1. Spirit Fanfics >
  2. One step alone - Imagine Park Jimin >
  3. Persecution

História One step alone - Imagine Park Jimin - Persecution


Escrita por: TwinArmy

Notas do Autor


Oi gente ^^

Eu queria muito ter postado ontem.

Hoje a noite venho com outro, aguardem.
Boa Leitura :*

Capítulo 23 - Persecution


Fanfic / Fanfiction One step alone - Imagine Park Jimin - Persecution

Taerin On.

 

Aquela aula estava passando insuportavelmente lenta demais. Faz quase três anos que estudo francês, sinceramente eu não faço ideia do porque a mamãe insiste em me fazer falar fluente em francês e alemão, tudo bem, são duas línguas poderosas. Mas não me vejo as usando algum dia. Suspirei pela milionésima vez e dessa vez minha professora notou.

-Tudo bem senhorita Taerin? – Perguntou.

Eu não conseguia me concentrar direito naquela aula, tudo o que eu conseguia pensar era em Jimin e no plano que Tae diz ter para a viagem minha com o Jin. Às vezes gosto de pensar que a qualquer hora irei acordar em um mundo no qual eu viva feliz e livre, que Jimin já existe nela e que nós podemos andar nas ruas com as mãos dadas e demostrar o que sentimos um pelo outro sem se importar com as pessoas. Gosto de imaginar que estou tendo uma vida paralela a essa e que se eu cumprir tudo nessa e ficar firme irei voltar pra ela e conseguir o que quero.

-Tudo sim! – Respondi. – Só estou um pouco sonolenta, demorei para dormir ontem.

-Vamos então para os verbos no passado. – Falou abrindo outro livro.

A aula durou mais trinta longos minutos. Depois disso ela apenas me deixou um texto em francês que ela mesma escreveu, ou seja, não serei capaz de encontra-lo eu outro lugar. Ela quer que eu leia e diga a ela o que escreveu. E ai foi embora.

Suspirei e sai daquela sala que aos poucos ia me dando desespero.

-Terminou a aula? – Minha mãe apareceu bem na minha frente.

Às vezes eu acho que alguma câmera invisível me segue por ai, não é possível ela estar sempre onde estou, essa casa é enorme.

-Terminei. – Respondi.

- Seu irmão chegou agora a pouco, você sabe aonde ele foi? – Perguntou.

Olhei para o lado, Tae acordou assustado e foi ver Mire, será que ela está bem? Aliás, como ele pretende ficar na casa do Jimin sem chamar a atenção dos nossos pais?

-Não sei não mãe. – Respondi.

Fiquei pensando, o que eu diria a ela um tempo atrás? Quando eu não saia ou não me permitia ver as coisas ao meu redor e focar em lutar por elas. Eu diria a verdade?

-Ok. – Falou e saiu andando.

Suspirei.

Sai em direção à escada e fui direto para o quarto dele. Bati e o ouvi mandar entrar.

-Tae. –Abri a porta.

-Oi Rin!

Caminhei até a sua cama e me sentei nela.

-Como está a Mire? – Perguntei.

-Está bem. Pedi para os meninos a levarem com eles na oficina, se ela desmaiar novamente estará perto deles. – Respondeu.

-E porque voltou? – Perguntei tirando os saltos e cruzando as penas em cima do colchão. – A mãe está louca para saber onde passou a noite.

-Rin! – Me olhou. – Esqueceu-se do baile?

-Baile? – Olhei para o lado. Mas que diabos de baile é esse? – O meu Deus!

Fiquei em pé e o vi sorrir, como eu posso ter me esquecido do baile que dão antes da eleição. Todos os partidos se juntam e apresentam sua família. Sim, isso é bem estranho.

-Você vai ir? – Perguntei, afinal ele foi apenas quando papai ganhou como governador. Isso foi há anos. Mas como vice-presidente ele nunca esteve presente.

-Irei. – Respondeu sentando na cama me puxando para sentar novamente. – E isso tem um motivo.

Cruzei as penas novamente no colchão e o olhei curiosa.

-Parece que essa Eunso vai estar lá. – Falou com a mão no queixo.

-O que? – Perguntei. – Como soube disso?

-Eu ouvi o papai novamente no telefone. Ontem quando eu acordei fui até o escritório dele e o ouvi de novo no telefone, tenho certeza que era essa Eunso. – Respondeu.

-Mas como deduziu que ela estaria lá? Afinal, qual é o seu interesse nessa mulher?

