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História Ômega - Capítulo 5


Escrita por: Kohinata_Senpai e Komaeda-kun

Capítulo 5 - Capítulo 5


Ômega

- Todoroki-kun, espera!

Midoriya correu até o rapaz baixinho que parou no meio do caminho para que ele pudesse o alcançar.

- O que foi?

- Eu queria pedir desculpas por ontem. – falou com as bochechas avermelhadas.

Se referia à situação com Kirishima, não queria parecer um intrometido.

- Está tudo bem. – o menor garantiu – Me desculpe por ter te chamado de insuportável, eu estava estressado.

- Tá tudo bem. – Midoriya sorriu por ter suas desculpas aceitas – Está indo para o metrô?

- Sim.

- Posso te acompanhar?

Shouto apenas assentiu com um pequeno sorriso em lábios, se arrependia de ter sido grosso com o rapaz. Mas Eijirou descobrindo seu segredo tão facilmente tinha lhe tirado do sério, ainda tinha que conversar com o ruivo sobre isso, mas no momento preferia apenas o evitar.

- Você vai pegar o trem também? – perguntou curioso para o Alfa que pareceu ter o rosto a ficar mais vermelho ainda.

- Não... – olhava para qualquer lugar para que não tivesse que encarar o olhar confuso do Ômega – Eu só queria te acompanhar mesmo.

- Ah.

Foi a coisa mais eloquente que o meio-ruivo conseguiu dizer enquanto um tom rosado também se espalhava por seu rosto.

- Espero não estar te incomodando, Todoroki-kun.

- Não está.

Novamente o esverdeado sorriu para o Ômega por causa da resposta. Caminhavam com calma, teria dado tudo certo, isto é, se o Todoroki não tivesse que parar no meio do caminho.

- Está se sentindo mal, Todoroki-kun?

Midoriya perguntou preocupado enquanto ajudava o outro garoto a se sentar no banco do parque onde pararam.

- Uhum, só um pouco tonto.

Respondeu enquanto afrouxava a gravata na tentativa de respirar melhor, pensava que iria morrer de calor. Para aliviar um pouco sua situação, o menor tentou ativar sua individualidade do lado direito, mas nada aconteceu.

Franziu o cenho em preocupação ao notar que não estava conseguindo usar seu gelo, assim como seu fogo.

Não demorou muito para ligar os pontos, o calor, a tontura, a ausência de sua individualidade...

- Todoroki-kun?

Izuku chamou tanto envergonhado quanto em choque por estar ouvindo o meio-ruivo choramingar. Betas não choramingam.

- Midoriya, você precisa me tirar daqui.

- Você quer que eu te leve para o hospital?

Shouto negou com a cabeça.

- Eu acho... – lhe custava dizer aquelas palavras – Acho que estou entrando no cio.

- ...

- Me tira daqui, por favor.

...

Bakugou estava saindo de uma lojinha de conveniência quando seu celular começou a tocar, franziu o cenho ao olhar para o identificador de chamada e saber que, de todas as pessoas, era Deku quem estava lhe ligando.

O loiro – sem pensar duas vezes – encerrou a chamada sem ao menos atendê-la, mas o esverdeado ligou novamente. Katsuki respirou fundo antes de atender a ligação dessa vez.

- Kacchan, me ajuda!

A voz do outro Alfa soou desesperada, deixando o loiro em alerta.

- O que foi, Deku?

- Eu preciso que você compre umas coisas para mim e traga aqui em casa, é urgente.

- Como é que é?! Vai comprar você, porra. – falou irritado.

- Se eu pudesse ir, já teria ido, caralho!

O tom Alfa soou do outro lado da linha, isso chocou tanto os dois Alfas que ambos permaneceram em silêncio por alguns segundos.

- ...

- Me desculpe! Mas é sério, eu preciso de supressores para Ômegas e uma coleira anti-marcas.

- ... Pra quê? – soou estúpido até para seus próprios ouvidos.

- Para um Ômega, meu Deus, apenas se apresse!

A voz de Izuku soou frustrada antes dele encerrar a chamada. Bakugou apenas soltou um suspiro cansado antes de se virar na direção de uma farmácia, ele jurou que bloquearia o contato do esverdeado depois que descobrisse o que merda estava acontecendo.

...

Katsuki bateu na porta do amigo de infância com impaciência, quem diabos era o Ômega que estava causando essa correria? Se bem que ele não dava a mínima.

Quando Izuku abriu a porta, o loiro confessava que se viu surpreso com o estado acabado do outro, os olhos brilhando em vermelho e o cabelo mais bagunçado que o de costume.

- Entra. – Midoriya falou entredentes, as presas o incomodando, ele obviamente estava se segurando para não rosnar para Katsuki.

- Certo, porra, isso já tá me assustando. – assim que adentrou o local a porta foi fechada com força atrás de si – O que merda tá acontecendo aqui?

- É o Todoroki-kun. – respondeu – O cio dele...

- O quê?

- Ele entrou no cio, eu trouxe ele aqui para casa porque ele não quis ir para o maldito hospital!

- O Todoroki? Tá maluco?!

- Veja por si só! – tirou a sacola das mãos do loiro – Mas vamos logo, ele tá com dor.

