História Olhares. - Pêgos outra vez.

Era o início de mais uma manhã, um domingo daqueles preguiçosos e enquanto a vida se passava do lado de fora do quarto, Gohan afundava cada vez mais seu rosto no tecido macio do travesseiro, o rapaz não conseguia mais pensar em outra coisa, seus pensamentos pairavam sobre  uma certa garota de olhos hipnotizantes.
Gohan saiu de seu trânse quando ouviu algumas batidas na porta de seu quarto.
- Já vou mãe, já vou! Respondeu ele sem ânimo, imaginando ser sua mãe, que as vezes batia na porta do seu quarto para lembrá-lo de que já estava tarde. 
- Sou muito nova pra ser uma mãe não acha Gohan? 
O moreno arregalou seus olhos ao ouvir aquela voz, ele jamais confundiria aquele timbre de voz, doce, desafiador, ousado, provocante e que era capaz de lhe proporcionar arrepios por todo o corpo.
- Videl? o que você está fazendo aqui? espera aí, minha mãe deixou você entrar?
- Desde quando você já tem essa intimidade com minha mãe?
- Ela me deixou vir até aqui, mas você vai me deixar entrar no seu quarto ou não?
- Que feio Gohan, deixar uma garota esperando aqui do lado de fora.
Mais uma vez Gohan saiu de um trânse, o rapaz não conseguia distinguir se aquilo era mesmo real ou se ele ainda estava sonhando.
- Espera só um pouquinho Videl, vou me trocar primeiro, não vou demorar.
Videl corou ao imaginar a possibilidade de entrar no quarto de Gohan, e suas bochechas ruborizaram ainda mais ao imaginar o moreno se trocando.
A jovem balançou a cabeça de um lado para o outro incessantemente, tentando espantar aqueles pensamentos insanos.
- Mas o que eu estou fazendo? eu só queria treinar mais um pouco, e agora eu estou aqui esperando para entrar no quarto dele.
- Foco Videl, quando ele sair do quarto vamos treinar, apenas treinar. Dizia ela para a própria consciência.
Videl pôde escutar barulhos vindo do quarto através da porta, era Gohan que corria de um lado para o outro apressado, tentando se trocar o mais rápido possível. 
Vez ou outra, ela ouvia alguns "Ai", provavelmente o garoto estabanado tropeçava em algo.
Mas o coração de Videl palpitou alucinado quando ela ouviu o barulho da chave girar sobre a fechadura e a porta se abrir.
- Pronto gatinha, demorei muito? Gohan sorriu de uma orelha a outra ao ver o rosto tímido de Videl.
- Já falei pra não me chamar de gatinha seu bobo.
- E já que eu estou aqui deixa eu ver como é seu quarto. Disse ela tentando se safar daquele momento intimidador. 
Videl já não sabia mais como reagir quando estava tão próxima de Gohan, lá no fundo, ela sentia medo, suas mãos suavam frio e suas pernas bambeavam sem forças para se manterem em pé.
Mas ela não imaginava que corria ainda mais perigo estando ali dentro do quarto de Gohan.
- Não ouse fechar a porta Gohan. Ela lançou um olhar assassino para o rapaz que permanecia parado e encostado sobre a parede.
- Calma Videl, fica tranquila eu não faria isso, o que minha mãe ia pensar?
A jovem estreitou os olhos desconfiada, mas acabou cedendo as palavras de Gohan.
- Ok, mas estou de olho em você, ouviu?
Videl olhava cada detalhe do quarto perplexa, Gohan era organizado, tudo estava muito bem arrumado e em seu lugar, exceto alguns livros que estavam do lado da cama em um canto no chão, mas aquilo só demonstrava o quanto ele se importava com os estudos, isso era bom.
- Não imaginei que seu quarto fosse assim, afinal você é um garoto.
- Quarto de garotos deveriam ser bagunçados não é? Ela perguntou sorrindo.
- Então você queria que meu quarto fosse bagunçado?
- Não é isso, você entendeu o que eu quis dizer seu bobo.
- É, parece que você é um bom garoto.
- Finalmente você percebeu gatinha. Gohan se aproximou de Videl devagar e se inclinou para que pudesse olhar dentro dos olhos da pequena marrenta. 
- Posso ser um bom garoto pra você também. Sussurrou.
Os dois permaneceram ali, frente a frente, mais uma vez aquela atração envolvia seus corpos, era tão forte que ambos não conseguiam se mover, eles já sabiam o que aconteceria em seguida.
- Ah, mas que droga, de novo. Videl apenas fechou os olhos e logo ela sentiu os lábios quentes de Gohan encostar nos seus.
