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História One (Diley) - Past Returning


Escrita por: dileycoud

Notas do Autor


Alguém avisa pra Demi sossegar o cu! Quando ela falou que ia aproveitar ela não estava blefando não. Essa adora sarrar e está passando o rodo em todo mundo eu hein. Quem pode, pode né?!

Eu estou tão feliz porque eu vou ser vovó! Sim, tão nova e já sou vovó. Minha filha tá grávida! (minha gata tá gente!)

Mas enfim...

Mais um capítulo bonito pro ocês, e esse desvenda um pouco sobre o que Demi enfrentou no passado, que no caso adorei estudar sobre. É muito interessante.

NOTAS FINAIS

Capítulo 35 - Past Returning


Dallas, Texas

Abril, 2007

High School Curlles Texas - HSCT

– Depois da aula no mesmo lugar? – A morena me perguntou com um sorriso malicioso no rosto. Forcei o meu melhor sorriso e abracei a sua cintura a puxando para mim e lhe dando um beijo em seu pescoço.

– Não vai dar. Tenho coisas pra fazer. – Menti na cara dura, mas ela não precisa saber disso.

– Que tipo de coisas? – Mordiscou o meu queixo e logo em seguida o meu maxilar.

– Eu tenho uma consulta pra ir. Não posso me atrasar. – Eu praticamente disse a verdade, só não falei que a consulta é a noite.

– Hum tudo bem. – Katherine murmurou. Ouvimos o sinal tocar e Kath ajeitou sua saia e seu cabelo, e me deu o último beijo antes de sair da pequena sala do zelador.

Esperei um pouco para não dar suspeitas e também sai da sala do zelador. Comecei a andar pelo o corredor cheio de adolescentes e eu fiquei em alerta quando eu senti braços envolverem a minha cintura. Respirei fundo antes de me virar, e suspirei aliviada ao encontrar a loira que sorria largo.

– Mary! – Sorri para a garota a minha frente e ela me roubou um selinho.

– Onde você estava? Eu te procurei pela a escola inteira. – Um beicinho se formou em seus lábios e eu o mordi tirando os seus braços em volta da minha cintura.

– Eu estava conversando com um professor sobre o trabalho que ele passou. – Novamente menti. Cara, eu estou ficando boa nisso.

– Ah e vamos nos ver depois da aula? – Me olhou esperançosa e suspirei lhe dando um beijo na bochecha.

– Eu tenho uma consulta não posso me atrasar. — Dei a mesma desculpa, fingindo a minha melhor cara de decepção. Ergui o meu olhar e vi a única garota que eu queria que ficasse no meu pé desse jeito.

– E na hora do intervalo?

– Você sabe que vou ficar com Demi. – Respondi sem tirar o meu olhar de Demi que tocava com calma o seu bastão no chão e caminhava em passos lentos ao lado de nossa amiga, Marissa. Ela é mais velha que a gente e está no terceiro ano, por isso não nos vemos muito pela a escola.

– O que tanto olha? – Perguntou e olhou para a mesma direção que eu olhava bufando logo em seguida. – Sério mesmo que vai me trocar pela a esquisita mau humorada? – Olhei para Mary com raiva e a mesma se encolheu na minha frente.

– Não a chame assim. Ela tem nome. – Rosnei e ela revirou os olhos em resposta.

– Ah qual é?! – Exclamou. – Aposto que ela anda com você só por interessante, se é que me entende.

– Não, eu não entendo. Demi está comigo porque é a minha melhor amiga e me respeita e não porque me vê como um troféu e quer ir pra minha cama pra depois no dia seguinte esfregar isso na cara das amigas. Demetria não é uma vadia igual a você. – Deixei a raiva tomar conta e acabei a xingando do que não deveria.

– Argh! Você é uma idiota! – Deu um soco em meu ombro bufando de raiva e me olhou magoada me fazendo suspirar arrependida. Eu não queira ter a desrespeitado dessa forma. Mary é uma ótima garota, chamá-la de vadia era uma das últimas coisas que eu queria fazer. 

– Mary... conversamos depois. – Dei uma rápido beijo em sua bochecha e sai sem deixar ela me responder. Fui até Demi e Marissa que quando me viu veio até a mim e me abraçou.

– Viada! – Pulou em meu colo e encheu o meu rosto de beijos. Marissa adora fazer isso.

– Sai encima de mim sua gorda. – Provoquei, o que a fez sair do meu colo e dar um peteleco na minha cabeça.

– Gorda é a sua cabeça.

– A de baixo ou a de cima? – Sorri malicioso e ela me olhou com os olhos arregalados.

– Cala a boca sua pervertida! – Deu um tapa em meu braço me fazendo rir. – Demi como você surporta?

– Eu não sei Mari. Eu tenho que suportar, fazer o que né

– Você me suporta porque me ama. – Fui até a baixinha e dei um beijo em seu testa e a abracei pelo o pescoço. – Diferente de outros seres. – Olhei para Marissa fingindo desgosto.

– Demi é cega. Isso explica tudo. – A olhei chocada e coloquei a mão no peito fingindo estar magoada.

– Não usa a minha deficiência para fazer piadas Marissa! – Demi a repreendeu com um lindo bico nos lábios.

– Me desculpe Pegmeu. – Demi fez uma careta por causa do apelido e eu acabei rindo. – Minhas viadas preferidas preciso ir para a sala agora. É matemática, o velho chato vai se irritar se eu me atrasar.

– Eu também preciso ir. – Demi se pronunciou. – Sra. Fergis também odeia atrasos.

– Mas com você ela não vai brigar. Os professores simplesmente te amam. – Era verdade. Por mais que seja uma deficiente Demi é uma das alunas mais disciplinas da escola, os professores vivem babando nela e deixam ela fazer tudo o que quiser. Demi sempre diz que eles só a tratam bem por pena, mas sempre trato de lhe dizer ao contrário. Demi é uma boa aluna, por isso os professores a amam.

– Mas nem por isso tenho que me atrasar nas aulas. – Falou e pelo o sol saindo da janela do corredor e batendo em seu rosto clareando um pouco o seu óculos deu para perceber ela revirando os olhos. – É melhor eu ir. – Se inclinou em minha direção e eu já sabendo virei o meu rosto, permitindo que ela deixasse um beijo em minha bochecha e fiz o mesmo com ela, deixando um beijo em seu rosto.

