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História Olhares na Escola - Desejo Secreto - O clube


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


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Capítulo 7 - O clube


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Desejo Secreto - O clube

Já estava novamente esperando abrirem a escola ao lado de Mel, pensando em como seria meu dia, se Bruno se sentaria perto de mim, se ele mencionaria o sonho comigo ou reclamaria do beijo na testa que mandei na noite anterior. Chegou até a passar pela minha imaginação ele se declarando pra mim. Dizia que me amava e que queria ficar comigo. Quando percebi no que estava pensando, ri de mim mesmo.

Abriram a escola e fiquei conversando com Mel dentro da minha sala. Ela queria que eu desse uma chance à Ana Clara. Expliquei que tímidos como nós dois somos, seria impossível algo produtivo sair dali. Não dei um não definitivo, já que seria até pecado desperdiçar uma chance com uma garota tão linda, mas a verdade era que Bruno não saía de minha cabeça.

Quando alguns alunos já haviam chegado, Mel resolveu ir para sua sala, me deixando imaginar impossibilidades novamente. Rafa chegou e já foi contando algo relacionado a um jogo que éramos viciados. Distraí-me um pouco até o professor chegar, e nada de Bruno. Mas não perdi as esperanças de ele não vir à escola. Ele sempre chegara atrasado a todas as aulas até hoje. Fiquei de conversa com Rafael até que ele chegou.

Estava lindo como sempre, desta vez com uma blusa de frio cinza e cabelo novamente bagunçado. Bruno me cumprimentou do mesmo modo que fez com Rafael. Um aperto de mão rápido, frio, frouxo e sem nem me olhar. Em nada se parecia com o de ontem.

Fiquei com muita raiva.

Eu sabia que não havia motivos para ele me tratar diferente de Rafa ou dos outros, mas eu esperava que ele estivesse tão ansioso quanto eu. Era incrível como meu carinho por ele se transformava em uma raiva diabólica em segundos por qualquer motivo besta.

Prometi a mim mesmo que o trataria com a mesma frieza com que ele me tratara, mesmo eu sabendo que talvez ele nem percebesse. O que mais me deixava bravo, era que ele não parecia querer apenas aparecer como antes. Realmente parecia que ele ligava tanto pra mim quanto para os garotos que ele ainda não tinha conversado.

Ele se sentou novamente o mais longe de mim, contrariando minha imaginação fértil. Sem querer, meus olhos iam na sua direção, mesmo eu tentando ao máximo evitar isso. Assustava-me, quando encontrava os seus, me encarando também. Sempre que nossos olhares se cruzavam, eu me batia disfarçadamente, com ódio de mim mesmo. Assim seria difícil fingir que não ligava pra ele.

Mesmo eu evitando ao máximo, todas as vezes que eu o olhei ele me olhava. Ou encostado na parede, calado, ou enquanto conversava com alguém.

Bateu o terceiro sinal e fomos para o recreio. Eu e Rafa nos encontramos novamente com Mel e Ana Clara para conversar. Desta vez, fiz questão de ficar bem à vista de Bruno. Até me estranhei. Mas Mel era muito desinibida e vivia me abraçando, andando de braços dados comigo e etc. Eu precisava saber a reação do novato ao nos ver daquele jeito.

Ele estava numa rodinha com os meninos do futebol. Percebi que quando me viu, sua expressão sorridente caíra. Ele estava sério e não parecia prestar atenção em mais nada do que diziam. Eu continuava dando moral para as brincadeiras de Melissa. Até que minha barriga gelou novamente. Bruno estava vindo até nós. Quando ele chegou, soltou um sorriso, como se quisesse convencer a todos de que já estava sorrindo antes de chegar. Ficou entre Rafa e Ana Clara, passando os braços pelos ombros de ambos, como se fossem melhores amigos. Ana Clara fez uma cara de “eu não conheço esse cara”, mas Bruno é tão lindo e ela tão tímida e educada que deixou.

