História Olhando a Vida nos Olhos (Imagine com Jay Park) - Hiatus - 27. O Cara Errado

 P. V. Jay Park

Três ligações perdidas... O que eu penso que estou fazendo? Não sou nenhum desesperado para agir dessa maneira e S/n também não é nem uma miss universo, muito menos a última mulher dele. Ela pode até se fazer de gélida, mas sei que se estremeceu por ciúmes ao saber do clube. Mas por que não contei a verdade a ela?

A Estraga Prazeres não me deu tempo para isso. Mas tudo bem, sei que quando voltar de seu trabalho irá me procurar, pois se está apaixonada o quanto disse não irá conseguir ficar afastada por muito tempo.

Até que um estalo na mente me vem ao lembrar que estávamos no dia da semana onde a preguiçosa da S/n faltava ou serviço. Como um apunhalo no peito, recordo também do jantar que a mesma tinha marcado com Gray, porém não podia acreditar que a Estraga Prazeres teria coragem de seguir a diante com essa situação. Tento descansar, mas o sangue já se esquentava em meu corpo, minha barriga reclamava de ansiedade em não saber o que realmente aconteceu, sendo assim já controlado por impulsos ligo para Gray.

Ligação On

- Irmão! – Exclamo empolgado ao ouvir seu atender. - Onde você está?

- E-eu? – Pergunta ofegante. – E-eu estou... – Sua fala é interrompida por um grito misto a riso de voz feminina.

- Volta! – Diz a voz ao fundo e meu peito dilacera ao reconhecer o timbre de S/N. – Vamos terminar...

- Calma linda, já estou indo! – Responde a ela. – Jay, podemos nos falar depois? Sabe... Hoje é minha noite com S/n, falamos de trabalho em uma outra hora, me deixe aproveitar um pouco meu dia de folga.

- Você está com ela? – Pergunto em múrmuros.

- Vem Gray! – Pede sua volta novamente, já respondendo minha pergunta ao mesmo. – Vamos mais uma vez... Preciso de você!

- Isso não me parece um jantar. – Dito com voz tremula. As lágrimas saiam me assustando ao nota-las.

- Na minha perspectiva não deixa de ser...

- Você é ridículo! - Não tomava mais conta de minhas palavras. – Pensei que tinha dito que a levaria a porra de um restaurante!

- Eu a levei, mas logo após a trouxe para um lugar mais reservado e pessoal. – Minhas lagrimas tentavam me arrancar soluços. – Desculpe irmão, mas tenho que desligar, tchau!

Ligação Off

Como ela pode? Como ela pode se entregar a outro? O monitor ao meu lado sofre com o impacto na parede. Até que percebo o que remete a fala de Gray. O dele, o nosso lugar intimo e participar sempre foi a minha gravadora. Sem pensar duas vezes, mesmo de moletom para dormir, olhos inchados e medo de encarar a realidade do que S/n estava fazendo junto a meu melhor amigo, sido a AOMG.

                          ◇

A ida turbulenta a empresa me faz ter a certeza que multas chegariam logo em meu nome, mas nada mais me importava. Eu precisava ver a traição, em minha própria empresa. Talvez essa, mesmo sendo a maneira mais cruel de todas, seja a única forma de matar esse sentindo sem sentido que tenho por S/n. Olhando pelas paredes de vidro, logo sou guiado não pela visão, mas sim pela voz da Estraga Prazeres.

- Mais uma vez! – Exclamava empolgada.

- S/n não aguento mais! – Responde Gray ofegante. – Tenho de admitir, você é incrivelmente boa...

- Que porra é essa! – Grito mesmo me faltando ar, ao vê-los no escritório principal, para reuniões e lazer.

Percebi que minha mente era fértil, mas não tanto para imaginar algo do tipo. Pois os dois suavam e ofegavam lançados no sofá. Enquanto Cha Cha e Loco assumiam suas posições para dupla no Just dance, enquanto os mesmos se recompunham da dança anterior. Macarrão instantâneo, hambúrgueres e o mingau de arroz que S/n tanto gosta, espalhados pela mesa, perdidos entre as inúmeras garrafas de soju. Vejo que aquela situação foi o jantar e apenas isso, foi realmente apenas uma saída entre amigos.

- Jay! – Exclama Gray em um sorriso empolgante e inesperado por mim.