Assisti quando Demi e Marisa começaram a andar pelo o corredor indo para as suas devidas salas. Me virei para ir pra minha sala que fica em direção contrária e acabei me trombando em alguém.

– Me desculpe! Eu não tinha te visto. – Logo me apressei a dizer.

– Tudo Miley, eu que sou desastrada. – Logo reconheci a voz e ergui o meu olhar vendo Debby.

– O-oi Debby. – Sorri forçado. Como uma garota tão linda pode ter me trago um problema tão grande. Claro que ela não tem culpa que o Josh é um completo idiota, mas foi por causa dela que eu fui parar naquele maldito beco e agora eu não consigo mais dormi a noite. Eu preciso evitá-la. – Eu a-acho melhor e-eu ir. – Passei por ela mas ela me segurou pelo o braço o meu fez olhar alerta para os lados a procura de Josh. Eu precisava me afastar dela antes que Josh me veja com ela, se não ele me mata.

– Espera! Vamos marcar de nos encontrar qualquer dia, apenas para nos conhecermos melhor – Sorriu para mim. Um sorriso muito lindo aliás.

– E-eu acho...

– Aberração! – Fechei os olhos com força quando a voz irritante me interrompeu. – Não basta pegar as garotas da escola e quer pegar a minha garota?!

– Josh vê se cresce! Eu não sou de ninguém, muito menos de você. – Debby disse antes de eu poder responder.

– E você aberração?! Quer ter outro encontro no beco, hã?! – Ele ignorou Debby e me empurrou com força, o que me fez cair no chão. Olhei em volta e o corredor já estava vazio, só tinha nós três ali. Ótimo, pelo menos não vai ter plateia.

Minha atenção foi tomada ao Josh novamente quando o vi vindo pra cima de mim mas Debby parou na minha frente fazendo ela recuar.

– Chega! – Exclamou. – Não temos nada! Porra aceite isso! Miley não tem culpa se você é um completo idiota. Se deixamos de ficar ou não o problema não é seu. – A olhei incrédula. Qual é Debby, não precisa piorar a minha situação!

Pude ouvir Josh bufar. Ele olhou para ela com fúria nos olhos e depois olhou para mim, quase me matando com o olhar.

– Eu já te avisei pra ficar longe dela! Você vai pagar mais caro do que a última vez aberração! – Ameaçou antes de sair bufando. O que ele pode fazer de pior? Eu não quero nem pensar nisso.

Debby veio até a mim e me ajudou a levantar do chão. A agradeci e estava pronta para sair quando novamente ela me segurou pelo o braço.

– Miley eu... eu realmente sinto muito pelo o que ele faz com você. – Suspirou me olhando triste. – Se eu pudesse fazer alguma coisa, é só me falar.

– Não precisa Debby. – Sorri fraco. – Você não tem culpa de nada. – Na verdade de quase nada. Pensei.

– Podemos nos ver a qualquer dia? – Refez a sua pergunta antes do mau humorado do Josh chegar.

– Claro. – Falei sem pensar e sorri, mas um sorriso de nervosismo. Se antes estava ferrada agora eu estou mais do que ferrada. Na verdade não dá para piorar, mas fodida do que já estou impossível. Já é uma ameaça de morte e um encontro com uma das garotas mais lindas do colégio, então eu acho que está valendo a pena. – Que tal uma sorveteira ou uma pizzaria? – Peguntei para ela que sorriu largo.

– Pra mim qualquer um está ótimo. – Beijou o canto da minha boca me pegando de surpresa. – É melhor eu ir, já estou mais do que atrasada. Marcamos o dia e o horário depois. – Piscou para mim e saiu rebolando. Debby adora me provocar.

(...) (...)

– Mi-Miley vai co-com calma! – Demi gemeu em reclamação, com a respiração alterada e o rosto suado e corado e eu não estava muito diferente. – Minhas pe-pernas já estão ba-bambas!

– Ma-mas mal começamos.

– E-eu sei! Mas eu não so-sou acostumada, é de-demais para mim! – Suspirei diminuindo a minha velocidade. É melhor ser boazinha, é a sua primeira vez então ela não é acostumada. – Naquele ritmo você e-estava acabando comigo. A-aposto que é muito grande para ter essa velocidade desnecessária! Vamos com calma.

– Nem é tão grande assim. – Sorri de lado.

– É sim! – Fez uma expressão indignada. – Que tipo de professor manda a gente correr um enorme campo de futebol?! Ainda mais neste calor dos infernos! E por que diabos a escola tem um campo de futebol maior que a própria escola?!

– O nosso professor e eu não sei. – Ri parando de correr quando ouvir o apito e fazendo ela parar também.

– Ótimo! Acabou o tempo! – Falou o professor de Educação Física. – Podem ir para o vestiário e tomarem banho.

– Graça a Deus. – Demi murmurou enquanto eu desamarrava a corda que estava em sua cintura e que também estava amarrada em mim me deixando presa a ela pra que eu pudesse guiá-la.

O professor de educação física insistiu na ideia de que Demi deve participar dos exercícios, pelo menos das corridas e caminhadas. Então ele amarrou uma corda em nossas cinturas para que eu pudesse guiá-la e Demi conseguisse me acompanhar. O que deixou a minha pequena com um bico enorme nos lábios já que ela não gosta de exercícios e sempre ficava no banco com um livro em braille nas mãos enquanto os resto dos alunos se matavam na Educação Física, mas agora ela não pode mais ficar a vontade.

Confesso que essa ideia não me agradou muito também. Como Demi vai fazer os exercícios, agora infelizmente, ela vai ter que usar um uniforme muito curto e apertado pro meu gosto e eu vou ter que aguentar os meninos babando na minha garota. Só hoje eu quase avancei em dois tarados.

– Pare de murmurar pequena. Nem é tão ruim assim. – Terminei de tirar as cordas das nossas cinturas e entreguei para o professor, o mesmo entregou o bastão de Demi já esticado pra ela. – Com o tempo você acostuma.

– Eu espero que sim. Nunca estive tão cansada. – Respirou fundo, secando as gotículas de suor que escorria da sua testa com as mãos e depois secou as que escorriam pelo o seu tronco e se perdiam pelo o vão de seus seios espremidos pela a regata vermelha apertada. Ok, se vocês acharam que esse simples e inocente gesto fez o meu corpo ficar em chamas e minha garganta ficar seca, bom, sim, vocês acertaram.

