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História Opera por lan, FEITA PRA PESSOAS ESPECÍFICAS - Capitulo Três


Escrita por: infinitealone

Capítulo 3 - Capitulo Três


Londres; Highgate High School; Segunda-feira; 10:50 da manhã;  

- Ai, que saco é a aula de física. – Vitoria comentou dando um suspiro. A garota ao seu lado riu baixo. Estavam dentro da sala. 
- Que isso. Adoro física. – mordeu a caneta. – Aula de que agora? 
- Biologia, talvez. 
- Já está decorando os horários, gostei de ver. – sorriu. – Já faz uma semana que você entrou na escola. O que está achando? 
- Sinceramente? – a amiga consentiu. – Diferente. 
- Do quê? 
- Não é “do que”, Karol. As pessoas me olham estranho. Porque sou estrangeira? Quem sabe. – balançou os ombros. Karolyna comprimiu os lábios. 
- É, quem sabe. 
Deu um suspiro e resolveu olhar por cima dos ombros em direção a cadeira em frente à porta. O garoto dos olhos foscos encarava-a com o lábio superior levemente sobreposto ao outro e as sobrancelhas mais baixas. Sua expressão sempre séria a fazia tremer por dentro. Mirava-a como um atirador mira o alvo – frio, imóvel. 
- Aquele ali é o que mais me assusta. – cochichou virando-se pra frente.  

Horário de almoço na Highgate, todos já estavam sentados às suas mesas, brancas e parcialmente limpas. Lanchavam e jogavam conversa fora. 
- Ok, ok. Agora, olha essa: O que é um tênis afundando na areia do deserto?  
- Já chega, Austin. Suas piadas são horríveis. – Dyl disse colocando maionese em seu hambúrguer. 
- Deixa ele, Dyl. Eu quero saber. – Vi deu de ombros. 
- Ela ainda tem paciência porque é nova por aqui, espera só até semana que vem. – Alex revirou os olhos. – Titanike, Austin. Você contou essa quinta-feira. 
- Ah, droga. – socou o ar. – E qual é a diferença entre a bicicleta e o vaso sanitário? Essa eu já contei? 
- Não, não contou. – Karolyna disse sugando o suco de uma caixinha, pelo canudinho. 
- Tem necessidade mesmo de falar? – Dyl apoiou o queixo na mão. 
- Tenho. – sorriu. Os amigos fizeram sinal pra que ele prosseguisse. – A bicicleta você senta pra correr, e o vaso sanitário você corre pra sentar. – deu um sorriso idiota, esperando a reação dos demais. 
- Por que toda vez que você conta uma piada sem graça você tem que fazer a cara do burrinho do Emule? – as pessoas na mesa gargalharam, fazendo Austin dar o dedo. 
- É uma boa piada. 
- Eu também gostei. – Vi concordou, percebendo que alguns garotos da mesa ao lado examinavam-na. 
- Scott e Bennet. – Karolyna cochichou baixo, só pra que ela ouvisse, referindo-se aos rapazes. – Zagueiro e capitão do time de futebol da escola. Eles não prestam. 
- Parece que ninguém por aqui presta... 
- Só o Alex. – sorriu torto, abraçando o namorado enquanto ele gargalhava de alguma careta de Dyl.  