Quanto mais se aproximavam do quarto do Midoriya, mais o cheiro do meio-ruivo era forte, Bakugou levou a mão ao rosto para cobrir o nariz e a boca para evitar que os feromônios adocicados o afetassem tanto, Izuku fazendo o mesmo.

- O remédio, Todoroki-kun.

Izuku falou com o máximo de calma que podia para o rapaz que se sentou na cama com certa dificuldade.

- Eu quero fazer um ninho. – Shouto fungou e tentou limpar as lágrimas, porém elas não paravam de cair.

- Você pode fazer um depois que tomar os supressores.

- Eu não quero tomar! – choramingou choroso – Eu quero o meu ninho!

Bakugou apenas observou tudo em choque, aquele era mesmo o Todoroki?

Decidiu que não era hora de pensar nisso agora, pegou a cartela de remédio das mãos de Midoriya e se aproximou da cama, ignorando o rosnado agressivo do outro Alfa por vê-lo se aproximar do Ômega.

- Tome o remédio, Shouto.

O menor se encolheu com o tom, acabou acatando a ordem mesmo que mais lágrimas se formassem em seus olhos por causa disso.

- Do que você precisa para o ninho? – Izuku perguntou mais calmo agora que finalmente o Ômega tinha tomado o remédio que o ajudaria a manter a consciência e diminuir seus feromônios durante aquele período.

- Travesseiros e cobertores.

Shouto falou baixinho, não demorou muito para que os dois fossem pegar o que era necessário. Eles não se atreveram a mexer ou até mesmo chegar perto do que o meio-ruivo estava “construindo” no chão daquele quarto.

- Tá faltando.

O Ômega falou frustrado enquanto olhava para os lençóis e travesseiros posicionados da exata maneira que ele queria.

- O quê? – Katsuki perguntou.

- Quero o cheiro de vocês. – choramingou olhando para os dois.

Talvez, só talvez, ambos tivessem sentido uma leve pontada no coração. Katsuki retirou o moletom que estava vestindo e o entregou ao Ômega, Midoriya fazendo o mesmo com a camisa que usava.

- Melhor? – Izuku perguntou – Mais alguma coisa?

- ... - Shouto apenas apontou para uma pelúcia do All Might que estava sobre a cômoda do quarto.

Izuku suspirou antes de entregar a pelúcia para o garoto.

- Tá, agora a coleira, Todoroki-kun.

- Não quero.

- Nós precisamos evitar acidentes, Todoroki-kun.

Midoriya falou, só ele sabia o quanto lhe custou para não tentar marcar o Ômega enquanto Katsuki não chegava, felizmente, a presença de outro Alfa fez sua cabeça clarear um pouco.

- Não vou colocar!

- Kacchan. – o esverdeado pediu.

- Coloca a porra da coleira, Shouto.

- Não!

Os maiores se olharam quando perceberam que a voz Alfa não funcionou dessa vez.

- E agora, Deku?

Izuku olhou cansado para o meio-ruivo.

- Se a gente perfumar a coleira, você usa, Todoroki-kun?

- ... Uso. – inflou as bochechas – Mas tem que ter o cheiro dos dois.

Ambos os Alfas fizeram uma careta de nojo antes de concordarem, esfregaram as glândulas de cheiro na coleira e a entregaram ao meio-ruivo.

Shouto colocou-a no pescoço com um sorrisinho no rosto – como se não tivesse feito os Alfas ferirem o próprio orgulho em marcarem a mesma coisa - eles saíram do quarto quando o menor começou a tirar a roupa.

...

Bakugou e Midoriya se encontravam sentados no sofá, olhavam para a televisão – que estava desligada – como se tivesse algo interessante passando.

- O Todoroki tá tendo um cio no teu quarto? – Katsuki perguntou de repente.

- Está.

- E isso tá acontecendo de verdade?

- Sim.

- ...

- ...

- E o que nós fazemos agora, Deku?!

Finalmente a ficha do loiro parecia ter caído, Todoroki Shouto era um Ômega e estava tendo um cio próximo de dois Alfas.

- Esperamos acabar? – Izuku murmurou nervoso.

- E a tia Inko?!

- Ela tá de plantão. – falou – Não vai voltar para casa até segunda.

- E o que falamos para a família dele? Vão notar o sumiço dele, Deku! Essa porra vai durar uns três dias.

- ... Eu não sei.

- Por que tu me meteu nessa confusão, hein?!

- Eu não tinha mais ninguém para chamar!

- Meu Deus do céu, o Todoroki é Ômega!

Katsuki levou as mãos aos fios loiros e os puxou de leve, só de lembrar do cheiro adocicado do meio-ruivo podia sentir seu rosto arder e suas calças ficarem apertadas.

- Nem pense nisso. – Midoriya rosnou ao sentir os feromônios do outro – Se controle.

- Olha quem fala, porra.

Rosnaram irritados um para outro, mas o silêncio voltou a prevalecer entre eles poucos segundos depois.

- Eu vou fazer o almoço.

O loiro se pronunciou depois de um tempo e se levantou.

- Eu já tomei meus supressores. – Midoriya avisou – Você deveria tomar também.

- Tá.

Eles teriam que se controlar pelos próximos dias, ao menos aquela situação havia começado na sexta-feira e não no meio da semana.



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