Tae sempre foi muito desconfiado. Desde quando éramos crianças ele sempre suspeitava de pessoas que se aproximavam de nós, ele só confiava naqueles que já tinha visto. Isso nos salvou um dia, mas esse assunto não vem ao caso agora. O que estava me intrigando era o seu interesse nessa mulher.

-Então, o papai disse essas seguintes palavras... – Ele abriu as mãos e as levantou na altura do seu queixo, como se fosse contar uma história de terror, eu teria rido se não estivesse tão curiosa para saber o que o papai falou. – ‘Já lhe enviei o convite! Mas se me ameaçar novamente eu não ficarei mais quieto’.

-Só isso?

-Sim Rin, pensa comigo! Nosso pai só fala escondido com essa tal de Eunso, não está curiosa para saber quem é ela?

-Vai enfrentar um baile que tanto odeia por isso? – Perguntei.

-Na verdade não só por isso. – Falou deitando. – Hobi me pediu pra ir, e eu estou tentando agradar a mamãe para evitar ela me seguir como fez com você.

Suspirei e me deitei ao seu lado. Tae estava enrolado com ela igual a mim, nossa mãe não tem limites quando o assunto lhe convém. Ele estava fazendo certo, ela já sabe sobre Jimin, não seria bom deixa-la saber sobre Mire também.

-Entendi... – Falei.

-Senhorita Taerin! – Ouvimos Ming bater na porta do quarto dele. – A senhorita está ai?

Sentei-me na cama.

-Estou Ming. O que foi? – Perguntei.

-Sua mãe me pediu para que lhe entregasse o vestido dessa noite. Ela quer que você prove para eu arruma-lo depois.

-Precisa ser agora?

-Se puder... – Falou.

Notei um pouco de nervosismo em sua voz, era obvio que a mamãe queria que eu provasse já, e Ming com certeza não me obrigaria.

-Tudo bem. Estou indo. – Falei.

Dei um leve tapa na perna do meu irmão, calcei os saltos e sai. Ming estava parada no corredor e carregava uma caixa branca nas mãos.

-Vamos. – Sorri pra ela e caminhei em direção ao meu quarto.

O vestido era muito bonito. Era preto, ia até os pés e abria até metade da coxa na perna esquerda. Era cintilante e brilhante. Tinha um pequeno decote em ‘V’ e uma manga que cobria o ombro perfeitamente.

-Gostei. – Falei sorrindo.

-É mesmo muito lindo senhorita. – Ming falou logo em seguida. – E a beleza da senhorita ajuda muito mais.

Sorri. Ming sabe mesmo como elogiar, mesmo que às vezes pelo o seu ‘trabalho’, mas eu gostava de verdade dela.

-Obrigada Ming. Acho que não precisa arrumar nada nele, está perfeito.

-Verdade. – Concordou sorrindo.

Tirei o vestido e ela o pegou pendurando em um cabide com muito cuidado. Quando ela saiu do quarto peguei meu celular para ligar para o Jimin, mas parei, hoje é segunda, Namjoon me disse uma vez que todas as segundas são uma correria, não posso atrapalha-lo só porque quero falar com ele e não tenho nada para fazer. Joguei o celular do lado.

Às vezes eu sinto falta da universidade, pelo menos lá eu tenho o que fazer e não preciso ficar nessa casa. Acabei adormecendo logo depois.

-Senhorita! – Ouvi Ming me chamar enquanto cutucava levemente minha mão.

-Oi Ming. – A respondi me sentando lentamente.

-Sua mãe disse para acorda-la. Precisa começar a se arrumar. – Falou.

Ai meu Deus, já tinha me esquecido do baile.

-Obrigada Ming. – Sorri.

Ela saiu do quarto e eu precisei me levantar, tomei um banho e fui vestir o vestido. Quando estava pronta mamãe entrou com uma mulher desconhecida.

-Querida, essa é a minha cabeleireira. Ela vai arrumar o seu cabelo. – Falou.

Ela me direcionou até a cadeira que ficava em frente a minha penteadeira. Apenas suspirei, eu já estava acostumada, minha mãe sempre trazia alguém para arrumar o meu cabelo, e claro, do jeito que ela escolher. E dessa vez ela mandou prende-lo, deixou uma franja caída para o lado. Não o prendeu como um ‘coque’, ela o puxou preso, mas as pontas ficaram soltas.

Não garanto nada que isso dure até o final do baile, mas tudo bem.

-Ficou lindo! – Ouvi mamãe dizer ao lado.

Calcei um salto prateado e pronto, estava pronta. Desci até á sala e Tae estava lá, conversava com o papai. Aproximei-me deles.

-Está magnifica filha! – Ele disse.

