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História On and On - Capítulo 43


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos 332 favoritos e a todos que comentam!!!

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Boa leitura.

Capítulo 43 - Capítulo 43


Seokjin abriu os olhos de súbito e puxou o oxigênio com força para os seus pulmões.

A dor veio em seguida. Seu ombro doía, mas nada se comparava a que dor sentia no tornozelo direito. Ele havia torcido o desgraçado, rolado escada abaixo e agora Namjoon já deveria ter ido embora.

O moreno praguejou e gritou em frustração, tentando se colocar de pé, mas falhara. Seu tornozelo doía e a julgar pela quentura que sentia em sua testa, deveria ter um corte ali e claro, sangue. Jin quis chorar; não de dor, mas sim  porquê Namjoon havia ido embora e ele não conseguira impedir.

Seokjin mesmo com o ombro doendo, tentou alcançar o celular, porém quando sua mão encostou no bolso traseiro da calça e nada encontrou, se lembrou que correu do apartamento sem nada e o telefone provavelmente ficara no criado mudo.

Novamente, o psicólogo tentou se mexer, mas nada conseguira e quando estava puxando oxigênio para poder gritar por ajuda, Hyunwoo apareceu por uma das portas vermelhas, com um olhar assustado.

– Senhor Kim! O que aconteceu? Eu só te vi caído pelas câmeras e vim correndo. – O segurança falava apressadamente e olhou em volta, como se procurasse um culpado para a cena. – Vou ligar para ambulância. Oh… Não se mexa, senhor!

– Eu… Estou bem. – afirmou o psicólogo, mais uma vez tentando levantar, mas sendo impedido pelo segurança. – Só preciso de ajuda…

– O senhor tem certeza? Bateu a cabeça? É perigoso…

– Por favor, Shownu… Só me ajuda a levantar.

O segurança concordou, mesmo que ainda estivesse na dúvida se aquela era a ação correta. O homem se abaixou e quando Jin achou que o outro o ajudaria ficar em pé, sentiu o mais alto o erguer do chão e se a situação fosse outra, Seokjin iria rir por estar sendo carregado no estilo noiva, mas no momento estava tão desanimado, que somente enlaçou os braços no pescoço do outro, sentindo o corpo todo doer.

Hyunwoo seguiu com Jin no colo até o elevador e quando o psicólogo pensou que seria colocado no chão, não aconteceu e um pouco envergonhado, chegou ao saguão e vários olhos viveram para ele e seu estava lamentável.

Seokjin não pode deixar que varrer o local a procura de Namjoon, em uma esperança boba de que o namorado estaria por ali, mas seus olhos nada encontraram e novamente o mais velho abaixou o olhar.

Não demorou muito para Jin se encontrar sentando em uma cadeira, com vários funcionários preocupados com ele. O psicólogo estava tão desanimado que nem notara que até pessoas da faxina estavam em volta dele, perguntando o que havia ocorrido. O fato era que Seokjin era uma ótima pessoa e o sangue escorrendo da testa do moreno estava assustando a todos do local.

 – Eu estou bem, de verdade. – O moreno garantiu pela enésima vez, agradecendo a uma das funcionárias que limpava sua testa com uma toalha úmida. – Vocês viram Namjoon passar por aqui? Viram para onde ele foi?

– Ele saiu… correndo. – Uma das mulheres comentou, atraindo atenção do psicólogo. – O senhor Kim parecia perturbado com algo…

– Alguém… pode me arranjar um telefone?

Um telefone sem fio logo chegou nas mãos do mais velho, que agradeceu, discando o número de Namjoon, que gravara um dia quando o mestrando e ele apostaram quem tinha melhor memória, claro que o loiro vencera o jogo.

O mestrando não atendeu e Seokjin ficou olhando para o aparelho, sem saber o que fazer; não importava as dores, ele só queria falar com Namjoon.

– Senhor Park! Ainda bem que o senhor apareceu!

Seokjin novamente tentava ligar para Namjoon quando Jimin surgiu na sua visão. O rapaz demorou uns segundos para processar o que estava acontecendo, mas assim que entendeu, ficou preocupado, procurando por explicações.

