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História On Your Side - Capítulo 30


Escrita por: Arimbel

Notas do Autor


Tem capítulo de Natal antes do Natal SIM! Pq eu tive que aproveitar a epifania né?

Ou queriam esperar até o Natal? Faltam 3 meses ainda eheheheh

Capítulo 30 - Capítulo 30


Passo as semanas fazendo consultoria para o House via Skype. A equipe ficou bastante desfalcado, já que eu e Cameron estamos de atestado. Ajudei em alguns casos, descobrimos que o caso da menina de dez anos, era na verdade Lúpus. House vive dizendo “Nunca é Lúpus” e desta vez foi. Ele ficou insuportável por alguns dias, mas aprendeu a aceitar as coisas.

Falta quatro dias para o Natal e por “sorte” não irei trabalhar. Eu não gosto muito dessa data, desde que minha mãe morreu, eu sempre passo o Natal sozinha. Então não tenho motivos para comemorar. Apenas gosto das comidas, todas elas têm um sabor mágico e das promoções.

— Tem planos para o Natal? — Pergunta Amber guardando um prato no armário.

— Não, eu não gosto do Natal. Então ou eu passo trabalhando ou saio para “noitadas”. Mas este ano, eu vou passar em casa, talvez eu saia pra comer alguma coisa. E você? — Digo enquanto lavo alguns copos.

— Eu ia para a Polônia visitar meus pais, porém o julgamento do Dylan será marcado há qualquer momento, então o oficial de justiça pediu para que eu ficasse na cidade se possível. — Ela parece desapontada.

— Quer passar o Natal comigo? Podemos sair para jantar... — As palavras saem da minha garganta tão rápido que eu nem tinha cogitado dizer. Amber para de secar a louça, o rosto dela ruboriza  e então aparece um sorriso no canto dos lábios.

— Só tem uma condição... — Diz ela agora me encarando com uma cara lavada, que estou quase arrependida de ter convidado. — Vamos ter que decorar este lugar, pra ficar mais aconchegante e menos industrial.

— Larga de ser boba, não tem necessidade... — Respondo respingando água nela. Ela me olha como se eu tivesse dito o maior sacrilégio do mundo.

— Vamos fazer compras para o Natal. Pode ir tirando o avental que já vamos! — Diz ela indo para o banheiro trocar de roupas. Ah pronto!

— Mas...

— Mas nada, vamos logo para pegarmos as lojas mais vazias. — Diz ela escovando os dentes. Sinto meu corpo arrepiar de leve, pois Amber está usando um conjunto de lingerie roxo ametista lindo. Ainda bem que ela não pode enxergar, seria difícil explicar. 

Tiro meu avental e vou até o banheiro escovar meus dentes também. Amber está na frente da pia e quando me estico para pegar a minha escova, acabo “encoxando” ela sem querer. Sinto meu coração acelerar e olho de relance para o rosto de Amber, apesar dos poucos roxos que lhe restam, da para ver que ela está vermelha. Me afasto bruscamente e acabo batendo a cabeça na parede, fazendo um som oco.

— Está tudo bem? — Pergunta Amber secando os lábios. Não consigo dizer nada, apenas aceno com a cabeça que sim.

Depois de muita relutância minha, me vejo cedendo aos caprichos da Amber de novo. Eu não nunca na minha vida me via fazendo tal coisa. Mas forças do além parecem me empurrar cada vez mais para essas situações. E o pior de tudo! Eu estou achando divertido!

Vamos até uma loja enorme de aviamentos, juro que tem de tudo. Desde botões para roupas à artigos de cozinha. Me sinto perdida e um pouco intimidada pela quantidade exorbitante de coisas dentro de um espaço que parecia não ter fim. Tomo um Vicodin e logo relaxo.

Sigo Amber até um corredor onde tinha árvores de natal de todo tamanho, de gigantescas a bem pequenininhas. Ela me escolhe uma de dois metros. A coisa mal cabe no carrinho. Eu queria a que não engolisse minha casa, mas me deu ouvidos? Que nada! Foi logo me dando as costas e seguindo para o corredor de enfeites. Uma coisa me chama a atenção e me faz lembrar de minha mãe. Eram aquelas meias enormes que se penduram em lareiras e colocam doces dentro. Lembro dela me contando que se eu não me comportasse, iriam colocar carvão nas meias. Daí sempre fazia as coisas que ela queria só para não receber tal coisa e poder me encher de doces na noite do Natal.