-Obrigada Pai.

Tae usava um terno, era até engraçado como tudo o deixava bonito, roupas normais, ternos ou até as mais simples.

Dessa vez iriamos todos de limusine, mamãe desceu também com um vestido preto. Estava linda. Pegou no braço do papai e saiu, Tae estendeu o dele á mim e eu fiz o mesmo.

Depois de um tempo chegamos à festa, havia luzes do lado de fora que refletia nos muros do local em várias cores. Dava-se para ouvir a música que tocava, descemos e logo ao lado Jin desceu com seus pais de outra limusine.

-Kim! – O pai dele chamou o meu.

Meu pai sorriu e foi de encontro com ele para cumprimentar e mamãe o seguiu, Jin se aproximou de nós e sorriu.

-Oi. – Falou sorrindo.

-Oi... – Tae o respondeu com pouco entusiasmo. Mas logo o olhou curioso. –Jin... – Chegou perto dele.

Jin ficou surpreso com a mudança repentina dele e abaixou a cabeça para ouvir o que ele queria dizer.

-Conhece todos os nomes do partido dos nossos pais? – Tae perguntou baixo.

Ai Tae, o que está planejando fazer?

-Acho que sim, por quê? – Jin perguntou confuso.

-Eunso! – Falou e olhou novamente para onde nosso pai estava. – Esse nome lhe é familiar?

Jin parou para pensar. Ele sempre foi chato e mesquinho, mas sempre soubemos como é inteligente. Não duvido nada que saiba todos os nomes do partido.

-Não me lembro de ninguém com esse nome. – Falou depois de alguns segundos.

-Droga Jin, você era a minha única esperança. – Tae falou um pouco manhoso.

-Ela pode ser do partido do pai do Hoseok. – Jin falou nos surpreendendo. Afinal, estava ajudando o Tae sem ganhar nada em troca.

-Talvez... – Tae falou colocando sua mão no queixo.

-E ai pessoal! – Ouvimos Hobi se aproximar.

Olhamos ao mesmo tempo, ele usava um terno parecido com o do Tae. Na verdade, todos os homens estavam parecidos, terno é um padrão só.

-Hyung! – Sik veio correndo e pulou em Tae.

-E ai Sik! – Ele pegou o garoto no ar.

-Vai com o papai Sik. – Hobi deu um tapinha nas costas do irmão mais novo e esse o obedeceu imediatamente.

Notei nossa mãe olhar um pouco descontente pra cá, ela realmente não gosta do fato de Tae e ele serem amigos. Mas ela precisa engolir isso, afinal eles são amigos desde crianças.

Todos começaram a entrar. Claro que a mesa do Presidente e o vice-presidente estavam juntas, então tivemos que compartilhar o jantar com o Jin. Ele parece um pouco diferente, como se estivesse tentando se aproximar ou até mesmo se redimir pelas coisas idiotas que fez. Me levantei com a desculpa de ir ao banheiro e sai para tomar um ar. Não estava frio em Seoul hoje, mas o ar gelado estava incrível.

-Olá. – Alguém falou.

Olhei para o lado e a reconheci, era a mulher que estava parada do outro lado da rua no último baile. Eunso.

-Oi. – Cumprimentei. Cadê o Tae em uma hora dessas?

-Tu-tudo bem? – Ela gaguejou?

De perto notei que ela aparentava ter mais de quarenta anos. Quando a vi de longe pensei que fosse mais jovem.

-Tudo sim. – Respondi. – Quem é você?

É isso o que Tae quer descobrir, então perguntarei.

-Eu não sou ninguém. – Respondeu e sorriu.

Como assim não é ninguém? Todo mundo é alguém, como pode ser ‘ninguém’ e receber um convite do vice-presidente para o baile?

-Ninguém? – Perguntei.

Seus olhos se encheram de lágrimas e aquilo apertou o meu coração, eu não sei por quê. Mas me incomodou muito vê-la chorar.

-Rin! – Ouvi alguém me chamar.

Olhei e vi Hobi vir em minha direção. Voltei o olhar para a mulher, mas ela já tinha sumido. Foi como nos filmes, quando alguém perde a atenção um segundo e a pessoa some como fumaça.

-Hobi, viu para onde foi a mulher que estava aqui? – Perguntei.

Eu não consegui nada dela, eu não soube nem se é ela mesma a Eunso.

-Não... –Falou olhando para os lados, como se estivesse procurando alguém.

-Estranho. – Falei.

Hobi se aproximou de mim.

-Está tudo bem? – Perguntou.