– Miley! – Ouvi alguém me chamar. Pisquei os olhos saindo do meu transe e desviei o meu olhar do paraíso em forma de gente na minha frente e olhei pro lado encontrando Debby que corria em nossa direção. – Oi Demi. – Cumprimentou Demi que apenas sorriu. Ela é a única garota da escola que não implica com Demi. – Então, podemos sair neste sábado?

– Claro! — Rapidamente concordei. – Você me manda o seu endereço depois e eu te busco em sua casa mais tarde.

– Tudo bem. – Sorriu. – Tchau Demi e até sábado Miley.

– Tchau.

– Até. – Eu e Demi respondemos juntas. Debby piscou pra mim antes de sair correndo em direção contrária. Olhei pra Demi e ela tinha um expressão de surpresa.

– Você tem um encontro e nem me fala?! – Me estapeou enquanto falava.

– Ai! Para! – Segurei os seus braços a impedindo de me dar mais tapas. – E não é um encontro, vamos apenas nos conhecer se é que me entende. – Minha voz saiu com um pouco de malícia, o que a fez bufar.

– Eu não estou gostando nem um pouco dessa sua atitude. Você acha que eu não sei? – Se soltou do meu aperto. – Você acha que sair por aí pegando Deus e o mundo vai te fazer esquecer o que aconteceu, mas não vai. Só vai piorar. Você sabe disso, não adianta negar.

– E-eu não faço isso. – Menti.

– É claro que faz! Acha que me engana? Miley já faz semanas que aconteceu e você ainda continua nesta atitude infantil. Sair por aí pegando todo mundo não vai amenizar seja lá o que você sente.

– Eu não quero amenizar nada. – Revirei os olhos. – Estou muito bem. Eu estou lidando com isso muito bem. – Menti novamente.

– Só não me venha com uma garota grávida e seu futuro destruído, por favor. Não quero ser titia tão cedo.

– Você não vai ser titia e eu muito menos mãe. – Fiz uma careta, imaginando essa possibilidade. Deus me livre se isso acontecer tão cedo

– Hum. – Resmungou séria e desconfiada.

– Quem sabe no futuro eu tenha um filho e me case com alguém em especial. – Murmurei baixo, só para eu ouvir, mas parece que também Demi ouviu.

– E quem seria esse alguém? – Cruzou os braços e um sorriso apareceu em meus lábios ao ver a sua posse de durona. Ah se ela soubesse o quanto amo quando ela faz isso. Na verdade qualquer coisa que ela faz me deixar hipnotizada, chega a ser assustador e meloso.

– Ninguém. – Respondi rápido de mais a fazendo erguer as sobrancelhas. – A questão é: eu estou muito feliz e não preciso de ninguém no meu pé.

– Ok Miley, não quero discutir com você. – Suspirou massageando as têmporas. – Eu só não quero que se machuque mais ou que machuque alguém.

– Eu não vou machucar ninguém, ok? – Revirei os olhos. – Mudando de assunto. Vai embora comigo hoje?

– Dallas vai vir me buscar. Por que você não vem com a gente? E aproveita e cale a bendita boca de Dallas que não para de me perguntar sobre você. Nem sei porque ela está assim, vocês conversaram o final de semana inteiro! – Bufou fazendo beicinho que tive que me controlar para não mordê-lo.

Dallas me ajudou bastante nestes últimos meses, ela não saiu de perto de mim nenhum instante. Eu não contei sobre o Josh, talvez seja por medo ou porque não precisa, eu acho. Mas mesmo assim Dallas não saiu do meu lado um momento sequer. Eu realmente devo muito a ela. Nós nos aproximamos muito e isso veio causando ciúmes na minha pequena, mas é até fofo ver Demi toda irritadinha, cheia de ciúmes.

– Certo, eu vou sim. Eu preciso por o nosso papo em dia e matar a saudades. – Falei só para irritá-la e parece que funcionou.

– Então aproveita e engole ela. – Enfureceu e começou a andar batendo os pés no chão.

– É brincadeira pequena. – Comecei a rir e segui-la. – E se você continuar andando assim vai acabar abrindo um buraco no chão e chegar no núcleo da Terra. – Falei rindo. Demi parou de andar fazendo com que o meu corpo se choca-se com o dela. Ela virou o rosto na minha direção e me mostrou a língua para logo depois voltar a andar, o que me fez rir da sua atitude.

Apressei os meus passos até ela e deixei um beijo estralado em sua bochecha o que a fez fazer uma careta de rupguinância e limpar o local onde eu beijei. Eu não me abalei com o seu gesto, sei que ela faz isso só por implicância.

– Eu vou tomar banho, já passou do horário. Consegue ir até o vestiário sozinha ou quer que eu te acompanhe? – Perguntei passando o meu braço pelo o seu pescoço a abraçando.

– Não precisa. Eu consigo me virar sozinha. – Sorriu forçado. Ela odeia pedir ajuda.

– Ok então. – Suspirei. – Bom, vou indo. Qualquer coisa mandem me chamar ok? – Ela concordo com a cabeça. – Ótimo. Até no final da aula pequena. – Dei outro beijo em sua bochecha e desta vez ela não repugnou, pelo ao contrário, ela sorriu largo e retribuiu o beijo antes de se soltar do meu abraço e caminhar sozinha pelo o corredor.

Fiquei a olhando me certificando que nenhum engraçadinho irá perturbá-la até ela virar o corredor e sumir da minha vista. Girei o meu corpo e andei em direção contrária indo para o vestiário masculino. Sim, vestiário masculino. Como eu não sou uma garota por completo digamos assim, o diretor exigiu que eu usasse apenas o banheiro e o vestiário masculino para que não corra o risco de eu ver alguma menina nua ou vice-versa. Se bem que eu já vi muitas meninas praticamente nuas na sala do zelador nesta semana, mas isso não vem ao caso.

Quando cheguei no vestiário e dei Graças a Deus por ele estar vazio. É bem desagradável tomar banho sabendo que tem um garoto pelado do outro lado da cortina também tomando banho. Chega a me dar náuseas.

