História One Shots - Criminal Minds - One Shot - Hotchniss

- Dizem que coisas boas acontecem a pessoas boas – Rossi levantou-se de sua cadeira propondo um brinde – E hoje temos aqui uma coisa boa acontecendo a duas pessoas maravilhosas. Amamos vocês!

JJ e Will se olharam e deram um longo sorriso. Estavam todos reunidos para comemorar o casamento dos amigos. Um brinde foi feito e a conversa rolava solta. Era amor, na sua mais pura e bonita forma. 

Prentiss sorriu enquanto passeava os olhos pelos colegas de equipe que sorriam e falavam bobagens uns para outros. Lembrou-se da sua conversa com Morgan e Hotch, e forçou um sorriso quando Garcia parou seu olhar sobre ela. Emily iria embora sim, ela não queria dizer ainda, não queria pensar nisso, mas estava decidido. Seu olhar entristeceu quando pousou sobre Aaron e Beth, que trocavam gargalhadas e carícias. Não aguentava mais, não podia mais suportar ver os dois daquela forma. Estava feliz por Hotch, ou pelo menos tentava estar, mas estaria mentindo se dissesse que gostava de vê-lo tocá-la. Baixou o olhar e encarou a taça sobre a mesa, segurando uma lágrima que se formava em seus olhos. Os sons abafados a sua volta e a visão começando a ficar turva pelos olhos que começavam a lacrimejar. Respirou fundo e balançou a cabeça, rindo de alguma piada que Derek havia contado para não levantar suspeitas. 

Morgan... Já doía no peito só de pensar em se afastar dele. Há tanto tempo ele era seu porto seguro, seu parceiro e seu melhor amigo. De todas as pessoas do mundo, Derek era a que Emily mais confiava. Era difícil absorver que diariamente não poderia olhar para o lado e encontrar aqueles olhos castanhos para conforta-la e fazê-la acreditar que o mundo é bom, mesmo quando tudo parece perdido.

Felicidade talvez nem fosse à palavra pelo que ela estava sentindo agora ao ver JJ se casando. Era um sentimento tão maior. A força e a determinação da amiga sempre a impressionavam. Emily a admirava. Sentia-se completamente lisonjeada por ter Jennifer Jareau em sua vida.

Garcia ao seu lado, ria e volta e meia cochichava algo sobre Kevin e a tal garota que ele havia trazido. Emily agora ao menos prestava atenção, só conseguia pensar no quanto sentiria falta daquela que era preciosa demais para esse mundo. Penélope Garcia era sua fonte de alegria, uma inesgotável fábrica de coisas boas e de companheirismo.

Reid estava o tempo todo brincando com as crianças durante a festa. O garoto gênio era aquele que dividia os melhores momentos com ela. Tantos filmes, jogos de cartas e tantas outras coisas passavam como um vídeo na cabeça de Prentiss. Segundo as estatísticas, Emily sentiria muita falta dele.

Rossi que falava palavras bonitas durante a cerimônia, só conseguia fazer Emily pensar no quanto sentiria falta dele. Dave era um pai para ela. Como viveria sem os conselhos daquele que parecia ter a palavra certa quando o mundo parecia desabar? Parece que teria que descobrir.

Hotch passou a maior parte do tempo com Jack e Beth. Emily podia jurar que algumas vezes pegou o olhar dele sobre ela. Ou talvez estivesse ficando maluca. Não conseguia mais parar de pensar nele. Os dois tinham uma ligação forte, se compreendiam sem palavras e não precisavam conversar tanto para terem um ao outro. Ela deixou claro, mesmo que fosse nas entrelinhas, que ele jamais estaria sozinho, que estaria sempre ali. Sentiria falta dele. Sentia ainda mais dor por partir tendo falado tanto a ele, sem ter dito nada.

(...)

Ao som de “As It Seems”, Emily havia dançado com praticamente todos os colegas, menos Hotch que no momento dançava com Beth. Conversava agradavelmente enquanto dançava com Rossi. David analisou os colegas ao redor e cochichou algo para Prentiss, que soltou uma risada. Ouviu uma voz ao lado dos dois que a fez congelar por um instante.

