História Olimpo - Capítulo 9: Atena

Já estou farta das traições de Zeus, mas o que eu poderia fazer? Ele é o rei dos olimpianos. Quando me casei com ele achei que estava fazendo a coisa certa, como fui me iludir assim? Achar que ele iria finalmente parar com essas traições.

Acabei indo parar em uma praia depois de uma outra discussão com Zeus sobre nosso filho Ares. Essa praia era linda, não reconhecia, pois jamais havia saído de Olimpo, e está sendo tudo novo pra mim aqui no mundo dos mortais. Sentei-me na areia e desabei. Será que sou tão ruim que não mereço ser amada pelo meu próprio marido? O que eu fiz para merecer aquela vida desgraçada? Lágrimas corriam livremente pelo meu rosto. Ouvi vozes olhei para trás e vi alguns mortais conversando alegremente. Eles pareciam felizes como se cada momento de suas vidas precisasse dessa felicidade. Fiquei observando até eles sumirem do meu campo de visão. Nesse momento eu invejei os mortais que não tinham que viver uma eternidade angustiante cheia de traição. Pobres ingênuos que às vezes falam que querem viver para sempre. Mal sabem eles que o para sempre é tempo demais para se viver sempre feliz.

Deitei-me na areia e comecei a observar o céu noturno. Sem nuvens era possível ver lindas constelações e observar aquela linda lua crescente. O céu me hipnotizou passei um bom tempo olhando aquela preciosidade. Após um tempo alguém se deitou ao meu lado. Olhei assustada para a pessoa tentando reconhece-lá, mas naquela escuridão eu só conseguia ver que era um homem. Assustada com a sua presença repentina comecei a me levantar.

-Não se preocupe com minha presença Hera.

-Assim que ouvi meu nome sentei-me novamente e comecei a encará-lo, mas ainda assim não consegui ver quem era. Até que ele se levantou um pouco o corpo e apoiou-se em seus cotovelos.

-Passou-se tanto tempo que não me reconhece mais?

-De fato se passou muito tempo mesmo. Mas agora consigo te enxergar melhor. O que faz aqui? Eu tinha a esperança de ficar sozinha.

-Eu sempre venho aqui quando tenho problemas com meu reino. Não culpo você de estar no meu lugar. Mas é você o que faz aqui? Está muito longe de casa. Aconteceu algo grave? -perguntou-me preocupado.

-Zeus novamente. Eu sempre soube que ele nunca me amou, sempre me traiu, não dá a mínima prós nossos filhos, só pensa nos outros que teve fora de nosso casamento. (Suspiro) -comecei a desabafar com ele. Eu precisava fazer isso. - Por anos eu suportei isso e nunca pude fazer nada, Zeus nega em trazer Ares de volta. O que eu poderia fazer com Zeus? Absolutamente nada. Mas hoje à noite já havia perdido toda minha força quando ia para meu quarto tentei novamente conversar com ele sobre Ares, porém ele não deu ouvidos, se zangou e disse que iria eu mesma atrás de meu filho. Mas isso foi apenas uma desculpa para me distanciar um pouco dele, pois ele escuta sempre os outros, mas a mim nunca escutou. (Uma lágrima se escorre em meu rosto).

-Porque está aqui? Qual o seu problema? -perguntei querendo esquecer tudo que acabara de dizer.

-Você não é a única aqui que tem problemas de relacionamento, minha querida. -ele me chamar de minha querida me surpreendeu. Ele com certeza não temia que meu marido nos encontrasse.

-Minha mulher vive tendo crises de ciúmes, hoje mesmo ela surtos por eu estar conversando com minha própria filha acredita? Eu sei que não sou eu que ela tem medo de perder e sim a coroa.

-Você pelo menos pode se divorciar se quiser. Eu não tenho nem essa opção por ser a deusa da fidelidade.

-Acha mesmo que um simples divórcio resolveria o nosso problema? Continuaríamos unidos ao nosso reino. Não podemos ser egoístas. Já imaginou o que seria de Olimpo se você não cuidasse dele?

-Para ser sincera nunca pensei. Procuro nem mesmo pensar no divórcio. Eu jamais poderei fazê-lo sem perder parte do meu poder. E quem seria capaz de aguentar Zeus se não eu? Esse destino eu não desejo nem para pessoa mais miserável desse mundo.

-Agora tenta me imaginar reinando sem minha mulher? Ela pode ser bem chata, mas é útil na administração do castelo. Por isso para não fazer nada de cabeça quente sempre que brigamos eu venho pra cá.

-Você a ama? -Perguntei. Eu não sei o porquê de que trata saber aquilo, mas eu simplesmente queria.

-Não consigo amá-la. Mas não é porque não a amo que eu a trato mal. Eu gosto dela só que não o suficiente para amar. -Ele falou olhando para o mar. Seu olhar era triste. -Eu sempre amei outra pessoa. Mas também sei que jamais poderei tê-la para mim. Enquanto ela viver eu acho que jamais serei capaz de amar outra pessoa.

