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História Opala - Narusasu - 05


Escrita por: Cyrox

Notas do Autor


boa leitura

Capítulo 5 - 05


Fiquei profundamente surpreso quando o Naruto passou lá em casa no fim da tarde de sábado me chamando para sair. Tipo, desbravar as estradas escorregadias pela neve para fazer algo normal. Um encontro. Como se pudéssemos nos dar ao luxo de algo assim. Não pude, porém, deixar de lembrar o que ele dissera no dia em que, deitado em sua cama, eu me sentira pronto a dar o sinal verde.

Ele queria fazer as coisas do jeito certo. Encontros. Idas ao cinema.

Karin estava de babá do Menma pela noite, e Naruto se sentia confiante o suficiente para deixá-lo com ela.

Vesti um jeans escuro e um suéter vermelho de gola alta. Levei alguns minutos para me arrumar e, então, desci ao encontro dele. Precisei de cerca de meia hora para arrancá-lo de perto do meu irmão.

Talvez eu não devesse me preocupar com ele e o Kisame. Talvez devesse me preocupar com ele e o Naruto. Papa anjo.

Uma vez acomodado na confortável Kurama, a caminhonete dele, Naruto ligou o aquecimento e me ofereceu um sorriso.

— Certo. Precisamos estabelecer algumas regras.

Ergui as sobrancelhas.

— Regras?

— É. — Ele manobrou a Kurama para sair da garagem, tomando cuidado com as camadas de gelo negro. — Regra número um: proibido falar sobre o DOD.

— Tudo bem. — Mordi o lábio.

Ele me lançou um olhar de esguelha, como se soubesse que eu estava me esforçando para não abrir um sorrisinho apaixonado.

— Regra número dois: também não vamos falar sobre o Menma nem o Kisame. E regra número três: vamos nos concentrar no quão incrível eu sou.

Certo. Impossível evitar o sorriso. Ele se abriu de orelha a orelha.

— Acho que posso aceitar essas regras.

— Espero que sim, caso contrário haverá punição.

— Que tipo de punição?

Naruto deu uma risadinha.

— Provavelmente do tipo que você gostaria.

Um calor inundou minhas veias e meu rosto. Optei por não retrucar. Em vez disso, estendi a mão para ligar o rádio ao mesmo tempo que ele. Nossos dedos se roçaram e uma descarga elétrica desceu pelo meu braço e se espalhou para a pele do Naruto. Me encolhi diante do choque e ele riu de novo, um som rouco que fez com que o espaçoso carro parecesse subitamente pequeno demais.

Naruto sintonizou o rádio numa estação de rock, mas manteve o volume baixo. O trajeto até a cidade transcorreu sem surpresas inesperadas, o que foi divertido… exatamente porque nada louco aconteceu. Ele escolheu um restaurante italiano e nos sentamos a uma pequena mesa iluminada por velas. Corri os olhos em volta. Nenhuma das outras tinha velas. Todas estavam cobertas por aquelas bregas toalhas quadriculadas de branco e vermelho.

A nossa, porém, era uma mesa de madeira sem nada em cima exceto pelas velas e por duas taças de vinho com água. Até mesmo os guardanapos pareciam ser de linho verdadeiro.

Ao considerar as possibilidades, meu coração deu uma cambalhota.

— Você fez…?

Naruto apoiou os cotovelos na mesa e se debruçou sobre ela. Sombras suaves dançavam sobre seu rosto, destacando as maçãs angulosas e a curva dos lábios.

— Eu fiz o quê?

— Preparou isso? — Apontei para as velas.

Ele deu de ombros.

— Talvez…

Prendi o cabelo atrás da orelha, sorrindo.

— Obrigado. Isso é muito…

— Incrível?

Eu ri.

— Romântico… é muito romântico. Incrível também.

— Se você achou incrível, então valeu a pena. — Olhou de relance para a garçonete que viera nos atender. Segundo o crachá, o nome dela era RHONDA.