-Sim, Tae e eu estamos investigando algo, só isso! – Pisquei pra ele.

-A é? E não me chamaram pra isso? – Perguntou indignado.

Sorri.

-E ai! Vai me contar ou não? – Perguntei.

Hobi me fez perguntas e me mostrou que está apaixonado, e eu quero muito que ele me diga que é o Yoongi, porque se não for, estou vendo coisa onde não têm.

-Contar o que sua doida? – Perguntou.

-Aff Hobi! – Revirei os olhos. – Que está apaixonado pelo o Yoongi.

Ele arregalou os olhos e me olhou assustado. É, acho que eu não deveria ter ido direto ao ponto.

-Fala baixo Rin! – Ele se aproximou e olhou para os lados.

-Qual o problema Hobi? – Perguntei.

-Sabe como isso destruiria a carreira do meu Pai? – Perguntou.

Pareceu muito abalado ao dizer aquilo, como se falar em voz alto afetasse seu coração e doesse muito.

-Gostar do Yoongi destruiria a carreira dele? – Perguntei confusa, mas eu o obedeci e falei baixo.

-Gostar de um garoto Rin! Gostar de um garoto... Essa sociedade no qual pertencemos é hipócrita, não conhece esse mundo no qual vivemos? – Perguntou. Cada vez que ele falava me dava vontade chorar. – Principalmente pessoas como nós, somos filhos de pessoas públicas Rin, há pessoas que não aceitam isso que votam em meu pai. – Terminou abaixando a cabeça.

-Irá sacrificar a sua felicidade por isso? – Perguntei.

-E conseguirei sacrificar a do meu pai pela a minha? – Respondeu com outra pergunta.

-Você gosta mesmo dele né?

-Rin, eu estou apaixonado por ele. – Respondeu. – Mas eu acho que ele não corresponde, e no fundo, eu me sinto aliviado.

-Aliviado? – Perguntei confusa.

Se Jimin não gostasse de mim eu me sentiria muito ruim.

-Sim, porque se eu for correspondido, irei querer correr atrás e não sei se estarei pronto para as consequências.  – Falou.

-Mas Hobi...

-Rin! – Tae gritou em sussurro.

Hobi e eu o olhamos ao mesmo tempo. Ele estava saindo da porta.

-O que foi Tae? – Perguntei.

-Olha ali! – Apontou para algum lugar aleatório.

Havia muitas arvores e plantas, precisei caminhar para ver o que me mostrava. Era ela, Eunso estava entrando em um carro vermelho. Olhei para o Tae e ele a encarava também.

-Hobi! – Tae o chamou. – Você veio de carro?

-Sim... A chave está aqui, deixei estacionado ali na esquina.

Hobi sempre odiou deixar o carro com os manobristas.

-Vamos! – Tae passou por nós correndo e Hobi o seguiu.

Comecei a correr atrás dele, eu não sei como, mas eu já estava acostumada a correr de salto.

-Aonde vão?! – Nosso pai gritou.

Paramos bruscamente.

-Droga! – Tae exclamou.

Nosso pai olhou para o carro vermelho e arregalou os olhos quando viu a mulher, quando percebeu que iriamos seguir-la nos olhou furioso.

-Nem pensem nisso! – Falou.

Tae pegou em meu pulso e me puxou. Voltamos a correr, Hobi já estava perto do carro.

-VOLTEM AQUI! – Ouvimos nosso pai gritar.

Hobi veio com o carro até nós, entrei atrás e Tae sentou no banco ao lado do Hobi. Foi a primeira vez que entrei no carro dele e é idêntico ao do Tae, só mudava a cor.

-TAERIN! TAEHYUNG! – Nosso pai gritou.

Hobi pisou no acelerador para alcançar o carro.

-O que vocês dois estão fazendo? – Hobi perguntou enquanto dirigia.

-Essa mulher Hobi, queremos saber quem é ela! – Tae respondeu. – Você precisa acelerar!

-Tae, papai vai nos matar! – Eu falei olhando para trás.

Arregalei os olhos e meu coração acelerou quando vi um carro preto nos seguindo. A não!

-Tae! Tem um carro nos seguindo! – Avisei.

-Droga! – Ele exclamou.

Isso era obvio! Nunca que o nosso pai deixaria a gente ir sem problema nenhum.

-Duas opções. – Hobi começou a falar. – Fugimos deles, ou seguimos o carro vermelho e talvez descobrimos quem ela seja ou não e seremos pegos. Escolhem!

-De qualquer forma seremos pegos! – Falei.

Agora ou depois papai nos matará.