-Nunca pense em jamais, tudo é possível quando se vive para sempre. -Falei tocando em seis ombros para consolá-lo. -Ela sabe disso?

-Eu nunca permitiria que ela carregasse esse amor que sinto. Isso poderia arruinar sua vida para sempre e quando se é imortal para sempre é muito tempo.

Deitei-me novamente na areia e voltei a encarar o céu pensando nessa conversa que tivemos. Poucos minutos depois ele também se deitou. Ficamos lá em silêncio apenas olhando para as estrelas. Como se elas fossem capaz de nós ajudar. Eu acabei pegando no sono.

Quando acordei a primeira coisa que fiz foi olhar para o lado e ver se ele estava lá, mas a única coisa que vi foi um pequeno bilhete com uma pequena concha servindo de peso. “Se precisar de um lugar para ficar meu castelo estará sempre de portas abertas para você minha querida. Poseidon.”

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Atena era a deusa grega da sabedoria e das artes. Os romanos a chamavam de Minerva. Foi concebida da união de Zeus e da deusa Métis. Era uma deusa virgem, linda guerreira protetora de seus heróis escolhidos e também de sua cidade Atenas.

Atena era a filha predileta de Zeus, porém quando Métis ficou grávida, Zeus engoliu a esposa com medo de sua filha nascer mais poderosa que ele e lhe tirar o trono, mas para que isso acontecesse convenceu Métis a participar de uma brincadeira divina, onde cada um se transformava em um animal diferente e Métis pouco prudente acabou se transformando em uma mosca, e Zeus a engoliu. Métis foi para a cabeça de Zeus. Mas com o passar dos anos, Zeus sentiu uma forte dor de cabeça e pediu para que Hefesto lhe desse uma machadada, foi então que Atena já adulta saltou de dentro do cérebro de seu pai, já com armadura, elmo e escudo.

A sala dos tronos estava cheia, com apenas uma cadeira vazia. Zeus estava quase perdendo a paciência, pois já não bastasse o sumiço de Hera, ele também queria saber quem havia convocado essa reunião quando seu irmão Hades aparece . Ele cumprimenta a todos.

-Foi tu quem nos chamastes, irmão? -perguntou Zeus.

-Não. Eu também fui chamado aqui.

-Então... -Hermes começou, mas foi interrompido pelo barulho das portas sendo escancaradas.

Uma deusa furiosa passou por elas. Era Atena. Vestia uma túnica cinza como sempre é o cabelo loiro preso, mas estava desfeito.

E tinha olhos faiscando de raiva.

Ela emanava raiva em seu estado mais puro, tanto que até Hefesto se encolheu minimamente. Ela caminhou até seu tio.

-Como você pode?! -perguntou gritando.

-O que? Eu não fiz...

-Hades, eu cuidei para que Aracne ficasse escondida, não me venha dizer que foi Gaia à soltá-la. Você podia ter impedido-a assim como os outros titãs. MINHA FILHA ESTÁ NO TÁRTARO POR TUA CULPA!

-Não é verdade é sabe disso Atenas. -Hades tentou argumentar.

Atena avançou em seu tio. Hermes segurou seu braço. Erro. Atenas virou-se com toda a raiva que tinha, pegou o pulso do deus e o jogou longe como se não fosse nada. Voou para cima do deus dos mortos, o mobilizou no chão e colocou sua adaga no pescoço dele que estava pasmo.

-TIRE-A DE LÁ AGORA! -exigiu.

-Eu não posso! Não controlo o Tártaro! Vai além de meus domínios. -disse Hades, atordoado.

-Filha... -Zeus agachou ao seu lado, mas recuou assustado quando ela apontou a adaga para ele.

-Atena! -gritou Apolo e Artemis assustados. -Sabe que ele diz a verdade, onde está a razão?!

A deusa paralisou.

Não que os gêmeos estivessem errados, até Atena sabia que o que estava fazendo.... irracional. Ela se levantou e guardou a adaga. Atena sempre odiava os sentimentos, eles não tinham sentindo nem razão. Odiou a si mesmo por se deixar levar pela raiva.

Ela sabia que para vencer uma guerra precisava de força, tanto física quanto emocional. Não podia e nem deveria se abalar pelas perdas ao seu redor.

Mas o que fazer quando seu ponto fraco era sua própria filha?!

Annabeth havia conquistado a admiração e o respeito da deusa, que sempre a observava de longe. E quando viu que fora para o Tártaro... algo dentro dela aconteceu, uma raiva e irá inexplicável e incontrolável.

-Hades... eu juro que se alguma coisa acontecer, eu mesma te mandarei para o Tártaro e seu trono ficará para Persefone quando aparecer. -a deusa disse ameaçadoramente

Hades suspirou e sumiu, mas nem ele poderia ajudar pois já estava com cabeça em outro lugar pensando na amada. E mesmo que pudesse estaria muito além de seus poderes e capacidades. Mas após ver o desespero da deusa da sabedoria... decidiu que tentaria mandar ajuda, mesmo que indiretamente.