Quando ela se virou para anotar o pedido do Naruto, seus olhos cintilaram — um típico efeito provocado pelo sr. Incrível, percebi.

— E quanto a você, docinho?

— Espaguete à bolonhesa — pedi, fechando o cardápio e o devolvendo a ela.

Rhonda olhou de novo para o Naruto, e tive a impressão de que soltou um suspiro.

— Vou trazer seus palitinhos de alho imediatamente.

Assim que ficamos sozinhos, dei uma risadinha.

— Acho que ela vai caprichar no molho da sua lasanha.

Ele riu.

— Ei, eu sirvo para algumas coisas.

— Você serve para um monte de coisas. — Corei assim que as palavras saíram da minha boca. Uau. Isso poderia ser interpretado de diversas formas.

Surpreendentemente, ele deixou passar e começou a implicar comigo a respeito de um livro que tinha visto no meu quarto. Um romance. Daqueles com um modelo estonteante na capa, um macho alfa de peito largo e abdômen de tanquinho. Quando nossa pilha transbordante de palitinhos de alho chegou, eu quase tinha conseguido convencê-lo de que ele seria um modelo de capa perfeito para um desses livros.

— Eu não uso calça de couro — disse ele, dando uma mordida num dos deliciosos palitinhos condimentados.

O que era uma pena.

— Mesmo assim. Você tem o tipo certo.

Naruto revirou os olhos.

— Você só gosta de mim por causa do meu corpo. Admita.

— Bom, também…

Ele ergueu as pestanas, os olhos cintilando como joias.

— Isso faz com que me sinta um pirulito em forma de homem.

Caí na gargalhada. Mas, então, ele fez uma pergunta inesperada.

— O que você pretende fazer em relação à faculdade?

Pisquei. Faculdade? Recostei no assento e fixei os olhos na pequena chama de uma das velas.

— Não sei. Quero dizer, acho que nem vai ser possível, a menos que eu escolha uma faculdade próxima a um monte de quartzo…

— Você acabou de quebrar uma regra — lembrou-me ele, os lábios repuxados num meio sorriso.

Revirei os olhos.

— E você? O que pretende fazer?

Ele deu de ombros.

— Ainda não decidi.

— O tempo está se esgotando — comentei, soando que nem a Hinata, a qual adorava me lembrar disso toda vez que conversávamos.

— Na verdade, nós dois estamos pra lá de atrasados, a não ser que a gente ainda consiga fazer uma matrícula fora do prazo.

— Certo. Deixando as regras de lado, como poderemos fazer isso? Ensino a distância? — Ele deu de ombros de novo, e senti vontade de espetar seu olho com o garfo. — A menos que você conheça alguma faculdade… localizada numa área viável.

Nossos pedidos chegaram. Interrompemos a conversa enquanto a garçonete ralava o queijo parmesão sobre o prato do Naruto. Por fim, ela me ofereceu um pouco. Assim que a mulher se afastou, retomei o assunto.

— Então, conhece?

Naruto pegou o garfo e a faca e começou a cortar a gigantesca porção de lasanha

— As Flatirons.

— As o quê?

— As Flatirons são uma formação rochosa nos arredores de Boulder, Colorado — explicou, cortando a lasanha em pequenos pedaços. Naruto comia com tremenda delicadeza, enquanto eu fazia uma lambança com o espaguete no prato. — Elas contêm uma grande quantidade de quartzo-beta. Não tão visível quanto em outros lugares, mas ele está lá, sob diversas camadas de sedimentos.

— Certo. — Tentei comer meu espaguete com mais educação. — Mas o que isso tem a ver com o assunto?

Ele me fitou através dos cílios escuros.

— A Universidade do Colorado fica a cerca de três quilômetros das Flatirons.

— Ah. — Mastiguei devagar e, de repente, perdi o apetite. — É… é lá que você quer estudar?

Ele deu de ombros mais uma vez.