- Com licença, Dave – Hotch disse com um sorriso de lado e estendeu a mão para Prentiss – Mas eu acho que agora Emily é minha.

Rossi soltou-a e piscou para Hotch, que entrelaçou seus dedos com os de Emily e pousou a outra mão na cintura dela. Prentiss acariciou a parte superior das costas de Aaron e sorriu para ele. Sua respiração estava acelerada e seu coração mais ainda. Estava tão perto que ela podia jurar que os batimentos cardíacos dele estavam descompassados. Moviam-se lentamente ao ritmo da música e trocavam algumas palavras e gargalhadas. Em determinado momento baixaram a cabeça e não conseguiam se encarar, era quase uma tortura se olharem tão de perto, sentirem as respirações e não poderem se beijar. Ele olhou-a por cima do ombro e viu-a sorrir. A lua cheia que enfeitava o céu parecia estar mais linda do que nunca.  Ele aproximou os lábios do ouvido dela e Emily trancou a respiração.

- Está nervosa? – Hotch sussurrou baixo no ouvido de Prentiss, que conteve um arrepio.

Emily não conseguia responder, não conseguia nem ouvir a música depois de sentir aquela respiração quente batendo em seu ouvido. Ela limpou os pensamentos tentando entender a pergunta dele, mas o que fez foi responder a verdade.

- Na verdade – Emily colou mais os corpos de ambos e subiu sua boca até o ouvido de Hotch sussurrando disfarçadamente – Estou.

Ao redor, a música soava e os amigos dançavam e riam, mas naquele momento nada mais existia para os dois.

- Por favor, Emily – Ele acariciou de leve a cintura dela e Prentiss sentiu-se estremecer com o toque – Não vai embora.

A voz rouca soando em seu ouvido pronunciando seu primeiro nome fez um arrepio percorrer sua espinha. Ela desceu a mão pelas costas do homem que tinha o rosto colado ao seu, acariciando por cima do paletó.

- Por que está fazendo isso? – A voz dela saiu falha próxima ao ouvido de Hotch – Não pede isso, não me pede desse jeito.

Aaron dessa vez encarou-a e quando iria dizer alguma coisa, ouviu a voz de Morgan soar diante dos dois. Derek tocou o ombro de ambos e tinha um sorriso sacana nos lábios, enquanto pedia para dançar com Prentiss. Emily segurou a mão dele e saiu de perto de Hotch, vendo que ele a olhou por alguns segundos, antes de baixar a cabeça e voltar para Beth. Ela encostou o queixo no ombro de Morgan, se abraçando a ele e fechando os olhos. Sem que percebesse, uma lágrima rolou por seu rosto. A lua agora parecia menos brilhante.

(...)

Dias depois...

Era quase meia noite e era sem dúvidas a noite mais fria do ano. Recomeços não deveriam começar com noites frias, e isso matutava sem parar na cabeça de Emily. Deixar sua família para trás não havia sido uma decisão fácil, mas ela não podia mais continuar ali. Família? Sim. Pois a muito tempo a equipe BAU havia deixado de ser apenas simples colegas de trabalho. Com aquelas pessoas ela aprendeu que família não é questão de ser de sangue, é ser de coração. Família é aqueles que jamais te abandonam, seja no melhor ou no pior momento de sua vida. Família é ser o que tu és, exatamente como és, sem teatro, para aqueles que tu amas e eles te aceitarem com todas tuas belezas e abominações. Com todas tuas mutações. Família aceita mudanças, aceita que tu mudes, pois que graça seria se fossemos para sempre os mesmos? Ser mutante é ser aprendiz. Prentiss iria se mudar, e a família aceitou, sofreu, porém entendeu. Ela iria embora de uma vida que pra sempre seria uma parte dela. Talvez um dia voltasse, talvez não, mas não importa onde, a dois passos ou a 1.000.000 quilômetros, eles seriam pra sempre sua grande família.