Quando terminei de me despir e guardar as peças de roupas de Educação Física no armário, entrei em um dos boxs que já tinha uma toalha limpa pendurada na parede e sabonete ainda com a embalagem. Liguei o chuveiro e deixei a temperatura no morno. Quando entrei de baixo da água morna suspirei aliviada ao sentir o meu corpo entrar em êxtase e meus músculos relaxarem. Fiquei um tempo deixando a água levar todo o cansaço do meu corpo antes de pegar o sabonete fechado, abri-lo e começar a tomar banho de verdade.

Já estava saindo quando ouvir a porta do vestiário sendo aberta e deduzi que fosse o zelador, já que todos os alunos que estavam na Educação Física já tivessem tomado banho. Desliguei o chuveiro e peguei a toalha o enrolando no meu corpo. Sai do box e vi que o vestiário estava vazio. Eu acho que o Sr. Betrick, o zelador, saiu do vestiário sem eu perceber.

Dei de ombros não me importando e fui até os armários, mas especificamente o meu. Quando eu o abri peguei as minhas roupas limpas e o meus sapatos. Fechei o armário, coloquei a minha cueca sem tirar a toalha do meu corpo e olhei para os lados antes de deixar a toalha cair pelo o meu corpo para eu poder me vestir.

Mas parece que foi em uma péssima hora. Peguei a toalha novamente e cobri os meus seios quando ouvir um barulho de armário sendo fechado. Enrolei a toalha em meu corpo novamente, peguei as minhas roupas e fui para um área mais reserva para eu poder me vestir. Mas antes que eu pudesse chegar no lugar onde eu pretendia ir senti uma mão segurar o meu ombro me fazendo parar.

Pelo o toque já deu para perceber quem era. Fechei os olhos com força e engoli em seco sentindo o meu corpo ficar tenso. Girei os calcanhares e vi Josh e o outro seu amigo Beck me olhando maliciosos. Sem pensar duas vezes joguei as minhas roupas em seus rostos me dando tempo de sair correndo, e foi o que fiz, corri o mais rápido que pude, mas foi perca de tempo. Não demorou muito para eu sentir braços me pegarem e me pressionarem contra a parede do vestiário. Gemi de dor com a colisão da minha costas contra a parede e deixei que o meu corpo já fraco pela a dor ficasse mole, mas os braços firmes não deixaram eu cair.

– Mas nem começamos e já está assim? – A voz que eu tanto odeio soou com sarcasmo.

 

– Eu acho que ela fumou umas antes de vir pra escola. – O amigo dele falou rindo.

 

– Vão se foder. – Rosnei, olhando friamente pra eles. Consegui me soltar de seus braços mas eles ficaram ao meu lado me cercando e impedindo que eu fuja.

– Ah! E nós vamos. – Josh deu o mesmo sorriso que deu naquele dia no beco me fazendo estremecer. – Eu disse que você pagaria mais pior do que a última vez.

– O que... – Antes que eu pudesse terminar a frase Beck arrancou a toalha do meu corpo deixando os meus seios expostos. Logo tratei de colocar as mãos neles numa tentativa falha de escondê-los.

– Olha só! Até que ela é gostosinha. Parece que a nossa dubla de esquisitas da escola são gostosas – Quase revirei os olhos ao ouvir seu comentário. Josh se aproximou de mim me fazendo encolher os ombros e aproximou a sua boca em meu ouvido. – Sabe... quando vi a ceguinha na aula de Educação Física e com aquela roupa apertada fiquei louquinho para enfiar o meu pau nela. Quem sabe depois eu faça uma visitinha no vestiário feminino. – Sussurrou e eu não pude conter a raiva que tomou o meu corpo. Quando percebi já tinha o empurrado e socado o seu rosto o fazendo cair. Senti os meus braços serem imobilizados para atrás e no momento seguinte um soco foi depositado em meu estômago me fazendo gemer de dor e curvar o corpo de imediato.

– Não devia ter me socado. Eu te avisei que você pagaria bem mais pior do que a última vez. – Josh rosnou. Levantei o meu olhar e arregalei ao ver ele abrindo o cinto da sua calça jeans. – Espero que não seja virgem aí atrás se não vai doer muito.

– Não! Po-por favor nã-não faz i-isso, por favor... – Supliquei chorando.

– CALA A BOCA! – Senti outro soco, só que desta vez em meu rosto. – Você vai pagar pelo o que fez e se você abrir porra dessa boca para alguém eu juro que vou acabar com você e com Demetria. Eu vou ser o seu pior pesadelo Miley. – Senti outro soco em meu rosto. Neste momento eu decidi ficar calada e não fazer nada, eu já não estava pensando mais em mim mesma. Fechei os olhos e orei a Deus que esse pesadelo acabasse logo, ou que nem começasse... novamente.

Quando achei que o pior momento da minha vida ia acontecer ouço o sinal tocar, indicando o final das aulas. Suspirei pesado, desejando que Josh desistisse dessa ideia louca, e parece que alguém lá de cima me ouviu.

Quando os braços que me seguravam me soltaram, me permitir cair no chão gemendo de dor. Levantei o meu olhar e vi Josh olhando para a porta do vestiário que parecia que estava aberta.

– Você está com sorte hoje. – Falou enquanto fechava os botões da sua calça e seu cinto. – Eu tenho coisas mais importantes pra fazer do que ficar aqui comendo alguém como você. – Cuspiu as palavras em desgosto, mas nem me senti ofendida, já estou acostumada com suas palavras duras. – Se eu fosse você ficaria em alerta. Até qualquer dia Cyrus.

(...) (...)

– Cadê a Miley? Por que ela está demorando tanto? – Perguntei nervosa, batendo os dedos no volante do carro. Olhei pra Demi e ela de ombros.

– Vai ver ela está comendo outra vadia. – Respondeu seca, deitando a sua cabeça no banco do carro.

– Se mamãe ouvir você falando desse jeito ela te mata.

– Impossível. – Riu sem humor. – Ela só importa com a porcaria do trabalho dela.

– Você está muito boca suja hoje. – A repreendi. – Mas você está certa, quase nunca ela fica em casa e quando fica entra naquele escritório e abita nele até o amanhecer. Ainda bem que temos Steven, porque papai é outro que ama o trabalho. – Suspirei, negando com a cabeça. – Pelo menos eles estão de folga hoje, o que é um milagre.