-Mas ser pego no ato é muito pior! – Hobi falou trocando a marcha e acelerando mais.

Fui jogada para trás com a velocidade daquele carro.

-Tae, teremos mais tempo para saber quem é ela! Vamos fugir deles! – Falei.

Meu irmão pareceu pensar. Ele quer tanto assim saber quem é essa mulher?

-Tae! Por favor! – Gritei.

-Rin! Eu já a vi antes! – Falou.

Claro que ele a viu. Ela estava no evento anterior a esse, foi lá aonde a vimos pela primeira vez.

-Eu também! Estávamos juntos se esqueceu? – Perguntei e logo fui jogada para o lado. Hobi virou uma rua rapidamente.

-Não aquele dia! Eu me lembro dela de algum lugar! – Falou passando sua mão no cabelo.

Se lembra dela de outro lugar? Com certeza ele a viu em alguma reunião do partido e está confuso.

-Pessoal! – Hobi nos chamou. – O que eu faço?!

-Despista ele Hobi! – Falei.

Ele apenas concordou com a cabeça e acelerou mais ainda. Tae corre sempre, muitas vezes eu estava no carro, mas ali naquela hora fiquei com um pouco de medo. Hobi estava correndo muito. Mas não nego que dirige muito bem.

-Ele vai nos pegar! – Falei olhando para trás.

-Não vai Rin! Esse carro aqui é muito rápido. – Tae falou. – É só o Hobi achar o lugar perfeito e pisar fundo, vai fazê-los comer poeiras. – Sorriu.

Revirei os olhos, como pode brincar em uma hora dessas? Hobi começou a rir.

-Meu! Vocês tem noção que a eleição é daqui alguns dias e estamos dando uma fuga aqui, se formos pegos nossos pais estarão fritos nas porcentagens. – Falou.

-Você não ajuda nada dizer isso Hobi! – Tae deu um soco no braço dele.

Depois de um tempo de correria conseguimos despistar o carro, mas mesmo assim Hobi não deixava de correr.

-Hobi! –Tae gritou. – Cuidado!

Olhei para frente, tinha alguma coisa na pista. O que era aquilo? Um cachorro? Hobi puxou o freio de mão rapidamente e carro perdeu o controle e começou a rodar. Eu gritei o mais alto que consegui.

-RIN! – Ouvi Tae gritar.

Depois de alguns segundos rodando sentimos um tranco imenso. Bati minha cabeça no vidro e o ouvi estourar. Fiquei atordoada, um liquido quente escorreu pelo meu braço, olhei e estava sangrando.

-Tae! Hobi! – Os chamei.

Meu irmão endireitou a coluna e tombou a cabeça para trás. Meu coração bateu aliviado, ele estava vivo.

-Rin, tudo bem? – Perguntou com um pouco de dificuldade.

-Estou... – Olhei para o vidro ao meu lado, tinha sangue nele, mas não estava quebrado. Estranho eu o ouvi quebrar.

-Hobi! – Tae exclamou.

Olhei e o vidro ao lado dele tinha quebrado. Ele estava debruçado sobre o volante.

-Meu Deus! Hobi! – O chamei me sentando na ponta do banco.

Minhas mãos estavam tremendo, eu nunca passei por algo assim.

-Pelo amor de Deus cara! Fala alguma coisa! – Tae colocou sua mão nas costas dele.

-Ai! – O ouvimos.

Ele se levantou lentamente e pendeu a cabeça para trás levando sua mão no peito.

-Hobi, você está bem? Me diz que está bem! – Eu estava entrando em desespero.

-Meu peito dói muito! – Falou.

Ele deve ter batido ele no volante, afinal nenhum de nós estávamos usando o cinto de seguranças. Na hora da adrenalina ninguém se lembrou disso.

-Onde estamos? – Tae abriu a porta do carro com muito custo.

Hobi precisou sair pela janela e isso custou um rasgo enorme em seu terno. Eu o segui logo depois, ele me ajudou a sair. Estávamos em uma estrada, o carro parou de rodar quando bateu em uma arvore enorme. O local da festa era fora de Seoul, então estávamos perdidos nessa pista.

-Meu celular já era! – Ouvi Tae falar.

-O meu ficou na minha bolsa.

Eu deixei tudo na mesa. Até porque mamãe não podia me ver com o celular.

-O meu quebrou, estava no bolso do terno. – Hobi falou mostrando o seu todo estraçalhado. – Ai...

-Hobi, tem certeza que está bem? – Perguntei preocupada.

Tae chegou ao lado dele também.

-Ele deve ter batido o peito no volante. Vamos ao hospital.