– Jin? Jin? O que aconteceu?! Alguém já ligou para a ambulância?!

– Jimin, viu Namjoon?

O saguão estava uma bagunça. Funcionários correndo e chegando a todo momento, Jimin querendo saber o que tinha acontecido e Seokjin procurando Namjoon.

A bagunça continuou por um tempo, até um Uber chegar e mesmo Seokjin não querendo ir, Jimin o convenceu de que era o melhor a ser feito e depois de muita insistência, o psicólogo foi.

Por estarem no centro da cidade, o carro logo chegou ao hospital e mesmo Seokjin achando um exagero, em pouco tempo estava em um quarto enquanto aguardava o atendimento médico.

– Minnie, eu estou bem. – afirmou o mais velho. – Eu só preciso falar com Namjoon…

– O que aconteceu? Ele te jogou da escada?

– Não! Claro que não!

O psicólogo pareceu tão assustado e ofendido com a suposição, que o outro logo abaixou o olhar, um pouco envergonhado. A conversa acabou morrendo depois daquilo, mesmo que Seokjin ainda parecesse ansioso.

Jimin resolveu fazer algo e tentar achar Namjoon para o amigo e teve a ideia de buscar o celular e mandar uma mensagem.

– Conseguiu encontrar Namjoon?

– Não… mas pra que essa insistência toda? – Jimin estava ficando irritado com aquilo. – Você está aí todo ferrado por culpa dele!

– Park Jimin do que você está falando? É óbvio que nada disso é culpa dele.

– Como que não é?

O psicólogo suspirou irritado. Seja lá o que for que tenha dado em Namjoon naquele dia, ele conseguia notar agora que algum dedo de Jimin estava na história.

– O que você falou para ele Jimin?

– Eu? Nada. – afirmou o loiro, balançando os ombros. – Como eu disse, só não entendo a insistência.

– Como não? Ele é meu namorado.

– E daí? – Jimin desviou o olhar do celular, olhando para o mais velho. – Você ainda é apaixonado por Yoongi, não vejo o problema.

– Foi você! Você meteu isso na cabeça de Joonie!

Seokjin tinha um olhar ferido e ia começar um belo de um discurso quando o médico entrou no quarto, com um sorriso simpático e começando a diagnosticar o psicólogo, que antes de responder as perguntas do homem, ainda olhou para Jimin com raiva, o que fez o loiro se encolher e em silêncio sair do quarto.

Jimin realmente não entendia aquela reação exagerada do psicólogo, mas não querendo parecer ingrato ou coisa do tipo, resolveu perguntar aos amigos se alguém havia visto Namjoon.

 

SETE PECADOS CAPITAIS

 

Minnie

Oi gente,

alguém viu Joonie?

 

TaeTae

Jin o que você tá fazendo

com o celular de Jimin?

 

Minnie

Sou eu mesmo, Jimin.

Tae, viu Joonie?

 

Kookie

Joonie…

 

Hobi

Jin, essa é mais uma

das suas piadas sem graça?

 

Minnie

Que merda! Sou eu.

Alguém viu NAMJOON?

 

Kookie

Desde quando você chama

o hyung de Joonie?

 

Hobi

Tô pensando o mesmo aqui…

 

TaeTae

Eu estou na faculdade,

posso tentar procurá-lo…

Mas por quê? Aconteceu algo?

 

Hobi

Eu acho que ele está entrando

em casa.

Sim, é ele mesmo.

Jimin, o que aconteceu?

 

Minnie

Jinnie-hyung caiu da escada.

Pede para ele vir pro hospital.

AgustD

O QUE????

JIN O QUE???

COMO QUE ELE ESTÁ?

Caralho, não posso sair do país

que essas merdas acontecem.

 

 

Minnie

Jin está bem.

Só torceu o tornozelo, mas ele

 insiste em falar com Namjoon.

