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História Olhos de Apatita - Malfred (EM REVISÃO) - Virtude


Escrita por: miabitt

Capítulo 8 - Virtude


Fanfic / Fanfiction Olhos de Apatita - Malfred (EM REVISÃO) - Virtude

Outrora: advérbio, em tempos antigos, que aconteceu no passado, antigamente: lembro-me dos tempos de outrora.

Ponto de Vista de Maria Marta:

Ao chegar no restaurante, me deparo com Ana Helena discutindo com o proprietário do estabelecimento. Ela continua a mesma.

- Posso saber o que está acontecendo aqui?! - Digo, pegando Heleninha de surpresa.

- Marta, minha rainha!! Até que enfim você chegou! Não estão querendo liberar a melhor mesa, ela já está vaga. - Ela me responde irritada.

- Está senhora está querendo uma mesa que já está reservada. Infelizmente, não temos mais espaços disponíveis nas próximas três horas. - Ele diz, nervoso.

- Senhora é a sua digníssima mãe. Estou na flor da idade! - Helena rebate, irritada.

- Me dá 5 minutos. - Digo, piscando um dos olhos.

Puxo o dono do restaurante para uma conversa rápida e negocio o horário da reserva. Após algumas caras feias e muito dinheiro envolvido ele cede. Coitado de quem perdeu a reserva!

- O que você disse para o homem? Saiu feliz da vida. - Ela pergunta, incrédula.

- Ele vai ser o responsável pela gastronomia no próximo desfile da Apatithe. Você está me devendo uma. - Digo, gargalhando.

- Desculpa se o meu Fonseca não é pareo para o seu Mendonça e Albuquerque... - Helena rebate, revirando os olhos. - Maldita hora que fui casar com Toni. Poderia ser modelo em Londres, mas fazer o que.

- A vida é uma ingrata mesmo, olha eu, rica e com um belo par de chifres na cabeça. - Falo irritada.

- Não se faça de santa, Maria Marta. Seu passado lhe condena. - Ela diz maliciosa. - E que saudade dos velhos tempos! Fui infinitamente feliz.

- Passado é passado. Não gosto de falar dos meus momentos de fraqueza. - Digo.

- O passado pode virar futuro, basta você querer. O que te impede? - Ela diz pegando em minha mão.

- Ana Helena Fonseca! Você veio aqui para ouvir minhas lamúrias ou para reviver o passado?! - Rebato.

- Chata! Você sabe muito bem que sou infinitamente melhor que o seu maridinho. Mas vim para ouvir as fofocas! - Ela diz sorridente. - Mas antes, preciso encher a cara. Nada me irrita mais do que suas histórias com José Alfredo.

Após algumas doses de martini e várias taças de vinho, falamos sobre a minha nova empresa, os filhos e as viagens que pretendemos fazer. Ela está radiante pois a filha, Maria Luísa, está cursando Teatro em uma federal. Ser atriz era o grande sonho de Heleninha. Também desabafa sobre o namoro fracassado de Cecília, sua filha mais nova, com um rapaz italiano.

- Estou cansada de falar da minha família! Quero saber sobre o seu caso com o advogado da empresa. Tá pegando o Merival?! - Questiona.

- Ainda não! Ainda! Vi que isso irrita José Alfredo em níveis absurdos, e como Merival sempre foi louco por mim, irei aproveitar a oportunidade. - Respondo, esperando a opinião de Helena.

- Tem todo o meu apoio. Infelizmente, José Alfredo é o seu grande amor, se acha que isso te deixará mais próxima de reatar seu casamento, aproveita! - Helena me responde, sincera. - Acredito que você deve ficar com alguém que te ame e valorize, mas se quer o comendador, apenas faça de tudo para tê-lo.

Ana Helena nunca gostou de José Alfredo, nem mesmo quando nosso casamento estava no auge. Para ela, Zé não era a pessoa perfeita para mim, e eu não julgo sua opinião. Mas eu não posso ir contra o meu coração, vai muito além de riquezas e poder.

- Além do mais, tenho uma fofoca das boas para te contar, sobre o seu maridinho. - Ela diz devagar, já bêbada. - Luiz Antônio me contou...

- Fala logo, Heleninha!! Quer me matar do coração. - Reclamo, impaciente.

- Você é a rainha da minha vida, mas está muito ignorante! - Ela diz gargalhando, Helena já bebeu muito vinho. - Ele me contou que José Alfredo terminou com a ninfeta. O caminho está livre, imperatriz.