- E aí galera, só passando pra convidar geral pro meu aniversário, sábado, lá em casa. Na verdade, é segunda, mas vou comemorar sábado. - Dizia Bruno sem nem me olhar.

- Ah, a gente vai sim! Mas vem cá, o povo da sua sala vai também?  Entusiasmada, Mel já aceitara o convite pensando só em homem.

- Bom, eu chamei o pessoal e eles confirmaram. – Respondeu o menino. Eu já estava com tanta raiva que resolvi soltar:

- Ah, e eu acho que não vai dar pra eu ir não, beleza? Ele me olhou com uma cara espantada, abrindo levemente a boca, talvez tentando pensar em algo pra falar.

- Ham? Como assim? Por quê? – Seus olhos dançavam enquanto ele falava.

- Hum… o meu pai vai sair sábado com o carro, não tem quem me leve, outro dia a gente faz alguma coisa. – Disse a mentira mais cabeluda que podia.

- Não, de jeito nenhum, eu vou lá e te busco, pode ser? – Ele disse, decidido.

- Não precisa, cara, o aniversário é seu, não meu!

- Já decidi. É melhor você já estar pronto às seis da tarde, pois vou estar lá fora te esperando.

- Depois a gente conversa sobre isso então. – Eu estava realmente espantado com a mudança repentina de seus atos.

Era esse Bruno que eu queria pra mim!

Voltamos para a sala e Bruno voltou a ser distante e a não falar comigo. Decidi que esperaria aquele Bruno do recreio voltar, para conversar com ele. Rafa chegou atrasado do recreio e antes de se sentar já foi conversando.

- Cara, tava pensando… A gente podia ir acampar de sexta pra sábado no clube né? Aí sábado a gente ia pro aniversário do Bruno. – Rafa falava de uma forma que me deixava meio constrangido ao mesmo tempo em que eu via seu rosto avermelhar, coisa que não acontecia entre nós dois.

Talvez fosse mais uma das bobagens da minha cabeça, mas tive a leve impressão de que ele estava com ciúmes de mim, talvez ele até tivesse percebido meu interesse em Bruno… não, isso não faz o menor sentido. Falei a mim mesmo.

Rafael era meu melhor amigo, nada mais que isso! Além do mais, ele estava a fim da Melissa.

- Hum cara… acampar é massa! – Respondi meio sem graça pelas bobeiras que eu pensara.

- Eu levo a Vodca! – Conspirou Rafa, com milhares de ideias diabólicas na cabeça.

E assim combinamos.

Iríamos acampar no clube sexta, dormir lá e sábado ir para o aniversário de Bruno.

Após a aula, resolvi comprar o presente. Eu tinha algumas economias que eu havia juntado de natais, aniversários, etc. Minha sorte é que minha família é muito grande e todos já sabem que eu gosto de ganhar é dinheiro.

Andando nas lojas do shopping, não imaginava o que dar de presente, até ver uns óculos escuros lindos. Era muito fácil imaginar Bruno neles. Combinava perfeitamente com sua pele e seu cabelo.

Inexplicavelmente, não tive dó de pagar por eles.

No fundo, acho que eu queria impressioná-lo. Mostrar que ele significava algo pra mim. Esse foi o presente mais caro que eu já dei a alguém até então.

Nas aulas de quinta e sexta, ele continuava me ignorando. Cheguei a me arrepender de ter comprado tal presente e estava pensando seriamente em não ir à festa e ficar com os óculos pra mim.

À tarde, a mãe do Rafael passou em minha casa para nos levar ao clube.

- Olha, não quero você entrando em piscina funda, nem indo a lugares perigosos. Fiquei sabendo que sequestraram e estupraram um menino nesse clube. – Dizia minha mãe toda preocupada. Eu sabia que essa história era mentira, pois em todo lugar que eu ia sem ela, ela dizia que um menino fora sequestrado e estuprado.