 

Àquela altura Hoseok já estava no quarto de Namjoon, batendo na porta, como um desesperado. Se havia uma coisa que o professor não sabia fazer essa era se acalmar, estava no sangue dele ser exagerado com os acontecimentos.

– Joon! Joon! Abre essa porcaria, Jin-hyung está no hospital!

Namjoon abriu a porta do quarto de uma vez, com os olhos arregalados, mas vermelhos. Hoseok estranhou o fato, mas ignorou principalmente pelo amigo parecer pronto a sair correndo.

– O que? Onde? Qual hospital? O que aconteceu?

– Jimin disse que ele caiu da escada!

– Ah, não… Não!

Namjoon sabia que era o culpado, que Seokjin correra atrás dele e por isso caiu da escada. Céus, será que ele nunca iria se cansar de destruir tudo que tocasse?

Tão rápido quanto entrou em casa, Namjoon pegou as chaves do carro e correu outra vez para fora do apartamento, com Hoseok em seu encalço.

– Namjoon! Você não vai dirigir nervoso!

– Hoseok, ou você entra nesse carro ou fica aí, porque eu estou indo atrás do meu namorado.

Hoseok achou melhor entrar, pois pelo menos estaria com o melhor amigo e quem sabe conseguisse acalmá-lo de alguma forma.

Namjoon dirigia igual a um desesperado e mesmo com Hoseok pedindo para ele diminuir, o mestrando não deu atenção. O ruivo tentava argumentar com o outro de que Seokjin estava bem, mas o loiro nem parecia escutar.

A chegada ao hospital fora agitada e Namjoon passou pela recepção feito um lunático e mesmo sem saber para onde ir ele continuou andando. Hoseok, por sua vez conseguiu perguntar onde Seokjin estava e então correu atrás do melhor amigo, o levando até o quarto correto.

– Para onde você ia? Bater de porta em porta? – O ruivo tentou soar divertido, mas o loiro estava nervoso demais para rir das piadinhas. Ele ia sim bater de porta em porta se fosse preciso.

Ao chegarem no corredor, encontraram Jimin sentado em um banco, os braços cruzados e uma expressão indecifrável no rosto.

– Minnie! – Hoseok chamou quando estavam perto o suficiente, Namjoon por outro lado passou direto e seguiu para o quarto onde o namorado estava, sem a menor vontade de falar com o dançarino de cabelos aloirados naquele momento.

– Oi, hyung.

– Não liga pra Joon, ele está nervoso por causa de Jin. Como você está, hn?

– Tô bem… Eu acho.

– Hã? Acha? Por quê?

Hoseok logo se sentou ao lado de Jimin que lhe sorriu, mas desviou o olhar em seguida. O ruivo achou engraçado o gesto, mas nada comentou.

– Não consigo fazer alguns passos e… acho que fiquei um pouco nervoso e acabei causando essa confusão toda.

– Como assim?

– Hum… – Jimin ponderou por um momento e percebeu que não seria uma boa ideia falar o que fez, ainda mais para Hoseok. Então, o dançarino sorriu e balançou os ombros. – Não foi nada na verdade… Não adianta chorar pelo leite derramado, não é?

O ruivo franziu a testa, sem entender o que o outro estava falando, mas resolveu ignorar, pelo menos por hora e depois, quando os ânimos estivessem mais calmos, ele questionaria ao dançarino.

– Tudo bem, Jiminnie. Você quer beber alguma coisa? Não quero entrar no quarto e encontrar os pombinhos aos beijos… Talvez após alguns minutos eles se acalmem.

E foi o que os dois fizeram. Dando privacidade aos namorados por alguns minutos.

 

***

 

Namjoon entrou no quarto de uma vez, sem bater ou pedir com licença e assim que Seokjin o encarou assustado, o mestrando se arrependeu do ato. Ele era um idiota e mais uma vez no mesmo dia estava provando aquela afirmação.

– Jin! Me desculpa…

– Não… Você correu sem me deixar explicar e eu cai da escada tentando te alcançar. – afirmou o moreno. O mestrando mordeu o interior da própria boca, abaixando o olhar para os próprios pés. Seokjin tinha razão, era realmente culpa dele. – E tudo isso porque você caiu nas provocações de um adolescente magoado.