– Felizmente. – Fingiu falsa animação, mas sei que por dentro ela está feliz. Demi sempre sente falta dos nossos pais e quando eles estão em casa ela não desgruda deles, parece até um criança de cinco anos. Eu não entendo por que eles se afastaram tanto ultimamente, só pensam em trabalhar e trabalhar. Agora a responsabilidade da casa está em minhas costas e de Steven. Demi praticamente virou nossa filha e a casa só falta passar para o nosso nome. Demi já está pensando que isso tudo é culpa dela, ela diz que ela dá muito trabalho pra eles. É claro que isso não é verdade, Demi não dá trabalho pra ninguém. Amamos muito essa birrenta.

– E como vai a escola? – Perguntei, tentado mudar de assunto.

– O mesmo pesadelo de sempre. – Soltou uma lufada de ar entediada. – Mas nada que eu não suporte.

– Essa é a minha garota. – Sorri orgulhosa e ela retribuiu. – Faça a vida valer a pena. Esqueça os eles falam, você sabe que pode fazer o que você quiser.

– Você sempre me fala isso.

– É claro! – Exclamei. – Eu não quero que minha irmã caçula fique trancada no quarto por causa de uns bundões.

– Bundões. – Divagou rindo.

– Mas então. Já pensou o que vai fazer depois que se formar? – Perguntei me virando pra ela esperando a sua resposta.

– Eu não. – Fez uma careta.

– Demi você tem que pensar em algo, só falta um ano para você se formar. – Suspirei. – Por que não cursa música igual a mim? – Sugeri a fazendo arquear as sobrancelhas. – Eu posso te ajudar a entrar.

– Quem sabe. Mas eu quero entrar em outra área.

– Tipo?

– Eu não sei. – Deu de ombros.

– Esse curso não existe. – Brinquei a fazendo rir. Olhei pela a janela do carro e vi Miley vindo em nossa direção com Selena ao seu lado. Elas pareciam assustadas, quer dizer, apenas Miley, já Selena tinha a expressão em confusão.

– Oi garotas! – Sorri para as meninas que já estavam sentadas no banco de trás do carro.

– Oi! – Selena respondeu e Miley apenas sorriu fraco, o que me fez franzir a testa.

– Não acredito que Miley trouxe a perfeitinha. – Demi resmungou irritada.

– Eu sei que você me adora Demi. – Selena sorriu sínica colocando o cinto de segurança. – Bem lá no fundo, mas eu sei que gosta de mim.

– Só se for no fundo dos infernos. – Demi murmurou brincando com o cordão do moletom que usava.

– Ok, vamos parar as duas? – Pedi séria e as duas logo trataram me obedecer. Girei a chave na ignição e ouvir o ronco do motor do carro e comecei a dirigir nas ruas de Texas. – Miles, está calada. Aconteceu algo? – Perguntei preocupada com a morena.

– Não, eu estou bem. – Suspirou. – Eu só estou com dor de cabeça. – Assenti mesmo sem acreditar. Desviei o meu olhar da estrada para o retrovisor e a pude ver limpar um lágrima solitária em seu rosto. Eu resolvi falar nada. Ficamos em silêncio o percurso inteiro, apenas a voz de Adele cantando Don’t You Remember ecoava no carro através do rádio.

Deixei Selena na casa dela, o que fez Demi literalmente dar graças a Deus. Não pude deixar de rir, essa baixinha adora implicar com Selena mas realmente no fundo ela gosta dela. Dirigi até a casa de Miley, que até agora não pronunciou nenhuma palavra, diferente de Demi que agora não para de falar, e eu como uma boa irmã fingia que estava a ouvindo e concordava com um som nasal.

– Beber água no espaço é bom né?!

– Aham, eu também. – Senti algo sendo jogado em meu rosto e olhei pra Demi que tinha um leve sorriso divertido no rosto. Ela tinha jogado uma bolsinha de mão em mim. – Ai Demi! Doeu! – Exclamei intercalando o olhar entre ela e a estrada.

– Você nem estava me ouvindo! – Fez um beicinho fofo nos lábios e cruzou os braços.

– Está bem. – Suspirei derrotada. – O que você estava falando?

– Eu estava falando que hoje um garoto na escola me chamou pra sair. – Sorriu e a olhei incrédula. – Você acha que eu deveria aceitar?

– Mas de jeito nenhum! – Eu e Miley falamos ao mesmo tempo. Só então percebi que ela prestava atenção na nossa conversa.

– Por quê? – Demi fez uma expressão indignada. – Vocês vivem falando pra mim que é pra eu interagir com as pessoas.

– É pra interagir com as pessoas e não marcar um encontro com elas. – Falei séria. – Você só vai sair com alguém se eu conhecê-lo.

– Mas...

– Sem mas Demetria. – A interrompi. – É isso ou nada. Você decide. – Demi não falou nada, apenas bufou irritada e cruzou os braços.

Chegamos na casa de Miley. Estacionei o carro em frente a casa dela e ela saiu se despedindo apenas com um sorriso. Pedi pra Demi esperar e sai do carro ouvindo um resmungo dela.

Apressei os meus passos até Miley e segurei seu braço antes de ela chegar na porta de sua casa. Ela se virou assustada mas logo se acalmou ao ver que era eu.

– Tem certeza que está tudo bem? – Repeti a pergunta a fazendo suspirar pesado.

– Sim. – Respondeu sem me encarar nos olhos. Segurei o seu queixo e a fiz me encarar com aqueles olhos azuis brilhantes.

– Olhe pra mim e me responda. – A encarei séria. – Está tudo bem? – Refiz a pergunta e em questão de segundos os olhos dela se encheram d'água e então ela se desabou em meu braços, me abraçando forte e chorando como eu nunca tinha visto e ouvido antes.

Dias atuais

Los Angeles, Califórnia 

Delegacia de Los Angeles

– É sério isso? – Perguntei pela a milésima vez enquanto Marissa abria a cela.

– Sim Miley. – Sorriu. – Conseguimos juntar dinheiro para pagar a sua finança, você nem imagina quem ajudou a pagar. E também eu consegui conversar com o Juiz que ia fazer o seu julgamento. – Ela abriu a cela e eu prontamente sair daquele lugar. – Ele disse que aceita a sua liberdade, no entanto que você faça terapia.

– Terapia? Sério? – A olhei entediada.

– Sim. É mais do que sério. – Me encarou séria. – É isso ou você ficará aqui até ser julgada.

– Está bem, fazer o que né. – Sorri largo e abracei Marissa que retribuiu o abraço de imediato. Finalmente vou sair deste lugar e ter a chance de concertar tudo o que eu havia destruído.