Ela fechou a mala e colocou-a no chão ao lado da cama. Sentou-se no colchão com as mãos apoiadas uma de cada lado de seu corpo. Fechou os olhos e lembrou-se da dança com ele. Desde aquele dia, a decisão de ir embora havia se tornado mais difícil. Ou mais fácil. Não conseguiria continuar ali, ao lado dele, vendo-o feliz com outra. Era egoísmo, mas não havia como evitar tais pensamentos. Ele não era dela, nunca havia sido, mas fingir que não sentia nada a sufocava. Era hora de dormir, pois amanhã, ela deixaria isso para trás. Ou tentaria. Levantou-se para apagar a luz do quarto e foi parada pela campainha que ecoou pelo local silencioso. Quem seria? Quem poderia subir a seu apartamento essa hora?

Prentiss caminhou até a porta e distraída com os pensamentos nem olhou no olho mágico. Ao abrir a porta, seu coração parou. A respiração acelerada deu bandeira do estado que estava se sentindo.

- Hotch? – Sua voz saiu trêmula enquanto encarava o homem a sua frente, que estava com o cabelo levemente molhado e com as mãos no casaco preto que continha pequenas partículas de água.

- Posso entrar? – Sua voz soou mais baixa que o normal.

Emily assentiu com a cabeça e passou para o lado para que ele entrasse. Ao fechar a porta, virou-se para encará-lo, cruzando os braços em frente ao peito.

- Beth sabe que está aqui? – Segundos depois, arrependeu-se dessa pergunta – Hotch se é algum caso, devo lembrar que não trabalho mais na BAU.

Precisava descontrair, pois a tensão do ambiente era tanta, que seria possível cortar o ar.

- Beth não sabe e não quero pensar nela agora – Hotch aproximou-se mais, fazendo-a dar um passo para trás e ficar a milímetros da porta – E não é nada sobre trabalho.

A respiração de Emily falhou enquanto ele se aproximava mais dela.

- Quer conversar sobre? – O ar ficou preso na garganta.

Hotch agarrou a cintura de Prentiss e a prensou contra a porta, fazendo soltar um suspiro alto. Ele aproximou os lábios dos dela e a respiração de ambos acelerou-se.

- Eu não quero conversar, porque cansei de falar – Ele sussurrou a centímetros da boca da morena, os hálitos quentes se misturando – Não é meu feitio fazer isso, mas eu cansei, Emily. Estamos conversando a anos sem dizer nada. Você tá indo embora e eu nunca te falei as coisas que eu sempre quis te dizer. Te chamei durante tanto tempo de Prentiss, que parece estranho te chamar de Emily, e não deveria ser. Porque nunca tive coragem, sempre tive medo de te chamar pelo primeiro nome e falar que lhe queria. Presei tanto meu trabalho e agora te perdi. Eu quero você, não quero falar. Chega de falar.

Depois de todas as palavras, sem que ela tivesse ao menos tempo de dizer que sentia o mesmo, ele alisou a cintura de Prentiss e selou os lábios de ambos num beijo. As línguas se deliciando numa intimidade, que parecia que já haviam feito isso milhões de vezes. Ela emaranhou as mãos no cabelo do homem que mordeu de leve seu lábio inferior. Prentiss alisou os braços dele e tirou o casaco que deslizou direto para o chão com a rapidez do movimento. Hotch segurou-a firme nas coxas e agarrou-a no colo, enquanto Emily travou as pernas ao redor da cintura dele em resposta. Ela contorceu-se no colo dele fingindo encontrar uma posição mais confortável e ambos gemeram com as intimidades se esfregando.

- Seu quarto? – Sussurrou no ouvido de Emily antes de passar a língua pelo local – Agora.

- Segue o corredor, segunda porta à direita – Sussurrou sem fôlego, enquanto se agarrava mais ao pescoço de Hotch para não cair, aproveitando e se inclinando para beijar e mordiscar o local.

- Só me dá um segundo pra me concentrar e achar o quarto, porque desse jeito não dá – Hotch sussurrou no ouvido dela, que soltou uma risada baixa.