– Me desculpa…

– Não.

Daquela vez faltou muito pouco para que o loiro começasse a chorar. Por que Jin não o desculpava de uma vez? Será que terminaria com ele? Não! Aquilo não podia acontecer.

– Eu não vou perdoar você até receber meu beijo, Kim Namjoon. Onde já se viu? Como eu vou melhor sem beijos?

Namjoon sentiu o nó da garganta se dissipando aos poucos e ainda com os olhos brilhando, se aproximou do moreno que já estava se ajeitando na cama, para dar espaço para o loiro se sentar na beirada.

O mestrando ia direto para o beijo, tanto que colocou as duas mãos na bochecha do mais velho, mas parou ao notar um curativo na testa do outro.

– Sua testa, eu… eu…

– Me beije, Joonie.

Ali estava o “Joonie” que Namjoon gostava de ouvir e que nos últimos dez meses se tornaram indispensáveis para que o loiro se sentisse feliz, como ele próprio, como se fosse capaz de subir montanhas e escalar paredões, como se todos os problemas não existissem, como se cada divindade existente houvessem se juntado e criado Seokjin, perfeito e único, que havia destruído todas as defesas do mestrando, mesmo que este não tivesse percebido em um primeiro momento.

Namjoon não perdeu mais tempo, encerrando o espaço entre eles dois, colando sua boca na do psicólogo e o beijando com todo o carinho de seu coração. Seokjin o beijava da mesma maneira, acariciando a nuca do mestrando antes de puxá-lo ainda mais para si aprofundando sua língua na boca do outro, a explorando como se fosse a primeira vez.

Os dois se separaram com alguns beijos estalados e carícias pelas maçãs do rosto.

– Eu não tenho qualquer outro sentimento por Yoongi que não seja amizade, Joonie. Eu prometo isso a você.

– Eu estou apaixonado por você. – disparou o loiro. Namjoon estava cheio de dúvidas se deveria ou não ter dito aquelas palavras, mas seu coração estava tão apertado e ele precisava desabafar. O mestrando passou anos e nunca havia se declarado para o ruivo e talvez fosse o destino lhe mostrando que alguém chegaria e poderia ser bobagem, mas o loiro naquele momento acreditava que era Seokjin. – Eu tentei não me apaixonar… Na verdade eu prometi a mim mesmo, quando começamos com o nosso falso namoro que eu sabia onde cada sentimento ficava e que nada além de amizade surgiria, mas Jin… É simplesmente impossível não se apaixonar por você.

– Joonie! Como você pode se declarar para mim dentro de um quarto de hospital?! Você arruinou meu plano romântico de ser o primeiro a dizer durante nosso aniversário de onze meses!

– Eu entendo que… – O loiro parou de falar, processando as palavras do outro. Seokjin realmente quis dizer aquilo?! – Nosso aniversário é daqui duas semanas…

– Eu sei…

– Jin, me desculpe, eu não entendi muito bem o que você falou. – confessou o mestrando, com a testa franzida e o lábio inferior entre os dentes. – Como assim plano romântico?

– Você já estragou tudo mesmo. – O psicólogo riu, puxando uma das mãos de Namjoon displicentemente e entrelaçando seus dedos aos dele. – Bem, eu tinha planejado um jantar romântico e depois uma caminhada no parque, debaixo da neve e então e diria que estou completamente apaixonado por você e depois iriamos voltar para casa e fazer amor o resto da noite; mas você apressou tudo.

– Não tem como fazermos amor no hospital?

– Joonie!

– Eu posso trancar a porta…

– Kim Namjoon!

– Pode ser uma rapidinha…

Seokjin riu, novamente puxando o outro para um beijo, mas Namjoon perdeu completamente a habilidade de beijar, pois ficou sorrindo o tempo inteiro, o que fez o mais velho também rir e ambos acabaram desistindo dos beijos e somente ficaram com as testas coladas, respirando o mesmo ar, com os corações acelerados e sorrisinhos entre ambos.