– Uou! – A voz da loira chamou a minha atenção. Me separei de Marissa e a encarei. – Ser amiga da delegada realmente tem suas vantagens. – Sorriu. – Fico feliz por finalmente saber que você está livre. Você não me parece uma pessoa que merece ficar neste lugar.

– Obrigada. – Retribui o sorriso. – Quem sabe algum dia nos veremos fora da delegacia.

– Oh acredite, vamos nos ver sim. – Riu sarcástica e eu não entendi muito bem, mas resolvi não questiona-la.

– Então tá ér... – Foi aí que eu me lembrei que não sabia o nome dela. – Qual é o seu nome?

– Jennette. Nettie para os mais íntimos. – Sorriu de lado.

— Ok então Jennette. Nos vemos fora daqui. Até.

– Até Miley. – Acenou indo deitar na sua cama. Me virei para Marissa que estava anotando algo em um caderno pequeno e chamei a sua atenção fazendo a mesma olhar pra mim.

– Então, vamos? – Perguntei ansiosa. Não via a hora de sair deste lugar.

– Claro. Mas primeiro você vai trocar de roupa. – Me entregou uma muda de roupas dobras e logo reconheci que era as minhas roupas. – Tem um pequeno vestiário indo neste corredor segunda porta a direita. – Falou apontando para onde indicou. – Pode se trocar e deixar o macacão da prisão num balde que tem lá. – Assenti e antes de sair deixei um beijo estalado em sua bochecha a fazendo rir. Corri até o local indicado e me vesti rapidamente, completamente ansiosa e deixei o macacão que eu usava no balde que Marissa me disse.

Ela sorriu e andamos até outro corredor que levava para área principalmente da delegacia e me surpreendi ao ver que todos estavam ali presente. Todo mundo estavam me esperando, apenas Eddie, Maddie, Nick e Steven que não estavam, mas eu já esperava por isso.

Sem pensar duas vezes corri até eles e pulei na primeira pessoa que vi a abraçando e logo sentir outros braços me rodearem. Depois desse abraço coletivo sorri encarando o rosto de cada um. Meus pais, Noah, as meninas, e até o Wilmer estava aqui.

– Filha. – Minha mãe veio até a mim e me abraçou. Passei os meus braços em volta da sua cintura retribuindo o abraço.

– Estava com saudades mãe. – Falei assim que me separei dela.

– Eu também estava meu amor. – Acariciou o meu rosto e me olhou com os olhos marejados. Seu olhar tinha um afeto de carinho mas também um pouco de decepção. Eu compreendia ela.

Deixei um beijo em sua testa e fui abraçar o meu pai e Noah que também estavam na mesma situação que minha mãe. Aquilo partia o meu coração, mas não podia fazer nada a não ser encarar tudo calada.

Fui até as meninas abraçando cada uma, e claro Megan e Lauren não perderam a oportunidade de fazerem uma piada. Eu devo muito a elas, a todas. Só essas loucas para me fazerem rir em um momento como esse. Com certeza não sei o que seria de mim sem elas.

Andei até o Wilmer e o encarei sorrindo. Quando percebi ela já tinha me puxado para um abraço apertado.

– Você me deve muito Cyrus. – Falou quando se separou de mim. – Eu paguei uma fortuna só para te tirar daqui.

– Foi você? – A olhei surpresa.

– Eu meio que paguei o que faltava. – Deu de ombros.

– Valeu cara. – Eu o abracei novamente, e ele retribuiu sem hesitar. Quem diria um dia eu e Wilmer virarmos amigos.

– Então, vamos sair daqui? – Meu pai perguntou, me fazendo separar do Wilmer e olhar pra ele.

– Claro. – Sorri largo. Abracei o meu pai de lado e começar a andar até a saída da delegacia, onde Marissa já esperava pela a gente junto com alguns policiais. O que eu achei estranho.

– Pra que essa segurança toda? – Perguntei para Marissa quando cheguei perto dela.

– Pra isso. – Apontou para fora e vi vários reportes e fotógrafos no lado de fora da delegacia. Ainda confusa olhei para Marissa que olhava séria os reportes.

– Por que eles estão aqui? – Perguntei sem entender. Ela suspirou e logo começamos a andar para fora. Não demorou muito pada várias pessoas nos cercaram e fizerem diversas perguntas que eu não me preocupei em prestar atenção. Alguns polícias ficaram em nossa volta, impedindo que os reportes de aproximassem mais, o que facilitou muito pra andar.

Pude finalmente respirar quando já estava dentro do carro de Marissa. Com muita dificuldade ela conseguiu sair da vaga e dirigir pela a rua, com o carro das meninas e dos meus pais nos seguindo.

– Você lembra quando eu disse que eu estava neste caso já faz muito tempo? – Assenti devagar. – Então, eu precisava de muita ajuda. E como o acidente chamou a atenção de muitos reportes, meio que ficou por minha contar pra eles as informações da causa do acidente, mas como eu ainda era nova no meu trabalho, demorei muito pra conseguir desvendar a verdadeira causa do acidente. Com isso, foi ficando de lado esse caso e deixado de ser falado nos noticiários.

– Disso eu já sabia. – A cortei. – Mas quem deu as informações pra eles? Como eles sabem?

– Eu não sei. – Deu de ombros, fazendo uma curva fechada na rua. – Mas alguém espalhou e tudo piorou quando eles descobriram que a verdadeira culpada foi você, ou seja, a namorada de Demetria Lovato, dona de uma das melhores empresas do estado. – Com um pouco de dificuldade, ela abriu o porta luva sem tirar os olhos da estrada e me entrou uma revista. – Veja, vocês estão na capa de muitas revistas e jornais. – Olhei para a revista no meu colo e prestei a atenção no mesmo.

" Depois de sair de mãos dadas com sua melhor amiga da igreja, Miley Cyrus namorada de Demetria Lovato (a jovem empresária, dona dos produtos Devonne e deficiente visual) é acusada pela a morte de Dallas Lovato, irmã mais velha de Demetria Lovato. Veja mais!"

Raiva eu senti ao ler o título da matéria. Joguei a revista no banco de trás com certa agressividade sem me importar de ler o resto.

