Namjoon e Seokjin se encaravam enquanto comiam o café da manhã, sem saber ao certo que deveriam fazer com o beijo da noite anterior.
O loiro quis dar a desculpa que estava bêbado, mas não havia ingerido um gole de bebida e o psicólogo queria falar que a carência poderia fazer aquele tipo de coisa, mas ele não sabia se aquela era a melhor desculpa, então se concentrou nos ovos mexidos que havia feito.
– Seus lábios são macios. – comentou o mestrando, fazendo o outro o fitar espantando. – Desculpa, eu não sei o que deu em mim… Agora, ontem também, me desculpe Jin.
– Joonie, se eu não quisesse o beijo, ele não teria acontecido. – afirmou o moreno, deixando talher bater no prato após um alto suspiro. – Você falou para eu pensar…
– Sim…
– Eu… pensei. – falou o mais velho, encarando o outro. – E tenho uma resposta.
Namjoon sabia a resposta. Claro que Seokjin terminaria aquilo que eles tinham, se é que tinham algo. O psicólogo provavelmente percebera que havia sido uma péssima ideia e desistiria de tudo, pois era o melhor a ser feito. Ou, se não terminasse, pelo menos falaria que nada de ultrapassarem a linha da amizade com beijos e carícias.
– Podemos continuar a nos beijar.
– Claro… eu também acho que aquilo foi uma pé… Espera… O que?
– Sim, vamos nos beijar. – O psicólogo proferiu, suspirando fundo em seguida. – Mas quando quisermos ou… rolar um clima? Tipo ontem…
– Rolou um clima ontem?!
– Eu fiquei olhando para a sua boca… Pelo o que eu sei, aquilo é clima, não?
– É, deve ser… – Namjoon voltou a encarar o prato e resolveu comer mais um pedaço do ovo e em seguida desviar o olhar assim que viu o moreno parado, o fitando. – Então, é… beijos. Eu gosto de beijos.
– Eu também. – comentou o mais velho, bebericando o suco de laranja. – Principalmente quando a outra pessoa beija bem.
– Verdade… Ainda bem que de nós dois, você beija bem, pois compensa o meu beijo fajuto.
Seokjin balançou a cabeça negativamente, não acreditando que Namjoon poderia ser assim; primeiro sempre vivia falando que não era bonito e agora que beijava mal? O psicólogo interior do moreno coçava para sair nessas situações, mas ninguém gostava de se relacionar com pessoas que não sabiam separar a profissão da vida pessoal.
O moreno então se levantou, após limpar o canto da boca com o guardanapo de pano. Jin contornou a mesa e chegou ao lado de Namjoon, esperando o loiro o olhar. O mestrando levantou a cabeça aos poucos, como se tivesse inseguro por um momento, mas logo fez o movimento, fitando o mais velho.
– Ninguém nunca me beijou da forma que fui beijado ontem. – afirmou o psicólogo, delicadamente puxando o outro pela mão, para que o loiro ficasse em pé. – Eu quero que você me beije, de novo, agora.
– Mas… Ovos.
– Eu também comi.
– Mas… Mas…
– Cala a boca e me beija logo, Kim Namjoon.
O loiro deu um passo para frente, incerto, claramente procurando uma desculpa para fugir, mas o mais velho não desistiu, continuando no mesmo lugar, esperando o beijo.
Namjoon respirou fundo, pronto para inventar algo, mas assim que viu o moreno lentamente passando a língua no lábio inferior, sentiu algo no seu âmago lhe dizendo para beijar aquela boca, mordê-la e tomá-la para si. E foi isso que o mestrando fez.
Seokjin quase perdeu o equilíbrio com a rapidez e força que o outro usou para acabar com o espaço entre os dois. Jin acabou apoiando o corpo na mesa enquanto Namjoon segurava em sua nuca, já ultrapassando a barreira dos lábios com a própria língua.
O mestrando sentiu o gosto salgado invadindo o seu paladar, mas não importava, pois Jin tinha mania de suspirar durante o beijo e isso simplesmente o deixava querendo mais e o outro fazia questão de dar exatamente o que ele queria.
Os lábios do psicólogo eram macios e o mestrando não resistiu à tentação de mordiscar o inferior lentamente, passando a língua por ali em seguida como um suave pedido de desculpas.
Namjoon se afastou lentamente, mas o psicólogo o seguiu com o rosto, não querendo aquela distância, mas assim que notou o sorriso de lado no rosto do mestrando, revirou os olhos.
– Outro? – perguntou o loiro, ajeitando o óculos.
Jin sorriu, puxando a nuca de Namjoon e apertando os fios loiros por dentre os dedos, selando os lábios do mais alto e sorrindo no processo. O mestrando também sorriu, aprofundando o ato ao inclinar um pouco a cabeça.