Quando chegaram no quarto, Hotch deitou-a no colchão e foi logo subindo em cima dela e a beijando. Peças de roupas foram tiradas entre beijos e mordidas, até que ambos estavam apenas de roupas intimas. Aaron desabotoou o sutiã de Emily, e passou a língua em um dos mamilos, enquanto acariciava com a mão o outro seio. Ela gemeu em resposta dos atos e contorceu-se na cama. Hotch foi descendo pelo corpo da morena passando a língua por cada parte, deixando um rastro quente pelos locais. Ajoelhou-se no chão e colocou-se entre as pernas de Prentiss, que as abriu mais. Ela inclinou-se e agarrou os cabelos de Hotch puxando-o até sua calcinha.

- Tenha paciência – Sussurrou com a voz rouca e acariciou a intimidade de Emily por cima da calcinha de renda vermelha.

Vermelho seria sua cor favorita daqui pra frente. 

Destilou beijos e mordidinhas pela coxa da morena, antes de puxar a calcinha com a boca e terminar de tirá-la com as mãos. Um gemido rasgou a garganta de Emily e isso fez com que o membro de Aaron pulsasse ainda mais dolorosamente dentro da cueca. Ele acariciou a intimidade de Prentiss com as mãos, passeando um dedo pelo clitóris inchado, percebendo que ela estava completamente molhada, antes de alternar movimentos circulares com a língua e introdução de dois dedos. Os gemidos que saíam cada vez mais alto da garganta dela anunciavam um orgasmo se aproximando. Hotch  afastou-se rapidamente.

- Aaron – Ela soltou um suspiro de frustação.

Ouvi-la pronunciar seu primeiro nome, desse jeito, seria daqui pra frente seu som favorito.

Hotch deu um sorrisinho malicioso e tirou a cueca rapidamente. O membro rígido e ereto, fez Emily lamber os lábios e trancar a respiração ao vê-lo se colocar entre suas pernas. Aaron passou a ponta do membro pela intimidade de Prentiss antes de introduzir por completo. Os movimentos cada vez mais rápidos faziam gemidos de ambos, misturados assim como o suor, ecoar pelo local. Ela agarrou fortemente os ombros de Aaron, antes de soltar um gemido alto.

- Aaron! – Ela gozou entre um gemido rouco, e Hotch afastou-se e gozou também.

Caiu quase sem forças ao lado dela, que se aconchegou deitando a cabeça no peito dele. Suspiraram felizes e sorriram. Ele abraçou-a puxando-a mais para perto e acariciou os cabelos da morena. O cheiro dela, o gosto dela, ela era sua pequena morte. Experimentou no sexo com ela, um  pedaço da morte e provou o paraíso. La Petit Mort em francês se refere a ejaculação, uma pequena, lenta e prazerosa morte. Ela era sua La Petit Mort.

(...)

Ele abriu os olhos com dificuldade pela cortante luz solar que entrava pela janela. Sentiu-se vazio quando percebeu que ela não estava ali. Olhou ao redor, fixou os olhos no lençol bagunçado e encontrou entre as dobras, uma folha de papel. Pegou sua cueca vestindo-a, sentou-se na cama e pegou aquilo que parecia ser uma carta. Abriu e pode ver: a letra dela.

“Bom dia, Aaron

Desculpe-me por minha despedida ser assim, é covarde de minha parte, porém eu jamais conseguiria ir se olhasse em teus olhos, pois encontro neles a maior fonte de felicidade do mundo. 

Eu tenho que ir. Minha vida vai ser em outro lugar, Londres será minha casa, eu quero tentar. Tentar ser parte de mim mesma, não tendo que depender de um simples “Bom dia, Prentiss” seu para encontrar alegria. 

Foi a noite mais bonita de minha vida, eu vou guardar pra sempre comigo. Teu cheiro, teu gosto, teu olhar, teu tudo me fez ser plenamente feliz. Me deu a felicidade plena durante as horas que passamos juntos. Eu provei o paraíso. 

Não quero que esqueça essa noite, quero que conviva com isso e seja feliz. Muito feliz. Pois seja com quem for, mesmo que eu te queira com todas as minhas forças, quero mais ainda que seja feliz. 

Uma boa vida para ti, minha la petit mort.

Isso não é um “adeus”, e sim, um “até breve”.

Devolva as chaves na recepção quando sair e tenha uma boa jornada junto de quem amas.”