Foi inevitável.
Logo o beijo tímido se aprofundou, não demorou muito para se tornar um beijo sedento por mais, Gohan levou suas mãos até a cintura de Videl puxando-a para mais perto de si, não existia mais espaço algum entre eles.
Videl sentia aquele corpo forte e másculo tão próximo, tão quente, ela não encontrou forças para se afastar, ela não achou certo se afastar, era a melhor sensação que ela já teve em sua vida.
Quando se deu conta, suas mãos já estavam novamente acariciando aqueles cabelos arrepiados e macios.
Enquanto Gohan inebriava-se com o perfume de Videl.
Naquele momento Chichi passava pelo corredor com uma enorme cesta de roupas sujas nas mãos indo em direção a lavanderia da casa, mas tudo foi para o chão quando viu os jovens se beijando.
Videl e Gohan escutaram o barulho que veio do corredor e com muita dificuldade precisaram encerrar o beijo, sentiram um calafrio percorrer suas costas quando olharam para trás e se depararam com Chichi estática e completamente envergonhada olhando para ambos.
- Ah-ah-ah, mas vocês são muito apressados.
- Essa juventude cheia de hormônios correndo pelas veias!
- Acho melhor vocês treinarem agora né.
- Espera mãe deixa eu te ajudar a pegar toda essa bagunça do chão. Disse Gohan sem saber exatamente como reagir.
- Não precisa, podem ir, eu termino com isso aqui.
Naquele momento, Videl queria se esconder em um buraco no chão, de preferência, o mais profundo possível.
- Me desculpe senhora, não era para ter acontecido isso. Videl se pronunciou fazendo uma reverência.
- Então, nós já estamos indo, né Gohan? A jovem puxou Gohan pelo colarinho da blusa e sairam caminhando apressados em direção ao quintal.
- Tá vendo Gohan, olha o que você me fez, nunca passei por tanta vergonha na minha vida.
- E agora? com que cara vou olhar pra sua mãe?
Já do lado de fora da casa, Gohan gargalhou alto segurando sua barriga, ainda nervoso, mas tentou quebrar o clima tenso que se formou.
- Nós precisamos assumir logo isso gatinha, se não, vamos ser pêgos assim por muitas outras vezes.
- Eu não sei do que você está falando, garotão. Videl se aproximou de Gohan e encostou seu dedo indicador sobre o peito do rapaz, em seguida, olhou para um lado qualquer, desviando seu olhar dos olhos desejosos de Gohan, ela só não queria que o moreno pudesse ver o quanto suas bochechas estavam vermelhas.
Gohan sorriu, o rapaz adorava o jeito desafiador de Videl, mas o que era ainda mais atraente para ele, era como Videl ficava incrívelmente linda e irresistível envergonhada.
"Ela é um filme de ação com vários finais."
- Ok, vamos iniciar nosso treino de hoje então!
- Gatinha.
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- As artes marciais são benéficas para o corpo, como também para a mente, pois estimulam a concentração e aumentam a confiança.
- Mas também podem ser utilizadas para defesa pessoal em qualquer situação de perigo.
- Hoje vou te ensinar alguns golpes para sua defesa pessoal, que vai te proporcionar mais agilidade e força física.
- Preparada?
- Sim, claro!
- Então, vamos lá.
- Vamos começar com alguns alongamentos, é  necessário que você tenha bastante elasticidade, sendo assim, os alongamentos são decisivos para um bom treino.
~~~~~~ GH ~~~~~~ GH ~~~~~~ GH ~~~~~~ GH ~~~~~~
Goku chegou em casa cansado, vindo de seu mais novo trabalho, mas depois de Gohan pedir muito à seu pai, Goku cedeu ao pedido do filho e decidiu treinar junto com os jovens e ensinar alguns golpes, Goku já havia participado de inúmeros torneios de artes marciais, colecionador de muitas vitórias, foi mais do que comprovado que ele era o melhor lutador de artes marciais que já existiu.
Os olhos de Videl brilharam ao ver o quão forte seu futuro sogro era, a jovem adorava usar os treinos como pretexto para estar perto de Gohan, mas ver Goku lutar, a motivou ainda mais a levar os treinos a sério, ela comprovou mais uma vez, o quanto aquilo era importante para eles, era realmente um estilo de vida.
- Agora sei de onde veio toda a força do Gohan, genética! tá no sangue. Ela pensou enquanto admirava Goku lutar com Gohan, não existia raiva ali, pelo contrário, ela pôde ver companheirismo, amor.