O sinal pros alunos voltarem às salas bateu, fazendo com que Stavo desgrudasse suas costas da parede do corredor. Era onde sempre passava o recreio. Sozinho. Apenas com seus pensamentos.  
Deu alguns passos em direção ao seu armário, quando percebeu que o barulho de seu tênis no chão não era o único. 
- Você a viu, Acosta? – uma voz masculina em tom de deboche manifestou-se. – Aquela garota? – olhou o menino moreno e alto por cima dos ombros, com os olhos sérios e impacientes. – Sabe quem ela me lembrou muito? Ah. Claro que sabe. – Stavo virou-se pra frente novamente, continuando a andar e ignorando-o. – Eu estava pensando em chamá-la pra sair. Tenho boas esperanças sobre isso. – ouvia os passos aproximarem-se dele. – Talvez ela saia por aí dando pra qualquer um, exatamente como a... – apertou os dentes, segurando fortemente o rapaz pela gola da camisa, sendo tomado pelo ódio. Os olhos de Stavo estavam estreitos, enquanto o outro dava um sorriso malicioso.  
- Não complete essa frase, Scott. – cuspiu o nome. – Pro seu próprio bem. 
- Senão o quê, Acosta? O que você fará comigo? O mesmo que fez a ela? – Gustavo sentiu o sangue passar mais quente pelas veias, tomando impulso com o braço direito e acertando-lhe um soco no nariz. Scott saboreou a dor da pancada, e em seguida o sangue lhe percorreu o rosto. 
- Você é louco, Acosta! – gritou, tampando o local golpeado com ambas as mãos. As pessoas já começavam a surgir no corredor, olhando-os curiosas. – Isso não vai ficar assim. – deu três passos para traz, afastando-se dele. – Escreve o que eu estou te dizendo, cara. Não vai ficar assim. 
Stavo arregaçou as mangas da blusa, em seguida colocando as mãos no bolso e virando-se pra andar, inexpressivo. Os alunos no corredor olharam-no estáticos.  

- Você não vai voltar pra sala não, Karen? – Karolyna perguntou, vendo Alex passar pela porta do refeitório com Dyl, Austin e Vi. As mesas já estavam praticamente vazias, de menos as das lideres de torcida, onde apenas Karen estava sentada. 
- Só terminando de comer a salada de frutas. – colocou uma colher cheia na boca. 
- Cuidado pra não engordar, hein? Senão vai acabar não cabendo no colant e perdendo a grande estréia dos Eagles nesse semestre. 
- Vira a boca pra lá, cruz credo. – deixou a colher dentro da vasilha. – Até perdi a fome. – a amiga riu. 
- Que dia você vai voltar a passar o intervalo na minha mesa? – perguntou passando os braços pelos ombros da menina. 
- Que dia o Mahone sai de lá? – Karolyna revirou os olhos, dando uma risada baixa. 
- Deixa de ser besta. Ele é inocente até que alguém prove o contrário. 
- Só que tem, Karol, que esse aqui – apontou pro olho esquerdo. – é irmão desse. - pro direito. – Conhece? Você defende porque não foi você que viu. 
- Ninguém te garante que eu não tenha visto... – falou sussurrado. 
- Ah, amiga. O dia que alguém realmente souber a resposta pra isso tudo, eu vou viver feliz. – Karolyna mordeu de leve o lábio inferior.  

- Vocês viram isso? – Alex apontou pro rapaz que tinha acabado de passar por eles. 
- Isso o que? – Austin perguntou alienado. 
- Acho que vi. – Dyl arqueou as sobrancelhas. 
- Aquele não era o Scott? Quero dizer... Aquele não era o nariz do Scott... 
- Ninguém mandou se meter em tretas por aí. – Dyl balançou os ombros. – Sempre com o rosto machucado. 
- Outro que está louco pra se meter numa treta é esse cara. – Austin disse por entre os dentes, observando um rapaz de cabelos grandes, castanho claro e óculos, passar ao lado deles. Ethan.  
- Relaxa, dude. – Alex segurou seu ombro. – Ele é só um idiota. 
- Mas pra Karen o idiota sou eu...  

- Senhor Acosta. – senhora Paskin disse repreensiva pro garoto do lado de fora da sala. Ele olhava pra baixo. – Você agrediu o senhor Turner? 
- Ele pediu por aquilo. – respondeu friamente. 
- Você sabe que eu tento te defender, Gustavo. – colocou a mão em seu ombro. – Eu sei que você é um bom garoto, mas facilite as coisas pra mim. Pare de se meter em confusão. 
- Eu tento. Mas ele provocou. Ele se referiu a ela como se ela fosse uma... – parou a frase no meio. Senhora Paskin soltou um suspiro pesado. 
- Entre na sala. Eu sei como deve estar sendo difícil pra você. Dessa vez passa. – arrumou os óculos. Ele obedeceu.  

“Precisei resolver um problema. O carro está estacionado na esquina da biblioteca, no outro quarteirão. Vou estar te esperando. Dyl.”  