- Quando foi isso? - Pergunto, incrédula. - Por quê não me falou antes?

- Eu soube hoje, minutos antes de vir para cá. Brigaram feio hoje a tarde, ele descobriu que ela estava de caso com um moço bem mais novo que ele. Ligou para Luiz indignado, disse que não sabia o que fazer. - Ela fala, pedindo mais uma garrafa de Cabernet Sauvignon, seu vinho favorito, ao garçom.

- Heleninha, o que seria de mim sem você? - Digo animada.

- Seria mais triste e trouxa, Maria Marta. - Ela diz debochada.

- Chega de vinho, Ana Helena. Não quero sair daqui com os fotógrafos no nosso pé, seria uma vergonha aparecer em uma revista te arrastando pelo restaurante. Você já não está mais nesse planeta. - Digo irritada.

- Eu senti sua falta, Marta. - Ela diz olhando em meus olhos.

Meu passado com Ana Helena é, digamos, complexo. Ela foi um refúgio durante as viagens de José Alfredo. Heleninha nunca escondeu que sempre foi apaixonada por mim, não é à toa que uma de suas filhas se chama Maria.  Fizemos loucuras juntas, mas o meu grande amor é o comendador, e o que nos resta é apenas a lealdade recíproca que nos rodeia a vinte e tantos anos.

É complicado ser a mulher da vida de tantas pessoas, poucas mulheres tem a chance de se sentirem tão desejadas e terem a capacidade de enlouquecer alguém. É como uma jóia, muitos querem, mas poucos tem a oportunidade de tê-la em suas mãos.

Ponto de Vista de José Alfredo:

Marta sempre foi leal a mim, onde eu estava com a cabeça ao dizer que ela me traiu. Essa diaba me faz experimentar o inferno sem nunca ter pisado dele. Esse é o poder de Maria Marta, seu poder de persuasão, ela enlouquece as pessoas. Não julgo Merival por querer a imperatriz, mas na vida dela só há espaço para um homem: eu.

Enquanto espero ela voltar, bebo algumas taças de vinho. O álcool me faz enquecer todos os erros que já cometi.

- I will not fall under the spell of your eyes. - Digo, em um sussurro.

Onde essa mulher foi? Por que tanta demora. Marta me conhece tão bem, mas eu pouco conheço ela. Reconheço cada parte daquele corpo, da personalidade, mas não sou capaz de saber o que passa em sua mente, e isso ela faz com facilidade. Ela completava minhas frases, decifrava meus pensamentos e lia em meu rosto cada sentimento que eu esboçava. Marta sabia me ler como ninguém.

É a única mulher que eu conheço que foi capaz de bater de frente comigo, sua coragem é sua maior virtude. Ela não aceita ser mandada, muito menos passada para traz. E foi por isso que ela me deixou na lama, ela é a única capaz de fazer isso.

Ponto de Vista do Narrador:

Ana Helena não admite, mas ver Marta com José Alfredo é como um tapa em seu rosto. Seu casamento com Luiz Antônio é apenas uma válvula de escape para a arquiteta, ela precisa manter as aparências de família perfeita.

A esperança de Heleninha, apelido que ganhou de Marta, é um dia a imperatriz ter uma recaída ou apenas desistir de José Alfredo.

Outono de 2015, 16 de Maio, 03 horas e 19 minutos.

Após uma longa conversa, Maria Marta retorna para sua casa, cambaleando por conta da embriaguez, em plena madrugada.

- Ai! Que inferno. Quem foi o imbecil que colocou essa mesa aqui! - Reclama Marta, ao tropeçar na mesinha do corredor.

Antes de entrar no quarto, sente uma mão apertar seu braço:

- Que susto, José Alfredo! Tá maluco? - Ela diz, irritada.

- Eu preciso falar com você, Marta. - Ele fala visivelmente alterado.

- Você está bêbado! Amanhã conversamos! Preciso dormir. - A imperatriz diz, soltando seu braço da mão do marido.

- Marta, por favor. - Ele insiste. - Me deixe apenas conversar com você.

- Ai mas que diacho de homem. Vá conversar com aquela insossa que você chama de amante. - A imperatriz rebate, tocando na ferida do marido.

Ele nada disse, apenas adentrou o quarto da madame, ela, impaciente, fechou a porta, esperando o motivo para tanta incomodação.



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