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História One Less Lonely Girl - The History Of a Birdie


Escrita por: Haroldinha

Capítulo 58 - The History Of a Birdie


– Fiz ela pensando em... você

Minha sorte era que tudo estava escuro e ele não podia me ver; caso contrário eu estaria muito ferrada e com vergonha, porque meus olhos se arregalaram quando ouvi o que ele disse, e talvez tivesse um sorriso em meus lábios. Na verdade, eu estava sorrindo sim. Quer dizer, nunca ninguém fizera algo assim para mim, mesmo que indiretamente como a música que ele dizia ter feito “pensando” em mim. E além do mais, quem em sã consciência não ficaria surpresa com uma confissão dessas, feita no escuro de uma barraca no meio da praia?

– Ela não parecia inspirada em mim – Foi a coisa errada a se dizer, mas eu disse, querendo na verdade pular em cima dele e beijá-lo até cansar.

Ouvi-o rir e suspirar, fazendo novamente o silêncio desconfortável tomar conta do lugar.

– Posso te perguntar uma coisa? – Perguntou com a voz baixa.

– Pode.

Ele pigarreou antes de continuar.

– Você já fez algo achando que era o certo, mas depois percebeu que não era? Tipo, agir impulsivamente?

– Eu costumo pensar muito antes de fazer algo, mas já devo ter sido impulsiva alguma vez. Por quê?

– Acha que uma atitude impulsiva pode ser perdoada? – Ele respondeu com outra pergunta.

– Onde quer chegar com isso? – Perguntei desconfiada.

– Só responde.

– Eu não sei, Niall. – Falei suspirando. – Depende da situação.

Foi a vez dele suspirar, de novo.

– Vou te contar uma coisa, preste atenção – Niall começou. Eu, como queria entender onde ele queria chegar, deixei que continuasse. – Uma vez eu comprei um passarinho. Seu nome era Jarry. Ele gostava de voar solto pelo meu quarto. Era um passarinho muito bonito, tinha penas coloridas. Mas, um dia eu tive que ir pra a escola e deixá-lo preso na gaiola. Quando eu cheguei em casa minha mãe havia cortado suas asas para que não voasse. Ele havia fugido da gaiola tentando ficar livre. Foi aí que eu percebi... Foi um erro tentar deixá-lo preso. Eu aprendi que se você gosta de alguém, por mais que ache seguro mantê-la presa, é melhor que fiquei solta, para que faça o que quiser sem ser prejudicada.

Eu apenas escutei. De certa forma entendi, mas ainda não sabia onde ele queria chegar.

– O que quer dizer com isso?

Niall suspirou mais uma vez.

– Quero dizer que, aquelas coisas estúpidas que eu falei foi por impulso, por pura insegurança – Fez uma pausa. – Eu pensei que por sermos adolescentes nossa relação não iria para frete, ainda mais que eu ia ficar dois meses fora. Aí eu achei que fosse melhor terminar, deixar você livre, e não presa a alguém que sequer estaria perto. Só que... Eu perdi o controle. Estava com muita raiva de mim mesmo por ser tão inseguro e... O resto você já sabe, usei as palavras erradas, não me expliquei direito, e tudo poderia ter sido tão diferente...

Senti tudo girar ao meu redor, ainda que estivesse deitada, porque, santo Deus, Niall tinha feito o que eu mais quis em toda a vida: havia me dito a verdade, me apresentou uma explicação, um motivo, ainda que meio distorcido, sem nexo, mas era isso que eu precisava.

Perguntei-me internamente se ele tinha mesmo consciência de que muitas coisas podiam ter sido diferentes se ele tivesse falado o que tinha que falar antes, e... Era tudo tão simples, mas e ele demorou tanto tempo para assumir algo que atormenta qualquer ser humano. Maldita insegurança! Me fez sofrer tantos anos por algo que poderia ter sido resolvido em apenas uma conversa. 

Eu não sabia se tudo poderia se resolver agora que estava, praticamente, em pratos limpos. 

– Devia ter falado comigo, Niall. Quem disse que eu queria ficar livre de você? – As palavras simplesmente saíram. – Ou talvez fosse você que quisesse ficar livre de mim...

Eu não devia ter falado tanto a respeito de como me sentia e do que pensava. Se ele quisesse se ver livre de mim não teria me dado explicações agora, mas também não era como se eu fosse aceitar facilmente. Quer dizer, ele errou, mas quem sofreu fui eu e uma dor tão longa não pode simplesmente ser esquecida. Ao mesmo tempo eu via que não podia ser tão carrasca ao ponto de descontar nele tudo isso. Pessoas adultas sabem como agir e resolver seus problemas sem precisar de atitudes drásticas. Pois é.

– Não! Você entendeu errado, eu...

– Eu entendi sim. Só estava complicando. Me desculpa.

Ele suspirou aliviado.

– Me desculpa por aquilo. Não sei se isso adianta muito, mas é o que posso fazer. Talvez você não entenda e...

– Tudo bem – Falei docemente. - Foi muito difícil me explicar?

– O difícil mesmo foi inventar a história.

– Então você nunca teve um passarinho chamado Jarry?

– Não – Falou rindo. – Minha mãe me contou uma história parecida. Eu só fiz uma adaptação que pudesse explicar o que realmente aconteceu.

Eu ri pelo nariz. A história do passarinho era bem bonitinha, não podia negar. Eu e Niall pensávamos diferente, e sinceramente, não achava certo ele pensar dessa forma de “mesmo gostando é melhor deixar a pessoa livre”. Isso magoa muito, eu não faria isso. Mas sabe-se lá o que se passa na cabeça desses garotos. Acho que garotos inseguros são piores do que garotas inseguras.