— Eu gostei disso, vou levar... — Digo pegando duas meias, uma para mim e uma para a minha nova inquilina. Ela abre um sorriso sapeca e fala:

— Você foi uma menina muito malvada esse ano. Krampus vai encher suas meias de carvão! — Ela pega meu queixo. O ato me faz corar.

— Ora, mas que bobagem! Isso nem existe! — Digo franzindo o cenho e ela ri.

— Se você diz... Mas acho melhor ser boazinha, ainda da tempo dele não te punir... — Diz ela colocando um rolo de pisca-piscas de led dentro do carrinho.

— Minha mãe usava isso para me assustar quando era pequena. Hoje sei que não passa de lenda. — Digo me interessando por umas bolinhas coloridas com glitter. Pego algumas caixas e coloco junto das outras coisas.

— Pois eu ainda acredito... — Retruca Amber rindo. Reviro os olhos e vou olhar outros enfeites. Quando me dou conta, estou olhando conjuntos de potes de sobremesa natalinos. E é divertido! A que ponto cheguei? 

Depois de horas naquele lugar imenso, meu pé tá latejando, terminamos de comprar todas as coisas que achamos necessárias para um Natal decente. Eu não estava concordando com a ideia no início, mas quem sabe quantos natais mais irei passar? Tenho que dar uma chance. Pela Amber e por mim também. Quem sabe ao invés de deprimente, seja divertido? 

— Como a gente vai levar esse negócio pra casa? — Pergunto tentando tirar a árvore enorme do carrinho. — Eu disse que devíamos ter pego a de mesa.

— Aquela não tinha graça! — Amber conseguiu tirar a árvore do carrinho.

Depois de meia hora tentando enfiar a caixa dentro do carro, tivemos a ideia de amarrar a “sequoia” em cima do carro. E seguimos para casa. Quando chegamos a primeira coisa que fizemos foi analisar o local para ver onde caberia uma árvore daquele tamanho no meu loft. E chegamos a um consenso de que a Amber teria de mudar o sofá de lugar. Eu bem fico rindo, ela inventa as dela e agora tem que se virar. Eu não posso em hipótese alguma pegar peso, já me esforcei demais andando de um lado para o outro da loja.

— Deu trabalho, seu sofá é bem mais pesado do que eu imaginei. Mas ficou ótimo! — Diz Amber depois de desembalar a árvore. Eu estava pendurando uma guirlanda com alguns viscos e pinhas na porta. Quando olho para dentro, me enche de alegria. Está bonito e mal está decorado. Me pego imaginando e ansiando para ver tudo arrumado logo, como se eu fosse criança de novo.

— Está sim, logo te ajudo a por os enfeites... — Digo com animação enquanto corro em direção as sacolas para pegar as coisas.

Passamos horas enfeitando a minha casa e conversando sobre o cardápio que iremos fazer. Eu já estou podendo tomar gemada, em empolgo ainda mais. E de repente me proponho a fazer alguns biscoitos de gengibre, coisas que a minha mãe fazia no Natal e eu sempre “ajudava” 

Os dias se passam e chega a tão esperada véspera. Aproveito que Amber está no trabalho para perambular pelas lojas do shopping a procura de bons presentes. Mas tenho que me preocupar com o horário, pois se ela chegar fica presa de novo do lado de fora e ela também vai desconfiar que estou arrumando presentes para ela. Pensando nisso, compro um chaveiro bonitinho de medicina, peço para escrever “Amber” e faço cópia das chaves da minha casa. Lembro também que ela vive reclamando que eu não tenho uma pipoqueira em casa e que pipoca de microondas da câncer. Bom, e da mesmo! 

Saio à procura de uma loja que venda pipoqueira e acho uma perfeita, não muito grande e nem exagerada. Compro e peço para embalar para presente. Arranjo muitos doces e um pouco de carvão, pois tenho um plano para isso. Aproveito que não gastei muito tempo nas lojas e corro para a praça de alimentação, estou há dias louca para comer no KFC e por conta da minha saúde, não estava podendo comer. Me preocupo com a Amber e mando mensagens:

“Vem comer em casa?”