Não acredito que esses idiotas já sabem. Como já se não bastasse o que já está acontecendo vem isso. Demi odeia estar debaixo dos holofotes, acredito que ela não ficou muito feliz quando soube. Ainda mais quando destacaram a sua condição. Demi já sofreu muito preconceito devido por ser cega e por causa disso ela já trancou para o mundo com medo de sofrer mais ainda.

– É, eu também odiei a matéria. – Marissa voltou a falar, me fazendo a encará-la. – Os reportes estão em cima desde que você foi presa. A maioria de nós quase não saímos de casa para não sermos atacados por eles.

– Tente o máximo possível evitar que eles fiquem em cima. Não quero ter que me preocupar com eles. Demi já está enfrentando muita coisa, não quero que isso a perturbe também. – Suspirei pesado, brincando com o anel em meu dedo anelar.

– Vou fazer o possível. – Marissa me encarou séria, mostrando que estava sendo sincera. Sorri fraco e olhei pela a janela. Marissa tinha parado o carro por causa do sinal vermelho e uma cena tanto quando bonita chamou a minha atenção.

Um casal brincava com um garotinho que ria olhando para os seus pais, era nítido o amor que tinha naquela família. Sorri com a cena e por um segundo me imaginei ali. Brincava com o meu filho enquanto a mãe dele nos olhava encantada. Quando eu era mais nova nova, nunca pensei que seria mãe algum dia, ter uma família, poder ter alguma criança para ser chamada de meu filho. Esse título não combinava comigo.

Mas por causa de um descuido acabei realizando o que não devia. Ela apareceu em minha porta dizendo que teríamos um filho. No começo eu fiquei com medo, mas Dallas soube como me ajudar, como sempre fez. E em uma noite eu estava com ela acariciando sua barriga e planejando o nosso futuro e no dia seguinte recebo a notícia da sua morte. Naquele momento o meu mundo tinha se desmoronado da pior forma possível, e grande parte foi culpa minha. Agora eu tinha uma nova chance de recomeçar do zero, mas eu novamente estraguei tudo. Realmente o título de mãe não combinava comigo.

– Vai pra sua casa ou...

– Vou pra casa. – A cortei antes de ela poder terminar a pergunta. – Tenho concertar o que eu já tinha começado.

– Você sabe que ela não quer... – Se interrompeu, tentando achar a palavra certa para usar. – Você sabe...

– Estar perto de mim. – Completei rindo fraco. – Sim eu sei, e ela já deixou isso bem claro. – Engoli em seco ao lembrar da sua visita hoje de manhã. – Mas eu preciso fazer alguma coisa, certo? Não posso ficar de braços cruzados.

– Você está certa. – Eatacionou o carro e só então percebi que já tínhamos chegado em minha casa. Tinha outro carro estacionando em frente à minha casa, e logo reconheci que era de Steven. Olhei pra trás e o carro dos meus pais e das meninas não estava mais atrás da gente, devem terem ido para outro lugar. – Só dê tempo a ela. É muita coisa para ser degirida. – Concordei com a cabeça, ainda encarando a minha casa.

– Eu acho melhor ir. – Me apressei a dizer. Soltei o cinto de segurança, me preparando para sair do carro. – Obrigada por tudo Mari. – Me inclinei um pouco e deixei um beijo em sua bochecha.

– Que isso, só fiz o que era certo. – Sorriu, mas logo ficou séria. – Só não faz mais burradas, se não eu te corto ao meio.

– Sim senhora. – Fiz continência a fazendo rir. Me despedi novamente e sai do carro, observando Marissa acelerar o carro e sumir pela a rua. Respirei fundo fechando os olhos e estralei os dedos antes de caminhar até a varanda da minha casa. Subi os pequenos degraus e tomei a maçaneta em minha mão girando a mesma, e pude ouvir o som da porta sendo aberta.

Coloquei o meu corpo dentro do cômodo e olhei em volta percebendo o quão estava quieto, vazio e silencioso. Mas o silêncio foi interrompido quando ouvir latidos e dois seres fofos descerem a escada correndo vindo em minha direção.

– Oi meus amores. Eu estava com muitas saudades de vocês. – Sorri e me agachei na altura deles para poder acariciá-los e os mesmos começaram a lamber o meu rosto me fazendo rir. – Espero que tenham se comportados nesta semana e tenham cuidado bem de sua mãe, não é? – Com respostas eles latiram me fazendo rir novamente. – É, com certeza vocês cuidaram bem dela. – Beijei o topo da cabeça deles e levantei fazendo Floyd e Batman pularem animados a minha volta.

Tirei o meu caso e joguei o mesmo no sofá olhando em volta a procura de alguém. Quando estava prestes a me sentar no sofá ouvi alguém me chamar. Olhei para a escada e Steven me olhava com os olhos arregalados no topo da mesma.

– É sou eu. – Sorri envergonhada. Quando menos percebi ela desceu a escada correndo e veio até a mim me abraçando. Ela me abraçou tão forte que quase fiquei sem ar, mas não reclamei, precisava se um abraço assim. Ficamos um tempo abraça até ela separar de mim e me analisar se cima pra baixo.

– Meu Deus, é você mesma. Como conseguiu sair? Você está bem? Te bateram lá? – De repente ela fez uma expressão de assustada. – Ai meu Deus! Te fizeram de brinquedo sexual, não é?! Ai meu Deus! Foi isso mesmo!

– Quê?! – Rapidamente neguei com a cabeça com os olhos arregalados. – Não! Não, não, não. Não aconteceu nada disso. Eu estou bem, pagaram a minha fiança. – Expliquei resumidamente, a fazendo suspirar aliviada. Mas logo ela me olhou séria e de repente depositou um tapa forte em meu rosto. – Ai! Pra que isso?! – A olhei com o cenho franzido e massageando o local do tapa.

– Isso é por ter feito o que fez! – Meu deu uma sequências de tapas enquanto falava.

– Ai para! Está me machucando! – Reclamei tentado me desviar de seus tapas fortes. Mas ela do nada parou com os tapas e me abraçou novamente.

– E isso é por você estar bem. – Falou quando separou de mim. A encarei e seus olhos estavam marejados, ela estava se segurando para não chorar na minha frente e com isso o meu coração apertou. Segurei o seu rosto e depositei um beijo em sua testa, acariciando a sua bochecha.

– Me desculpe. – Sussurrei com a voz falha.

– Não peça desculpas. – Respondeu com firmeza. – Aconteceu, não foi? – os seus olhos se conectaram ao meus de forma intensa.

