História One Tape - Capítulo cinco

No dia seguinte, Chanyeol acordou com a mesma sensação que foi dormir, a de total solidão. Acendeu o abajur do criado mudo e olhou para o lado da cama, fazendo um pequeno bico ao notar que estava vazio. Era claro que estaria.

Já a alguns bairros de distância, Baekhyun já estava acordado, mas sorrindo enquanto tomava sol com sua avó, pensava em Chanyeol de um jeito diferente, queria saber se era gentil como demonstrou em sua casa e, com isso na cabeça, logo teve uma ideia.

– Vó, quer dar uma volta na praia? – Indagou segurando a mão da senhora, que abriu um largo sorriso ao receber a proposta. – Esse sorriso lindo é um sim? – Sorriu ao ver a mulher acenar positivamente.

Deixou a senhora parada no jardim enquanto ia até dentro da casa, pegando o celular em cima do sofá para ligar para Chanyeol, olhou na agenda mas percebeu que não tinha o número dele, as vezes que se encontravam era marcado um dia antes no próprio encontro.

Voltou para o jardim e rapidamente ajudou a avó entrar em casa, a colocou em uma cadeira de rodas e logo começou a andar em direção a casa de Chanyeol. Agradeceu mentalmente por não ter morros ao longo caminho, e durante todo o mesmo, sorria com a possibilidade de ver o maior.

Já estava quase morrendo de tanto andar até que finalmente chegou a casa extremamente chamativa daquele bairro silencioso, subiu com um pouco de dificuldade com a cadeira na calçada e foi até o interfone, tocando de forma ansiosa com aquele belo e largo sorriso que aquecia o coração de Chanyeol.

Chanyeol estava sentado no sofá vestido somente de uma bermuda de algodão e nada mais, pensava na vida e acabava bufando por achá-la extremamente chata e sem graça. Quando ouviu o interfone tocar, se levantou e foi se arrastando até a parede.

– Que foi? – Perguntou com a voz mais grave que o normal e Baekhyun ao ouvi-la se arrepiou todo, desde quando Chanyeol tinha tanto poder sobre as reações do seu corpo somente por ouvir sua voz? Era o que se perguntava enquanto buscava sua razão para responder. – Se for alguma criança passando...

– Não, sou eu Channie, Baekhyun. – Disse apressado ao perceber que ficou tempo demais pensando na voz do maior e o deixou no vácuo do outro lado. – Quer ir à praia comigo e com a minha avó? – Perguntou baixinho e envergonhado, nem sabia se o maior tinha alguma coisa para fazer, simplesmente foi.

– Claro, estou morrendo de tédio aqui, só espere um minuto e eu me arrumo. – Esperou a confirmação e correu até seu quarto, vestiu uma calça de moletom cinza de caminhada e uma regata branca colada. Praticamente correu para fora de casa, assim que viu Baekhyun de frente para o portão segurando a cadeira de sua avó, deu um largo sorriso e andou até eles. Fez uma breve carícia na cabeça da mulher e aproveitou que Baekhyun estava atrás dela e roubou um selinho, Baekhyun corou imediatamente, era diferente receber aquele tipo de atenção diariamente e estava começando a se sentir muito bem com aquele tipo de ato de Chanyeol.

– Vamos? – Perguntou ao se recompor e, com um acenar positivo de Chanyeol, começaram a andar. A casa de Chanyeol era mais próxima à praia e com isso decidiram que no final do passeio iriam até a casa do maior e pegar o carro para voltar.

Caminharam sobre a grande calçada que havia na orla da praia, conversando e sentindo a brisa geladinha daquele dia, não falaram nenhuma vez sobre o trabalho ou sobre sexo. Era incrível a capacidade que ambos tinham em gerar assunto através de uma risada ou comentário bobo e sem sentido.

Aquilo era tão gostoso e diferente do que estavam acostumados, a avó de Baekhyun ria de tudo e se sentia extremamente feliz por ver o neto daquela forma, ela sentia que tinha algo a mais entre eles, era óbvio tanto pela troca de olhares, com as carícias sutis e o jeito manhoso de Baekhyun em falar. Logo teve uma ideia, aproveitou que estavam sentados chupando um sorvete em uma barraquinha para colocar o plano em prática.

– Baekhyunnie, vovó quer descansar, pede para a MinYeon vir me buscar? Quero que aproveite seu passeio com o namorado. – Disse carinhosa e sorriu, segurou a mão de ambos e colocou uma sobre a outra na mesa, fazendo que os dedos se encaixassem superficialmente. – Vocês precisam aproveitar um pouco, já me diverti bastante e quero deixar que façam o mesmo.