Seokjin suspirou e Namjoon não resistiu a novamente pedir espaço com a língua, a usando para pressionar a do outro no céu da boca do moreno.
O psicólogo gemeu, apoiando os braços na mesa e rapidamente afastando o que estava no seu caminho. Assim que notou que tinha o espaço livre, o mais velho se sentou no tampão de madeira, afastando as pernas, para que o outro se aproximasse, ainda durante o beijo.
Seokjin simplesmente se sentia viciado nos beijos do mestrando. Sempre que Namjoon tirava alguns segundos para respirar, o moreno dedilhava com suavidade a nuca do outro e seus olhos somente focavam nos lábios avermelhados a sua frente; ele não resistia ao impulso de tomá-los para si uma vez mais, os saboreando como nunca antes havia feito com outra pessoa.
– Wow, eu preciso de água. – afirmou o loiro, passando a língua no lábio inferior.
– E eu de um aparelho de nebulização. – brincou o mais velho, retirando uma risada do outro. – Céus, quando foi que essa sujeira aconteceu? – questionou sentindo parte de sua calça úmida, com o que parecia suco de laranja.
– Foi você que sentou aí e espalhou tudo…
Seokjin pareceu não se importar e mordendo o próprio lábio superior, novamente puxou Namjoon para mais um beijo, em seguida emendando em outro e outro e outro; foram tantos, que ambos pararam de contar.
Após a longa sessão de amassos, os dois arrumaram a mesa e também a cama onde dormiram.
O loiro não conseguia esconder o sorriso e Seokjin o achava adorável, tanto que o próprio não conseguia deixar de sorrir também. O psicólogo se sentia feliz por ter encontrado alguém como o mestrando, que o entendia e passava pelas mesmas coisas que ele, além de ter um excelente beijo. Mais uma vez, Jin xingou mentalmente o professor de artes tão cego em relação ao melhor amigo. Namjoon merecia mais, merecia alguém que o apreciasse da maneira correta.
– Que horas você vai buscar Hoseok?
– Eu estou esperando ele ligar…
– Ótimo. Então vem… – falou o mais velho, puxando o outro pela mão e o levando até o sofá. – Está na hora do meu dorama favorito.
– Em um sábado de manhã?
– É reprise.
Namjoon concordou, seguindo o outro até o sofá e admirando o sorriso do mais velho ao assistir um episódio de Descendants of the Sun.
A protagonista estava em um hospital, fazendo algo que o loiro não prestou atenção, pois seus olhos não eram desviados do psicólogo. Seokjin deveria estar naquela TV e não ao seu lado, o beijando há poucos minutos atrás.
Quando deu o comercial, o moreno buscou o celular, estranhando a falta de notificações e percebeu que não o havia ligado. Bufando para si mesmo, iniciou o aparelho e um minuto depois, começaram a pipocar notificações na tela.
– Ah, Yoongi postou algumas coisas…
– Eu vi só uma selfie, meia cedo e comentei…
– Hn, ele postou mais do que isso. – informou o mais velho, estalando a língua. – Pelo visto, seu melhor amigo não vai te ligar tão cedo.
O mestrando não entendeu de imediato, mas ao ver a foto que o músico postara, praticamente no colo de Hoseok, com uma legenda ainda mais melosa, Namjoon suspirou alto.
– Acho que se transássemos na frente deles, eles não iriam se importar. – comentou Jin. – Estarmos perdendo o nosso tempo.
– Já disse para você não desistir.
– Não importa, estou desistindo. – afirmou o mais velho, buscando o controle remoto e desligando o televisor. – Hoseok pode ficar com Yoongi, pois eu tenho o melhor amigo dele.
– O que?
Namjoon nunca teve a explicação verbal para a sua pergunta, pois quando conseguiu reagir, já estava sentindo a língua do outro pedindo espaço e claramente, ele não negou esse pedido.
A posição estava ruim para o psicólogo, então ele levantou um pouco o corpo e tentando não quebrar o beijo, se sentou no colo do loiro, mas o ato fez o mestrando se assustar, se afastando.
– Hum… desculpa. – disse o mais velho, se movendo para voltar para o sofá, mas foi impedido pelas mãos na sua cintura.
– Está tudo bem, eu só me espantei. – explicou o loiro, com um sorriso. – Podemos continuar…
– Eu não estou te usando. – disparou Seokjin, ainda no colo do outro. – Eu disse que desisti, mas se você quiser acabar com nosso acordo, está tudo bem.
