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História Ônix - Capítulo III - Psychologist


Escrita por: LightB

Notas do Autor


Hey Wolfies lindos <3

Capítulo 3 - Capítulo III - Psychologist


Capítulo III - Psychologist

O baile, que todos pareciam estar tão ansiosos seria sábado e eu só tinha um dia para decidir o que fazer, por mais que não sentisse a minima vontade de levantar de minha cama, para nada, todos pareciam dispostos a me convencer a ir nessa estúpida festa.

Usando argumentos como "Nosso ultimo baile juntos" e "Vamos nos formar em menos de um mês, precisamos aproveitar ao máximo nosso tempo juntas"

Entre outras frases que nem valem ser relembradas.

Já faziam duas semanas que o "enterro" do Ty havia acontecido, era insano como o tempo passava velozmente, em um mês terminaria o ensino médio, em mais quatro meses completaria 18 anos e nada estava seguindo como eu havia planejado.

E a única pessoa com quem queria conversar sobre tudo isso estava desaparecido e considerado morto. Como dizem, o universo as vezes gosta de nos espancar, apenas por diversão.

Por incrível que pareça minha mãe não estava mais deprimida, ela reagia bem a tudo, voltou ao trabalho e nem tocava no assunto sobre meu irmão, meu pai agia basicamente da mesma maneira, com a única diferença de que ele falava sobre o Ty, ou ao menos tentava, já que toda a vez que tocava no assunto ela simplesmente o deixava falando sozinho.

Eu não havia chorado, não conseguia, a única maneira que encontrei de não falar sobre o Tyler era sendo fria em relação a isso, não que não quisesse falar. Eu apenas não suportava ouvir todos falando dele no passado.

Era doloroso demais.

Por causa de tudo o que estava acontecendo à escola chamou meus pais em uma "reunião" e aconselhou que me mandassem falar com algum especialista, sobre o trauma que havia vivido com a perda do meu irmão.

O que eles atenderam prontamente devido a alguns pequenos incidentes, como por exemplo acidentalmente acertar uma bola de basquete na cara da Tifany que estava sentada na arquibancada, do outro lado da quadra e acabar por quase quebrar o nariz dela.

Não era minha culpa se ela estava me irritando por respirar.

—Liah Becrole - doutora Flavia me cumprimentou com um sorriso forçado em seu rosto - primeiramente devo dizer que tudo o que disser aqui ficara em segredo, e parte do código médico-paciente. Então pode me contar o que desejar.

—Na verdade eu não "desejo" contar nada, não tenho nada para falar - me sentei de frente para ela, em uma poltrona desconfortável - tudo o que eu poderia dizer a senhora já sabe.

—Pode me chamar de você, por favor, e o que eu já sei?

—Que meu irmão sofreu um acidente de carro e desapareceu - assisti enquanto ela folheava um pequeno bloco de anotações, encontrando uma pagina em branco e passando a rabisca-la com palavras que não conseguia ler - ele foi declarado morto, sem nada que realmente comprovasse sua morte.

—Então você acredita que ele está vivo? - ela deixou de lado o bloco de anotações de lado e me fitou, seus olhos pretos demonstrando real curiosidade.

—Se estiver, já devia ter voltado - soltei tentando manter a calma, não seria bom me irritar com a medica que poderia me manter vindo em seções irritantes.

—Acho que ainda tem mais alguma coisa para dizer – ela se inclinou um pouco para frente em sua cadeira de couro marrom, me olhando com expectativa, quase como se eu fosse um quebra-cabeças desafiante.

A vida dela deveria ser bem entediante se meu caso era o mais interessante que tinha em mãos.

—Na verdade sim, posso ir embora? - sorri falsamente com uma alta expectativa de simplesmente ir embora.

—Ainda não, sente falta dele?

Que tipo de pergunta estúpida era aquela?

—Você tem um irmão? Se ele sumisse iria sentir falta dele?

—Sim sentiria falta – Flavia voltou a se recostar na cadeira e me olhar com um leve sorriso, ainda com aquele olhar afiado.

—Nós éramos próximos, Ty estava sempre comigo, então sim eu estou abalada psicologicamente e sim sinto muito a falta dele, mas isso é normal - soltei sabendo que era isso que ela queria ouvir, talvez assim fosse o bastante - Não preciso vir a uma psicóloga apenas por sentir falta de alguém que eu amo e que nunca mais vai voltar.

—Tem razão, vai ao baile de amanhã? – ela colocou o bloco de notas em cima da mesa, pude ver que haviam muitas coisas escritas em uma letra bem desenhada, mesmo de ponta cabeça

—Não – segurei a pedra de ônix entre os dedos e comecei a mexer nela, levemente incomodada.

Até a médica.

—Por que não? Seria por causa do Tyler?

—Já que quer tanto saber, não é por causa dele, antes do Ty sumir ele estava tentando me convencer a ir – disse sorrindo cinicamente para ela, que me encarava em uma mistura de expectativa e surpresa – mas já que ele não está aqui, não tem ninguém para me obrigar a ir.

Olhei no relógio, entre as respostas afiadas o clima tenso e olhares irritados que eu lançava a ela, já havia passado a meia hora de consulta e eu já podia sair. Dei um aceno de até nunca para ela e sai da sala, batendo a porta com mais força que o necessário.

Jamais pisaria naquela sala novamente, não me importava o que ela diria sobre mim aos meus pais, ninguém seria capaz de me obrigar a voltar.

Estava cansada de ser pressionada por todos sobre qualquer coisa, eu já não sofri o suficiente perdendo meu irmão? É pedir muito um pouco de calmaria em minha vida?

Não entendia a fixação de todos em saber como eu estava, se ia ou não em um estúpido baile de formatura, se estava superando algo que até agora ainda não havia conseguido entender.

Apenas um pouco de paz e algumas respostas, era tudo o que eu precisava.

Minha casa estava silenciosa, meus pais não haviam chegado do trabalho ainda. Mas para minha surpresa havia uma caixa preta com um laço vermelho em cima, minhas cores favoritas.

Não estava muito pesada e tinha meu nome nela, então resolvi abrir ali mesmo, a curiosidade momentânea falando mais alto, algo para distrair minha mente pelo menos.

Havia um bilhete por cima de um tecido preto, em uma caligrafia conhecida e inesperada estava escrito:

Lembra-se quando eu disse que você iria para o baile?

Então, você vai. Quero que vá, pois vou tentar te ajudar a entender tudo.

E é claro que não vai desperdiçar um vestido tão lindo assim, não é?

Um vestido digno de uma princesa.

Com amor e milhares de desculpas

T.

Provavelmente eu deveria começar a chorar e sair gritando que ele havia me mandado um vestido, correr para a polícia e dizer que ele estava vivo. Mas é claro que não, corri para meu quarto e retirei o lindo vestido preto de dentro da caixa.

Tyler havia me levado a uma loja para escolher o vestido para o baile antes de eu resolver que não iria mais, esse era o que mais havia gostado, ele havia encontrado no fundo da loja, perdido entre outros simplesmente horríveis.

Ainda lembro de sua expressão ao me ver usando o vestido, a surpresa em seu rosto me fez gargalhar.

"Como uma princesa" ele havia dito, e realmente, havia algo de estranhamente majestoso no vestido, por mais simples que ele fosse.

E agora ali estava em minhas mãos, e com uma intimação dele. Mas eu não ia pelo fato dele ter mandado, até por que sou teimosa demais para isso, quando tentam mandar em mim acabo fazendo exatamente o contrário.

Eu iria ao baile apenas para tentar entender o que estava acontecendo. Algumas respostas era tudo o que precisava.



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