– Sim... – Respondi em um tom baixo. – Por minha culpa. – Completei.

– Quem pagou a sua fiança? – Desconversou, indo sentar no sofá com o Batman ao seu alcance.

– Ah... – Dei de ombros. – Pelo o que saiba todo mundo ajudou. – Sentei do seu lado e o Floyd deitou em meus pés.

– Eu queria ter ajudado, mas sabe... – Se interrompeu, respirando fundo. – Eu meio que estava muito ocupada.

– E como ela está? – Perguntei de imediato, já sabendo do que ela se tratava.

– Miley... – Pausou, parecia pensar em alguma forma de explicar. – Você lembra quando Demi foi diagnosticada com Transtorno Dissociativo de Identidade? – Assenti rápido. Lembro perfeitamente sobre isso.

Na época todos nós sabíamos que Demi era uma pessoa difícil de se lidar. Achávamos que era por causa de falta de atenção ou porque ela não soube lidar com a sua condição. Mas quando ela fez dezessete anos, aconteceu tudo tão rápido e tudo muito assustador. Não era a Demi que conhecíamos. Era duas pessoas em uma só. Uma hora ela estava alegre, segundos depois agressiva e depois comportamentos infantis, fala coisas desconexas e assuntos que não entendíamos.

Então, preocupados, a levamos para uma consulta na psiquiatria, e então depois de exames, conversas e várias perguntas, Demi foi diagnosticada com Transtorno Dissociativo de Identidade, ou seja, dupla personalidades.

Uma tragédia, um problema familiar, problema na escola ou no meio social na qual a pessoa não soube lidar podem desencadear esse problema. Uma vez que a mente e os sentimentos são afetados a pessoa pode adquirir personalidades diferentes, a memoria é afetada e comportamentos diferentes são tomados. Muitas das vezes, como no caso da Demi, o transtorno vem evoluindo aos poucos, e muitas das vezes não percebemos os sintomas, mas chega uma hora que é totalmente visível pra todos.

Acreditamos que Demi desenvolveu esse transtorno por causa da sua deficiência, que no caso, enfrentou desde criança. Ou seja, a maioria dos casos de transtorno de dupla personalidades são surgidos na infância. A criança desenvolve o transtorno como forma de superar a dor e o medo lhe causados ou acontecidos desde muitos novos. E também acreditamos que outro motivo para Demi adquirir esse transtorno é a escola e a vida social. Assim como eu, ela sofreu bullying na escola e preconceitos no dia a dia. Coisas que podem contribuir a ter essa doença psiquiátrica.

É totalmente tratável e muita das vezes, mas com muito esforços, curável. Para isso, o tratamento se baseia na psicoterapia e hipnose (em alguns casos). O tratamento é para fazer com que as duplas ou múltiplas personalidades sejam uma só. E também o tratamento é baseado em medicamentos. Antidepressivos e ansiolíticos são uma forma de aliviar sintomas.

Os tratamentos são um processos demorados e muitas das vezes requer hospitalização psiquiátrica, o que graças a Deus não foi o caso de Demi. No caso dela, Demi conseguiu levar uma vida dentro da normalidade sem ter crises de ansiedade, amnésia e depressão. Claro que os tratamentos a ajudou bastante nisso e a música também a ajudou muito.

Aprender a tocar um instrumento ou cantar foi uns dos seus escapes do transtorno. E o mais incrível e belo nisso tudo é que ela não deixou que sua deficiência a impedisse de fazer o que gosta. Foi um jornada longa e muito dolorosa, mas no final valeu a pena. Demi tinha conseguido vencer sua doença do melhor jeito possível.

Mas quando Dallas faleceu ficamos preocupados, pois ela entrou em depressão temporária, uns dos sintomas da doença. Mas graças a Deus não passou disso. Mas agora, depois de tudo o que ela passou nesses últimos meses. Dianna, ameaças... eu. Não fiquei surpresa ao saber que possivelmente seu transtorno tenha voltado. Sinto um aperto no peito ao imaginar o quão ela deve estar lutando contra suas personalidades.

– E você acha que... – Deixei a frase morrer, deixando claro o meu medo.

– Sim... – Steven tocou a minha coxa de leve, me olhando cansada. – Eu acho que Demi voltou a ter as crises. E temo que agora eles voltaram mais piores do que antes. Ela precisa de ajuda. 


Notas Finais


Eita Geovana! Quem imaginava isso?! Quando falo que meu bolinho Demi já passou por muita coisa eu não estava brincando.

Com tempo vocês vai saber mais o passado de Demi, mas agora o foco é da Miley. É para entender melhor. Porque Demi vai mais focado na sua deficiência ( não foi muito falado na fic, porque o foco era o casamento, mas agora vai ser bem comentado) O transtorno dela, a sua convivência com a família e etc, e eh acho que vai demorar um pouco, falei para uma leitora que ia demorar uns dois ou três capítulos ma seu acho que vai ser mais que isso, mas vou tentar resumir.

Já o da Miley é preciso saber o passado dela para conseguir entender o porque da morte de Dallas. Então vai ser mais focado em Miley.

E aí, vocês já tem alguns palpites o porque ela morreu??

Bom, mandem forças para Selena que fez o transplante de rim. Na fic ela fez um transplante de pulmão mas nunca pensei que isso ia acontecer na vida real e eu fiquei muito chocada quando soube. Sei que alguns lovatics tem pequena rija com os selenators e acabam descontando na Selenita e vice-versa (O QUE EU ACHO UM COMPORTAMENTO SURPER INFANTIL! NOSSAS IDOLAS JÁ SÃO ADULTAS E TÁ NA HORA DE SEUS FÃS VIRAREM ADULTOS TAMBÉM E PARAREM DE IMPLICAR UNS COM OS OUTROS POR CAUSA DE COISAS TÃO IDIOTAS! ESSA BRIGA É DA IDADE DA PEDRA, JÁ PASSOU NA HORA DE ALGUNS LOVATICS E SELENATORS CRESCEREM NÃO É? ! Obrigada, de nada! ) enfim... Mandem mensagens positivas a ela e desejam melhores pra Selly.

Desculpem qualquer erro, ultimamente não estou corrigindo os erros ortográficos. (preguiça mesmo)

Ah! Guardem esse nome: Jennette!!

Um beijo na bunda de vocês.


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