– Eu não desisti de Hoseok. – afirmou o loiro, arranhando de leve a pele do outro, que ficou exposta quando seu suéter saiu do lugar. – Eu queria tentar mais… O namoro de mentira…
– Então está ótimo, podemos continuar. – Seokjin falou, se remexendo no local, o que acarretou no loiro fechando um dos olhos. A atitude fez o mais velho se mexer de novo, notando algo que não tinha percebido antes. – Hum… Acho que você gostou demais que eu sentasse no seu colo, hn?
O rosto de Namjoon, na mesma hora, adquiriu um tom vermelho e ele desviou o olhar, se perguntando se o chão poderia ser abrir para ele se jogar.
– Não fique com vergonha, Joonie. – pediu o mais velho, se inclinado para selar rapidamente os lábios do outro. – Nós realmente estamos sendo intensos. Hum… quer que eu saia do seu colo?
– Não, eu acho que consigo me controlar. Que dizer, eu não vou te atacar… Não sou… É, eu quero dizer que não vou… hn.
– Eu entendi. – afirmou o outro, rindo. – Então, eu posso te beijar?
– Está até demorando até demais…
O psicólogo sorriu, entrelaçando as mãos atrás do pescoço do outro e se inclinando para frente, beijando Namjoon com vontade enquanto sentia os dedos do outro lhe trazerem arrepios na parte da pele exposta.
Quando o loiro mordeu o lábio do psicólogo, este choramingou, se encaixando ainda mais no corpo do mestrando. Seokjin tentou ignorar a excitação do mais novo, mas era impossível, o fazendo pensar se deveria fazer alguma coisa em relação a aquilo.
No momento em que o beijo teve fim, Seokjin sentiu o corpo sair do lugar e quando percebeu o que tinha acontecido, estava deitado no sofá, o que lhe fez soltar uma risada alta. Namjoon se posicionou de forma que ficara por cima do mais velho, logo retomando a beijá-lo.
Aquilo estava indo rápido demais e o mestrando sabia que talvez fosse uma péssima ideia, mas beijar Seokjin o estava retirando toda a razão e por isso quando o psicólogo jogou o corpo para cima e mudou as posições, ele se deixou levar por aquela boca em seu pescoço.
A camisa do psicólogo estava quase fora do corpo do moreno quando o telefone tocou. De imediato, eles ignoraram, continuando a se beijarem, mas o toque estridente não parou.
– Atende Jin… – Namjoon falou, respirando com dificuldade. – Pode ser importante.
– Esquece isso.
– Não, atende. Se não for importante nós continuamos.
O mestrando sorriu, buscando os lábios do outro e mordendo o inferior lentamente, enquanto sorria ladino ao ouvir o psicólogo solta um som engraçado, antes de se afastar dele para pegar o celular.
– É Yoongi… – concluiu ao encarar o visor do celular. No mesmo instante Seokjin se sentiu pego em flagrante, o que era ridículo. Namjoon deve ter pensado o mesmo a julgar pela maneira com que o loiro voltou a se acomodar no sofá e a arrumar os cabelos e a roupa. – Hey, Suga…
Namjoon não queria encarar e quase se levantou para dar espaço para o mais velho, mas para a sua surpresa, sentiu os dedos do moreno lhe agarrando a camisa com força e no mesmo momento, o mestrando percebeu que tinha algo errado.
– O que? Suga, calma! Fala devagar eu não estou entendendo nada! Estou indo para aí agora! – afirmou o mais velho, pensando por um momento antes de continuar. – Você está sozinho? Ah, Hoseok está aí? Ótimo, não saia do lado dele. Estamos indo. Fique calmo. Até daqui a pouco.
– Jin?
– Precisamos ir agora Joonie. – informou o psicólogo, se levantando do sofá e parecendo perdido no que fazer. – Ai, hã…. carro!
– Você não vai dirigir nesse estado, Jin. Calma. – Namjoon ponderou, segurando o braço do outro com cuidado e o puxando para si. – Hey, calma, olha para mim… O que aconteceu? Yoongi está bem?
– Jimin… Jimin acordou. – Seokjin conseguiu proferir as palavras e sentiu uma onda de alívio tomar conta de seu corpo.
Finalmente, Park Jimin estava desperto. Ele não sabia se sorria ou chorava e no final acabou fazendo um pouco dos dois, abraçando Namjoon com toda a força que conseguia.
– Não chora, Jinnie! Isso é ótimo! Vem, eu vou levar você.
O mestrando soltou o moreno do abraço e foi buscar suas chaves e carteira. Seokjin fizera o mesmo, enquanto secava o rosto molhado com as lágrimas que teimavam em rolar.
Em pouco tempo estavam dentro do carro do loiro e Seokjin segurava o celular com força, com medo de perder qualquer nova notícia.
Jimin tinha despertado e Seokjin pensou que finalmente parecia que as coisas estavam voltando aos trilhos.
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