- Eu esqueci um documento importante na empresa... – Minto e fitando minhas vestes de dormir, o mesmo rí.

- É claro! – Dita com sorriso de blefe. S/n parecia cansada ao ponto de não dizer uma só palavra. E sem se levantar ou mover-se, seus olhos semi serrados e brilhantes, formava um belo sorriso ao me ver, enquanto os demais, tomados pela bebida e distraídos pelo jogo, se mostravam desligados da mesma realidade que nós.

                         ◇

Não notei quando karaokê parou de ser usado e apenas eu e Gray sentados cada um em um sofá, cantarolávamos as músicas que trocavam aleatoriamente. Cha Cha já havia ido para casa e Loco se encontrava dormindo pelo efeito do álcool no tapete da sala, enquanto S/n aos poucos tombava em cochilo para minha direção, caindo com a cabeça em meu colo, onde eu conforto sua cabeça em um sorriso e a mesma puxa a barra de minha camiseta para que cheirasse, aquela atitude me faz abrir um largo sorriso e quando noto os olhares de Gray sobre minha expressão, que a fecho no mesmo momento.

- Não precisa disfarça! – Exclama sorrindo. – Eu sei sobre o que sente por ela. – Me espanto por sua fala e o mesmo completa ao fitar minha expressão. – Você acha que sou idiota?

- Gray...

- Assume! – Dita.

- Não, E-eu...

- Assume Jay! – Me interrompe novamente. – Ou me explique qual motivo você saber onde é a casa dela? Você foi sem ao menos ligar o GPS. Acho melhor me responder primeiro como sabia que na casa havia chá? Jay, apenas assuma!

- Nós só transamos. – Disfarço.

- Eu sei... E na sua casa, onde nunca leva ninguém. – Fala em risos. – Você não estava na casa de sua mãe e sim com S/n... Se ela é só uma transa, me explique o porquê de ter agido daquela forma na boate de stripes? Está com problema de coração? Porque parecia que iria morrer se alguma garota chegasse perto de você. Você estava com medo de fazer algo de errado por algum motivo. Assume...

- Você não entende! Eu só...

- Assume!

- Mas...

- Assume! - Grita.

- Estou apaixonado pela S/n! – Digo no mesmo tom. – Se sabe disso, por que teve as atitudes que fez com ela?

- Estava testando. – Afirma cínico.

- Não preciso que me testem...

- Não testei você e sim S/n. – O fito confuso. – É a primeira vez que te vejo dessa forma por uma mulher. No início ela realmente me chamou atenção, mas quando percebi como você se sentia, precisava saber se a mesma merecia tal mudança. Pois se te decepcionasse, nunca conseguiria se apaixonar novamente. – Pausa sua fala, fitando S/n adormecida em meu colo e continua. – Ela é incrível...

Entendo porque se apaixonou. Merece todo o amor do mundo e agora meu medo é que você machuque ela.

- Também tenho esse medo. – Assumo. – Eu queria ser diferente, porque sempre a magoou de alguma forma, pois eu não sei lidar com esse tipo de... coisa. Não estou acostumado a me sentir assim.

- É normal ter medo! – Exclama. – Mas vai se acostumar a se sentir assim, você precisa assumir agora para você mesmo o que sente. – Se levanta. – E nunca mais deixe outro homem chegar tão perto quanto cheguei, ela é fiel mas ficou exposta a qualquer coisa que eu quisesse fazer a força. Você tem que cuidar de quem gosta. – Diz levantando Loco que permanecia adormecido. – Eu cuido do irmão e você cuida da sua amada... Sejá um bom garoto e não faça besteira, leve-a direto para casa! – Diz saindo da sala carregando nosso irmão.

                        ◇

Admiro seus lábios, cabelo, mãos, até mesmo seu ressonar. E após muitas fotos de seu sono, pego-a no colo, onde se agarra como uma criança. Já dentro do carro coloco o sinto envolta de sua cintura e busto, certificando-me de sua segurança.

“Sejá um bom garoto e não faça besteira, leve-a direto para casa!” me recordo da fala de Gray. Realmente era o que eu deveria ser a partir de agora.

Tarde de mais... Já estacionava o carro e seguia com S/n em meus braços, abrindo a porta de meu apartamento.

                         ◇