‘Exatamente como o pai.’ Vitoria pensou, recebendo o bilhete de Austin e lendo-o no final da aula. 
- E o quarteirão da biblioteca é...? 
- Logo em frente, Vi. – apontou. – É só você atravessar essa rua. 
- Ok. Obrigada. Acho que já vou indo. – segurou a alça da mochila verde-limão no seu ombro. 
- Acho que eu também... – estreitou os olhos, olhando pra uma das mesas na grama e observando Ethan abraçar Karen por traz. 
- Você supera. – balançou os ombros, vendo Austin dar um sorriso amarelo e descendo as escadas. 
Olhou os colegas. Todos conversando animados entre si. Outros nem tanto. Alguns lançavam um olhar curioso em sua direção, mas isso já tinha se tornado rotina. Colocou uma mecha do cabelo pra traz da orelha, passando os olhos pelo rapaz encostado no Audi A8, depois olhando pra dois garotos na frente de uma picape azul. 
- Hey, linda. – o mais alto deles gritou. – Não quer dar uma volta conosco? – acelerou os passos, olhando rapidamente para os lados. – Hey! Não finja que não escutou. Venha cá. – Vitoria entrou na rua com passos apressados, vendo parte de seu cabelo entrar na frente do rosto. 
Ouviu uma buzina. Perto demais.  
Suas pernas amoleceram, fazendo com que ela perdesse o ar. Olhou pro lado esquerdo, vendo um carro aproximar-se rapidamente. Ela não teria tempo de desviar. Não teria tempo.  
Soltou um gemido baixo, já prevendo sua morte. Alguns flashes embaçados de suas memórias começaram a surgir em sua cabeça. Mas afinal, não era isso que as pessoas viam antes de deixar o mundo? Sua vida toda bem diante dos seus olhos? 
Sua vista estava embaralhada e seus sentidos confusos, apesar disso não a impedir setir uma forte pressão no braço... Uma pressão forte o bastante pra arrancá-la do alcanço do veículo. 
- Você está querendo morrer? É isso? – o garoto disse alto, com desespero na voz. Vi abriu devagar seus olhos – os quais tinha espremido – para olhá-lo. 
Stavo estava ofegante, como se tivesse corrido para salvá-la. Soltou a mão de seu braço rapidamente, como se o fato de tocá-la o queimasse. 
- O... Obrigada. – disse falha, com os lábios trêmulos. 
- Não por isso. – o rapaz respondeu secamente, colocando as mãos dentro do bolso e analisando-a, antes de virar de costas e seguir novamente pro Audi preto. 
As pessoas em volta pararam para ver a cena e fofocar qualquer coisa umas com as outras.  

- Hey, Vi. Desculpe. Estacionei em lugar proibido e quase levei uma multa do car... – olhou-a entrar no carro, com as pernas tremendo. – O que aconteceu? – disse baixo, apertando a mão no volante. Ela tinha descoberto? Alguém tinha feito algo pra ela? Talvez aquele cara... 
- Ah. Nada. – passou a mão esquerda nos cabelos suados. 
- Eu sei que não foi ‘nada’. Você precisa me contar. 
- Que eu quase fui atropelada, Dyl? – fixou seu olhar no dele. 
- Atropelada? – juntou as sobrancelhas. – Quando? Onde? Por... Quem? – sentiu a raiva passar pelo seu corpo. 
- Agora, na frente da escola. Mas também... Não foi culpa do motorista, eu entrei na rua sem olhar... 
- Mas você está bem, não é? Desviou a tempo... 
- Eu não desviei, na verdade. – o primo fez cara de confuso. – Aquele cara me salvou. Acosta. – Dyl arqueou as sobrancelhas.  
- Acosta? Gustavo Acosta? – perguntou incrédulo, dando risadas de nervosismo. 
- Eu sei que não gosta dele. Mas ele salvou a minha vida. – colocou o cinto de segurança. 
- Difícil acreditar...  

Londres; Dockland; Segunda-feira; 4:03 da tarde;  

- Merda. Merda. Merda. – bateu a cabeça de leve na porta de madeira, repetidamente. O cachorro que estava em cima da cama, levantou seu olhar para observá-lo. – Merda de vida. – suspirou. – Por quê? Por que ela tinha que aparecer? Essa garota. Por que eu tive que tocá-la? Merda. 



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