– Você não está atrapalhando, gosto da sua companhia. – Chanyeol disse sorrindo, até dava para enganar se não tivesse com os mesmos pensamentos da senhora e, só pela troca de sorrisos dos dois, pode perceber que não iria adiantar discutir. Se levantou da cadeira que estava sentado e pegou o celular no bolso traseiro da calça, discando o número da enfermeira.

Avisou brevemente onde estava e logo teve a confirmação da garota de que estaria ali em no máximo meia hora, voltou para a mesa e se sentou ali, não deixando de sorrir internamente por Chanyeol não ter negado que era seu namorado.

Como dito, a mulher estava ali em exatos trinta minutos, e, durante esse tempo, ficou em total silêncio somente observando a mulher e Chanyeol conversarem animadamente, achou estranho o fato dela não ter esquecido Chanyeol ainda e conversava com ele sobre coisas aleatórias como se fossem amigos há anos. Assim que se viu “livre” da avó, Chanyeol se levantou e estendeu a mão para Baekhyun e esse segurou sentindo um pouco de vergonha no ato, mas fez.

– Sua avó realmente acha que somos namorados. – Disse risonho enquanto começava a andar pela calçada outra vez, sorrindo de cabeça baixa enquanto tentava puxar algum assunto com o menor, às vezes se sentia um bobo perto de Baekhyun.

– Pois é, você não colabora em nada quando fica sorrindo e sendo carinhoso comigo na frente dela, as vezes até eu acredito que somos namorados. – Estava completamente envergonhado por finalmente expor seus pensamentos, tanto que sua voz saiu manhosa e baixinha, quase como um sussurro.

– Você não gosta? Se quiser eu não faço mais. – Disse com a voz preocupada e até afastou a mão, mas Baekhyun segurou e levantou o rosto com um pequeno sorriso, mais tímido do que nunca.

– Não é isso, é que não estou acostumado. Faz muito tempo que não recebo esse tipo de atenção. – Murmurou comprimindo os lábios, por estar confessando aquilo, e logo Chanyeol sorriu. Estava com uma vontade enorme de abraçar Baekhyun e encher aquela bochecha corada de mordidas. Baekhyun era muito fofo, não iria aguentar muito se ele ficasse sendo fofo daquele jeito e lhe beijaria em público mesmo.

– Tudo bem, quer andar na areia? – Perguntou baixinho e meio tímido, Chanyeol se perguntava onde estava o Deus do sexo, como era chamado pelos amigos, Baekhyun tinha o dom de lhe deixar sem graça e um bobo, parecendo um virgem de colegial, mesmo que tenha feito sexo há dois dias atrás como se Baekhyun fosse seu brinquedo.

– Tudo bem, gosto de sentir a areia em meus pés. – Disse sorrindo e rapidamente afastou as mãos de Chanyeol, somente para se abaixar e tirar os sapatos, Park fez o mesmo em seguida. Ambos seguraram seus sapatos e, com as mãos livres, voltaram a entrelaçar os dedos.

Quem olhava de longe poderia jurar que eram um casal, é claro que pareciam. Dois homens com as mãos entrelaçadas, andando na beira do mar e distribuindo sorrisos a quem quisesse.

Entre eles somente havia silêncio, era gostoso daquela forma, andando com calma sobre a areia e às vezes sentiam ondas molharem seus pés, sorriam de forma tímida, sempre os olhares se encontravam. Ficaram andando daquela forma até acharem um amontoado de rochas grandes, estava chegando o momento do pôr do sol e o céu alaranjado dava um clima um tanto romântico.

– Quer ver o pôr do sol? – Chanyeol perguntou baixinho enquanto puxava a mão do menor para se sentar em uma rocha mais baixa enquanto, atrás desta, havia uma mais alta, fazendo um encosto. Baekhyun se sentou acanhado e balançou a cabeça positivamente, Chanyeol se sentou ao seu lado e passou o braço por cima dos ombros do mais baixo, o abraçando carinhosamente.

Ficaram naquela posição em total silêncio apenas com seus pensamentos sobre o outro, Baekhyun pensando em como era bom ter os braços de Chanyeol lhe aquecendo e lhe protegendo e Chanyeol pensando em como Baekhyun era fofo ao ficar todo encolhido daquela forma em seus braços.

Assim que o sol terminou de se esconder atrás do mar, os olhos de Baekhyun e Chanyeol se encontraram, não foram necessárias palavras, só fecharam os olhos e deixaram os lábios se encontrarem.

Ficou somente em um simples roçar carinhoso e calmo, quase como uma caricia lenta, movendo várias vezes sem a mínima coragem para aprofundar, pois, de certa forma, aquele beijo ficaria marcado para ambos e isso foi confirmado quando Chanyeol separou seus lábios dos do menor.

– Baekkie... Seria cedo demais dizer você está mexendo comigo?