- Tudo bem mãe. O clube vai estar cheio hoje.

- Juízo, não façam coisas perigosas e não fiquem sozinhos com estranhos!

- Tá bom! Tchau mãe! – Eu dizia enquanto fechava o portão e entrava no carro do Rafa.

- Cuida do meu Lezin Rafa!

- Pode deixar comigo Dona Marta!

No caminho ele abriu uma brecha do zíper da mochila e me mostrou a vodca, escondida. Fizemos cara de capetinhas ao nos olharmos. Abri a minha e mostrei alguns sucos que comprara para misturar. Eu odiava beber vodca pura. Também não era um viciado. É que na maioria das festas eu não podia entrar e só bebia em aniversários de quinze anos.

Chegamos ao clube e após uma conversa com a mãe do Rafael, parecida com a que eu tivera com minha mãe, ela se foi, ainda preocupada. Montamos nossa barraca, guardamos nossos pertences, travamos o zíper da barraca com cadeado e fomos para as piscinas. Apesar de não ser o clube preferido da maioria das pessoas de Braga, era o que nós dois mais gostávamos, pois não tinha essa frescura de não poder pular, não poder escorregar no toboágua de cabeça para baixo, etc.

Já chegamos à piscina, pulando com tudo e fazendo o maior escândalo. Ficamos horas lá, brincando de controlar a água e dar golpes um no outro, coisa de um desenho que éramos viciados: Avatar.

Bateu a fome, compramos alguns salgados e fomos para a barraca comer, sossegados.

Ao lado dele, parecia que não existiam problemas. Quase nem lembrava de Bruno e quando lembrava tentava logo esquecer para não estragar meu dia. Inevitavelmente, pensamentos maus vieram em minha mente e comecei a imaginar Rafa e eu como um casal… acho que seria estranho, mas ao mesmo tempo legal.

Terminamos de comer e fomos preparar as bebidas: Vodca com suco de uva.

Tava muito forte, mas uma delícia. Tínhamos combinado que não beberíamos muito, pois estávamos sozinhos, mas estávamos fechados na barraca abafada, nós dois suando, aquele calorão… O suco e a vodca estavam no isopor, gelados. Não resistimos e bebemos um pouco além da conta. A barraca estava fechada, pois tínhamos medo de alguém ver a gente bebendo. Aquela paranoia toda de quem faz algo errado.

A bebida começou a fazer efeito em nós dois. Olhei para Rafael de um jeito novo. Reparei como aquela situação era excitante.

Estávamos apenas de bermuda, com o corpo suado, respiração ofegante, bêbados, cabelos molhados e aquele escurinho de fim de tarde. Ele estava um tesão.

Notei meu pau acordado debaixo da cueca. Bebemos mais um pouco e começamos a brigar de brincadeira. Nem lembro o motivo, mas logo estávamos numa lutinha dentro da barraca.

Comentei com ele que se tivesse mais alguém lá fora, com certeza estaria pensando besteira e caímos no riso. Ainda bem que éramos só nós dois ali. Suas pernas então me soltaram e meus braços soltaram Rafa. Ele estava deitado de barriga para cima em um dos colchonetes na barraca. Me deitei ao seu lado, de bruços. Ficamos calados nos olhando, sentindo o gosto da respiração um do outro. Meus braços estavam apertados nos seus. Eu encarava sua boca e ele, meus olhos.

Ficamos muito tempo apreciando o gosto do ar que saída da boca do outro. Sob efeito da bebida (ou talvez estivéssemos usando a bebida como desculpa), avancei um pouco a cabeça e lhe dei um selinho. Voltei a olhá-lo. Sua expressão não mudara.

Ele continuava me olhando do mesmo jeito. Até que também me deu um selinho, um pouco mais molhado e tímido e sorriu.

Eu queria GRITAR. Não sabia o que fazer. Estava nervoso e tenso demais pra reagir.

 


Notas Finais




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