— O Colorado até que não é ruim. Acho que você ia gostar.

Encarei-o, esquecendo a comida. Será que ele estava insinuando o que eu achava que estava? Não queria tirar conclusões precipitadas e tinha medo de perguntar, pois ele podia estar apenas dizendo que seria um lugar que eu gostaria de visitar e não sugerindo que… morássemos juntos. E isso seria extremamente constrangedor.

Com as mãos geladas, soltei o garfo no prato. E se o Naruto fosse embora? Por algum motivo, tinha me convencido de que ele não deixaria este lugar. Nunca. E tinha aceitado, ainda que de forma inconsciente, que estava preso ali também, simplesmente porque jamais me dera ao trabalho de tentar descobrir se havia outros lugares protegidos dos Arum.

Meu olhar recaiu sobre o prato. Será que eu tinha aceitado permanecer na nossa cidadezinha por causa dele? Seria isso certo? Ele nunca disse que te ama, murmurou uma vozinha irritante e insidiosa. Nem mesmo depois que você falou pra ele.

Ah, a voz idiota tinha razão.

De repente, um palitinho de alho surgiu do nada e bateu de leve no meu nariz. Ergui imediatamente a cabeça, provocando uma chuva de sal de alho.

Naruto segurava o palito entre dois dedos, as sobrancelhas arqueadas.

— No que você estava pensando?

Espanei os farelos. Sentindo um buraco se formar em meu estômago, forcei um sorriso.

— O… o Colorado parece ser legal.

Mentiroso, dizia a expressão dele. Naruto, porém, voltou a atenção para a lasanha. Pela primeira vez, um silêncio constrangedor recaiu entre nós. Forcei-me a continuar comendo e, então, algo engraçado aconteceu. Com as leves implicâncias do Naruto e a conversa se voltando para outros assuntos, como, por exemplo, a obsessão dele por tudo que dizia respeito a fantasmas, comecei a me divertir de novo.

— Você acredita em fantasmas? — perguntei, tentando enrolar o resto do espaguete no garfo.

Ele limpou o prato, se recostou e tomou um gole da água.

— Acho que eles existem, sim.

Aquilo me surpreendeu.

— Jura? Ahn, achava que você assistia àqueles programas só por diversão.

— Bem, assisto. Gosto daquele que o sujeito grita: “Cara! Mermão!”, a cada cinco segundos. — Abriu um sorriso ao me ver rir. — Mas, falando sério, não dá pra dizer que é algo impossível. Muitas pessoas afirmam terem visto coisas inexplicáveis.

— Como, por exemplo, aliens e discos voadores. — Dei uma risadinha.

— Exatamente. — Ele botou a taça na mesa. — Só que os OVNIs são mentira. O governo é responsável por todos os objetos voadores não identificados.

Meu queixo caiu. Por que eu estava surpreso?

Rhonda apareceu com a conta e me senti relutante em ir embora. Nosso encontro tinha sido um momento de normalidade breve demais, algo que ambos precisávamos desesperadamente. Enquanto seguíamos para a porta, senti vontade de dar a mão a ele e entrelaçar nossos dedos, mas me detive. Naruto já havia feito um monte de coisas loucas em público, mas andar de mãos dadas?

Definitivamente não parecia ser a praia dele.

Vimos uns dois garotos da escola sentados próximo à entrada. Os dois arregalaram os olhos ao nos verem. Levando em consideração que Naruto e eu havíamos tido um relacionamento de ódio e farpas a maior parte do ano, a surpresa era compreensível.

Tinha começado a nevar enquanto estávamos lá dentro, e um fino manto branco cobria o estacionamento e os carros. A neve continuava caindo. Parei ao lado da porta do carona, inclinei a cabeça para trás e abri a boca, capturando um pequenino floco na ponta da língua.

Os olhos do Naruto se estreitaram e ele me fitou com tamanha intensidade que me provocou um leve nervosismo no fundo do estômago. Senti uma súbita e profunda necessidade de ir em frente e cruzar a distância que nos separava, mas não consegui. Meus pés pareciam pregados no chão, de modo que apenas expeli o ar com força.