-Enlouqueceu? – Hobi exclamou. – Nós três bebemos vinho, e a policia vai querer vir até o carro. Nossos pais vão nos fritar para a comemoração da eleição.

Hobi tem razão, não estávamos bêbados, mas mesmo assim consumimos álcool e isso com certeza ainda estava em nossos organismos.

-Vamos para a cidade, podemos ir até o Jimin! – Tae falou. – Eles podem dar um jeito nesse carro.

-Boa ideia! – Falei. – Dá pra ver as luzes da cidade, não estamos longe!

Tae ajudou Hobi de um lado e eu do outro. Começamos a caminhar em direção a Seoul, depois de um tempo andando vimos um farol se aproximando e corremos para o matagal e nos abaixamos ali.

-Droga! Ainda estão nos seguindo! – Tae falou.

-Será que acharam o carro? – Hobi perguntou preocupado.

-Acho que não, batemos em uma arvore bem no meio de outras, ele esta escondido! – Falei baixo.

Se achassem o carro seria o fim da linha. Depois que o carro rodou por ali alguns segundos levantamos e voltamos a andar. Chegamos à cidade e pegamos um taxi, ele ficou muito assustado com a nossa situação. Tae disse que estávamos indo a uma festa a fantasia e ele acreditou. Eu não sei como, mas acreditou.

Depois de um tempo ele nos deixou próximos à casa do Jimin, não arriscamos sermos deixados bem na frente, eu queria muito vê-lo, há dois dias eu não o vejo. Quando estávamos a dois quarteirões ouvimos.

-Ali eles! – Um homem gritou dentro de um carro preto.

Droga!

Tae pegou em um pulso meu e ao mesmo tempo Hobi pegou no outro e começamos a correr. Viramos o quarteirão, a pé com certeza é mais fácil do que carro, até porque estava um trânsito horrível naquela cidade.

-Ali! – Tae apontou assim que viu a casa do Jimin.

Corremos feitos loucos, meu irmão tirou uma chave do bolso. O que não é surpresa, ele vai passar um tempo ali, com certeza Jimin lhe deu uma cópia da chave. Ele abriu o portão correndo e entrou. Ajudei Hobi e entrei atrás do Tae.

Os meninos estavam todos na sala, Mire estava perto do Tae com um olhar desesperado, Kook permanecia paralisado no meio da sala e Namjoon com os olhos arregalados da porta da cozinha, devemos estar um caos mesmo.

-Taerin! – Ouvi Jimin gritar meu nome e correr até mim.

Sorri fracamente pra ele. Eu devo estar horrível, principalmente tentando recuperar o folego. Hobi entrou correndo e Yoongi foi ao seu encontro.

-Alguém nos seguiu? – Tae perguntou.

-Acho que não. – Hobi respondeu se ajoelhando no chão, ele também estava com falta de ar e com muita dor no peito. Confesso que estava ficando preocupado com ele.

-Você esta bem? – Yoongi perguntou abaixado de frente com ele.

Senti uma pequena vertigem e cambaleei um pouco.

-Taerin! – Jimin tornou a me chamar, senti suas mãos firmes em minha cintura me sentar gentilmente no sofá.

Foi muita coisa, eu estava desesperada com o que acabou de acontecer.

-Meu Deus! O que aconteceu com vocês?! – Namjoon perguntou.

Mire estava perto do meu irmão, notei seus olhos cheios de lágrimas.

-Me deixe respirar primeiro. – Tae falou indo até o sofá.

Hobi se levantou com a ajuda do Yoongi e fechou a porta. Coloquei minha mão sobre a do Jimin.

-Precisamos leva-los ao hospital! – Mire disse chorando.

-NÃO! – Tae, eu e Hobi dissemos juntos.

Não podíamos ir ao hospital, somos conhecidos. As autoridades irão querer chegar até o carro e isso arruinará tudo, nossos pais não podem saber disso e nem encontrar o carro.

-Então nos digam o que houve! – Jimin disse ao meu lado.

-Então... – Tae começou.

 

...

 

- Por isso vocês precisam ir pegar o carro! – Tae falou depois de contar detalhe por detalhe.

-Não, vocês precisam muito ir ao hospital! – Yoongi falou.

Ele não saiu nenhuma vez do lado do Hobi, seu olhar era puro desespero e preocupação. E eu estava quase concordando com ele, Hobi não parecia nada bem.

-O hospital é perigoso pra gente. – Hobi disse se sentando no chão com as costas apoiadas na porta.

-Isso é o que menos importa agora! – Yoongi abaixou ao lado dele novamente. – Vocês três estão machucados! Precisam ver se tem algo de errado.