“Não, o paciente deu uma piorada e depois tenho que passar no apartamento do Dylan para terminar de tirar as minhas coisas.” 

“Tudo bem, te espero em casa. XOXO”

“Okay. XOXO”

Almoço um senhor balde de frango frito, que se meus pacientes cardíacos vissem quem estaria levando esporro seria eu. Aproveito que ela vai demorar e dou uma passaeada pelo shopping. Vou divagando até dar de cara com uma loja de pijamas, eu lembro dela zoando o meu pijama de porquinhos e decido achar um bem bobo pra ela também. Acabo levando um com estampas de unicórnio, bem exagerado. E levo dois suéteres bem toscos de Natal, um para mim cujo a estampa é de uma rena com o nariz vermelho brilhante e um para a Amber com um urso polar brincando de guerra de bola de neve.

Feliz com minha façanha, volto para casa e escondo os presentes debaixo da minha cama. Termino de decorar as meias de Natal com nossos nomes, acho um lugar para pendurá-las (uma vez que não tenho ladeira). Penduro numa parte do paredão de janelas do loft, bem na área da sala. Ficou até bom. Corro em fazer os benditos biscoitos de gengibre. Quando Amber chega, estou terminando de decorar os biscoitos e cantarolando uma cantiga natalina. Ela põe a imensa mala dela num canto e sorri ao ver a improvisação das meias e ao ver que eu estou imunda de farinha e outras coisas doces e preguentas. 

— Você fez um ótimo trabalho, estou orgulhosa! — Diz Amber me abraçando. Confesso que não sei como reagir, sinto meu corpo estremecer e se arrepiar de felicidade. 

— Obrigada. — Respondo sorrindo e sujando ela de propósito com chocolate derretido. 

— Aaai nojenta! — Diz ela rindo. Tava me abraçando até agora...

— Ah! Eu tenho um presente pra você! — Digo mancando até a sacola. Este presente eu não fiz questão de esconder. Tiro da sacola os suéteres. E entrego o dela. Ela abre um sorriso largo e genuíno.

— É feio que dói... Eu ameeei! — Diz ela me abraçando apertado, transferindo mais sujeira para ela. — Vem vamos colocar a estrela na árvore.

— É mesmo, tinha esquecido... — Digo tirando o excesso de farinha do corpo.

— Eu coloco a estrela todo ano. Quer ter as honras? — Pergunta Amber estendendo a estrela para mim.  Novamente me lembro da minha família e de como era boa a sensação. Estou sentindo tudo isso outra vez e é perfeito.

— É muito alta... — Digo tímida. Sinto as mãos quentes da Amber na minha cintura, imediatamente meu coração acelera e meu estômago entra em borbulhas. Ela me ergue com facilidade, me facilitando colocar a estrela no topo.

— Pronto... — Sussurra ela ainda mantendo suas mãos na minha cintura.

— Preciso tomar um banho... — Digo nervosamente e indo para o banheiro me xingando mentalmente.

Passamos o resto do dia limpando a cozinha, rindo e assistindo há alguns especiais de Natal. Decidimos jantar fora, num restaurante italiano no centro. Encerramos a noite assistindo uma cantata de Natal que estava passando na tv.

Espero Amber dormir, ela tem um sono bem pesado para minha sorte. Tiro os presentes do esconderijo, vou pé ante pé até a árvore de Natal e os coloco lá embaixo. Vou até as meias encho a minha de doces e a da Amber, encho com metade de doces e metade carvão. Dou uma risadinha travessa contida. Como os biscoitos e bebo o leite. Tomo meu sagrado Vicodin e volto feliz da vida para a cama.

No dia seguinte sou acordada pela Amber que parece feliz. Vamos até a árvore e vejo que tem mais presentes. Aparentemente alguém teve a mesma ideia que eu. Ela corre para o banheiro, escova os dentes e eu vou acompanhando a felicidade dela. Está empolgada, parece uma menina de novo. Terminamos de escovar os dentes e fomos correndo para a árvore. Olhamos uma para a outra e começamos a rir.

— Ora Ora... O papai Noel passou por aqui duas vezes... — Digo com a cara mais porca possível. Ela ri e vai para a meia de doces. Eu explodo em risadas quando ela vê o carvão.

