uma patricinha, então, deem boas vindas pra Leah Olmert. Eu quis algo diferente, então decidi colocar uma israelita judia na história, pra dar um ar diferenciado de "patricinha de LA". A modelo Esti Ginzburg que vai ser a nossa garota. Fotinha: https://imgur.com/a/XrZor
E caralho! 215 e fav, vocês são mesmo os amores da minha vidaaa
não tenho mais nada a declarar, até o próximo ♥


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