– Se fosse preciso, faria tudo de novo – Falei um trecho da música que me intrigou. - Isso significa que se pudesse voltar no tempo você teria feito aquilo de novo?

– Eu não sei direito. Se pudesse voltar no tempo, mudaria tanta coisa, mas não posso deixar de pensar que tudo o que aconteceu nos trouxe até aqui, agora – Disse simplesmente. – Se aquilo não tivesse acontecido nós não estaríamos aqui e eu não teria percebido que a distância e o tempo não fizeram nada além de me fazer lembrar de você durante todos os dias.

Eu sorri feito uma boba.

- Nos primeiros dias depois que vocês foram embora, eu pensava direto que, se tudo estivesse bem, eu deitaria na cama, pegaria o celular e ficaria esperando você ligar depois de um dia de trabalho pra me contar tudo - Eu disse em tom nostálgico. - Mas como nós tínhamos rompido, isso não aconteceu; então eu deitava na cama e chorava um pouco. Eu só pensava: "Eu não queria ser tudo pra ele, apenas queria ser quem ele não trocaria por nada". Mas...

- Anne - Eu vi piedade na voz dele, enquanto deslizava o corpo para perto de mim e sua mão tocou meu rosto. - Você é tudo pra mim, mesmo que não ache ser, mesmo que não queira ser. O problema é que eu só percebi isso quando já era tarde, mas eu juro pra você que espero não ser condenado a vida toda por esse erro. Eu gostaria tanto de tentar de novo, mas você sabe que não depende só de mim.

Eu tinha o ouvido, entendido alguns de seus motivos e outros não. Ainda assim não podia falar nada concreto. Minha cabeça estava cheia demais para isso.

- Não quero parecer uma protagonista babaca daqueles clichês americanos, mas eu preciso de tempo, de espaço; Não posso te falar nada agora, Niall.

- Eu entendo - Ele disse docemente. - Eu já disse o que precisava dizer e é como se um peso tivesse saído da minhas costas. Agora é por sua conta.

Sorri.

– Sua fofura aumentou com o tempo - Comentei, meio que zombando.

– Eu sempre fui fofo.

– Ok, Mrs. Fofura, eu quero dormir agora – Falei, virando as costas para ele, de modo que não acordasse Penny.

– Eu não ganho nem um beijinho por ter perdido horas da minha vida usando o cérebro para pensar numa explicação pra você? A história do passarinho não merece uma recompensa?

– Não fez mais que sua obrigação, caro duende.

– Assim não vale! - Protestou indignado.

Ri levemente e puxei Penny para mais perto de mim, ela dormia profundamente. Vi que Niall se aproximou, e logo senti sua mão deslizar pela minha cintura. Depois de receber um beijo no pescoço, acabei adormecendo.

 

***

 

Leves puxões em meus cabelos fizeram eu acordar. Era Penny, brincando com uma mecha rosa.

– Já acordada, princesa? – Falei coçando os olhos e bocejando. Não tinha ideia do horário, só sabia que dentro da barraca estava quente, muito calor mesmo.

– Papai – Disse ela com uma voz meiga e suave.

– Você quer o papai? – Perguntei.

 

Ei, como assim ela falou?

 

– Penny, você falou! Oh Josh, você falou papai! Repete, repete!

– Papai – Disse novamente.

– JESUSMARIAJOSÉ eu presenciei a primeira palavra da minha sobrinha!

Eu simplesmente pirei. Fui testemunha da primeira palavra dita por Penny!

– Por que a gritaria? – Falou Niall ao acordar e se apoiou nos cotovelos.

– Penny falou!

– Ãn?

– Ela sempre falou palavras enroladas, mas acabou de falar papai.

Ele não deu muita importância, mas sorriu.

– Penny, agora fala: One Direction.

– Niall, ela mal sabe falar português e você quer que ela fale inglês?!

Ele encolheu os ombros e deu um sorriso amarelo.

– PAPAI! – Penny gritou.

– Acho que ela quer o pai... – Niall comentou.

– Ok, vou levá-la até ele.

Sai da barraca meio sonolenta, e o sol quase me segou. Quando recuperei a visão percebi que a única barraca ali era a minha. E que calor dos infernos que estava fazendo, e Niall que se virasse com a barraca, teria que desmontá-la.

Peguei Penny no colo e segui caminho até a casa. Penny era tão levinha, o que era bom porque não me cansei e, chegando na casa, notei que tinha alguém deitado na rede. Era Zayn, só podia ser ele. Passei por ele e dei um chute em sua bunda, só para incomodar, porque é para isso que eu sirvo, e ainda falei "levanta e vai trabalhar, vagabundo!", recebendo um resmungo e uma risada em resposta. Entrei em casa e encontrei todos na sala, rindo. Penny quis descer de imediato, então a soltei e ela foi para perto de seu pai.

Pude ouvir o alvoroço quando Penny falou papai.

Nada me impediu de ir direto até meu quarto, e me joguei na cama. Fiquei imaginando em como seriam as coisas depois daquele momento, depois de que Niall finalmente me revelara seus motivos idiotas para tudo que havia acontecido entre nós.

Eu tinha motivos para perdoá-lo e voltarmos, mas também tinha razões para querê-lo como amigo. Roland era um dos motivos.

Mas minha cabeça martelava com a possibilidade de que, talvez, eu devesse dar uma segunda chance para nós dois.

Niall já estava inserido novamente em minha vida, e a única certeza que eu tinha era de que não o queria afastado de novo. Niall sabia o que queria, e meu subconsciente concordava: ele poderia voltar a ser meu, e eu dele. E, bem... Só Deus poderia saber o quanto eu cogitava a possibilidade.


Notas Finais


O que me dizem?


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