— Não tem graça... — Diz ela ficando bravinha.

— Não mandei ter sido malvada... — Digo chupando uma bengala doce da minha meia de doces.

— Você é uma besta mesmo! — Diz ela rindo e vendo que eu coloquei doces no fundo da meia.

— Somos farsas... — Digo rindo e olhando a árvore de natal que agora tem mais presentes.

— Sim, mas a ideia foi boa... Vamos ver o que tem para mim... — Ela primeiro vai na caixa média. Ela parece uma criança muito feliz quando rasga os papéis e vê a pipoqueira. — Aaaah eu ameeei!

— Eu sei, não aguentava mais você buzinando no meu ouvido que precisa de uma dessas — Digo rindo e ela também ri. Corro meus olhos até uma caixa quadrada não muito grande. Quando pego ouço o tilintar de alguma coisa e já percebo que é frágil. Quando rasgo os papéis, vejo que é um jogo oriental de chá. Lembro de ter mencionado apenas uma vez que estava à procura de um. —  É lindo, você é muito atenciosa. 

— Imagina... — Ela pega uma caixa retangular achatada, que é a do pijama. Ela tira a tampa e começa a rir. — Meu Deus Treze! É muito exagerado, bonitinho, mas exagerado.

— Vingança por ter zoado e avacalhado com o meu pijama de porcos... — Digo pegando um pacote, tiro o lacre e vejo que é um daqueles moletons mais larguinhos e curtos, tem um capuz e é num tom bordô lindo. Quase me sinto mal de ter comprado aquele pijama tosco para ela... Nah... — Estou sem palavras... É perfeito!

— Achei mesmo que gostaria, vai ficar bem bonito em você. — Diz ela. Boto que ela não é contra a caixa menorzinha. — Vamos tomar café? Estou morrendo de fome.

— Está faltando mais um... — Digo recolhendo os papéis de presente rasgados. Ela fica sem entender, mas procura até que acha a pequena caixa. Quando ela abre, vejo seus olhos marejarem e seu rosto ficar vermelho. Então ela sorri.

— Eu não sei o que dizer... De todos os presentes, este é o mais significativo para mim... — Diz ela me abraçando apertando. Estamos ajoelhadas perto da base da árvore, seu corpo se cola no meu, nossos peitos agitados se encontram mais uma vez. E mais uma vez eu sinto algo tão forte que não sou capaz de explicar e nem entender.

— É para você não ficar mais trancada do lado de fora. — Digo com a voz meio trêmula de felicidade. — Amber suspira longo no meu pescoço, me fazendo arrepiar. Mas entendo que ela tenha ficado emocionada, sinto que ela está grata por eu confiar nela. E não tem porque eu não confiar nela mais, ela não é mais aquela aliada pentelha do House. Ela é apenas a pentelha da Amber, e sinto que posso confiar nela.

Decidimos ceiar num restaurante, já que somos apenas em duas. Os restaurantes daqui costumam dar grandes festas natalinas, é bem família. Eu apenas me lembro de passar perto destes restaurantes e nunca entrar. Quem diria que estaria fazendo isso hoje. Nos sentamos junto a outras pessoas, pois colocaram uma mesa enorme no centro do restaurante. O clima é impressionante e contagiante. Bebemos eggnog, comemos até quase explodir, cantamos cantigas de Natal. 

Voltamos meio bêbadas para casa, rindo e cantando mais musicas de Natal. Eu nem sabia que lembrava de tantas! Quando passamos pela porta Amber viu um visco pendurado na porta e me solta um:

— Sabia que tem que beijar debaixo de um visco pra dar sorte? 

— Eu acho que o eggnog subiu pra sua cabeça... — Digo rindo e entrando em casa, mas imediatamente me sinto uma idiota por isso e me xingo.

Amber apenas lava o rosto e cai na cama, eu faço o mesmo. Apesar de tudo, odeia fora cansativo. Mas um cansativo tão bom que eu faria tudo outra vez! Há muito não me sinto viva deste jeito! Há muito eu não tenho um Natal tão bom! Tudo que eu tenho a dizer é: “Obrigada Amber Volakis por ser tão pentelha” 


Notas Finais


Gente eu preciso saber se vocês estão gostando, pra saber como vai ser o seguimento da história...

Beijos da tia Bel! XOXO


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