-Taerin... – Senti Jimin colocar sua mão em meu rosto e eu o virei para olhá-lo. – Pelo amor de Deus, você está machucada em algum lugar?

Como é bom estar ao lado dele, sentir seu toque.

-Estou bem. – Sorri. – Estou somente com o braço cortado. Eu bati minha cabeça, mas não foi nada.

Dentre nós três o Hobi foi o que mais se machucou.

-Tae... – Mire estava sentada ou lado dele. – Vamos ao hospital. Por favor!

Estavam todos preocupados com a agente, e eu realmente estava cogitando a ideia de ir ao hospital.

-Vamos Tae. – Falei. – Não precisamos dizer onde o carro está ou o que realmente aconteceu.

-Mas vão perguntar. – Meu irmão respondeu.

-É só não falarem! – Kook disse. – Pelo o que contaram, seus pais darão um jeito nisso.

Ele pareceu pensar um pouco e depois olhou para o Hobi que estava ali no chão e permanecia com os olhos fechados.

-Vão! – Namjoon falou. – Eu e o Kook vamos dar um jeito de pegar aquele carro. Só nos expliquem a onde ele está.

Tae me disse que a oficina deles possui recursos para rebocar carros também, estão não deve ser difícil pra eles. Todos concordaram, Jimin me levou para cozinha enquanto Tae explicava para Kook e Namjoon aonde batemos.

Ele me encostou na pia e pegou um pano limpo. Molhou um pouco e começou a passar com muito cuidado no meu rosto.

-Quando entrou assim eu quase morri. – Falou concentrado no que fazia. – Nunca mais se machuque desse jeito.

Sorri e coloquei minha mão em seu rosto e logo a tirei quando eu o manchei de sangue.

-Me desculpa. – Falei sorrindo.

Ele apenas sorriu e selou meus lábios gentilmente. Peguei o pano de sua mão e o limpei ali também.

-Vamos! – Ouvi meu irmão chamar.

Sorri uma última vez para o Jimin e segui o Tae. Quando voltei para sala Hobi estava apoiado na parede com a mão no peito e parecia respirar com dificuldade.

- Hobi. –Fui até ele.

Yoongi estava apavorado do lado dele.

- Tira a camisa Hobi. – Tae falou chegando ao meu lado.

Ele olhou para o meu irmão, mas não falou nada, caminhou até o sofá e sentou.

- Tudo bem. – Falou. – Eu estou bem.

- Tira essa camisa Hoseok – Yoongi falou alto.

Hobi olhou para ele surpreso e suspirou. Levou as mãos até a camisa e começou a desabotoa-la e quando ele a tirou Mire levou as mãos na boca, Tae deu um passo para trás e Yoongi arregalou os olhos. Fui à frente dele para ver o que eles estavam vendo. Meus olhos arregalaram assim como os do Yoongi.

O peito do Hobi estava roxo, ou melhor, já estava ficando preto.

- Meu Deus Hobi. – Tae falou abaixando na frente dele.

- Eu estou be... – Ele começou a falar, mas parou e fechou os olhos.

- Hobi? – Tae o chamou tocando em seu braço.

Quando ele o tocou ele caiu para o lado desmaiado.

-HOBI! – Tae gritou e começou a chacoalhar ele, mas ele não respondia.

Ah não, senti meus olhos arderem. Jimin veio correndo da cozinha quando ouviu o grito do meu irmão e logo travou quando viu Hobi caído no sofá e com o peito roxo.

- Pelo amor de Deus vamos logo para o Hospital. – Mire falou chorando novamente.

Jimin foi até o meu irmão e o levantou. Yoongi foi até o Hobi e o ergueu, ele estava apagado. Yoongi estava com os olhos vermelhos, mas não estava chorando. Parecia estar em choque.

-O carro. – Tae falou baixo. – Kook , Namjoon posso deixar isso com vocês? – Perguntou.

-Pode. – Kook respondeu. – Mas, por favor, vão logo para o Hospital. –Deu uma última olhada para o Hobi e saiu com Namjoon logo atrás.

O que foi que fizemos? Se alguma coisa acontecer com ele eu nunca vou me perdoar, Hobi não tem nada a ver com a nossa curiosidade em relação à Eunso. Senti Jimin pegar em minha mão. Virei e escondi meu rosto em seu peito, eu não podia chorar ali.

- Vamos, você também está machucada. –Jimin falou passando sua mão em meu cabelo. – Seu rosto não parou de sangrar depois que eu limpei.