— Que foi? — murmurei.

Seus lábios se entreabriram.

— Estava pensando num filme.

— Certo. — Senti calor mesmo que estivesse nevando. — E?

— Mas você quebrou as regras, gatinho. Várias vezes. Merece uma punição.

Meu coração pulou uma batida.

— Eu sou um quebradorde regras.

Os lábios se ergueram num dos cantos.

— É mesmo.

Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, Naruto estava diante de mim. Ele envolveu meu rosto entre as mãos, inclinou minha cabeça para trás e abaixou a dele. Seus lábios roçaram os meus, fazendo-me estremecer. O toque inicial foi leve feito uma pluma, arrebatadoramente doce. Mas então o contato evoluiu no segundo roçar de lábios, e os meus se abriram para recebê-lo.

Eu realmente adorava esse tipo de punição.

Suas mãos deslizaram para os meus quadris e ele me puxou de encontro a si ao mesmo tempo que recuávamos, parando somente quando minhas costas bateram contra o metal frio e úmido do carro dele — pelo menos esperava que fosse. Duvido que alguém fosse gostar de ver um casal fazendo o que nós estávamos fazendo sobre seu carro.

Porque estávamos nos beijando, nos beijando de verdade, sem nem mesmo um centímetro de espaço entre nossos corpos. Meus braços o envolveram pelo pescoço, os dedos se entrelaçando nas mechas sedosas cobertas por uma fina camada de neve. Nossos corpos se encaixavam perfeitamente em todos os lugares importantes.

— Um filme? — murmurou ele, me beijando de novo. — E depois o quê, gatinho?

Eu não conseguia pensar em nada além do sabor do Naruto e da sensação de seu corpo contra o meu. Na maneira como meu coração martelava de encontro ao peito ao senti-lo deslizar os dedos sob meu suéter de gola alta e roçar minha pele. Queria ficar nu — completamente nu, mas só com ele, sempre ele. Naruto sabia o que significava esse “e depois o quê”. Fazer as coisas do jeito certo… e, Deus do céu, eu queria fazer essas coisas certas imediatamente.

Como aqueles beijos arrebatadores não permitiam que minha boca funcionasse, optei por mostrar-por-meio-de-ações, deslizando minhas mãos para o cós da calça dele. Enganchei os dedos nos ilhoses e o puxei de encontro a mim.

Naruto rugiu, e meu pulso acelerou. É, ele tinha entendido. Suas mãos subiram pelo meu tronco, as pontas dos dedos quase roçaram nos meus mamilos e…

O telefone em seu bolso começou a tocar, o som tão alto quanto um alarme de incêndio. Por um segundo, achei que ele fosse ignorá-lo, mas Naruto se afastou, ofegante.

— Só um segundo.

Ele me deu um rápido beijo, mantendo uma das mãos onde estava enquanto com a outra pescava o celular. Enterrei o rosto no peito dele, a respiração acelerada. Naruto me deixava tonto, de uma maneira deliciosa e impossível de controlar.

Ao falar, sua voz soou rouca:

— É melhor que isso seja realmente importante…

Senti-o enrijecer e o coração acelerar, e soube imediatamente que algo havia acontecido. Afastei-me e olhei para ele.

— O que houve?

— Certo — continuou ele ao telefone, as pupilas incandescendo. — Não se preocupe, Karin. Eu cuido disso. Prometo.

O medo esfriou o calor que se espalhara por dentro de mim. Enquanto o observava desligar o telefone e guardá-lo de volta no bolso, meu estômago embrulhou.

— O que houve? — perguntei de novo.

Seu corpo inteiro estava tenso.

— É o Menma. Ele sumiu.


Notas Finais


narusasu quase transando em publico kshskne

se tiver erros foi pq eu to com sono

ate outro dia


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