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História One me two hearts - Um dia ensolarado


Escrita por: unkn0w

Notas do Autor


Escutem nature boy da aurora, ou qualquer musica dela como walking in the air ou demons ou algo trsite

Capítulo 44 - Um dia ensolarado


Fanfic / Fanfiction One me two hearts - Um dia ensolarado

Os homens de terno carregam o caixão num dia ensolarado, um dia infernal de tão quente. A música que tocam é uma marcha composta por Nico di Angelo. Uma delicada, ensolarada e feliz canção. O efeito da felicidade nela é fazer com que todos chorem a morte duas vezes mais.

Os tons das roupas das pessoas são claros. Ternos beges, branco, cinza. Vestidos azuis, florais, rosa, laranjas... Mas nunca preto.

Ninguém jamais ousaria usar preto no funeral de Apolo Solace.

A cerimônia é silenciosa e acompanhada por quase mil estudantes e mais algumas centenas de amigos. Infelizmente, a maioria deles não pode entrar no cemitério, porque essa parte é apenas para os mais próximos. Na boca da cova, Hades permanece de pé, impetuoso, a postura firme. Ele não tem uma bíblia em mãos, mas usa um anel. (Aquele anel foi o último voto que ele fez com Apolo antes de morrer. Foi um casamento sussurrado na madrugada, sem testemunha, sem padre. Apenas uma demonstração do quanto se amavam horas antes do alento final).

O caixão é depositado, então, na cova. William Solace assiste tudo com um olhar morto. Nicolas di Angelo não está presente. Hazel di Angelo chora como se o apocalipse tivesse chegado.

No entanto, o som do silêncio é denso e os cobre como uma manta pesada.

O dia está ensolarado, a grama é verde e a música é alegre. O pastor não tem uma bíblia e está casado com um homem. O filho único não derrama lágrimas, o amante da morte e de todos os fins não está presente.

Apolo Solace está numa cova e ninguém quer orar por ele.

— Agradeço pela presença de todos — Hades anuncia numa voz calma. Acena para que a música pare. — Apesar de que esse não é um direito meu. Desculpem-me, mas não rezarei pela sua alma. Não repetirei o que todos nós já sabemos. Não declararei sobre o seu túmulo que ele foi a pessoa mais brilhante, gentil e humana que todos nós já tivemos o prazer de conhecer. Não chorarei aqui uma das maiores perdas... — sua voz tremula e ele precisa olhar para cima, pedindo por força. — Uma das maiores perdas de toda a humanidade. Não farei um discurso fúnebre. Essas coisas não precisam ser ditas em voz alta. Não agora, não a esse ponto.

Até porque, tudo que Hades precisava falar sobre Apolo foi dito na noite passada diretamente para o próprio Apolo.

Mais uma vez, o silêncio se faz presente. O pastor respira fundo.

— Enquanto ele é enterrado, deveríamos fazer uma oração, mas a única religião desse homem era a música, a arte, a literatura. Portanto, minha oração é outra.

Os coveiros pegam as pás, a terra vai recaindo sobre a madeira polida que guarda o corpo morto do deus dos dias ensolarados e das piadas ruins. E Hades vai citando, lagrimas silenciosas descendo pelo seu rosto:

“Nestor pelo juízo, Sócrates pelo gênio, Vigílio pela sua arte:

A terra o cobre, o povo o chora, o Olimpo o possui.

Detém-te, ó tu que passas, por que vais tão depressa?

Lê se podes, quem a invejosa morte pôs

Neste monumento. Apolo Solace, com o qual

A natureza viva morreu; seu nome orna este túmulo

Muito mais que seu preço, pois tudo quanto escreveu

Deixa a arte de nossos dias servir de pajem a seu gênio”

 

Os olhos semimortos de Will finalmente derramam lágrimas. A gêmea Ártemis deixada pela metade o abraça e explode em lamentação.

Hades continua de pé.

Nico não está em lugar nenhum.

O silêncio ainda é espeço demais para uma voz que não seja a do deus da morte soar.

E Apolo está finalmente, oficialmente, definitivamente e inegavelmente morto.



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