Afastei dele e vi que manchei sua camiseta com sangue. Levei a mão até a cabeça e ele tinha razão, ainda estava sangrando.

Fomos para o carro. Yoongi entrou atrás de um com o Hobi deitado. Ele estava com a cabeça apoiada na perna dele. Dirigindo estava o Jimin e eu me sentei na frente. Mire tinha carta de motorista, ela foi dirigindo o outro junto com o Tae.

Não demorou muito para chegarmos ao hospital. Yoongi entrou correndo carregando o Hobi desmaiado. Jimin me ajudou a descer e fomos para dentro, depois de alguns minutos Tae entrou com a Mire.

Meu irmão caminhou um pouco mais rápido nos passando, estava indo em direção ao uma enfermeira que anotava alguma coisa e uma prancheta. Paramos no canto e o esperamos, ele falava com ela e gesticulava desesperado ao mesmo tempo, vi a expressão da mulher mudar para um semblante desesperador e nos olhar logo em seguida.

Ela veio até nós trazendo uma maca, Yoongi e Jimin deitaram Hobi gentilmente ali e ela o começou levar para o elevador.

-O que disse a ela? – Perguntei assim que ele se aproximou de mim.

-Falei de quem Hobi é filho e que tudo precisa ser feito discretamente. – Respondeu.

Agora está explicado o semblante dela enquanto falava com ele.

-Podemos ir junto? – Yoongi perguntou.

Os olhos dele estavam vermelhos, mas ele não chorava.

-Com licença! – Um homem vestido também de enfermeiro e aproximou. – Posso leva-los até a ala vip?

Tae concordou com a cabeça.

-Eu falei com ele também, vamos! – Meu irmão disse nos olhando.

Fomos até o elevador, Jimin se aproximou de mim e pegou em minha mão. Entrelacei meus dedos nos deles. O enfermeiro nos levou até um quarto. Tae e eu fomos guiados até a cama e duas enfermeiras nos examinavam. Jimin ficou ao meu lado o tempo todo e Mire ao lado do meu irmão. Já Yoongi andava de um lado para o outro sem parar, ele estava claramente preocupado com Hobi. Todos estávamos!

Foram feitos alguns curativos em nós. Ficamos esperando noticias do Hobi aproximadamente uma hora quando um homem de jaleco entrou no quarto.

-Jung Hoseok é amigo de vocês? – Perguntou.

-Sim! – Tae ficou em pé. – Ele está bem?

-Onde estão os familiares dele? – O médico perguntou.

-Queremos ligar com boas noticias... – Tae falou.

O médico suspirou, pareceu pensar um pouco e logo cedeu.

-Vocês o trouxeram a tempo, ele teve duas fraturas na costela. Isso estava prejudicando seu sistema respiratório.

Meu irmão cambaleou e sentou na cama, Mire imediatamente pegou na mão dele. Meu Deus! Eu sei como ele está se sentindo, por uma burrice nossa Hobi quase perde a vida.

-Mas... Mas ele está bem? – Yoongi perguntou.

-Está sim. Precisam chamar a família dele. – O médico respondeu.

Tae levou sua mão até o bolso de seu terno para pegar o celular, esqueceu completamente que ele havia sido destruído no acidente.

-Pega o meu! – Jimin foi até ele e lhe entregou seu celular.

Meu irmão ligou imediatamente.

-Alô! – Falou. – Senhor Jung... Sou eu TaeHyung! Precisamos que o senhor venha ao hospital! – Ele falava. – É o Hobi, nós sofremos um acidente de carro. Sim! Sim! Ele está bem, só precisam do senhor aqui...

Tae abaixou o celular, provavelmente o pai do Hobi desligou rapidamente para vir aqui.

-Podemos vê-lo? – Yoongi perguntou.

-Podem. – O médico respondeu. – Ele está no quarto ao lado.

Yoongi saiu na frente, Tae pegou na mão de Mire e o seguiu.

-Jimin... – Me levantei e ele caminhou até mim rapidamente.

-Taerin, tudo bem? – Perguntou preocupado.

-Foi tudo culpa nossa, se alguma coisa acontecer...

-Não vai acontecer nada! – Ele me cortou. – Não ouviu o médico, ele está bem!

Jimin se aproximou de mim e colocou sua mão em meu rosto. Eu estava com muito medo, se eu e Tae não insistíssemos tanto saber quem é Eunso, isso não teria acontecido com ele.

-Vamos ir vê-lo! – Ele falou selando minha testa.


Notas Finais


É isso ^^
Espero que estejam gostando.

Continuem comentando :)
Beijos


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...