– Me desculpa, Jin…

– Tudo bem, Joonie. Eu deveria ter esclarecido isso antes, de qualquer forma. – falou o mais velho, suspirando fundo e se afastando minimamente do outro, mas ainda sim juntando as mãos de ambos. – Eu sei que começamos esse relacionamento um pouco errado e Yoongi e Hoseok se tornaram duas sombras no nosso namoro, mas nós dois acabamos amadurecemos juntos…

– Sim, mas eu não me arrependo do nosso namoro de mentira que nos beijávamos. – brincou o loiro. – Por causa dele, nos surpreendemos com os nossos sentimentos.

– Nós somos dois nerds. – disparou o psicólogo, fazendo o outro rir alto. – Qualquer outro casal estariam se beijando…

– Ou transando.

– Namjoon!

O mestrando riu com todo o corpo e quando voltou a encarar o outro, o sorrindo foi se tornando mais singelo e Seokjin pode perceber todo o sentimento do loiro somente no olhar, o que deixou o psicólogo ficou emocionado.

– Eu te amo. – falou Namjoon, balançando a cabeça em seguida, como se confirmasse as palavras. – Uau, eu te amo.

– Eu te odeio! – afirmou o mais velho, dando um leve tapa no ombro do outro. – Você acabou com todos os meus planos!

O loiro riu e então beijou o outro mais uma vez. Ele estava feliz em saber que pela primeira vez alguém retribuía seus sentimentos e ainda mais radiante pois esse alguém era tão maravilhoso quanto Seokjin.

– Eu te amo. – falou Seokjin, finalmente retirando aquilo do peito, mas pretendendo repetir várias vezes aquelas palavras. – Eu não acredito que encontrei uma joia tão rara como você…

– Você que é raro.

– Divindade… Seremos melosos. – disse o psicólogo, rindo. – Ai, suas covinhas… Isso é tão ilegal.

– Talvez você devesse me prender por esse crime.

– Cruzes, que nojo!

A voz de Hoseok fez Namjoon e Seokjin olharem espantados para a porta, mas ainda sim sorrirem. Seria difícil algo tirar os sorrisos dos rostos dos namorados.

– Pelo visto não foi nada grave mesmo, não é? Vocês já estão sendo melosos e tudo o mais.

– Você já olhou para Joonie hoje, Hoseok? Como eu poderia não ser meloso com ele? Olha essas covinhas!

O psicólogo sorriu, apertando as bochechas do namorado, fazendo Hoseok e o mestrando rirem juntos.

Jimin estava olhando a cena ainda em silêncio, encostado na porta. Por mais que continuasse dizendo para si mesmo que tudo o que havia dito não fora por pura maldade, mas sim para alertar o mestrando de uma possível dor futura, o dançarino não podia deixar de se sentir culpado por quase ter colocado toda aquela relação em uma situação complicada.

– Mas sério… – começou Hoseok, chamando atenção de todos no quarto. O ruivo se aproximou da cama em rápido passos e segurou a mão do psicólogo, fazendo este olhar o professor com curiosidade e divertimento. – Eu quase morri do coração! Não faça mais uma coisa dessas, mocinho!

– Desculpa. Da próxima vez eu tento cair de pé.

– Bobo! – reclamou o ruivo, arrancando uma alta gargalhada do mais velho. – Já podemos te levar para casa? Eu mesmo vou cuidar de você.

– E eu? – perguntou o mestrando, aparentando indignação – Eu sou o namorado.

– Bem capaz de você quebrá-lo no meio, Joon.

– Não seria uma má ideia. – comentou Seokjin, sorrindo de lado.

– Que horror! Eu odeio vocês dois!

Seokjin não precisou passar a noite no hospital e como era de se imaginar, Namjoon não saiu do lado do namorado o resto do dia, não que o psicólogo fosse reclamar, longe disso. Ter o mestrando por perto era o ponto alto de seus dias.

