História One Last Night - Londres

Os carros passam pela rua a minha frente, estou sentada em um banco com uma das minhas mãos sobre minha barriga. Logo vai começar a crescer. Pensei comigo mesma, a neve ia caindo e a bela voz de Lana Del Rey transbordava meus pensamentos com ainda mais melancolia, meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e algumas mechas se rebelavam para fora do mesmo, estou usando uma blusa grossa de frio do Yato de Noragami, Levy e Juvia entraram em uma loja atrás de mim, é triste saber que as duas só vieram pra cá por causa de mim, eu posso me virar sozinha. Eu consigo me virar sozinha!

- Ei Lu! Olha oque nós duas compramos! - Tirei meus fones assim que vi Levy levantando uma blusa de frio cinza na minha frente e Juvia me mostrou uma azul pastel.

- É bonita Levy e a sua também Juvia - Sorri fracamente.

- Ele não ligou não é? - Juvia perguntou e levou uma cotovelada de Levy.

- Não - Lagrimas brotaram em meus olhos e eu olhei para minhas mãos e limpei minhas lagrimas - E por que eu deveria me importar?

- Por que você ama ele e ele te ama - Levy disse - Mas de qualquer forma, não devemos falar disso, na situação que você está.

- Levy eu estou apenas grávida, e nada mais.

- Por isso mesmo, não quer perder a criança quer? - Perguntou Juvia.

- Não, claro que não quero - Falei.

- Natsu -

Esse lugar me dá muita raiva e medo, infelizmente não posso usar nenhum aparelho aqui dentro, Lisanna pegou meu celular e disse que ia entregar a Erza. Sim, eu decidi dar uma chance para a Lisanna. Droga oque eu estou fazendo para mim mesmo? Por que estou com tanta raiva? Eu não deveria estar com raiva!

- Nat - Ouvi a voz da Lisanna e abri meus olhos, o teto está em cores vibrantes meus para mim parece tão... Preto e branco, oque eu estou sentindo falta... Ou devo dizer... De quem?

Lucy.

Sinto falta da Lucy.

- Oque foi? - Perguntei quase friamente.

Ela se levantou um pouco na cama e focou os olhos em mim.

- No que está pensando? - Perguntou passando uma de suas mãos pelo meu peito nu. Odeio o toque dela.

- Em nada muito importante - Me levantei da cama e caminhei até a ampla janela do hotel - Estou pensando na luta de amanhã - Boa desculpa. Falar sobre a luta, mas a Lucy não sai da minha cabeça! Eu deveria esquece-la, mas no fundo eu não quero, não quero esquecer o toque dela, os lábios dela, o sorriso doce e aquecedor dela... Os belos cabelos dourados... Como eu sinto a falta dela!

- Ah sim - Ela disse levantando da cama e vindo até mim - Vai ser contra o Zeref, certo?

- Sim... Mas acho que não vou lutar contra ele... Não estou mentalmente bem - Eu disse, e é verdade, eu não estou mesmo, posso ficar Dark a qualquer momento. Lucy era a única capaz de me tirar do meu lado Dark e me trazer de volta para a realidade.

- Claro que está! - Tentou me animar falhamente - Natsu você está em perfeitas condições, eu sei disso, eu sinto isso.

Não estou. E você não sabe de nada. Você não sente nada. Onde está meu celular? Faz alguns dias que não o vejo em lugar algum!

Estou caindo. Não consigo mais fazer sentido. Quero me drogar. Ou colocar uma música no volume máximo do fone e ver se isso acaba de uma vez com meu sofrimento. Sinto falta da minha loirinha.

- Lucy -

Meus pais ficaram bravos quando contei sobre minha situação, mas claro, eles vão me apoiar em tudo. Eles deveriam receber um premio de melhores pais do mundo, afinal, não são todos os pais que ajudam suas filhas nessas condições. Meu quarto continua o mesmo desde quando eu saí a alguns meses atrás... Como o de uma adolescente patricinha... Sinto falta dessa época.

- Lucy? - Minha mãe entra no quarto com uma bandeja com um bolo aparentemente de chocolate e um copo de suco.

- Pode entrar mãe - Respondi me ajeitando na cama.

- Como você está? - Como eu estou?

- Fisicamente? Perfeita, mentalmente? Um caco, não quero comer mesmo estando com fome, não quero fazer nada mesmo tendo que fazer, eu as vezes acho que eu simplesmente deveria morrer! Eu quero morrer!

- Pare com isso Lucy! - Me repreendeu - Está sendo depressiva!

- Mas eu estou depressiva mãe! - Resmunguei. Ela se sentou ao meu lado e colocou a bandeja no criado mudo e me abraçou. Me sinto protegida dentro do abraço da minha mãe... É esse mesmo tipo de segurança que eu quero passar para a minha criança um dia. Segurança e amor.

- Lucy, estamos em Londres... Uma cidade cinza, preta e branca, tão chata e depressiva, mas são as pessoas que dão mais cores para ela... Sua vida também é assim Lucy, preta, cinza e branca... Mas com o tempo você vai descobrindo como dar mais cores a ela... Nesse momento você perdeu algumas de suas cores, mas o tempo vai traze-las de volta, entendeu?

- Não muito... Mas obrigada mãe, sei que tudo vai melhorar.... Acredito nisso.

Eu acredito mãe. Acredito que tudo vai melhorar...

- Uma semana depois -

A primavera estava se aproximando, lentamente, mas estava. O carro da minha mãe está parado a algumas ruas do consultório médico que acabei de sair... 

Pensei sobre a conversa que tive com ela a uma semana e ela tem razão, minhas ''Cores'' estão voltando.

- Autora -

Lucy andou mais um pouco e então o viu... Estava belo tomando um café em uma das cafeterias da rua movimentada, usando uma grossa blusa marrom e seu cabelo róseo bagunçado e isso o deixava sexy. O coração dela bateu forte, tão forte que ela ouvia claramente em seus ouvidos. Os olhos ônix do jovem pareciam tristes mas quando ela finalmente viu a loira, pareceram ter um belo brilho a mais. Ambos estava se olhando, ele de dentro da cafeteria e ela, do outro lado da rua. O jovem se levantou de seu lugar deixando uma nota de vinte em cima da mesa e saiu da cafeteria, olhou para os dois lados e então atravessou. A loira nem mesmo pode sair do lugar, estava em choque.

- Por que...? - Perguntou ela já chorando - Por que não me ligou depois do meu recado?

- Eu estou sem celular, sumiram com o meu - Disse ele cabisbaixo - Oque você disse na mensagem?

- Natsu... Você... Nós.... Vamos.... Ser.... Pais... - Ela disse em meio as lagrimas.

- Quer dizer que...? Lucy.... Você está grávida de mim?

- Sim.... Natsu eu estou grávida de você! - Ela afirmou limpando as lagrimas - Mas não sei se quero fazer isso com você.

- Fazer oque? - Preocupou-se.

- Oque você fez me machucou, e não foi pouco! Por isso eu decidi que vou criar essa criança sozinha - Me aproximei dele e depositei um beijo em sua bochecha - Não precisa assumir essa responsabilidade, eu posso fazer isso sozinha.

Sim, sozinha. Como sempre.