Ao voltar para o prédio Seokjin pulava em um pé só, mas sendo apoiado por Hoseok e Namjoon. Assim que o psicólogo adentrou no saguão, novamente uma bagunça aconteceu, com todos querendo saber se estava tudo bem.

Era bobo, mas Jin ficou feliz por tantas pessoas estarem genuinamente preocupadas com ele e por isso respondeu a cada uma delas, recebendo até um pirex com uma espécie de massa de uma das vizinhas, pois assim ele não se preocuparia em cozinhar. O psicólogo agradeceu com sinceridade e prometeu devolver o objeto assim que fosse utilizado, mas a senhora ignorou a promessa do moreno com um balançar de mãos.

– Senhor Kim… – Hyunwoo começou, mas tanto Seokjin quanto Namjoon olharam para ele. – Seokjin… Precisa de ajuda? Eu posso novamente carregá-lo.

Jin olhou para Namjoon por um momento, mas percebeu que o namorado o encarava, deixando com ele a decisão, mas sem parecer irritado ou ciumento. O psicólogo chegou a deixar um sorriso no ar enquanto aceitou a oferta, pois seu pé estava realmente doendo e aquele esforço, mesmo que mínimo, o estava trazendo um grande desconforto.

O segurança se adiantou para pegar o outro no colo e os outros seguiram logo atrás. O elevador ficou um pouco apertado, mas isso não chegou a ser um problema. Logo depois disso, não demorou muito para que Seokjin estivesse no sofá do próprio apartamento, com Hyunwoo se adiantando para sair, quase não escutando o “obrigado” que o psicólogo falou.

Jimin continuava em silêncio e ainda sem proferir nada, colocou o pirex em cima da bancada da cozinha e seguiu para o quarto, lá se trancando. Durante aquelas horas que permaneceu no hospital, percebera que havia sido extremamente maldoso e cego, pois agora ele conseguia perceber que Seokjin estava apaixonado por Namjoon e quase se socou ao fazer a constatação; era tão óbvio, tão na cara que nenhum dos amigos havia questionado aquele relacionamento.

Porém, além de ser um idiota, Jimin também era um covarde e por isso ele estava trancado no quarto, fugindo de qualquer contato com Namjoon e Seokjin, pensando que não seria nenhuma surpresa se o psicólogo não o quisesse mais ali.

Entretanto, horas se passaram e o dançarino resolveu ir dormir, mas não obteve sucesso nessa tarefa e por isso, duas e meia da manhã, começou a vagar pelo apartamento, sem saber o que fazer, então acabou na cozinha.

– Minnie?

Hoseok estava atrás do loiro, que quase derrubou o leite do corpo para o chão. Por ficar escondido em seu quarto, ele não fazia ideia que o ruivo ainda estava no apartamento.

– Ah, oi…

– Não está conseguindo dormir, Minnie?

– É… Desculpa, eu te acordei, né?

– Ah, que nada. – comentou o ruivo, sorrindo e saindo da cozinha, com o outro o seguindo. – Eu estou dormindo na sala, aí acabei te escutando…

– Você poderia ter ido dormir no meu quarto, Hobi. Eu não me importaria. – mentiu o loiro, sentindo as palavras queimaram em na sua língua. – Somos amigos, afinal das contas.

A afirmação do loiro soou tão falsa aos ouvidos do professor, que Hoseok levantou o olhar para fitar o rosto de Jimin, procurando algum sinal estranho e por algum motivo, Hoseok os encontrou. O dançarino sorria, mas não chegava aos olhos e de relance o ruivo conseguiu ver o mais novo revirar os olhos.

Hoseok não sabia o que pensar e por isso nada comentou e o silêncio cortou a sala de estar até Jimin falar um rápido “boa noite” e voltar para o quarto, deixando o copo na mesa de centro do ambiente.

O ruivo fitou o copo por longos segundos e com um suspiro o pegou, foi até a cozinha, lavou, secou e colocou onde antes este estava, para em seguida voltar e se aconchegar debaixo das cobertas que estavam no sofá.

O professor estava cansado e logo acabou dormindo.


Notas Finais


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Até amanhã ;*


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